Disclaimer: Os personagens citados não me pertencem, eles pertencem ao Kishimoto Masashi.
HOMEM PERFEITO
(Por Jessica Oliveira)
Capítulo Um: Aqueles que desafiam
Estava atrasada. Meus olhos estavam fixos na saída, era só sair do trem, correr e tudo daria certo. Estava em plena hora do rache, as ruas estavam cheias, os trens lotados e os ônibus então nem se fala! Se não corresse com toda certeza me atrasaria e dessa vez não teria desculpa e levaria um sermão de Sakura: "devia ser mais responsável Ino!". Droga! Algum engraçadinho bateu na minha bunda! Tudo bem Ino conte até dez, isso não vai acontecer de novo. De novo! A não... Agora eles vão escutar!
— O PRÓXIMO ENGRAÇADINHO QUE METER A MÃO NA MINHA BUNDA VAI LEVAR UM SAFANÃO NA CARA!
Gritei a plenos pulmões, todos do trem pararam o que estavam fazendo para me olhar, mas pelo menos o engraçadinho parou de colocar na minha bunda. Ótimo! Menos uma coisa pra me preocupar.
"Senhoras e Senhores informamos que em poucos minutos chegaram ao seu destino."
Aquilo foi como música para os meus ouvidos! Relaxei, o trem estava começando a diminuir a velocidade, e assim que o trem parou as pessoas foram descendo pouco a pouco. Eu era uma das primeiras e desci rapidamente ganhando as ruas da grande metrópole, comecei a correr o máximo que meus sapatos plataforma permitiam. E só parei quando cheguei a uma construção de alvenaria muito moderna. Suspirei e entrei, teria que encarar a fera.
— Está atrasada Ino, — disse Sakura assim que pus os pés na entrada. Sakura era uma amiga muito antiga (desde os tempos de escola), ela queria ser médica mais como o dinheiro era curto ela fazia bico como secretária do jornal.
— Desculpe Testuda, — ela falava com dificuldade devido à pequena corrida. — Dessa vez eu juro que tentei chegar a tempo.
— Dessa vez você não vai ter que pedir desculpas pra mim. — ela apontou para a porta de vidro por onde podia se avista cabelos ruivos sob a cadeira de couro. — Ele está uma fera!
— Droga!
Arrumei meu melhor sorriso, me olhei no pequeno espelho de minha carteira e entrei na sala de Gaara. Continuava lindo assim como eu lembrava, mesmo com terno e gravata. Suas feições eram serias e monótonas, seus cabelos eram vermelhos, e seus olhos verdes. Um contraste perfeito. Ele poderia ser modelo se quisesse, mas não ele preferia ser editor chefe de um jornal.
— Vou começar a descontar os atrasos do seu salário Ino.
— Desculpe, — meus sapatos estavam me matando, mas mesmo assim mantive meu sorriso. — Gaara.
— Continua a mesma de sempre. — os olhos verdes de Gaara se fixaram nos meus, eu continuei observando-o. — E não acredito que vá mudar, mas não quero falar sobre isso. Agora vamos ao trabalho: Quero que você investigue a Akatsuki.
— O que?
Akatsuki é uma poderosa organização secreta. Poucos membros são conhecidos e dizem que coisas terríveis podem acontecer se você mexer nos negócios deles. O último jornalista que investigou sobre isso acabou morto. Pobre Jiraya!
— Você não pode estar falando sério! — disse quase gritando. — Sabe muito bem o que acontece com quem se mete com a Akatsuki!
— Calma Ino, — nenhuma vez sequer a voz de Gaara mudou de tom. — Só quero que você investigue se Akatsuki tem algum envolvimento com Danzou. Se ficar muito perigoso você para.
— Só de pensar na hipótese de investigar a Akatsuki é perigoso, Gaara! E o que Danzou teria haver com a Akatsuki?
Danzou é um militar de alto escalão muito poderoso, já tentou dar um golpe de estado mais falhou no último minuto. Tinha muita influência em qualquer área e podia fazer você desaparecer em questão de segundos se fosse necessário.
— Soube por fontes seguras que Danzou está se aliando a Akatsuki para formar um exército imortal. Que não precise comer, beber e que não sinta dor, um exército sem sentimentos.
— Isso é ilegal! — estava tão perplexa que nem mesmo conseguia pensar direito. Sabia que Danzou era louco mais não a esse ponto.
— Você acha que Danzou se importa com isso? — um riso de desgosto passou por seus lábios. — Ele já tentou dar um golpe de estado antes, o que o impediria de tentá-lo de novo?
— Nada. — falei cansada. Aquele trabalho não seria nada fácil, mas eu não me importava gostava de adrenalina correndo nas minhas veias. — O que exatamente eu tenho que fazer?
— Você, vai investigar um balcão abandonado. Só tem que tirar fotos. E se achar alguma coisa suspeita, tirei fotos. — ele fez um sinal com as mãos para que alguém entrasse, e quando virei em direção a porta pude ver Nara Shikamaru.
— Ele irá com você só para garantir.
Assim que saímos do escritório de Gaara me virei para Shikamaru.
— Você sabe no que esta se metendo? — mexer com Akatsuki era perigoso e Shikamaru agora tinha uma família.
