Fic: O pior inverno de Draco

Capítulo: 1 – Resolvendo problemas

Classificação: T

Casal: Draco M./ Harry P.

Disclaimer: Personagens, locais e eventos retirados dos livros de Harry Potter pertencem a J. K. Rowling e à Warner Bros. Ltda. e essa fic não possui fins lucrativos, se destinando apenas ao entretenimento dos leitores e do autor.

Aviso: Essa é uma fanfic Slash, ou seja, conta a história do romance de dois ou mais personagens do sexo masculino. Se você não se interessa pelo assunto ou se sente ofendido, não leia. Caso contrário, bom divertimento.


Capítulo I – Resolvendo Problemas

Acordar naquela fria manhã de inverno não era nada fácil e, apesar dos feitiços de aquecimento, os pés de Draco se mantinham gelados desde a hora que deitara em sua confortável cama na noite anterior. – Mas que merda – pensou – preciso de alguma coisa que funcione. Não alguma coisa idiota, mas alguma coisa realmente interessante. – Mas antes de chegar à sua conclusão, Blaise Zabini, entrou ventando no quarto, de forma a arrepiar de frio todos os pelos finos do corpo do loiro.

Levantou-se e foi em direção ao banheiro, se arrependendo logo ao entrar. Ali o frio parecia entrar no corpo de Draco por cada poro. Ele se apressou a tomar seu banho e escovar os dentes para finalmente sair para o café. Por quê os dormitórios da Sonserina tinham que ficar nas masmorras mesmo? Ah, sim. Pra representar todos os valores (ou falta deles) sonserinos.

Algum tempo depois, após os anúncios matinais, o café da manhã parecia muito apetitoso, dos chás fumegando nas chaleiras às tortas de ameixa extremamente cremosas, mas Draco não conseguia se concentrar. O frio nos pés estava o matando e ele sentia vontade de arrancá-los fora. Comeu rápido e de mau-humor e seguiu em direção à sala de Snape, novamente de volta às malditas masmorras daquele maldito castelo gelado. Pelo menos não teria aulas com o santo-Potter naquela manhã. Se o visse, o mataria.

Como se não bastasse o frio, ao sair do salão, seus piores medos se realizaram. Ele não apenas se encontrara com Potter, mas esse estava suando de calor, provavelmente correra por toda a escadaria para chegar a tempo de comer. Calor? Onde já se viu? Um frio da Sibéria do lado de fora e aquele idiota todo suado.

O humor de Draco, então, já chegara a seu extremo inferior, o que o fez ficar silencioso e tramando todos os tipos de mortes possíveis e impossíveis para seu inimigo. Mas nem assim Draco se concentrava. Maldito frio! E para piorar, agora a imagem de Potter suando o atormentava. Em uma de suas tentativas de imaginar Potter morrendo, ele começara bem. Ele imaginara Potter preso em grilhões de ferro fixados à parede, enquanto ele o torturava. A força da maldição cruciatus fora tão intensa que a camiseta de Potter se rasgara expondo os músculos do peito e abdome do moreno. Ele se deliciava em ver a expressão de dor na face de Potter, mas nesse momento uma única gota de suor conseguiu fazê-lo perder a concentração enquanto escorria pelo pescoço e peitoral tão deliciosamente sarados.

Droga! Ele não sabia o que fazer! Ou sabia... Isso! Ele sabia. Então, ele só precisava colocar seu plano em prática. Potter o pagaria por sentir calor em um dia tão frio. Sua raiva o movia. Ele estava com sangue nos olhos. Ou melhor, Potter nos olhos.

Ele esperara até o anoitecer. Potter sempre saía para dar uma voltinha pelos corredores e, talvez, ir até a cozinha para comer mais tortilhas de abóbora. Ele o esperaria escondido próximo ao quadro-porta da cozinha, e, quando este abrisse, ele também entraria para conversar com o moreno. E Draco não podia estar mais correto. Seus conhecimentos sobre o comportamento do moreno se mostraram valiosos. O estômago do moreno sempre falava mais alto que sua mente.

