Bem, aqui vai mais uma. Mas esse capítulo só vai ser publicado quando o último estiver pronto. Então, é isso. Se vocês estão lendo isso quer dizer que o Epílogo já está salvo no meu computador. Na verdade, computador do meu irmão, que eu estou invadindo exatamente uma hora da manhã. É, ele ta numa festa e quando ele chegar é bom eu não estar mais aqui.

Portanto, sem mais delongas, o motivo da inspiração: essa fic é sobre poder fazer o que você quer, e não o que os outros acham que você deve querer. É, tô meio frustrada com a vida. Ninguém leva minha paixão pela vida circense a sério (por favor, não riam). Tipo "Não mãe, eu não acho Direito super legal!". Enfim, vou escrever enquanto a inspiração ainda ta quentinha.

GOL !

Primeiro Capítulo

Píííí - É dada a partida!

Não faltavam mais de dez minutos para o sol despontar no horizonte.

Lily acordara cedo demais. De novo. Já estava pronta para as aulas, apesar de serem seis horas e a primeira aula ser às nove.

Tinha o olhar vidrado. Poderia e constantemente ficava pensando por longos períodos de tempo, parada como uma estátua, respirando suavemente e com a mente em chamas.

Nesse dia em especial, segurava firmemente uma bolsa.

Devido a sua profunda concentração, quase caiu da cadeira ao ouvir o mais baixo barulho que poderia ser ouvido, girando a cabeça tão rápido que poderia ter quebrado o pescoço.

Tropeçando da escada e quase caindo de cara no chão, Tiago Potter arrancou um pequeno sorriso da garota. Andava descalço e apenas com a calça do pijama - que digamos que precisava de um novo elástico urgente, de tanto que estava caindo.

'- Caiu da cama, Potter?- perguntou com a voz amena, voltando a olhar pela janela.

'- Mais ou menos isso.- na verdade tinha se enrolado no lençol, caído da cama e batido a cabeça na mesinha de cabeceira, acordando com a dor depois.- E você, Evans, acordou cedo pra estudar?- perguntou olhando para o uniforme que ela já vestia. Mais especificamente, olhava para a sua saia. Sentou-se em sua frente.

'- Não.- respondeu com o olhar triste.- Só... acordei.

'- Tava pensando em que?

'- Ah, tava pensando em: "Onde está o Potter numa hora dessas para me fazer companhia?".

'- Sério?- perguntou esperançoso.

'- Não.- respondeu rindo.

'- Ah... Por que você não está sendo hostil comigo? Está doente?- Tiago perguntou curioso.

'- Por que não está dizendo coisas idiotas e me convidando pra sair?- perguntou sarcástica.

Ele riu por uns instantes, com seu senso de humor inabalável.

'- Sei lá, é uma boa pergunta. Acho que quando não tem metade do colégio olhando fica mais constrangedor.- respondeu olhando pro chão meio envergonhado, momento que durou uns três segundos. Talvez menos.- E você?

'- O quê? Se eu acho menos constrangedor quando meio mundo fica olhando pra mim?

Potter riu.

'- Não, o porquê de você não estar sendo hostil comigo.

'- Ah, isso... É porque você me pegou em um momento vulnerável, Potter.- ela riu, confessando.

'- Vulnerável, é?- perguntou sorrindo daquele jeito e se inclinando pra frente.

'- Se toca, Potter, não é esse tipo de vulnerabilidade.- o empurrou pra trás levemente.- Quero dizer que estou sensível.

Não saiu como uma confissão e nem soou como uma. Foi como um segredo que ela deixou escapar.

'- Sensível? Porquê? Está naqueles dias?

'- Não, Potter, não seja insensível!

'- Então por que é? Te fizeram alguma coisa? Quer que eu dê um jeito nisso?

'- Não, Potter, não me fizeram nada! E se fizessem, eu sei me defender sozinha, obrigada.

'- Sei disso. Tenho cicatrizes para provar.

'- É bom que tenha.- ela riu.

'- Mas vai fala, que sou curioso. Por que está "sensível"?- marcou as aspas com as mãos.- Essa "sensibilidade" é um eufemismo pra tristeza?

'- Mais ou menos, é que...- começou a se abrir.- Ah, Potter, eu não posso falar sobre isso com você!

'- Evans!- ele se ajoelhou comicamente na frente dela, agarrando suas mãos.- A gente ta aqui trancafiado num internato! Longe das nossas famílias e amigos de infância! Não podemos nem confiar uns nos outros! Isso tá acabando comigo!- terminou tragicomicamente.

