O Renascer de uma Constelação
Nome da FanFiction: O Renascer de uma Constelação
Autora: Camyllynha Snape
Betta: Chiisana Hana
Casal: Bellatrix Lestrange Lorde Voldemort
Censura: NC-17
Gênero: Romance
Spoiler: A história transcorre durante Harry Potter e a Ordem da Fênix
Sinopse: Após 14 anos em confinamento na prisão de segurança máxima de Azkaban, Bellatrix Lestrange é libertada pelo Lorde das Trevas. Mostrando à Comensal da Morte que ela continua sendo a sua mais leal, fiel e desejada servidora, Voldemort realiza em sua mansão uma inesquecível comemoração de boas-vindas.
Agradecimentos: À fantástica autora da série Harry Potter que criou este mundo tão mágico em seus livros infanto-juvenis. Muito obrigada, tia Jô!
À minha betta e super melhor amiga da Internet, a Chiisana Hana. Ela definitivamente me ajudou muito e eu não sei o que seria de mim sem ela ao meu lado durante sete longos anos. Te amo, amore!
À minha amiga de faculdade, a Lari que está sempre lendo o que eu escrevo e que nps últimos tempo tem sido a minha fiel escudeira. Obrigada por sua amizade, Lá!
Ao meu amigo Rapha que apesar de restar sempre surpreso com as coisas que eu escrevo, continua sendo um leitor assíduo. Você ainda vai pro céu, Raphinha!
Por último, gostaria muito de agradecer a todos que se dispuseram a ler a minha FanFic e que de alguma forma a história tenha sido do agrado de todos vocês. Muito obrigada por me deixarem feliz!
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O Renascer de uma Constelação
Capítulo 1:Retorno aos seus braços.
Escuridão. Os olhos não conseguiam enxergar a um palmo de distância. Calafrios. O vento gélido não se comparava à invernia eterna que se acomodara na alma da mulher enfraquecida. Não havia mais vida, apenas um mísero fio de esperança que procurava ressoar o maior tempo possível. Contudo, os momentos conscientes eram cada vez mais raros, quase despercebidos pela dama semimorta. O real e o irreal confundiam-se, mesclavam-se constantemente na mente doentia que um dia fora ágil e sã.
Passaram-se 14 anos. Naquele maldito dia, fazia exatamente 14 longos e tenebrosos anos desde que ela chegou à prisão de segurança máxima de Azkaban. Nas paredes da cela, riscos contavam a história daquela que por alguns segundos sonhava em escapar da morte que diariamente a consumia. Estava ali há tanto tempo, que diversas vezes sentiu a sua alma sair de seu corpo, desejando libertar-se da dor profunda da infelicidade. Contudo, era ele quem lhe trazia a vida, mesmo que por alguns instantes. Apesar dele não estar ao seu lado, levar seus pensamentos até Aquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado fazia com que Bellatrix Lestrange lutasse implacavelmente por sua pouca lucidez que escapava, feito fumaça, de sua mente quase vazia. Era Lorde Voldemort quem a mantinha viva. Era a sua crença em seu retorno triunfante, que remexia os sentimentos quase adormecidos da mais leal servidora do Senhor Obscuro.
Todos diziam que Bella era louca. Para a maioria dos bruxos, Você-Sabe-Quem jamais seria visto novamente. Ele fora vencido. Fora transformado em poeira por um bebê, uma criancinha comum chamada Harry Potrter. O garotinho não lançara nenhum grande feitiço, muito menos duelara até a morte com o Lorde das Trevas. Pelo contrário, o menino assistira de camarote o fim inesperado do tirano do mundo mágico. Não havia mais o que esperar, 14 anos é tempo suficiente para que as esperanças terminem definitivamente.
Debilitada, Bellatrix quase já não tinha forças para ficar de pé. Olheiras, lábios rachados, rosto cadavérico... Ela fora tão linda, tão perfeita antes de tornar-se prisioneira em Azkaban. Mas agora, muito de sua beleza foi-lhe retirada, enfeando-a consideravelmente. Ela ainda era linda, mas não tão bela quanto fora um dia.
O vento gélido que corria livremente pela cela escura, fazia com que a mulher permanecesse imóvel e encolhida em um canto, longe dos Dementadores que faziam frequentemente a ronda. Era bastante provável que, qualquer que fosse a sensação provocada com a presença dos guardiões da prisão mágica, Bella não mais suportaria a infelicidade bater-lhe a porta.
Os acontecimentos a seguir foram produzidos de forma ligeira. Na visão de Lestrange, as imagens e sensações ocorreram em um piscar de olhos, quase impossíveis serem descritas.
