Bella's POV

-Até já pai – gritei para Charlie enquanto saía.

-Vou ter com a Sue. Não vou estar cá quando voltares – avisou-me.

-Certo. Adeus.

...

-Olá Bella – cumprimentou-me o meu anjo loiro.

-Oi – disse constrangida.

Apesar de estarmos quase no fim do ano e de já andar mos há alguns meses, a beleza de Edward continuava a afectar o funcionamento do meu cérebro, desligando o pronunciamento de palavras de tamanho superior a monossílabos.

-Gosto da camisola – afirmou, fazendo o meu rosto incendiar-se instantaneamente.

-Pensava que íamos para a praia – disse, tentando superar a timidez que me atingia.

Wow, 5 palavras e já tinha conseguido ser rude.

-Oh, sim claro. Vamos – respondeu.

...

-Acho que é uma crueldade não lhe contarmos – afirmou antes de eu lhe roubar um beijo.

-Bem – disse depois de recuperar o fôlego – pode ser cruel mentirmos-lhe, mas acho que o Jacob sofre menos se não souber de nada.

-Não gosto que a minha namorada – o seu rosto glorioso iluminou-se ao proferir esta palavra – tenha um rapaz a fazer-se a ela na perfeita crença de que ela é 'solteira' e que, portanto, pode fazer-lhe e dizer-lhe o que quiser.

-Ele nunca me fez nada desde que começámos a andar. Jacob pode não saber que namoramos mas respeita-me à mesma – afirmei.

-Não quero saber – disse num tom que não dava opção para discussões – trata disso ou trato eu, se quiseres.

-Jacob não é isso nenhum – resmunguei já ligeiramente irritada – é o meu melhor amigo – murmurei. Os ataques de ciúmes de Edward deixavam-me assustada.

-Pronto, pronto. Se quiseres eu falo com ele. Desculpa – disse Edward com um ar terrível de culpa: um anjo em sofrimento.

-Não é preciso. Ele está ali. Vou já falar c...

Edward agarrou-me com força e colou, quase com violência, os seus lábios aos meus. Fiquei estática, sem sequer corresponder ao beijo. Uma sobrancelha loira arqueou-se de surpresa e dois olhos verdes brilhantes encararam-me com incompreensão. Olhei mais para o fundo dos olhos enormes e vi algo mais: não era só incompreensão, era fúria também. Desfitei o olhar magnetizante de Edward e olhei para o alto dos penhascos novamente, os olhos pretos já não me seguiam, antes fitavam tristemente o mar revolto.

-Acho que não vamos ter de lhe dizer nada – afirmei, apontando para a figura alta à beira da falésia.

Edward sorriu com triunfo. Havia quase maldade naquele rosto perfeito.

Não não não. Que estupidez. Edward estava feliz, só isso.

Não penses idiotices Isabella – ordenei a mim própria.

Fomos conversando enquanto andávamos pela praia e, quando olhei as falésias novamente, a figura solitária de Jacob já se esfumara.

Jacob's POV

-Adeus pai – despedi-me.

-Volta cedo, o jogo é às 9h.

O Charlie estava com a Sue, de certezinha. Era por isso que Billy precisava de mim para ver o jogo.

-Está bem. Vou só dar uma volta pela praia e talvez ver o Embry e Quil.

E talvez atirar-me ao mar – sussurrou uma vozinha irritante na minha cabeça.

-Não caias ao mar – avisou-me Billy.

Raio do velho, às vezes parecia que lia pensamentos.

-Vou fazer o possível.

...

Caminhei calmamente pela beira-mar enquanto pensava na cambalhota que a minha vida tinha dado: em poucos segundos aquela criatura pálida e irritante tinha destruído todas as minhas esperanças. Tudo bem, sabia que havia poucas hipóteses mas nunca esperei ver aquilo que vi. Esperava que pelo menos Bella tivesse a decência de me ter contado.

Edward deixava-me simplesmente furioso: era tão possessivo. Das poucas coisas que eu não compreendia em Bella era o facto de conseguir aturar aquele tipo.

Enfim, teria de me conformar, havia demasiadas raparigas simpáticas em La Push para ter de me ralar com ela.

...

Leah's POV

Credo, que chatice. Aquele idiota do Jacob Black estava outra vez a andar pela praia com um ar de cãozinho abandonado. A Bella Swan devia ter-lhe dado com os pés outra vez; que criaturazinhas mais irritantes os dois. E o pior, o grande problema, é que me ia cruzar com ele.

Bolas, resmunguei.

Que azar, agora ia ter de lhe falar porque ele já me vira.

Bolas, resmunguei novamente.

Continuei a caminhar procurando olhar para ele o mínimo possível.

Não repares em mim, não repares em mim, não repares em mim.

Olhei novamente e entrei em choque: ele tinha caído à água! Ai que horror, tinha de fazer alguma coisa.

Tirei os sapatos e corri para o mar a pensar em como aquele era um dia péssimo em que estava uma ondulação horrível.

-Jacob! Jacob – gritei enquanto o agarrava.

Puxei-o para terra enquanto ele me olhava como se eu fosse um monstro de três cabeças.

-Ah... – murmurou enquanto eu o sentava na areia – O que é que aconteceu?

Não sei para que é que salvei uma criatura destas – disse para mim mesma (fui um pouco injusta porque Jacob consegue ser muito simpático).

-Caíste Jacob, caíste – suspirei.

-Não foi isso – reparei que ele pronunciava as palavras com dificuldade, como se ainda estivesse em choque ou algo do género – Tu salvaste-me – afirmou.

-Pois salvei – credo, que afirmação mais idiota.

Preparei-me para me levantar.

-Porquê?

Que conversa mais parva.

-Como assim? Tu estavas a afogar-te! Estavas assim tão desesperado que te tentaste suicidar? - ironizei.

-Que engraçadinha.

-Aposto que foi a Bella Swan outra vez. Não sei para que é que continuas a ligar-lhe. A miúda não tem concerto, só liga àquele parvalhão. Com tantas raparigas por aí, aposto que arrranjas alguma...

-Raparigas como tu Leah? – Troçou ele – Estás a tentar dizer-me alguma coisa por acaso?

-Eu... eu... eu... não digas asneiras. Nem sequer te atrevas a afirmar isso. Que eu saiba tu é que te atiraste ao mar, não sou eu que estou desesperada certamente - afirmei à pressa.

Senti-me imediatamente mal por ter dito aquilo: o Jacob conseguia ser simpático e eu estava a ser muito cruel.

-Desculpa, não queria dizer aquilo – afirmei.

-Deixa lá, eu estava mesmo a pedi-las.

-Tens a certeza que estás bem?

-Sim, estou óptimo. Obrigadíssima por me salvares. Fico a dever-te uma – e piscou-me o olho com um sorriso malandro.

-De nada. Mas por favor tem cuidado contigo – sorri e retribui a piscadela – não sei se posso sempre ver os teus desvarios.

-Não te preocupes, estou muito muito melhor – disse com um ar mais feliz.

-Não queres tomar um café ou assim? Estás encharcado. E não, não estou a dizer nada mais. É só um café.

-Claro mãezinha – e deitou-me a língua de fora.

-Anda lá, e vê se não te afogas na chávena.

-Francamente Leah! Estás a abusar da sorte – disse ele a abanar a cabeça com um ar de gozo.

A minha resposta foi uma língua de fora e uma saraivada de areia quando me levantei.

...


espero que tenham gostado desta nova fic :)

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