'- Tá, Potter, tá! Eu falo com você, mas levanta desse chão, tá frio. Aliás, você não quer botar uma blusa, não?

'- Você não pode passar meia hora olhando pras minhas curvas e já quer me agarrar? Controle-se!

'- Potter, faça-me o favor! Existem homens mais bonitos que você no mundo sabia?- falou irônica.

'- É, Evans, mas eu sou o único que você pode ter só pra você.- cruzou os braços atrás da cabeça e encostou na poltrona da frente dela. Para responder a cara de indignação dela, disse:- Ah vai, você acha que eu não reparei nas olhadinhas furtivas que você fica me dando desde que eu cheguei?

'- Tá, Senhor Eu-Sou-O-Máximo. Vamos fazer um trato. Eu paro de ficar apreciando suas formas perfeitas e você enxuga essa baba e pára de olhar pras minhas pernas. Fechado?

'- Vai ser difícil para ambos os lados, mas fechado. Pode desabafar agora, Evans.

'- Primeiro que isso não é um desabafo, Potter, não se sinta meu amiguinho. Só estou compartilhando um pequeno, assim, pequenininho pedaço da minha vida com você. E isso porque você é um chato e insiste muito e ...

'- Você não tem mais ninguém para falar sobre isso, certo?

'- Talvez, mas isso não é da sua conta. Enfim, vou falar. Sabe Potter, é um esporte. E eu sou fanática. Mesmo. Tanto ou mais do que você e o Black juntos são fanáticos por quadribol. Arsenal, Lion, Real Madrid, Barcelona, Manchester, München, Porto. Qualquer time, em qualquer lugar do mundo, qualquer jogo é digno de você parar o que está fazendo por uma hora e meia e assistir.

'- Legal, que jogo é?- ele disse meio desnorteado com o falatório doentio da garota.

Ela abriu a bolsa que segurava e tirou de lá um chaveiro. Uma bola esférica preta e branca.

'- Futebol.- sorriu.

'- O que eles fazem com essa bola?- perguntou Tiago pegando o chaveiro.

'- Tentam colocar dentro do gol.

'- Só isso? E as outras bolas?

'- Só tem uma, ué.

'- Uma? E não fica sem graça?- perguntou meio desapontado.

'- Não. Eles tentam colocar a bola no gol com os pés.- disse pegando a pequena bola de volta e procurando outra coisa.

'- E quantos gols tem?

'- Um.

'- O que!? Qual é a média de gols das partidas? Meio gol?

'- Não é do jeito que você está pensando. É... um espetáculo. Você já foi ao circo?

'- Já, claro.

'- Sabe quando os trapezistas ficam voando no ar, e os acrobatas e malabaristas fazendo as coisas, e você pensa "nossa, como eles conseguem fazer isso"... É essa a sensação de um jogo bem jogado.

Tiago refletiu um pouco, imaginando como seria esse tal Futebol. Deveria ser parecido com Quadribol. Mas com três bolas e dois gols a menos, sem vassouras, e com os pés. Como isso era possível???

'- Olha!- ela mostrou o que estava procurando.- É uma...

'- Fita cassete.- completou Lily, surpreendendo-a.- Eu sei. O que tem gravado?- pegou para olhar mais de perto.

'- Nessas férias aconteceu o evento mais maravilhoso do mundo.

'- Recebeu uma carta minha?- de fato tinha acontecido. E ele recebeu um tapa de leve pelo comentário.

'- Não! Teve Copa do Mundo de Futebol! Claro que eu vi todos os jogos da Inglaterra, mas um dia de madrugada eu tava sem sono e liguei o rádio. Aí peguei a freqüência de uma rádio estrangeira. Acho que é brasileira. Eu não entendi uma palavra, e achei o jogo lindo.- Falou com o rosto iluminado, Tiago preso em suas palavras.- Aí eu gravei, mas o toca-fitas que eu tenho não funciona aqui em Hogwarts.

'- Toca-fitas né?- o garoto disse maquinando algo na cabeça.

'- É. Ele toca as fitas. Pra gente escutar.- explicou paciente.

'- Legal. Espera aqui dois minutos e não sai daqui por nada nesse mundo!- subiu correndo e tropeçando na barra da calça, que (Lily não pôde deixar de reparar) caía charmosamente.

Era mesmo esquisito esse Tiago Potter. Ficava três anos puxando seus cabelos e lhe tacando papel, os outros três lhe pedindo encontros, beijos, e outras coisas menos decentes, e no meio do sétimo ano de convivência decide se tornar um verdadeiro gentleman, cavalheiríssimo.