Repentinamente, os pensamentos voantes de Bellatrix retornaram para dentro de sua cabeça. Uma dor indescritível tomou conta de seu braço direito. Queimava. Parecia que chamas do inferno aceleravam intensamente a decomposição de seu corpo esburgado. Os olhos negros, que estavam cerrados devido ao cansaço físico e mental da feiticeira, arregalaram-se prontamente. A cor negra dos olhos começava a brilhar. Era um brilho diferente, um brilho emitido pela última vez há 14 anos atrás.
A marca negra. O chamado. Será que ele renascera das cinzas? Como era possível, após tantos anos à sua espera, ele retornar naquele dia, sem mais nem menos?
A cabeça da senhora Lestrange dava voltas e mais voltas. Era impossível raciocinar e ao mesmo tempo conter a dor que a fuzilava impetuosamente. O coração disparou. Será mesmo que era ele?
No auge, Voldemort costumava contatar seus Comensais da Morte a partir de um código impresso na pele. Uma tatuagem bastante particular. Um crânio que de onde saía uma língua em formato de cobra. Ao sentir o braço irromper em dor, o seguidor das trevas via-se obrigado a dirigir-se até o local no qual o Senhor Obscuro se encontrava.
Bellatrix continuava incrédula. Mesmo sentindo o seu braço sendo dilacerado pela dor, a bruxa continuava duvidando do retorno de seu amo. Repentinamente ela percebeu que quanto mais ela hesitava a possível volta Daquele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado, mais a agonia aumentava. A feiticeira estremeceu. Seu corpo arrepiou ao dar-se conta da magnitude do retorno do maior bruxo de todo o mundo.
Utilizando-se das últimas forças que ainda lhe restavam, Lestrange colocou-se de pé. Estava tonta, comprimida pela queimação incessante em seu braço. Primeiro ajoelhou-se; os olhos cerraram-se lentamente. O sofrimento causava-lhe prazer. Sentia-se honrada em presenciar, mesmo da mais brutal forma, o regresso de seu mestre. Em seguida, abriu os olhos devagar. Esforçando-se, a feiticeira cuidadosamente colocou-se de pé. Suas pernas tremiam, seu corpo dava sinais de que a qualquer momento ele despencaria ao chão, deixando-a desacordada.
---- É ele! – disse uma voz masculina na cela ao lado da de Bellatrix.
---- Sim, Rodolphus. – disse Bella em um tom suave e arrastado ---- O Lorde das Trevas se aproxima.
Novamente os olhos se fecharam. Os braços abriram-se lateralmente. A dor já não a incomodava. Ela sentia uma brisa leve, um vento refrescante que lhe permitia voar novamente. A mulher não se continha. Uma felicidade desmedida irrompia de dentro dela. Felicidade já esquecida após tantos anos presa. Os lábios carnudos formavam um sorriso. Aos poucos, os sentimentos tornavam a vibrar dentro da feiticeira.
Infelizmente, era impossível sentir alegria naquela prisão de segurança máxima. Uma dúzia de Dementadores voaram apressados até a cela em que a Comensal da Morte estava.
Assim que as criaturas das sombras chegaram ao local, Bella pôde sentir a felicidade transformar-se na maior dentre todas as depressões. A alegria transformou-se em tristeza. A força tornou-se fraqueza. Sentimentos quentes davam espaço a emoções frias, vazias. A bruxa podia sentir a alma sendo sugada rapidamente pelos guardiões de Azkaban. Ela tremia. Farejava o fim se aproximando. As pernas lutavam bravamente para permanecerem de pé. Os olhos, cheios de água, extravasavam ainda a pouca alegria que Bella possuía, ao sentir mais uma vez o chamado do Lorde das Trevas.
O corpo já não suportava o seu peso, caindo ao chão. Os joelhos tocaram o solo frio. Era questão de segundos para que o final trágico a desgastasse por completo. Não temeu pelo pior. Pelo contrário, seus pensamentos encheram-se de felicidade ao compreender que, caso a morte a levasse deste mundo, o desejo por sentir seu amo vivo, realizou-se nos segundos finais de seu desencarne.
Como animais selvagens e famintos, os Dementadores dirigiram-se apressados até o corpo quase sem vida de Bellatrix. As poucas energias que ainda a sustentavam serviam de alimento para aqueles trogloditas desalmados.
Os olhos negros sem vida viram quando as criaturas encapuzadas chegaram perto dela. Não teve coragem de enxergar o seu fim. Fechou os olhos e aguardou o sofrimento que lhe restava sentir.
Inesperadamente, uma luz verde clareou a prisão mágica. Os Dementadores voltaram-se para trás, esperando por uma resposta da luz emitida. As criaturas da escuridão viram mais uma vez o local sendo iluminado pela luz. Segundos depois, os seres desprovidos de emoções assistiram à chegada do homem ofídio que lhes fazia uma visita.
