Por Nossos Filhos, Pais e Amores.

Notas:

PARE E LEIA... que eu tenho coisas para te deixar te explicar antes de começar.

Primeiramente, essa fanfic é escrita no Omega!verse. Para quem não conhece o "Universo Ômega" é muito simples de entender: Todos os humanos da terra são lobisomens. E além dos dois gêneros feminino e masculino, existem as chamadas dinâmicas, que são três: Alfa, beta e Ômega. Existem diversas maneiras como essas dinâmicas afetam os personagens, como anatomia ou construção social, mas isso varia de autor para autor... De qualquer forma, eu fiz um texto explicando por partes como funciona o meu Omega!verse. Se estiver curioso, eu recomendo a leitura... Ah, nas minhas próximas fanfics estarei utilizando mais o português... Ou seja, nada de packs(estou usando matilhas)... No final do capítulo tem um pequeno texto explicando sobre um pouco do meu Omega!verse, seria até interessante você ler ele antes de começar a ler o capítulo... Enfim, você que sabe! Espero que goste! Beijos


Prólogo


THE MOONLIGHT SEEKER

22 de Agosto de 2001

MANISFESTANTES CONTRA O ALFA-PRIME COMETEM MAIS UM CRIME HEDIONDO

Quando pensávamos que as manifestações de repúdio feitas pelos licantropos contra o último decreto sancionado na cidade pelo Alfa-Prime John Stilinski e a comunidade de lobisomens pró-decreto já tinha alcançado a paz e se extinguido, o ataque ocorrido nesta madrugada à casa da família Hale mostra que não.

O incêndio na mansão Hale, em suas primeiras buscas já se mostrava criminoso e premeditadamente arquitetado. A polícia forense com ajuda de seus melhores farejadores acharam provas da presença dos manifestantes, que até hoje de suas identidades tem-se apenas o cheiro, nos principais focos do incêndio da casa. As chamas seguidas por explosões, puderam ser vistas e ouvidas pelos vizinhos mais próximos que prontamente chamaram os bombeiros da cidade. A partir desse momento, o que era mais uma noite tranquila tinha se tornado caótica pela preocupação e desespero.

Alfa-Prime John Stilinski foi um dos primeiros a chegar à casa enquanto as chamas ainda estavam altas. Apesar dos esforços, eles não conseguiram flagrar os criminosos responsáveis, já que a principal prioridade era conseguir salvar as vidas da família que compõe uma das mais importantes pilastras do estilo pró-Alpha Prime que tinha sido consolidado pelo decreto do Alfa-Prime Stilinski.

Porém, com todos os esforços dos bombeiros e da comunidade, na outrora tranquila noite de sexta, as chamas já tinha selado o destino da vida da família, assassinando quase todos os seus membros. Os únicos sobreviventes foram apenas o segundo filho e o irmão da Alfa Talia Hale: Alfa Derek Hale e o beta Peter Hale. Investigações já estão sendo abertas para apurar como o incêndio foi provocado e como foi possível alastrar-se tão rapidamente, consumindo a casa em poucos minutos.

A tragédia ficará marcada na história da matilha de Beacon Hills.

[...]

THE MOONLIGHT SEEKER

30 de Agosto de 2001

LUTO NA CIDADE DE BEACON HILLS

Foi confirmada hoje a morte do beta Peter Hale após uma semana de sua luta pela sobrevivência. A médica responsável por Peter desde que ele entrou em coma, beta Melissa McCall, anunciou a morte por falência múltipla dos órgãos às 15:53 na tarde deste sábado.

Ele estava internado na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do hospital, localizado na zona norte da cidade. O quadro foi ocasionado quando o corpo de Peter não conseguiu mais lutar pela regeneração do seu sangue dada a grande quantidade de wolfbane inalada durante o hediondo ataque à sua casa no dia 21.

Faltavam apenas 10 minutos quando Alfa Derek Hale, o então único sobrevivente da família Hale, pudesse entrar para o horário de visitas. Todos no hospital tinham esperanças que o beta poderia reverter o quadro e conseguir acordar do coma, mas o sinal de consciência que ele deu após uma semana do coma foi o último sinal da sua vida. Derek foi o primeiro a reagir ao escutar o uivo do seu tio da sala de espera na recepção. Porém, o que parecia ser uma boa notícia se tornou trágica quando os enfermeiros entraram no quarto e o encontraram em meio de um choque séptico.