Eram duas da manhã e os pés de Draco ainda estavam frios, mas em breve eles se aqueceriam. Draco esperou pacientemente pela vinda do moreno, que entrou discretamente na cozinha sob sua capa da invisibilidade, algo que não passou despercebido pelo loiro. Draco o seguiu imediatamente após o fechamento do quadro. Após fazer cócegas na pêra, a porta se abriu, revelando um Harry Potter que se deliciava com as bombas de chocolate (que realmente explodem dentro da boca). Draco saiu das sombras, encarando Harry.

- Olha só quem eu encontrei fora da cama às 2 e quinze da madrugada! Creio que o Prof. Snape não vai gostar nem um pouco disso. – Sua expressão de frieza sofreu um breve colapso ao reparar que novamente o moreno estava suando. "Ele só sabe correr? Que coisa! Que indecência!"

- Malfoy! – cuspiu – Seja o que for que você quer, não quero estar perto pra saber. Adeus! – disse, levantando-se para ir de volta à torre, ao que foi impedido pelo loiro.

- Opa, opa, opa! Espera aí! Ainda não terminei de falar o que eu queria. – fez uma pausa, para que Harry desse sinal de entendimento e continuou – Eu apenas gostaria de dizer que... – e travou.

- "Que" o quê, Malfoy? Anda, diz. Não tenho tempo para as suas brincadeirinhas. – reclamou, impaciente.

- Isso! "Que" o quê, Malfoy? Responda! – Draco pensava freneticamente, mas sua voz não saía. Até que finalmente conseguiu. – Eu... gostaria de dizer que... – Olhou bem a fundo nos olhos verde esmeralda de Potter e completou – eu preciso de você.

Nesse momento, Harry se afastou alguns centímetros enquanto tentava entender o que Draco queria dizer com aquilo.

- Isso. Eu preciso de você. Você é o único que pode me ajudar. – Completou finalmente conseguindo recuperar sua segurança (ou apenas fingindo ter recuperado).

- Como assim, Malfoy? Por que eu te ajudaria com qualquer coisa que seja? – Perguntou ressentido.

- Por eu ser lindo e legal. E por você ter suado o dia todo enquanto eu morria de frio. Só por isso.

- AHAHAH! – Riu-se – Agora eu tenho culpa por você sentir frio? Não sabia, Malfoy. Essa pra mim é nova.

- Bem, é claro que você teria grandes privilégios e eu provavelmente te deixaria em paz.

Tais palavras fizeram Harry recuar e pensar no assunto. Ele decidira. Ele iria aceitar a proposta de Draco para finalmente alcançar a tão sonhada paz.

- Tudo bem. Eu faço. Diga o que você quer. – Disse Harry, entediado.

- Bem, primeiramente, nós faremos um voto perpétuo, de forma a nos comprometer a cumprir cada um a sua parte do acordo.

- Epa, epa! Espera aí! Por quê eu faria um voto perpétuo com você? – Ele já desistira. Se bem que se Malfoy não cumprisse a parte dele, ele morreria. Tudo bem. Não era uma proposta ruim. Vamos ver.

- Porque o meu pedido é simples e pequeno. Eu preciso de você para esquentar os meus pés essa noite.

- AHAHAHAHAHAHAH! – Gargalhou. E, em meio ao riso, completou – É só isso? Tudo bem, Malfoy. Vamos fazer esse maldito voto perpétuo.

- Tudo bem, vamos lá. A Sala Precisa é boa o suficiente para você? – Perguntou, sabendo que se Harry aceitasse, o que obviamente ele faria, esta seria uma noite inesquecível.

Após alguns minutos eternos entre passagens secretas e escadarias, eles finalmente alcançaram a torre e iniciaram o encantamento.

- Você, Harry Potter, promete que me ajudará, esquentando os meus pés por essa noite? – Draco perguntou.

- Ajudarei. – Harry tremia ao dizer as palavras que poderiam o condenar.