Bella abriu os olhos. Estranhou o comportamento incomum dos Dementadores. Eles estavam de costas para ela. Imóveis. Pareciam chocados com o que quer que fosse.
A mulher ouviu passos. Eram passadas apressadas. A cada passagem de pernas, uma dupla de guardiões afastava-se, formando duas fileiras. Lestrange procurava enxergar quem dela se aproximava. Não conseguia ver nada. Ouvia apenas os passos que a cada segundo estavam mais perto dela. Somente quando a última dupla de Dementadores afastou-se, cada qual para um lado do corredor, foi que Bellatrix pôde avistar a pessoa por quem toda a vida esperou.
À sua frente, de trajes negros, olhos vermelhos, sem nariz e rosto em forma de serpente, encontrava-se Lorde Voldemort.
Quando eu voltar pra você não negue seus beijos
O coração de Bellatrix disparou. Lá estava ele, a pessoa que a mantivera viva desde que chegou naquele lugar escuro, sem vida. Voldemort ressurgira. Os olhos da Comensal encheram novamente de água. As mãos machucadas foram ao chão. O corpo dobrou formando uma pequena reverência à figura do bruxo das trevas.
Que o amor que lhe dei não poderá esquecer
Voldemort estava chocado com a bruta aparência de sua mais fiel companheira de batalhas. Como ela havia mudado. Ainda possuía traços finos, delicados, mas estes eram escondidos em sua maioria pelo cansaço, fraqueza e sujeira que se apossaram da dama por quem ele sentia apreço.
Não me pergunte nada, que nada hei de explicá-la
Cauteloso, o bruxo maléfico caminhou até a bruxa que continuava a reverenciá-lo. Próximo dela, Você-Sabe-Quem abaixou-se, podendo olhar mais de perto para a mulher que nunca o esqueceu.
O homem levou uma das mãos até o rosto pálido da feiticeira, puxou-o com cuidado para perto e, enquanto acariciava o queixo delicado da Comensal, ele disse suavemente:
---- Vim te resgatar, Bella.
Que o beijo que me negou já não pode dar
A mulher sentiu o corpo arrepiar. Ela voltou seu olhar na direção daqueles olhos vermelhos. Perguntou-se mentalmente se aquela imagem era realmente real. Por tantas vezes ela sonhara com aquele dia, com aquele homem que sempre a levara ao infinito. Como distinguir o sonho da realidade?
Ainda afagando o queixo de Lestrange, Voldemort falou em tom confortador:
---- É real, Bella. Tudo é absolutamente real. Eu voltei, minha doce serviçal. Eu voltei para ti.
Quando eu voltar pra você e estiver sozinho com você
As coisas que lhe disser não repita nunca, por compaixão
Bellatrix sorriu. As lágrimas escorriam por sua face suja. O coração tão cedo não deixaria de palpitar. Ela estava feliz, feliz como jamais estivera em toda a sua vida.
Suavemente, a bruxa levou uma de suas mãos à face de serpente do Lorde das Trevas. Os dedos longos tocaram delicadamente a pele áspera do homem à sua frente. Ele não mudara nada, pelo contrário, continuava daquela mesma forma. Contudo, na opinião de Bella, estava ainda mais bonito, mais radiante, como jamais estivera em toda a sua vida.
---- Eu nunca duvidei do seu retorno, mestre. Eu sempre soube que um dia eu voltaria a vê-lo.
---- Eu sei, minha doce Bella. Por isso que eu voltei para você.
O casal aos poucos foi se aproximando. Os olhos fechados, as bocas ligeiramente abertas, os rostos cada vez mais próximos. À medida que chegavam perto um do outro, ambas as respirações eram sentidas e mescladas a de cada um.
---- Eu não tenho palavras para expressar os meus sentimentos neste momento, Milorde. – sussurrou Bellatrix à milímetros de distância do homem ofidioglota.
---- Esqueça as palavras, Bellatrix e me beije.
Una seu lábio ao meu e me aperta em seus braços
E conta às batidas de nossos corações
Luis Miguel – Quando Voltar Para Você
Os lábios estavam prestes a se tocar. Voldemort já podia sentir o gosto de ter novamente sua serva mais leal entre seus braços. Contudo, Bellatrix ainda estava muito debilitada. A intensidade das emoções daquele dia foi tão grande, que quando ela estava prestes a tocar os lábios de serpente do bruxo das trevas, sua mente apagou e seu corpo caiu sobre o de seu mestre. Bellatrix desmaiou. Voldemort a tomou nos braços. Os olhos vermelhos não queriam mais deixar de assistir à dama desacordada.