[...]

-#-

Derek admirava as nuvens, brincando com suas formas pomposas e compactas. O céu estava azul claro e a brisa era fresca e agradável. A terra e a grama úmida de chuva manchavam a sua roupa, mas ele nem ao menos chegava a pensar nesse detalhe enquanto estava deitado embaixo de uma árvore de castanhola.

Há uma semana, sua mãe, pai, irmãos, irmãs, primos, tios, tias e sobrinhos tinham falecido. Há dois dias, Peter, o seu último parente e sua última vontade que ele tinha para viver e tentar continuar com sua família tinha se juntado aos seus outros parentes para a outra vida.

Há uma semana, Derek desejava estar morto.

Há dois dias ele acreditou que não seria justo ele continuar vivo.

Que direito ele tinha de viver enquanto toda a sua família tinha morrido? Alguns falavam de vingança contra os hediondos assassinos da sua família... Vingança! Degolem as gargantas desses malditos betas! Matem! Vingança! Mas... Mas ele estava tão... Cansado. Seu coração doía tanto. Seu peito doía enquanto lágrimas pesadas e quentes escorriam pelo seu rosto e suas mãos se fincavam na terra abaixo de si.

Ele não sabia há quanto tempo estava deitado na terra da floresta. Mas quem se importava onde ele estava? Ele podia ficar nesse mesmo lugar e morrer de fome e desidratado. Sofrendo lentamente para depois animais comerem sua carcaça e apodrece até desaparecer...

O sol queimava o seu rosto. Insetos pousavam e picavam sua pele. Até uma folha chegou a cair dentro da sua boca... Mas ele continuava imóvel recebendo o castigo que a natureza o dava. E estava tão distraído em sua agonia, angustia pensamentos que ele se surpreendeu ao sentir mãos maciais acariciando seu rosto e palavras de conforto inundar seus ouvidos. Porque as pessoas não entendiam que não existia mais esperança pra ele? Eles não sabiam o quanto doía... Porque doía tanto? Porque ele tinha de estar vivo?! Seria tão mais fácil apenas... Acabar com tudo isso. Acabar com todo esse miserável sofrimento que corria sua sanidade e penetrava na sua alma rasgando toda a esperança de vida.

"Não, por favor..." Derek pediu em um murmúrio, sua garganta áspera e sua boca seca cortando suas palavras. "Me deixe aqui, por favor... Por favor..."

Mais sussurros vieram acalentando seu corpo, outra pessoa se sentava ao seu lado e dessa vez mãos firmem seguravam o seu corpo e o levantava do chão. Ele queria pedir que o deixassem ali para morrer e se juntar aos seus pais, mas as duas pessoas que os carregavam não o queriam escutar e ignoravam o seu choro.

Ele podia sentir as roupas sujas de lama e urina deixar seu corpo o deixando frio e nu. Mas antes que o pânico dominasse a sua mente, o colocaram dentro de uma banheira e a água quente submergiu seus membros em uma embraço calmante.

No seu próximo momento de consciência, ele pôde sentir lençóis macios cheirando a lavanda o envolver como em um casulo. Ele tentou identificar o quarto por seu olfato, mas por mais que ele tentasse, ele não conseguia identificar a quem pertencia os cheiros das duas pessoas que o havia encontrado na floresta... Após alguns minutos tentando acalmar a sua respiração e o batimento cardíaco frenético para se concentrar na sua audição, ele conseguiu ouvir vozes que chegavam como ao seu quarto quase como inaudíveis sussurros.

Não conseguindo mais se manter imóvel, ele abriu os olhos e olhou ao redor do seu quarto e percebeu que o sol que passava por sua janela era claro e ameno, indicando que provavelmente ele tinha dormido durante o resto do dia e toda a noite, acordando apenas no outro dia pela manhã... Mas ainda restava a dúvida de onde ele estava. E quem o tinha achado.

Vários minutos ou horas se passaram enquanto ele apenas olhava para o teto novamente perdido em seus pensamentos, quando passos lentos e suaves se aproximaram da porta do quarto e o cheiro de suco de laranja e geleia chegaram ao seu nariz, fazendo seu estômago gemer em contentamento. Há quanto tempo ele não comia?

"Derek?" Uma voz feminina chamou suavemente ao abrir a porta, tirando o menino do seu letárgico transe. Inalando rapidamente, ele percebeu que a mulher era uma beta e que por seu cheiro ele podia identificar que o companheiro dela também era um beta.