Suas investidas não eram mais não insistentes nem indecentes. Não a amaldiçoava nem perseguia mais nas aulas, e pode-se dizer até que ficou simpático e prestativo. Uma pessoa "fofa", por assim dizer. Uma vez até puxou a cadeira pra ela sentar e lhe deu uma flor esquisita, mas bonita e inofensiva na aula de Herbologia.

Não que ela estivesse cedendo aos seus encantos ou coisa assim, mas já conseguia coexistir com ele sem querer explodir alguma coisa. Quem sabe até uma pequena amizade pudesse surgir. Afinal, ela era Lily Evans, aquela que acreditava que todos merecem uma segunda chance (se bem que com Potter já era a milésima, mas considerando sua melhora como indivíduo, decidiu dar mais uma).

'- Aqui Lily!- desceu novamente as escadas, dessa vez chegando a palmos do chão por causa do tropeço.- Experimente isso.

Trazia um toca-fitas como o de Lily, talvez até um modelo mais antigo.

'- Ah, Potter, você sabe que essas coisas trouxas não funcionam aqui...

'- Mas esse é diferente! Tenta, vai! Quero ouvir isso que você tanto gosta!

Ela olhou meio cética, mas aceitou o aparelho. Botou a fitinha e apertou o PLAY.Logo um som super real tomou conta do lugar, como se alguém estivesse falando ali do lado deles.

"É dada a partida aqui em Munique! (Gritos da torcida)". STOP.

'- Como você conseguiu isso?- Lily perguntou histérica, com um grande sorriso.

'- Bem, sabe o Arthur Weasley? Você não deve se lembrar dele, se formou há alguns anos.

'- Sei sim, aquele ruivo e altão!

'- Pois é, ele é amigo meu e dos caras, é apaixonado por tecnologia trouxa, ele sempre trazia esses objetos pra cá e enfeitiçava eles pra funcionarem aqui. É um ótimo bruxo. Deixou esse aqui comigo pra eu ouvir umas fitas que ele gravava.

'- Vem, vamos ouvir!

Sentou perto da lareira, no que ele a seguiu. Apertou novamente o PLAY. Uma mistura de narração em português muito rápido e gritos de guerra de uma torcida aparentemente monstruoso de tão grande lhes encheu os ouvidos.

Dava pra sentir a emoção do jogo na voz do narrador. Tiago ouvia atento a vibração da voz do narrador, a reação da torcida. Reconheceu apenas uma palavra, a mais importante: "Goooooool!", para eles "Goaaaaaal!". "Não-sei-o-que Ronaldinho!". Engraçado, esse nome não lhe era estranho...

Via Lily bater mãos e pés quando o narrador acelerava a fala. A bola devia estar perto do gol. Era incrível seu sincronismo com a torcida: gritavam "Uh!" juntinhos.

Como era bom ficar perto dela sem a iminência de levar um chute. Antes seus momentos com a garota de seus sonhos tendiam a explosões. Atualmente tendiam a ela feliz sem falar com ele e ele feliz observando ela. Tinha algo forte. Sua personalidade forte e de boa índole faziam sua beleza intimidar. Dava medo de tocar, até.

Antes, queria tê-la para si. Ah, quantos encontros dela ele já conseguira estragar. Não era a toa que ela o odiava. Mas agora, só queria lhe dar alegrias. Se isso envolvesse vê-la com um outro cara, tudo bem. Seria bastante doloroso, mas tudo bem. Felizmente, isso ainda não acontecera. Não que ele tivesse visto. Se bem que se ele não sabia era porque não tinha acontecido.

Sonhou acordado com a forma como ela se mexia e ansiava a próxima alteração de voz do narrador. Só saiu do devaneio quando ela perguntou:

'- Não foi lindo?

E ele respondeu perdido nos olhos dela:

'- Lindo...

'- Terra para Potter!- passou a mão na frente do rosto dele.- Tem alguém ai me ouvindo?

'- Claro que eu ouvi.

'- Nossa, essa coisa foi o melhor achado de Hogwarts! Você pode me emprestar?

'- É seu.- Ele entregou nas mãos dela.

'- Eu não posso ficar com ele, é seu.

'- Mas eu quero te dar. Você vai aproveitar mais do que eu, afinal, já ouvi as músicas das fitas que tenho umas mil vezes.

Ela hesitou por um momento. Mas no fim relaxou, cedendo ao impulso de abraçá-lo.

