Piratas do Caribe - O Clã das Feiticeiras Marinhas

Capitulo 1 - "Aqui vamos de novo..."

Píer de Port Royal - Fim de Tarde

Chegava ao fim mais um dia tranqüilo na ilha de Port Royal , fazendo o Commodore feliz. Desde seu último encontro com o pirata Jack Sparrow, Norrington desejava nunca mais esbarrar com esses ladrões e trapaceiros, enfim a ralé da sociedade.

Antes de retornar para casa, Norrington resolveu dar uma última olhada pelo píer, para ter certeza de que tudo estava certo. Quando chegou perto do mar, notou que havia um novo navio atracado. Como não conhecia a embarcação, resolveu investigar.

Samara, ao sair de sua cabine, viu o Commodore conversando com Alfred no deck.

- Boa tarde. A senhorita deve ser a Srta. Kerina suponho? - disse Norrington cordialmente.

- Sim sou, e o senhor seria? - indagou Samara, olhando-o intensamente. Notou que ele pertencia a Marinha Inglesa, ocupando um posto alto, devido ao uniforme e as insígnias que usava.

- Desculpe meus modos. Sou Commodore Norrington, muito prazer. - respondeu, recebendo a mão da donzela e beijando-a, como era de costume.

- O Commodore estava curioso em saber mais sobre o navio, senhora. - disse Alfred, um homem de idade, com cabelos esbranquiçados e uma leve barriga, mas muito gentil.

- Bom, só queria me certificar de que não eram piratas, ou que causariam problemas. - tentou explicar o Commodore, sentindo-se envergonhado com a afirmação de Alfred. - Mas vejo que são comerciantes e estão somente de passagem, segundo a conversa que tive com o Capitão Falcon aqui.

Samara o olhou por um instante, para ter certeza de que estava dizendo a verdade. Então falou:

- Sim, somos comerciantes. Sou a dona dessa embarcação e o Sr. Falcon é o capitão. Estamos de passagem, pois tivemos um pequeno acidente e estamos procurando por um ferreiro.

- Eu posso te mostrar onde fica a oficina. Tenho certeza de que o jovem Sr. Turner poderá ajudá-los. - respondeu o Commodore.

- Obrigada. - respondeu Samara. - Seria muito inconveniente se formos agora? Temos um prazo a cumprir.

- Não, acredito que ele estará lá. Seria um prazer acompanhá-la, mas preciso voltar a tempo de jantar com minha esposa...

- Oh, então vá... Não quero incomodá-lo. O senhor poderia nos explicar o caminho, Falcon me acompanhará.

- Certamente. - respondeu Norrington, e logo passou a explicar como chegar ao local ao capitão. - Bom, espero que consigam encontrá-lo. - despediu-se, beijando a mão de Samara novamente, e voltou para o píer e em direção a cidade. Alfred e Samara se olharam e soltaram um suspiro de alívio.

- Pensei que ele nunca fosse embora! - exclamou o homem.

- Pelo menos já obtivemos a informação de como achar Will. - disse Samara.- Acho que deveríamos ir falar com ele agora, afinal não temos tempo.

Alfred concordou e os dois desembarcaram seguindo na direção indicada pelo Commodore. Ao chegarem no centro do povoado, acharam a casa, com o sinal pendurado na frente indicando aquela ser a oficina de ferreiros.

- Al, deixe que eu vá sozinha. Se o que nos disseram é verdade, vai ser difícil convencê-lo.

- Aye, Sam. Mas tenha cuidado. - disse Alfred preocupado.

Samara sorriu ao ouvir seu apelido e ver a preocupação nos olhos do homem que considerava um pai.

- Terei. Me espere aqui e não deixe que ninguém entre, certo? - Aye!

Samara abriu a porta de madeira com cautela, tentando fazer o mínimo de barulho possível. Quando entrou, notou que o lugar era escuro,cheio de fumaça e quente. Num canto havia uma engenhoca, com um burro preso nela. Atrás podia ver alguns instrumentos e ao lado, sentado numa cadeira, um senhor um tanto sujo, dormindo com uma garrafa vazia nas mãos. Virou-se quando ouviu um barulho e notou um homem jovem, moreno, com cabelos longos e cavanhaque. 'Aquele deve ser Will.' pensou. 'Certamente é mais bonito do que imaginava...'

***************

Will estava trabalhando arduamente como sempre, forjando espadas e cuidando da oficina, já que seu mestre, estava desmaiado novamente.

Olhou para a janela e viu que o sol estava se pondo mas, como vinha fazendo há algum tempo, não se preocupou em parar o serviço e sair mais cedo. 'Pra que?' pensava, 'Não tem mais nada que me interesse lá fora mesmo...'.

Passados alguns minutos, Will resolveu fechar a oficina. Guardou a espada em que trabalhava e voltou para o salão principal, foi quando reparou que não estava sozinho. Resolveu então ficar preparado, pegando uma arma, já que não esperava ninguém, e tinha experiência com esse tipo de situação, afinal foi assim que conheceu Jack. Andou silenciosamente para a porta e observou seu oponente. Para sua surpresa encontrou uma mulher. 'Nunca a vi antes...' pensou, 'Teria me lembrado de uma donzela bonita.'. Olhou-a com interesse. Ela usava um caro vestido de seda, igual ao que vira Elizabeth usar na nomeação de Norrington a Commodore anos atrás. Tinha cabelos negros, presos elegantemente na base de seu pescoço. Quando ela se virou e o encarou, notou que seus olhos eram escuros, mas tinham um brilho diferente.

- Com licença, mas quem é você e o que faz aqui? - perguntou.

- Sou Samara Kerina, e desejo falar com Will Turner. - ela respondeu.

- Posso saber sobre o que se trata? - Will estava curioso, afinal não conhecia a mulher.

- É sobre Jack Sparrow.

Os olhos de Will se arregalaram.

- Jack? Jack Sparrow? - 'como uma moça refinada como esta poderia conhecer um pirata, ainda mais Jack?' pensava Will.

- É Capitão Jack Sparrow. - ela corrigiu rapidamente.

'Ok... Acho que ela o conhece...'