OBS: Vcs acham mesmo que se Naruto me pertencesse eu estaria aqui escrevendo fics??

Isso é amor, não paixão.

As enormes casas e prédios daquela cidade movimentada estavam cobertas pelo grosso manto de neve. O mesmo que poderia ser encontrado nas copas das árvores ou até mesmo sobre o frio cimento da calçada, sendo marcado por passos lentos e pesados de um certo habitante daquele local.

Ele sentiu um calafrio percorrer seu corpo quando o vento soprou Novamente perto dali, bagunçando seus cabelos loiros já rebeldes e fazendo com que finos flocos de neve chocassem levemente em seu rosto. O rapaz então pôs as palmas dentro dos bolsos, na tentativa de trespassar-lhes algum calor.

Seus olhos azuis que focavam atentamente o chão que pisava, dirigiram-se para uma casa um pouco longe dali. Crianças brincavam com um boneco de neve, fazendo-o relembrar-se vagamente de sua infância, quando, costumava fazer traquinagens similares com seus amigos. Heh, bons tempos aqueles... Agora, suas responsabilidades dos 23 anos não deixavam tempo para momentos assim...

Quase que maquinalmente, seus pés, guiados pelo frio, o levaram até um conhecido local. Uma pequena cafeteria localizada no centro da cidade.

Inspirou vagarosamente, sentindo o aroma aquecido daquela xícara à sua frente. Era uma café negro, puro, apenas onde foi adicionado um pouco de açúcar para amenizar o amargo sabor.

Seus olhos azuis fecharam-se ao sentir o calor daquele líquido descer-lhe a garganta, apreciando aquele momento, quando sua atenção se voltou para um pequeno movimento á sua frente. Em uma praça perto dali, podia-se perceber uma multidão de pessoas rodeando um pequeno coral natalino. Os enfeites cuidadosamente produzidos rodeavam as árvores daquele local, sendo iluminados por uma centena de lâmpadas que brilhavam em suas mais estonteantes cores.

Deu um pequeno sorriso. Naquela cidade era impensável ocultar-se qualquer data especial. Os arranjos magníficos na sacada de prédios e vitrines de lojas ou até mesmo a grande quantidade de pessoas nas ruas caminhando apressadamente, atoladas em embrulhos e presentes, eram impossíveis de serem ignorados.

Em tal época do ano, as mentes de todos pareciam absortas em presentes, ceias, festas e toda essa sorte de coisas que a ele não interessavam nem um pouco. Por um motivo muito simples: a solidão em que se encontrava naquela mesa, a beber lentamente o café, estava presente em todos os momentos de sua vida.

Não tinha alguém a quem dar presentes. Estava longe de casa, longe dos amigos de infância, em uma cidade que, mesmo depois de cinco anos terem-se passado desde que ele se mudara, ainda era estranha.

Terminou de beber o conteúdo do recipiente de pocelana, lembrando-se mentalmente que, mesmo que estivesse em sua cidade natal, estaria na mesma situação, forçando-o a recordar do fato de que não possuía família a quem compartilhar tal sentimento relacionado ao natal.

Levantou-se, então, depositando o pagamento em cima da mesa, recomeçando a andar em direção ao seu apartamento. Seus pés já estavam plenamente habituados a seguir aquele caminho, após tanto tempo seguindo-o.

Sua mente vagava em sua antiga cidade, na pacata Konoha, tão diferente da grande metrópole em que se encontrava. Sim, em New York não conseguia encontrar todo o carisma que resplandecia seu lar, a mesma felicidade que sentia ao conversar com os amigos, a mesma emoção que sentia ao ser abraçado pela garota pelo qual seu coração trepidava e suas pernas tremiam.

Parou um instante, voltando sua atenção à cidade que corria viva ao seu redor. O loiro prendeu a vista a um ponto imaginário, enquanto recordava-se do motivo pelo qual mudou-se para aquela cidade. Sim... Lembra-se de quando sua amiga Sakura chegou para ele, resplandecendo de felicidade. O modo como ela falou, como seus olhos verdes brilhavam ao pronunciar, e até o modo como seus cabelos róseos balançavam com o vento do local... A garota tinha um enorme sorriso estampado no rosto, sorriso o qual causou uma emoção contrária no rapaz à sua frente.

Pensava nunca tê-la visto tão feliz quanto naquele momento, mostrando a sua frente a mão direita, onde uma jóia curiosamente brilhava sobre o seu dedo. Os olhos azuis reconheceram-no como um anel de noivado. E em seu olhar, o mesmo olhar que passava através dele, a mais terna centelha de perspectiva.