- Você promete não questionar as formas que eu pedir para que essa tarefa seja realizada, se comprometendo a cumprir sua tarefa mesmo a contragosto?

Nesse momento, Harry não conseguiu responder. Mas pensou – O que pode haver de mal em "esquentar os pés" de alguém? – e, por fim, decidiu-se. – Assim o farei.

- Você concorda que é minha função jamais atormentá-lo novamente caso sua função seja cumprida? – Draco encerrou.

- Concordo e que assim seja feito. – Harry concluiu, ao ver a última das três línguas de fogo sair da varinha de Draco e entrelaçar em suas mãos. Agora estava feito. Não havia escapatória. Ele só queria terminar logo e ir pra torre da Grifinória dormir.

- Bem, Potter. Vamos sair daqui e deixar a sala se preparar para a noite. – Disse Draco, abrindo a porta para o moreno sair, o escoltando logo em seguida.

- O que pedimos, Malfoy? – Disse Harry, entediado de ter que esperar o loiro decidir-se. Agora ele teria que fazer o que fosse para esquentar os pés daquele garoto mimado.

- Deixe comigo, Potter. – Disse, fechando os olhos e repetindo mentalmente uma única frase três vezes. - Quero um lindo quarto com cortinas verdes escuras, uma cama de casal bem grande com lençóis de linho, almofadas prateadas, lareira, banheiro completo e paredes com forro de madeira.

Ao pensar isso, apareceu novamente a porta da sala, deixando-os entrar. Ao entrar, o quarto era exatamente como Draco o imaginara. As paredes eram forradas com madeira escura, cheia de detalhes barrocos cobertos com prata. No chão, vários tapetes deixavam o frio chão de pedra aconchegante e as várias almofadas prateadas contrastavam com as cortinas verdes. No centro do quarto, uma bela cama king size com uma enorme coberta verde escura e lençóis branquíssimos de linho egípcio. Ao lado direito, uma porta de madeira os levou para dentro de um banheiro também de madeira, só que ali a madeira era mais clara e os revestimentos dos detalhes eram feitos em ouro. Grandes toalhas vermelhas de linho os esperava, para um belo banho na grande, ou melhor, enorme banheira de porcelana. Havia também um armário embaixo da pia dourada com todos os objetos necessários para um banheiro.1 Ele estava maravilhado. Ser específico com aquela sala era incrível. Ele não especificara o que era preciso ter no banheiro, portanto o banheiro seguiu a ideia das cores que ele estipulara para o quarto, só que escolhendo dessa vez as cores da casa rival. Aquela noite seria excepcional.

Nesse ponto, Harry já estava cansado. Ele já conhecia os poderes da sala e não ficara nem um pouco impressionado. Ele só queria que aquilo acabasse logo.

- Diga, Malfoy. O que você quer que eu faça? – Arrancou o loiro de seus pensamentos.

- Ah, sim. Potter, eu quero que você tire sua roupa. – Disse Draco, com toda a calma e naturalidade.

- O QUÊ?! – Ele estava chocado.

- Sim, e sem questionar, lembre-se.

- Ah. Ok. – Concordou ao se lembrar do voto perpétuo. - Droga. Você consegue fazer a menor das tarefas se tornar um grande fardo. – Completou, vendo Draco esboçar um pequeno sorriso no canto dos lábios.

Ao finalmente tirar toda a sua roupa e ficar apenas de cuecas, Draco o deu mais uma ordem.

- Agora eu vou me trocar. Espere deitado na cama. Pode ficar embaixo da coberta, para não morrer congelado.

- Esqueceu que não sinto frio, Malfoy. Eu o espero na cama, mas não preciso de cobertas.

- Ok, então. – Fingiu-se de desinteressado, mas o simples fato de ter um rapaz como Potter, leia-se lindo, sarado e gostoso, parado em sua frente sem roupas e sem sentir frio nenhum mesmo naquela situação, o deixou extremamente irritado.