— Sei tão bem quanto você, — ele deu um sorriso preguiçoso. — Vão ser só algumas fotos não vai ter problema.
— Assim espero.
Desci até o subsolo onde ficavam as câmeras e outros utensílios que poderia precisar, peguei os melhores e subi para registrar o material que havia pegado. Assim que sai pelas enormes portas metálicas, um carro preto da empresa já estava a minha espera.
— Vamos?
— Claro. — sorri, entrei no carro e logo ele deu partida, deixando apenas fumaça para trás.
Uma hora depois chegamos ao nosso destino, uma fábrica abandonada. Assim que desci do carro comecei a tirar fotos (enquanto Shikamaru permanecia no carro), de fato a fábrica tinha uma aparência desativada. E comecei a rodear o edifício até que meus olhos se voltaram para uma porta entreaberta, e entrei na ponta dos pés para que ninguém notasse minha presença. Pude ouvir alguns homens conversando e senti que estavam vindo em minha direção por sorte consegui abrir uma porta e trancá-la rapidamente antes que eles me vissem, ao olhar ao redor pude notar que estava num quarto branco (como se fosse um hospital) e uma pessoa estava na cama. Aproximei do corpo para checar se ainda tinha pulso, e que estava respirando. Assim que meus dedos tocaram em seu pulso, seus olhos se abriram e num sussurro ele murmurou:
— Me ajude.
(...)
Como essas mulheres são problemáticas! Ino está demorando demais, logo vai anoitecer e vai ficar ainda pior para sairmos daqui. Acho melhor eu ir procurá-la, ela pode estar enrascada (o que não é muito difícil). Peguei minha bolsa e sai do carro (claro, o carro continuava ligado no modo de fuga rápido). Caminho até a maldita fábrica. Nada. A fábrica esta toda lacrada, nenhuma porta aberta. Pego um rastreador na minha bolsa (e sempre útil ter um quando se estar com a Ino), e exatamente como eu pensei, ela esta dentro da fábrica. Calmamente pego dois grampos especiais e deslizo até a fechadura que abre com um "click". Abro o mais silencioso o possível e com um pequeno espelho, vejo se não tem ninguém nos corredores. Já com a certeza de que não tem ninguém próximo abro a porta e olho no visor do rastreador, ando por um corredor extenso até que o rastreador faz um "bip" em uma das muitas portas de ferro. Paro e mexo na maçaneta que abre dessa vez sem precisar de "jeitinho".
— Merda! Shikamaru quer me matar do coração? — acho que realmente assustei, ela colocou a mão sobre o peito para se acalmar. — E como me encontrou? — amostrei o rastreador. — Certo.
— Você estava demorando demais. — meus olhos rapidamente pousaram sob a cama. — O que é isso na cama?
— Uma pessoa não esta vendo? — ela parecia realmente irritada. — Shikamaru você tem uma faca?
— Tenho... Mas pra que você...
— Só me dê à faca, depois eu te explico. — disse ela me interrompendo, peguei a faca da bolsa e joguei para ela que começou a corta as cordas que prendiam o rapaz.
Quando ela terminou de cortar as cordas ela me devolveu a faca e deixou o corpo de pé (coisa que ele parecia não conseguir fazer). Desistindo de colocar o corpo em pé, ela me chamou e fez eu me abaixar para que ela pudesse colocá-lo em minhas costas, eu nada disse apenas fiz o que ela pediu.
— Agora já podemos ir. — ela já ia abrir a porta, quando eu a segurei pelo braço.
— Use o espelho, Ino. O espelho. — ela resmungou alguma coisa inaudível e pegou o espelho que eu lhe oferecerá.
— Tudo limpo, — ela fez um gesto com as mãos. — podemos ir.
Começamos a caminhar rapidamente por entre os corredores (se nós pegássemos estaríamos mortos na certa), estava começando a ficar cansado, mas não podia parar para descansar. Assim que chegamos à porta de entrada deixei o corpo no chão enquanto Ino vigiava, eu tentava abrir a porta. Depois de abrir a porta voltei a colocar o corpo em minhas costas e a caminhar com Ino sem olhar para trás se fossemos visto agora tudo estaria perdido. Só paramos quando chegamos ao carro (colocamos o corpo no banco traseiro) e dei partida. Com alguns minutos na estrada e olhei para Ino que também estava ofegante pela corrida.
— O que foi aquilo lá atrás?
— Ele me pediu ajuda. — disse ela respirando com dificuldade.
— Você poderia estar morta! — eu não era o tipo que gritava, mas a situação havia fugido do controle. — O que você faria se outra pessoa te encontrasse?
— Eu...
— Deixa pra lá! — a essa altura já não queria nem mesmo saber a resposta. — O que vai fazer com ele?
— Por enquanto vou levá-lo para casa. O resto eu vejo depois. — ela fechou os olhos por um segundo para depois abri-los. — Não fale nada disso ao Gaara.
— Está bem.
Não trocamos mais nenhuma palavra, comecei a acelerar até chegarmos à casa de Ino. Onde desci do carro, e com ajuda de Ino coloquei o homem em minhas costas e o carreguei até o sofá.
— Você vai ficar bem?
— Vou. — ela sorriu. — Obrigado.
Estudei suas feições por alguns minutos, antes de entrar no carro e dar partida. Ino realmente era uma garota problemática.
Continua...?