'Naruto, Sasuke-kun me pediu em casamento!'

Eram apenas seis palavras. Com apenas seis palavras aquela jovem conseguiu fazer o chão desaparecer sob seus pés. Era claro que estava ciente de que Sakura nutria um sentimento em relação a Sasuke, o que não demorou muito a corresponder, mas como também não negar o que sentia pela amiga de infância? Ter seu coração despedaçado, mesmo que indiretamente, foi a pior dor que sentira, maior ainda do que aquela falsa alegria que demonstrou sentir quando desejou votos de felicidades ao casal.

O que foi tão duro quando, assim que surgiu uma oportunidade de emprego em outra cidade, não hesitou em aceita-la imediatamente e recomeçar a vida Novamente, deixando o passado para trás. É claro que ainda mantinha contato com seus amigos por meio de telefonemas e correspondências, mas tinha de admitir que sentia um certo desconforto quando testemunhava a felicidade de todos enquanto ele passava mais um natal sozinho,

Suspirou, sem ligar para a fumaça que se formou frente aos seus lábios com tal ato. Estava acostumado a passar até mesmo os feriados em solidão, aceitava o fato sem se deixar abater, mas não havia como evitar que suas eternas lembranças de infância e adolescência o transportassem para um lugar muito distante do qual estava.

E era com pensamentos desse tipo que ele deixava suas pegadas no branco tapete de neve acumulada das calçadas. Dizem, entretanto, que é quando menos se espera que as coisas acontecem, pelo pueril prazer que a vida sente em surpreender a mente humana conformada com suas limitações.

Foi quando seu corpo apressado chocou-se com outro que seguia em direção oposta. Seus ótimos reflexos o fizeram segurar rapidamente os braços da pessoa à sua frente, tentando impedir que, com a força do impacto, o pequeno corpo (que identificou como sendo feminino) desabasse no chão frio. E qual foi sua maior surpresa quando chegou aos seus ouvidos o seu próprio nome, pronunciado de forma delicada e confusa.

"Naruto?!"

Voltou então seus olhos para o rosto da desconhecida à sua frente, tentando encontrar algo que o fizesse reconhecer aquela garota. Os longos cabelos negros que escorriam em cascata pelos ombros femininos não lhe pareciam familiares, mas bastou dirigir sua atenção para os olhos da garota para as memórias estalarem em sua mente.

Ele reconheceria aquela imensidão perolada em qualquer lugar, afinal, quantas pessoas possuiriam olhos daquela cor tão rara?

"Hinata...?" murmurado entre os lábios dele, o nome saiu baixo enquanto a imagem de sua mente de uma garotinha tímida e estranha, que sempre se escondia quando ele estava por perto era transformada. Seus cabelos curtos cresceram, contrastando com a pele rosada de sua face, seu corpo infantil ganhara formas completamente inimagináveis e seu rosto havia ganhado traços mais maduros, mais femininos, resultando em uma mulher praticamente feita... E igualmente bela.

Então o sorriso se formou nos lábios dele enquanto abraçava a amiga, não podendo ignorar o corado tão característico que tomou conta das bochechas da jovem. "Não esperava vê-la por aqui!" Seus olhos azuis encararam os orbes perolados da jovem. "O que faz tão longe de casa logo no natal?"

A garota deu um pequeno sorriso "Precisava resolver alguns assuntos importantes da multinacional, então eu vim."

O loiro percebeu que a fina voz decidida não gaguejava mais como costumava, assim como se recordou de que o pai de Hinata era o dono de uma empresa mundialmente famosa, fazendo-a partir de Konoha alguns anos antes dele. Sorriu então, brincando "Manter-se longe de casa e dos amigos em uma época como essa é exagero, até mesmo para seu pai."

Então percebeu que as bochechas dela ficaram coradas enquanto seus dedos indicadores tocavam-se insistentemente, uma mania antiga da Hyuuga. "E também..." Começou, chamando a atenção do rapaz para sua face envergonhada "E-Eu queria te ver. Já faz tanto tempo..."

"Arigatou Hinata, também senti saudades suas." Sorriu largamente, não deixando de achar encantadora a situação de embaraço em que se encontrava a garota à sua frente "Agora, me diga..." Abriu os olhos a encarando Novamente "... estava mesmo pretendendo passar o natal sozinha? Você deve ter um namorado ou algo assim..."