Ao voltar para o quarto, a grande lareira estava acesa e Potter havia retirado inclusive sua cueca e o esperava sobre o edredom. Potter estava tentando usar o feitiço de Draco contra ele mesmo. Merda!

- Não se importa se eu estiver nu, não é? Durmo assim todas as noites por causa do calor. E essa lareira está me matando.

- Ok, ok. Mas mantenha esse... longe de mim. – Disse, enrubescendo.

- Ok. O que você quer que eu faça agora, meu amo. – Disse, fingindo-se de gênio da lâmpada e sorrindo.

Ai, não. – Pare de sorrir, Potter. Isso é sério. – Disse, irritado, perdendo um pouco de sua concentração. – Vou me deitar, coloque seus pés nos meus, então, se funcionar, dormiremos aqui. Se não, você está livre.

- Tudo bem, Draco. – Disse, deixando o nome do loiro escorregar por sua língua como se adorasse dizê-lo. Provocar a doninha saltitante estava cada vez melhor. – Venha para a cama.

Ao deitar, Draco demorou a se acostumar com o calor que emanava do moreno. Parecia que ele tinha seu próprio sol dentro do estômago. Estava confortável, mas seus pés ainda estavam frios.

- Me abrace, Potter. Ainda sinto frio. Preciso que você fique colado ao meu corpo. – Disse, sentindo que realmente aquela não tinha sido uma boa ideia. – Potter?

Seu nome o retirara de seus pensamentos. – Sim? Estou indo. – Disse, deitando embaixo das cobertas e finalmente tocando na pele nua e gelada do braço do loiro. – Droga, Malfoy. Você é muito gelado. Não é à toa que sente tanto frio.

- Sim, Potter. Sinto muito frio. Muito mesmo. Agora ande. Me abrace logo para podermos dormir em paz, ou pelo menos tentar.

- Claro, querido. Mais alguma coisa, amorzinho? – Disse, debochando, torcendo para o humor do loiro piorar.

- Não. Idiota.

- Ok. Boa noite, então.

- Até.

Draco nunca se sentira tão aquecido. Aquele era o corpo dos deuses. Quente, macio e forte. Ele devia estar ficando louco, mas finalmente conseguira esquentar seus pés. Ele dormira como um anjo aquela noite, sentindo o corpo de Harry se apertando contra o seu. O moreno parecia tranquilo e parecia que o frio de Draco conseguira por fim ao calor do moreno. Tudo estava em perfeita harmonia até Draco sentir uma coisa dura em suas costas. Oh, não! Não! Ele não podia! Ele não ousaria! Sim! Ele... – POTTER! Acorde, seu tarado!

- Oi? Que foi? – Assustou-se.

- Como você ousa me molestar enquanto durmo?

- Que? Como assim? – disse, olhando embaixo das cobertas e finalmente entendendo. – AHAHAHA! Ah, Draco. Você quem pediu. Não tenho culpa de ser gostoso te abraçar de madrugada.

- Quê? Como assim? Você estava gostando? M-ma-mas... POTTER! Vá para a Grifinória! Estou aquecido o suficiente.

- Ok, se você diz. Não se esqueça de sua parte do voto. Boa noite, querido. – disse, terminando de se vestir e saindo às pressas.

- Some. – Disse Draco, frustrado. – ARGH! Esse maldito! – completou, deitando-se novamente à cama ainda quente. Ele passaria a noite ali e dormiria até tarde.


1 – Nesse ponto imaginei tudo o que existe em um banheiro, de xampu e sabonetes a sais de banho, óleos perfumados, cremes, algodão, cotonetes, toalhas extras, espumas de barbear, barbeador, escovas de dente, creme dental, fio dental, enxaguante bucal, pentes e escovas... Enfim, tudo.

N/A: Bem, esse é o primeiro capítulo. Espero que gostem. Escrevi em um dia frio nas montanhas de Minas Gerais, quase congelando em minha cama. Ele é o primeiro de três (ou quatro), e eu devo postar logo (no máximo amanhã posto o próximo). Abraços.