N/A.
A história se passa no reino de Castela e Aragão (atual Espanha), no final do século XV.
As magias realizadas na fanfic não utilizam varinhas e sim invocações dos elementos da natureza, apenas com uso da mente e da voz.
Algumas partes/frases estão escritas em latim
Algumas partes/frases estão escritas em hïrico (língua que eu criei para o meu livro; colocarei a tradução)
Doutrinas e costumes católicos serão questionados ao longo da fic.
Se você realmente se importa com questões religiosas pode ser que ache algumas idéias centrais da história um pouco "desrespeitosas", portanto não leia.
Pense em Tom Riddlecomo Tom Riddle, o jovem determinado a conseguir o que quer, questionador, charmoso, envolvente, aluno modelo, um pouco revoltado e que se torna impaciente quando não consegue o que quer. O Voldemort, pela experiência de vida e por ter sua alma mutilada, perdeu um pouco dessa essência.
O elemento éter, presente no mundo das idéias de Platão, é encarado aqui como a essência da vida.
Prólogo
Ela se virou rapidamente, olhando primeiro para a direita e depois para a esquerda. Silêncio. Nenhum movimento. Eles sempre se escondiam muito bem. Tentou enxergar qualquer coisa na outra margem do lago, mas não havia nada além das folhas secas e avermelhadas, caindo das árvores com a força dos ventos do outono.
Deu dois passos inseguros. Não queria se afastar muito. Não podia. Eles eram rápidos. Tinha que encontrá-los ao mesmo tempo, e finalizar tudo antes que fossem salvos.
Barulho. Foi apenas um instante. Só um galho partindo. Sorriu. Ela o avistou saltando de uma árvore para a outra, quase como se a desafiasse. Deu as costas e chegou rapidamente ao ponto de partida.
"Ron, em cima do carvalho", falou o mais alto que conseguiu. Ginny viu seu irmão descer da árvore, visivelmente contrariado.
"Isso não foi justo", resmungou, enquanto batia o pó e tirava as folhas presas em sua roupa.
"Claro que foi", respondeu sem tirar a atenção das copas das árvores e dos arbustos. "Você foi descuidado ao saltar os galhos. Eu não teria te achado se tivesse ficado quieto".
"Não deixa de ser injusto", continuou falando. "Eles sabem usar magias para se esconder, por isso..."
"Cale a boca! Não fale essa palavra, Ron. Quer nos matar?", perguntou, irritada.
"Desculpa".
"Não fala isso de novo fora de casa. É perigoso", advertiu.
"Eu sei...".
"Eles não seriam loucos de fazer isso", Percy falou sem desviar a atenção do livro que lia tranqüilamente sentado sob um eucalipto. "A não ser que quisessem que algum bisbilhoteiro nos denunciasse".
"Não tem ninguém morando por essas redondezas além de nós", Ron argumentou.
"Não há, mas sempre tem alguém caçando ou procurando frutas. Imagina se alguém vê?"
"Você tem razão".
"Claro que tenho", respondeu, sorrindo, satisfeita, antes de levantar um pouco o vestido e dar alguns passos apressados em direção aos arbustos que se mexiam.
Pulou em cima deles e frustrou-se ao perceber que não havia ninguém. Dois estalos fizeram-na se virar, furiosa. Fred e George aparatavam ao lado do ponto inicial e acenavam freneticamente, enquanto sorriam. Ron cantarolava alguma coisa, que soou estranhamente ofensiva.
"Enlouqueceram?", berrou Percy. "Mamãe não vai perdoar vocês dois".
"Só se vocês contarem", lembrou Fred.
"Ron, você vai contar?", George perguntou. Ron balançou a cabeça, negando.
"Ginny?", Fred a encarou, esperançoso.
"Tudo bem, não falarei nada".
"Percy?"
"Não contem com isso", resmungou fechando o livro. Em seguida se levantou. "Voltarei imediatamente para casa e informarei nossos pais que estão agindo de forma inapropriada. Vocês querem nos condenar à forca?".
"Não faz isso...", implorou Ron.
"Ginny estava certa quando falou que é perigoso", seus passos eram firmes. "Vocês usaram éter! Vocês não sabem controlar isso!".
"Mas não há ninguém por aqui!".
"Não estamos vendo ninguém, mas sempre existe a possibilidade de ter alguém escondido, por isso 'nunca', neste caso, deve ser 'nunca' de fato".
"Nós sabemos e prometemos nunca mais fazer isso", Ron se adiantou e os demais confirmaram.
"Conheço suficientemente os quatro para saber que não devo confiar nessas palavras de arrependimento. Basta virar as costas e vocês estarão fazendo novamente".
Percy deixou os irmãos para trás e caminhou apressado pela trilha que levaria ao lar dos Weasley, sendo seguido de perto por Fred, George e Ron, que ainda resmungavam. Ginny já se virava para acompanhá-los quando sentiu que era observada. Podia sentir o fio da vida de outro ser. Estacou. Não os seguiu. Abaixou-se com o pretexto de limpar a barra de seu vestido, para poder procurar por qualquer coisa. Seus olhos eram bons. Precisava encontrar.
Já não escutava qualquer som. Fechou seus ouvidos para o barulho dos ventos, tentando entender a presença do observador. Sentiu o par de olhos grudados em seus movimentos, enquanto rezava para o Deus cristão e implorava que fosse apenas um animal ou qualquer coisa que não um ser humano desprovido de magia.
Seu coração estava acelerado e suas mãos geladas. Sentiu o suor frio correr pela lateral de seu rosto, quando se levantou, ainda observando. Não havia som, não havia cor, não respirava. Então viu. E tudo se resumiu ao medo.
Na margem oposta do lago pôde observar desaparecer, por entre as árvores, a batina de um dos sacerdotes do mosteiro. Um cristão. Era um padre que os observava.
Estavam perdidos.
Orkut: Karla Kollynew
Comunidade: Kollynew