Hinata baixou a vista, tinha vontade de dizer que a única pessoa com quem gostaria de compartilhar seus sentimentos estava a milímetros em sua frente, que parecia sequer notar o modo como seu coração se agitava somente ao fitar seus olhos. Mas resumiu-se em apenas um menear de cabeça negativo.

"Nem mesmo Neji a acompanhou nessa viajem?"

"Neji Nii-san encontra-se em lua-de-mel" Diante do olhar curioso o qual era dirigido à sua pessoa, Hinata continuou "Você não soube? Ele casou-se com Tenten."

"Sério? Eu estou realmente desinformado..." colocou as mãos nos bolsos sorrindo. "Mande lembranças e felicidades em meu nome à eles depois... E diga-os que também quero conhecer os pestinhas em breve." Piscou o olho, divertido, deliciando-se com a risada feminina que ouviu.

"Então... Hinata... Posso acompanha-la essa noite?" Colocou a mão atrás da nuca com o olhar interrogativo que ela lhe mandou. "Sabe... É que passar o natal sozinho não é nada legal, então eu quero te fazer companhia."

As bochechas geladas coraram Novamente, e o par de pegadas solitário na neve ganhou companhia na travessia da avenida iluminada pelas luzes natalinas e pelas esperanças que se acendem involuntariamente em cada pessoa corrompida pelo Natal, seja naqueles que vêem na data a mais especial época do ano, seja nos que a encaram como banal.

Assim, o casal de jovens caminhava junto ao silêncio estabelecido entre os dois, ambos tentando entreter-se com as decorações exageradas daquela cidade, prendendo a atenção longamente em um homem vestido de Papai Noel a angariar fundos para uma instituição de caridade balançando seu sino lentamente na calçada. Naruto então resolveu quebrar aquele irritante silêncio.

"Então... Você... Teve alguma notícia de Konoha?" Perguntou como quem comenta o tempo, na tentativa de quebrar um pouco o gelo.

"Só algumas... Sei, por exemplo que Shikamaru mudou-se para Suna logo após casar-se com Temari."

"Aquele preguiçoso? Não imaginava que algum dia faria algo tão 'problemático' como casar."

Sorriu, sentindo-se mais a vontade com ele. "Pois é... Me parece que Sakura teve filhos recentemente e..." Parou a frase rapidamente, mordendo o lábio inferior como forma de reprovação. "Desculpe."

Olhou para ela "Não se preocupe, estou contente que eles estejam juntos..." "Além do que..."completou em pensamento "Parece que encontrei alguém mais interessante agora..."

A garota soltou um suspiro aliviado, o que não passou despercebido pelo loiro. "Que bom... Pensei que tinha te magoado."

A frase dita com tamanha inocência em si, serviu para aquecer o coração solitário do rapaz. E ele passou a recordar como a Hyuuga esteve presente na vida dele. Seja em momentos em que ele estava triste, era ela quem o reanimava, seja em momentos em que ele sentia-se feliz, sempre compartilhara sua alegria com ela ou até mesmo em momentos de derrota, em que ela sempre o fazia sentir-se como vencedor.

Pequenas recordações como essas, em que ele e a garota eram melhores amigos da infância até o início da adolescência, haviam sido praticamente guardadas em um canto de seu coração, quando, pouco tempo depois que Hinata foi embora, ele conheceu Sakura e o sentimento que despertara em seu peito em seguida fez aquelas memórias tão queridas serem escondidas lentamente pelo desejo de chamar a atenção da jovem de cabelos róseos. Começou a xingar-se mentalmente, amaldiçoando-se pelo descuido.

Sentaram-se um pouco para descansar em um dos poucos bancos que não estavam sujos de neve em uma praça ali perto. Enquanto um pensamento cruzava a mente da garota, tão rápido que fez corar brevemente. Então levantou o olhar, voltando-se inteiramente para o rapaz ao seu lado. Ele parecia travar, de alguma forma, um debate interno, percebeu ao observar suas sobrancelhas tencionadas formando um vergão entre elas.

"Naruto-kun...?" Chamou baixo, atraindo a atenção dele para si. Então estendendo os braços em sua direção enquanto suas mãos trêmulas seguravam um pequeno embrulho com o nome dele gravado. Sentiu os olhos azuis a fitarem num misto de uma inocente curiosidade infantil, fazendo-a lembrar que era aquela ingenuidade do rapaz que a fez apaixonar-se por ele.