Lentamente ele virou o rosto, e olhou para a mulher que carregava uma pequena bandeja com alimentos e que ainda estava parada na porta, esperando Derek permitir que ela entrasse. Acenando levemente, Derek viu a mulher sorrir e andar na sua direção, sentando-se calmamente na cama de casal, depositando a bandeja na mesinha de cabeceira de marfim claro, a mesma cor da cama e da cômoda do quarto.

Antes que ela chegasse a falar, Derek finalmente conseguiu reconhecer quem era a mulher na sua frente: Sarah Fawler. Atualmente ela estava na matilha da cidade de Nova York, mas tinha nascido em Beacon Hills e desde então apesar da distância tinha permanecido a melhor amiga da sua mãe desde a época de ensino médio. Ele já tinha visto várias fotos dela e chegado a falar diversas vezes com ela por telefone. Seu companheiro James Fawler, era igualmente amigo da sua família e apesar de sempre marcarem para vir fazer visita, nunca dava certo e acabavam sempre conversando apenas por telefone e e-mails...

"Sarah..." Derek murmurou deixando-a saber que ele a tinha reconhecido.

"Que bom que você lembrou-se de mim..." Sarah respondeu sorrindo fracamente. "Eu não tinha certeza se você chegaria a lembrar de mim ou de James, já que nós nunca chegamos a nos ver realmente..."

"Eu vi uma foto recente que você fez de uma viagem e que mandou para a minha mãe." Derek disse dando de ombros. Sua mãe... Ele engoliu em seco tentando interromper a vontade de chorar. Uma mão segurou a sua em um gesto suave que o fazia querer chorar ainda mais.

"Eu... Não posso dizer que a dor vai passar, Derek..." Sarah disse incerta. "Você sabe que perdemos um filho?"

Derek acenou concordando. O primeiro filho deles tinha sido assassinado quando as disputas entre betas e Alfas tinham começado pela rivalidade na forma de poder em Beacon Hills. Mesmo querendo ficar para ajudar a estabelecer a ordem do Alpha Prime na cidade, Sarah e James partiram da cidade quando o luto e a dor da perda do filho ficaram insuportáveis demais para que os dois aguentassem.

"Eu sei que não se compara a dor de perder toda a família... Mas Derek, a dor é a mesma... E ela nunca vai embora." Sarah disse com seus olhos úmidos e sua voz engrolando na garganta. Derek por sua vez já sentia lágrimas descendo pelo seu rosto, e as ondas de angustia e desespero espasmarem em seu corpo. Ele soluçou quando sentiu os braços de Sarah acalentar seu corpo e as lágrimas dela molharem o seu ombro.

E sem que ele percebesse mais uma vez a inconsciência desceu sobre seus olhos como um véu negro de piedade.

-#-

Quando Derek acordou, o quarto já estava escuro mesmo com a porta e as janelas do seu quarto permanecendo abertas. Mas dessa vez a casa estava em completo silêncio, sendo ouvido apenas o ressonar de Sarah e James perfurando as ondas de ar que circulavam preguiçosas ao seu redor.

Com as pernas fracas e a visão turva, Derek palmeou as paredes em busca de um banheiro. Só na segunda tentativa, evitando logicamente a porta do quarto de Sarah e James, ele conseguiu achar um para fazer suas necessidades. Lentamente ele perambulou pelos cômodos da casa, descendo as escadas e parando apenas na cozinha para um copo de água.

Ele estava tão distraído que não escutou os passos na sua direção. Ficando momentaneamente desesperado ao sentir uma mão pousar em seu ombro, mas logo ele reconheceu o cheiro de James e se acalmou um pouco.

"Desculpe se eu te assustei..." James disse suavemente, sua voz grossa fazendo o ar vibrar lentamente como em uma dança. Sem perceber Derek deixava-se distrair pelo som da voz do homem ao seu lado, mesmo sabendo que não era muito educado não prestar atenção no que exatamente ele falava. "Escutou o que eu disse?"

Derek despertou do seu transe quando James deu um peteleco na sua orelha, fazendo Derek arregalar os olhos, olhando para o outro como se ele tivesse criado uma segunda cabeça. James riu da reação do menino e abriu a geladeira para resgatar o pote com sopa de carne para esquentar para o adolescente. Derek estava desaparecido desde que Peter tinha sido declarado morto, e isso já fazia quase três dias... Pelo o estado que ele estava quando o encontraram na floresta, era muito provável que ele não tenha nem ao menos comido nada durante todo esse tempo.

