PRÓLOGO

15 anos atrás...

– Você tem que decidir de que lado está. Ou você decide ser a minha rainha, a rainha do submundo, ou você volta para suas irmãs e seu trabalho de Encantadas – ele disse, se afastando dela – E enquanto pensa nisso, beba o tônico.

...

As duas irmãs Halliwell, Piper e Paige, e seu anjo guardião orbitam na sala, quando Cole já achava que tinha as vencido. Piper tenta explodi-lo para ganhar tempo para Paige, que coloca os cristais em volta da confusão de pedaços de negror que era Cole. Mas antes que ela pudesse colocar o ultimo, ele volta. E a ataca.

– Vocês vão me fazer mata-las.

Piper o explode novamente. Em meio ao medo, susto e preocupação, ela chamar por Phoebe, que duvida de sua capacidade. Estaria ela pronta para destruir aquele que amava? Mas acima de tudo, estaria ela pronta para ver suas irmãs morrerem?

Ah... Isso não.

Buscando por perdão, pelo seu perdão e pelo perdão dele, ela sai do banheiro. Pega o cristal que escapulira das mãos de Paige e caminha lentamente até Cole.

– É pelo bem – ela diz, e deposita um beijo nos lábios dele. Enfim coloca o último cristal a seus pés, criando o campo de energia positiva que não o deixa fugir ou ataca-las. Volta para perto das irmãs e, juntas, conjuram o feitiço que clama pela ajuda das bruxas Halliwell para destruir Cole, a Fonte de Todo o Mal.

CAPÍTULO 1 – ANTECÂMARA DO SUBMUNDO

Hoje

A casa das Halliwell estava vazia. Era manhã e as irmãs estavam fazendo suas tarefas: Phoebe e Paige estavam no trabalho, as crianças, na escola, e Piper tinha ido ao centro procurar ingredientes para determinada poção. Em meio à tamanha calmaria, que parecia impossível naquela casa, apenas Kit, a gata, deixava o ambiente vivo – se é que se pode dizer isso de um gato quase adormecido. Minuto em minuto seus olhos azuis se abriam para vasculhar o local em busca de possíveis ataques, mas nenhum demônio ousava entrar naquela casa – não desde que haviam descoberto quem ali residia.

Interrompendo o sono desconfiado de Kit e a tranquilidade das oito da manhã, o calor tomou o local quando um zig zag confuso de chamas irrompeu no meio da sala. Quase uma tempestade de fogo, que tentava tomar forma sem sucesso. As chamas vieram e foram, deixando uma impaciente garota de quinze anos em pé, sobre o tapete cor de vinho, que estava ligeiramente chamuscado. A menina atravessa a sala sem pensar duas vezes quando se vê livre das chamas e sobe as escadas como um furacão em direção ao seu quarto (no terceiro andar, adicionado à casa por meios mágicos, para dar espaço às crianças).

O quarto não parecia parte do resto da casa. Ao invés de tentar transmitir uma sensação de calma àqueles que ali entravam, alguns se sentiam sufocados e até acuados, principalmente Paige, Leo e Wyatt, os Guardiões da casa. Com paredes e cortinas escuras, um fogo incansável que queimava dia e noite, sem nunca se espalhar, sobre uma prateleira e marcas de queimaduras nas paredes (fortificadas também magicamente), o pequeno quarto de Clarissa Halliwell era quase uma antecâmara do submundo.

A garota se adianta porta adentro até seu closet e busca um casaco. Uma avaliação rápida do local a diz que tudo está normal. Ela então retorna à sala e se deixa desaparecer novamente naquela confusão de chamas, depois de correr seus dedos longos e finos, de unhas negras, sobre pelo branco e macio de Kit. A gata encara o fogo sem ficar nada satisfeita com aquilo, mas volta ao seu semissono assim que a menina se vai.