"Pra mim?" O loiro sentiu-se um pouco idiota por proferir tais palavras, mas pegou o presente, desembrulhando-o com cuidado assim que ela assentiu com a face vermelha. O qual não foi a surpresa quando um sorriso iluminou o rosto do loiro. Não um daqueles sorrisos largos que costumava dar, mas um mais calmo, mais singelo, porém um que podia transparecer perfeitamente a felicidade de Naruto ao fitar os olhos da jovem à sua frente. Aquela era mesmo uma garota especial...

O rapaz lembrava-se perfeitamente que a amiga era muito boa com trabalhos manuais, motivo pelo qual, a cada ocasião que podia, ela lhe presenteava com algo feito por si. Podiam ser presentes simples e baratos, mais eram bem feitos e podia-se contar cada grama de carinho depositada pela Hyuuga ao fazer os artefatos.

Então encarou Novamente o boneco em suas mãos, não era muito grande, medindo um pouco menos que um palmo e podia-se perceber toda a alegria daquele pequeno ser que o fitava sorrindo. As marcas nas bochechas de pano e os cabelos loiros eram inconfundíveis, e Naruto sabia que se os olhos não estivessem fechados eles seriam azuis. Sua atenção voltou-se curiosamente para o pequeno pote de ramen, sua comida favorita na infância, feito de plástico que o boneco parecia devorar com gosto.

Hinata sentiu, então, braços fortes a enlaçar, protegendo-a do frio daquele inverno.

"Obrigado, Hinata." Sussurrou próximo ao ouvido feminino, ainda abraçado à ela. "Faz muito tempo que eu não recebia um presente de natal."

A Hyuuga então desfez-se do abraço, o encarando. "Se é pra te fazer feliz... Naruto-kun." Sorriu, não sabendo o quanto aquele gesto mechia com o loiro.

Este apenas levantou-se, puxando-a pela mão. Caminhando rapidamente em uma direção desconhecida pela garota.

"O-onde vamos?"

"Agora é a minha vez. Eu quero te dar uma coisa." Respondeu sem virar-se para encara-la, certo de que ela estava vermelha Novamente, continuando a guiá-la pelas ruas geladas de New York.

A garota então descobriu-se levada até o topo de um edifício enorme, ficando se perguntando mentalmente se era ali que Naruto morava. Porém seus pensamentos foram interrompidos, quando, o elevador apitou, indicando que chegaram em seu destino.

Quando as portas abriram-se, Hinata percebeu que eles estavam na cobertura do tal prédio e ela imaginava o motivo do rapaz a ter levado ali.

Chegando até uma espécie de parapeito, ela ajeitou o cachecol em volta do pescoço para se proteger melhor do frio e soprou o ar condensado, formando uma fumaça diante de suas mãos numa tentativa inútil de aquecê-las e, em seguida, esfregou-as uma na outra.

A vista que havia citado não era nada menos que a cidade inteira brilhando com suas inúmeras luzes, de Natal ou não, que se assemelhavam às estrelas que não se viam no céu. Um imenso pinheiro erguia-se próximo, lindamente decorado com anjos dourados e esferas vermelhas, além de uma estrela iluminada no topo.

Seria uma incoerência que antes lhe parecesse a mesma cidade com as mesmas luzes tão absolutamente comum e agora visse nela algo de mágico? Seria, sim, contraditório, caso ele não estivesse presente.

"Lindo..." sua voz feminina soou baixa, sem que ela notasse a fixação dos olhos dele em seu sorriso.

"Sim, certamente lindo..." voltou-se rapidamente para o mesmo lugar que prendia a atenção dela.

O silêncio que não é incômodo, o que só existe entre duas pessoas entre as quais a intimidade é suficiente para que possam estar lado a lado sem emitir som algum e mesmo assim ambos se sintam plenamente confortáveis, instalou-se entre os dois. E esse mesmo silêncio caberia em uma poesia a embalá-los com sua fluidez melódica.

Ele calou, ela calou.

Então o olhar azulado a fitou pelo canto dos olhos, buscando palavras e meios desconhecidos de revelar o peso que estava mantido em seu coração.

"Hinata...Você já se apaixonou por alguém?"

"Claro que sim. Quem está livre desse fardo?" tentou sorrir, como sempre se tenta sorrir para evitar o choro.

"Amar é um fardo para você?" encarou-a e recebeu um assentimento mudo "Você lutou por esse amor?"

A surpresa da pergunta arqueou as sobrancelhas finas e abriu mais os olhos perolados. Nunca haviam discutido sentimentos assim profundos, assim doloridos. Por que ele o fazia agora? Ainda mais quando lhe era tão difícil admitir a resposta.

"Não, não lutei. Sempre foi um amor sem esperança." Suspirou fracamente ao confessar sua fraqueza.