Constrangido por ter sido pego distraído, Derek sentiu seu rosto queimar de vergonha e abaixou o rosto encarando o copo na sua mão como se ele fosse o culpado. Ele só voltou a levantar o rosto quando o cheiro de sopa se espalhou pela cozinha enquanto era esquentada no micro-ondas.

Em um prato fundo, James pôs o máximo de sopa que podia sem que transbordasse e colocou o prato na frente de Derek junto com uma colher.

"Eu acho que é melhor começar com coisas leves, mas que tenhas calorias e vitaminas suficientes..." James disse encorajando Derek a pegar a colher para começar a comer a sopa.

Derek agradeceu em um sussurro e começou a tomar a sopa lentamente.

"Hoje é quarta, não é?" O menino perguntou alguns minutos depois, quando seu prato já estava pela metade e seu estomago começava a se acostumar com a comida que descia.

"Sim..." James respondeu calmamente. "Você passou quase três dias desaparecido... Toda a cidade estava em estado de alerta. Nós tínhamos acabado de chegar quando fomos procurar na floresta da reserva e graças aos Deuses conseguimos te achar."

"Me desculpe por fazer todo mundo se preocupar..." Derek chegou a responder, mas apenas longo minutos depois. O prato de sopa vazio na sua frente, mas a colher permanecia no aperto firme da sua mão.

"Não há nada para que você peça desculpas... Nós nos importamos com você, Derek. Ninguém queria viver sabendo que você estava perdido ou em algum perigo." James tentou confortá-lo. "Todos entendemos que você fugiu porque a dor... Tinha sido insuportável."

Derek suspirou e concordou com James. A dor que ele sentiu quando Peter foi declarado morto... Ele sentiu as mãos de James segurar as suas e ele conseguiu voltar a respirar, o impendendo de entrar em um ataque de pânico. James suavemente tirou a colher da sua mão e pôs o prato um pouco longe de si.

"Vocês-" Derek começou a dizer, limpando a garganta para conseguir falar sem sua voz trazer o vestígio das suas lágrimas. "Vocês vieram para o enterro da minha família?"

"Nós viemos por duas razões, Derek." James respondeu com sua postura ficando mais séria, mas suas mãos ainda seguravam as de Derek. "Nós viemos para o enterro da sua família. Mas também viemos porque você é o filho de uma das pessoas mais importantes que já passaram pela minha vida e da de Sarah... Quando nós perdemos o nosso filho, Talia e seu pai estiveram ao nosso lado. E depois... Que eles se foram e você ficou sozinho, eu Sarah decidimos que você não poderia ficar sozinho, Derek. Nós viemos para ficar com você e te ajudar a sobreviver nessa fase da sua vida."

"Vocês querem que eu more com vocês?" Derek perguntou após assimilar o que James disse.

"Nós vimos você crescer, Derek. Nós amamos você e toda a sua família como se fosse a nossa própria... Se você aceitar, sim, eu queria que eu Sarah pudéssemos cuidar de você e que você viesse morar conosco."

Derek respirou profundamente tentando clarear sua mente. Ao passo que os minutos se passavam e James continuava a respirar suavemente ao seu lado, ainda segurando a sua mão mesmo que ele estivesse suando, ele tomou consciência da presença de Sarah na porta da cozinha olhando para os dois sentados na mesa.

"Eu queria ter um tempo pra pensar..." Derek respondeu por fim. "Eu não sei o que vai ser da minha vida agora... Eu acho que seria mais simples se eu tivesse morrido com eles..." Derek com um sorriso sem humor e carregado de tristeza.

"Não!" Sarah disse antes que James pudesse dizer algo. "Não pense assim, Derek... Nossas vidas- Nós até podemos não saber como podemos continuar seguindo com elas... Mas se estamos vivos é para viver e aproveitá-la agradecendo pela oportunidade, Derek. Ninguém nunca desejou que sua família fosse assassinada, mas não é por isso que você tem que achar que você merece morrer com eles, Derek..." Sarah pedia enquanto o abraçava.

Derek tentou discordar com ela, mas o abraço o deixou desprotegido contra o afeto dela que chegava dentro da sua alma. Tentando cicatrizar a suas feridas.