Flocos de neve começaram a cair do céu, a dançarem suavemente movimentos aleatórios até tocarem alguma superfície com a delicadeza de uma pluma.

"Eu também não lutei pelo meu. Na época, me convenci de que amor era o que eu nutria por Sakura, já que, desde que a conheci, sentia uma atração que logo foi transformada em paixão."

E a encarou. Cada traço de sua expressão era pura incredulidade diante das revelações que acabara de fazer. Mas o que ele reparava era como o perolado de seus olhos o convidava a nadar em escuridão, e como os fios do cabelo cor do céu à noite pareciam harmonizar-se perfeitamente com os flocos de neve que se prendiam entre eles.

Como se não bastassem os olhos azuis a lhe perfurar a segurança e o controle, viu que o rosto dele se aproximava do seu muito mais do que deveria, muito mais do que ela poderia suportar sem reagir. E o arrepio que sentiu, não saberia dizer-lhe a causa, se seria o gelo que sobre ela caía ou apenas ele. Naruto descansou os lábios em seu pescoço antes de deslizá-los até a faze corada.

Empurrou-o.

"O que está fazendo?" – um olhar perdido foi a réplica – "Você acaba de dizer que é apaixonado Sakura e agora quer me beijar, é isso?!"

E em seu sorriso, o mistério de Mona Lisa a esconder a emoção de quem o olhava. Seria sarcasmo, indiferença, tranqüilidade ou aquela pequena nuance de melancolia que ganhava em significado perante as outras?

O coração maltratado tinha a sincera impressão de que poderia odiá-lo se a insinuação dele fosse verdade, e queria evitar isso, mesmo que à custa de Novas lágrimas que, indubitavelmente, manchariam mais uma vez seu travesseiro. Mas estava disposta a renunciar a si mesma em troca da felicidade dele, que não imaginava ser possível encontrar-se nela. Não esperou que ele ao menos tentasse replicar antes de virar as costas e começar a se afastar.

As badaladas da meia noite em um relógio no topo de uma imensa torre acompanharam cada passo seu, dado com hesitação, dúvida, frustração, dor.

Não permita que ele perceba, Hinata. Não o deixe saber como é difícil cada passo. Ele não pode ver que seus ombros tremem, que seu rosto está molhado pelas lágrimas que provam sua fraqueza.

Foi impedida de prosseguir por um braço que segurou o seu. Tentou mais uma vez se mover, mas não pôde. Virou-se, finalmente, deparando-se mais uma vez com os olhos azuis que não mais pareciam atravessá-la.

"Será que não entende, Hinata? Eu disse que sentia paixão por Sakura."

Uma mão gentil enxugou-lhe a face ela fechou os olhos e acompanhou com o rosto o movimento da mão, em terna carícia.

"O que sinto por você é mais do que mera paixão... É um sentimento mais puro e verdadeiro... É eterno."

Então aproximou novamente o rosto do dela, pronunciando as palavras tão desejadas pela Hyuuga em um sussurro que se chocou perigosamente nos lábios femininos.

"Eu a amo..."

Ao término da última badalada, os lábios de ambos se uniram, trespassando o calor contrastado com aquela indubitável noite congelada...

HIIIIIII!!!

Há quanto tempo!!! Não, eu não morri!!! (XD) Só estava dando um tempo nas histórias enquanto me organizava na escola. Esse é o meu primeiro (de muitos, podem ter certeza) NaruxHina, um casal que eu descobri uma recente paixão (e vício, o.o).

Já que o Natal está quase aí, decidi escrever esse one-shot!! Ele foi inspirado na fic "Presente" da Lanah, tendo inclusas algumas expressões dessa escritora maravilhosa.

Alguns de vocês devem estar pensando que está tudo muito estranho, Naruto bebendo café e coisa e tal+ eu e minha mente insana imaginamos os personagens em um universo alternativo (não diga... ¬¬) em que eles estaria crescidos não só na idade, como nas personalidades, como podem perceber... Em vez de ninjas e batalhas repletas de aventuras, tentei coloca-los em um cotidiano da vida real, e espero ter me saído bem nisso XD...

Bom, de qualquer forma, obrigada por quem teve a paciência de ler... E irei agradecer mais ainda se me deixarem uma mensagenzinha dizendo a opinião de vocês...

Pode ser qualquer coisa, até um 'EU ODIEI' tah bom...

Mais uma vez obrigado pela atenção, pq, enfim, eh raro quem consegue me aturar...

Kissus!!