"Eu não sei se eu quero ir embora, daqui." Derek respondeu. "Eu sei que é pior ficar onde irá me trazer muitas lembranças... Mas eu não quero ir embora daqui, Sarah."

"Nós não precisamos ir embora de Beacon Hills." James respondeu. "Eu sei que nós fomos embora da última vez, mas nós ficaremos aqui e enfrentaremos essa situação de uma vez por todas... Mas Derek, eu não acho que seria bom que você ficasse muito tempo aqui... Uma mudança de ambiente pode te ajudar a tentar seguir em frente para encarar o resto da sua vida." James confessou tentando fazer Derek entender que ele não queria que eles fossem embora agora, mas que seria bom que ele realmente pudessem recomeçar a vida em outro lugar. Mesmo que agora a ferida e a dor da perda dos pais dele, não o deixasse enxergar agora por estar muito recente.

Derek acabou concordando. Ele sabia que não podia ficar sozinho... E já tinha ouvido várias pessoas falando que ele seria mandado para um orfanato caso Peter nunca acordasse do coma. E a ideia do orfanato fazia seu peito doer mais ainda... E por repudiar a ideia de ficar em um orfanato, ele preferiria ficar com os amigos dos seus pais e pessoas conhecidas que o fazia se sentir mais calmo e protegido.

James tirou o prato da mesa, e junto com Sarah e Derek, eles seguiram para o quarto que Derek estava e que queriam que Derek chegasse a considerar dele. Pois uma das primeiras coisas que ele fizeram assim que chegaram na cidade, foi a alugar a primeira casa disponível que tinham visto, pensando já que teriam que acomodar também a Derek.

Eles não falaram durante o tempo que se passou até Derek voltar a dormir novamente. Dessa vez, acalantado não só por lençóis macios, como também pelas duas pessoas que estavam dispostas a ficar consigo no mundo.

-#-

No dia 1º de Setembro, a cidade de Beacon Hills parou para acompanhar o enterro da família Hale. Todos os caixões fechados, lacrados e com apenas o nome escrito em uma cursiva caligrafia dourada já que os corpos carbonizados só puderam ser identificados após o estudo minucioso de cada corpo e o local onde foi encontrado.

Derek seguia ao lado dos dois caixões principais, enquanto o resto da multidão ajudava a carregar os outros caixões. Todos seriam enterrados no mausoléu edificado com a ajuda de dezenas de pessoas para que a memória da família sempre fosse reconhecida por qualquer pessoa que entrasse no cemitério.

Após quase uma hora da cerimônia fúnebre, as pessoas começaram a se dissipar até que restasse apenas Derek, Sarah e James.

Sarah, percebendo a apreensão estampada no rosto de Derek, aproximou-se dele e passou longos minutos segurando a mão do menino até conseguir articular seus pensamentos da melhor maneira. Mas antes que ela pudesse falar algo, Derek foi o primeiro a quebrar o silêncio.

"Eu não quero ir embora daqui."

Sarah suspirou pesadamente para tentar controlar suas emoções. "Pense que aqui pode ser um lugar onde você pode vir para refletir ou quando a saudade foi grande demais... Mas não venha para cá para se martirizar, Derek. Eu sei que agora vai ser difícil de acreditar em mim, mas quanto mais você se prender a esse lugar, pior será para a sua recuperação."

"Mas eu não quero sair daqui..." Derek repetiu fracamente. Os muros que ele tinha construído em volta de si para não chorar na frente de todos estavam se desmoronando rapidamente. O deixando vulnerável e com a caraterística dor no peito da profunda angústia.

Sarah já estava pronta para falar novamente quando escutou passos vindos na direção deles. Os três remanescentes viraram os rostos para acompanhar a chegada do Alfa-Prime Stilinski, que estava acompanhado do seu filho, Ômega Stiles.

Apesar de se conheceram desde sempre, o Alfa em Derek pela primeira vez prestou atenção que o seu pequeno amigo Ômega estava chegando próximo a maturidade. O perfume suave de um Ômega que não tinha passado pelo primeiro ciclo de Estros ainda, aos poucos amadurecia e formava o cheiro único de Stiles.

Ao ver o olhar de Derek sobre si, Stiles deu um sorriso triste mostrando em breves segundos que ele entendia o que ele estava passando. A mãe de Stiles, Ômega Aria Stilinski, tinha sido uma das vitimas dos conflitos entre os Alfas e betas.

"Derek." John cumprimentou suave antes de abraçar Derek firmemente, fazendo o lobo de Derek se encher de orgulho por receber o afeto do seu Alfa-Prime. John, assim como Sarah e James, tinha sido um amigo próximo da família. E mesmo depois de ter assumido a difícil responsabilidade de liderar a matilha da cidade, ele continuou a amizade de longa data que tinha com seus pais.

"Alfa." Derek respondeu simplesmente enquanto devolvia o abraço.

Após se soltarem, foi a vez de Stiles abraçar a Derek. O pequeno Ômega abraçou o Alfa da mesma que o seu pai tinha abraçado. Passando todo o sentimento de que sim, eles estariam ali para ajudar a Derek no que ele precisasse, sim, nós nos importamos com você. Derek até tentou não se afundar no cheiro suave do menino, mas era cada vez mais difícil se manter indiferente ao sentimento que ele passava. O perfume da inocência misturando-se ao caos dos odores de tristeza e luto ao redor deles.

"Obrigado." Derek sussurrou quando sentiu os braços de Stiles largar o seu corpo. O menino sorriu mais uma vez e se afastou para ficar ao lado do pai, que o abraçou brevemente.

"Martha Reyes disse que vocês assinaram um contrato de um ano para a casa." John disse ao se virar para olhar para Sarah e James.

"Sim." James respondeu e cumprimentou John com um simples aperto de mão. "Nós pretendemos nos tornar os guardiões de Derek e ficaremos em Beacon Hills no mínimo pelos próximos dois anos para ele terminar o ensino médio."

"Eu acho que serão pelos próximos três..." Derek comentou baixinho, fazendo os três adultos olharem para ele. "Eu... Não quero voltar para a escola esse ano... Eu não sei se eu conseguiria." Ele disse dando de ombros e enfiando as mãos nos bolsos do seu moleton.

"Você tem certeza, Derek?" John perguntou. "Você terá de repetir o primeiro ano completamente."

"Eu sei..." Derek respondeu com um suspiro. "Mas eu acho melhor assim."

"Se for isso que você quiser mesmo, eu me encarrego de avisar que você irá apenas no próximo ano." John disse e olhou para Stiles que estava ao seu lado. "Vocês farão o primeiro ano então..."

"Pelo menos eu já vou ter metade dos exercícios feitos se eu ficar junto de Derek..." Stiles comentou sorrindo de lado e fez Derek sorrir pela primeira vez no dia. Stiles hiperativo e tagarela, sempre tinha o poder de distrair Derek com um sorriso... Mesmo agora no dia mais triste da vida dele.

Derek já estava perdendo-se em pensamentos quando escutou um estalo de uma tapa seguido de um grunhido indignado de Stiles. "Ouch! Pai!" Stiles reclamou dramaticamente enquanto segurava a sua cabeça massageando o lugar da tapa...

Sarah e James sorriram com a distração e sutilmente se puseram cada um do lado de Derek. O clima pesado tendo aliviado um pouco, eles escolheram esse momento para partir. Porque por mais que eles adiassem teria de acontecer.

"Derek?" James chamou pondo a mão no ombro do adolescente. Derek virou o rosto e olhou diretamente nos olhos azul-cinza de James sabendo na mesma hora do que se tratava.

Respirando profundamente, Derek acenou levemente e as outras quatros pessoas ao seu lado seguiram ao seu lado para fora do cemitério e para longe do túmulo da sua família.

Sem querer olhar para trás, Derek pediu aos Deuses que conseguisse viver sem lamentar pela perda da família a cada respiração que ele dava. Que ele pudesse criar uma nova e seguir a benção de continuar vivo.


Aqui vai o texto sobre o universo:

-Personalidade e Relacionamentos-

Os Alfas são as pessoas que nasceram para liderar, proteger e defender seja seu território ou sua família. Eles tem os melhores portes físicos e são mais "inteligentes"(isso é o que eles dizem). Já os betas corresponderiam ao humanos normais em alguns aspectos. Eles não têm instintos fortes e se quiserem ter habilidade com algo eles tem de lutar para ter uma, porque se não, serão apenas os funcionários dos Alfas. São excelentes mestres por ter a paciência de ensinar que falta aos Alfas. E por último, mas não menos importantes, são os Ômegas (que se dependesse dos Alfas não seriam nem ao menos funcionários). Nos tempos atuais, os Ômegas conseguiram mais direitos. Porém, eles são sempre estereotipados como as pessoas mais fracas e que precisam de proteção constante. Eles são mais delicados nos seus portes e muito mais férteis do que qualquer beta.

As relações são normalmente exclusivas a Alfa/Ômega e beta/beta. Isso porque o instinto de um Ômega muito frequentemente o guia a achar um companheiro Alfa, e o inverso de aplica aos Alfas, fazendo com que não seja frequente cerimônias de ligação entre Alfa/beta e raras, bem raras, uma ligação Ômega/beta. Pois o índice de fertilidade de um Ômega/beta é de no máximo 25%, o que causa frustração para o casal e normalmente acaba com os casamentos. A única solução para esse problema é a adoção. Porém, há diversos problemas que os casais enfrentam. Já que a única forma de criar um laço de parentesco com o bebe é quando o bebê não tem contato nenhum com a pessoa que o pariu, e seu primeiro contato sendo com os pais adotivos. Não sendo dessa forma, o sentimento de maternidade e paternidade existe, mas não da mesma forma como acontece na adoção pré-natal.
É um crime a mãe criar um laço com o bebê e depois abandoná-lo para a doação. Esse é considerados um dos piores crimes da sociedade, já que o bebe nunca vai poder formar um laço com sua família impedindo todo o seu crescimento até que ele seja crescido o suficiente para começar a entender laços sentimentais e não se guiar apenas por instintos.

Um homem Ômega tende a ter parceiros Alfa masculino, pois ele não é capaz de ter filhos com uma mulher Alfa. Enquanto as raridades, (Ômega/beta) acontecem quando uma mulher Ômega se relaciona com um homem beta. Porém, são as mulheres Alfas que tem o índice maior de ligações com homens betas. Os Alfas são possessivos e territoriais, coisa que os Ômegas apreciam e que os betas não entendem. Relações Alfa/Alfa e Ômega/Ômega são virtualmente impossíveis. Primeiro porque a dinâmica de ambas as partes de encontro com a do outro e os conflitos são inúmeros e que não faz valer a pena tentar uma relação... Sinceramente. Mas nunca diga nunca. Há quem consiga ter seu par ideal com uma pessoa da mesma dinâmica...

-Política e Sociedade-

Cada cidade/matilha é liderada exclusivamente por um Alfa, que é conhecido como o Alfa-Prime (traduzindo literalmente é como o Primeiro Alfa ou Alfa Primordial). E cada Alfa-Prime pode juntar a quantidade que ele quiser de outros Alfas para ajudá-lo na administração da cidade. Esses Alfas compõe o conhecido Conselho de Alfas. Por Hierarquia: há o Alpha-Prime da Cidade, que obrigatoriamente compõe o Conselho de Alfas do Alpha-Prime do Estado, que compõe obrigatoriamente o Conselho de Alfas do Alfa-Prime do País.

Como pudemos perceber sobre a personalidade, os betas não são muito felizes pela sua exclusão nas decisões políticas. Com seus instintos fracos e sem muito poder para imposição, eles são os ideias seguidores. Porém, se a sociedade fosse feita de estereótipos de dinâmicas o mundo seria um lugar bastante monótono... Por isso existem diversos betas que se sobressaem e alcançam poder politico e financeiro como qualquer outro Alfa. Há várias cidades e alguns estados espalhados pelo mundo, porém nenhum estado nos países de 1º mundo, que são liderados pelo Conselho dos Betas. Por meio de disputas físicas, o Beta reúne o seu próprio conselho para enfrentar o Conselho de Alfas que lidera a cidade. Independente do vencedor, quem ganhar não pode ser desafiado em sua posição por mais outros 5 anos. E caso aconteça algum acidente com o Alfa-Prime, é o braço direito dele quem assume a liderança. Essa é das causas das guerras, pois se todo o conselho de Alfas morrer, a liderança é disputada por qualquer grupo que queira liderar

Na paisagem política, os Ômegas... Bom, eles estão ainda estão contentes pela vitória de conseguir um lugar oficial na assessoria do Conselho dos Alfas. Um dia quem sabe eles conseguirão formar o seu próprio conselho e tentar desafiar um Conselho de Alfas... Muitos não se orgulham de dizer, mas eles têm a sua própria forma de manipular seus Alfas quando o assunto é do interesse deles. Há quem diga que o rebolar de um quadril de um Ômega pode manipular nações...

E aí? Vai querer continuar lendo? Fica a vontade! :P