'- Obrigada mesmo!

Ele ficou estático.

'- Potter?

'- Ah, desculpa, é que o abraço foi demais pra mim!- disse ainda surpreso.

'- Foi mal, não faço mais.- sentou-se mais longe dele, envergonhada com o ato de espontaneidade. Não costumava fazer esse tipo de coisa como abraçar seu ex-arquiinimigo.

'- Ah, não tudo bem, só fiquei surpreso...

'- É, eu também...

'- Mas então...- assunto, assunto, onde está você?- como começou essa paixão pelo Futebol?

Lily Evans não costumava compartilhar essas lembranças nem com as amigas. Mas Potter já sabia de quase tudo sobre seu fanatismo, então não faria mal falar um pouco mais. Afinal, ele estava sendo legal com ela pela primeira vez que poderia se lembrar.

'- Meu pai. É doente pelo Chelsea. Toda vez que tem jogo um grupo enorme de amigos dele vai lá pra casa assistir pela televisão. Eu achava tão idiota um grupo de marmanjos feito criança por causa daquele jogo idiota. Até que um dia meu pai me levou no estádio pra assistir ao jogo ao vivo. Quase pulei do carro quando soube onde estávamos indo. Mas chegando lá, uma emoção totalmente diferente de tudo tomou conta de mim e quando vi estava cantando junto com a torcida do Chelsea e comemorando os gols.

'- Foi quase como quando meu pai me levou à força para a aula de ballet.- disse saudoso.

'- Potter, você dança ballet?- ela perguntou com os olhos quase saltando.

'- Brincadeira. Você tinha que ver a sua cara!

Ela deu um tapa nele, mas riu junto.

'- Ei,- ele estendeu a mão.- somos amigos?

'- Olha, eu sinto em te informar, mas amigos não convidam amigas para sair, nem roubam beijos e coisas desse tipo.

'- Ah, Evans, não estamos mais no quinto ano!

'- Potter, você fez isso mês passado.- ela riu.

'- Fiz? Acho que foi meu gêmeo malvado.- brincou. Ainda tinha a mão estendida.- Sério, prometo não te chamar mais pra sair, não te beijar, a menos quando você quiser, é claro--

'- Potter!

'- Brincadeira! Aceito suas condições, e letras pequenas, e blá blá blá. Onde eu assino?

Ela apertou a mão dele.

'- Aqui mesmo, amigo. Nossa, eu nunca pensei que isso fosse acontecer.

'- Nem eu! Isso ainda vai fazer parte da história da humanidade.

'- É eu sei. E bem, agora que somos amigos, e eu sei que você não vai sair contando pra escola inteira--

'- Até porque se eu fizer vou passar uma semana na enfermaria...

'- Exato. Eu só queria agradecer por me ouvir. Minhas amigas nunca entenderiam a paixão por um esporte. A maior paixão que podem ter é por- colocou a mão na bochecha- "Aquela saia maravilhosa" ou – se abanou com uma mão- "Aquele gato da Corvinal!".

Ele riu. Não sabia do lado engraçado dela. Não aquele sarcasmo que sempre usava. Graça mesmo.

'- Elas tem esse conceito que esportes são para garotos.- ela lamentou.

'- Mas tem garotas no time de Quadribol da Grifinória...

'- É, elas acham absurdo.

'- Desculpa falar assim delas, sei que são suas amigas, mas elas não têm a mente muito aberta né?

'- Pois é...- riu fracamente.- Isso porque ninguém daqui nunca soube que eu jogava futebol.

'- Você jogava?

'- É... lá na minha rua a gente tinha uma turminha. Todo dia de tarde, quando passam menos carros, estávamos lá batendo uma bola. E eu não era das piores!

'- Que legal, Evans! Porque você não organiza um time pra jogar aqui na escola?

'- Ah, claro. A certinha da Evans, defensora dos fracos e oprimidos, chamando todo mundo pra jogar um esporte trouxa, que pode contundir e quebrar unhas. Não é fácil quando não se é você, Potter. As pessoas te escutam.

'- Bem, se isso te consola, o Sirius não me escuta muito.- a fez rir um pouco.

'- Estou dizendo que se um dia você aparecer com uma roupa rosa de pompom isso vai virar moda. Entende? Aqui eu não sou nada, as pessoas acham que eu só sirvo pra mandar os alunos do primeiro ano não correrem no corredor e responder as perguntas na aula.

'- Evans, Evans, Evans. Por aqui, é tudo uma questão de conscientizar as pessoas...- disse com um brilho no olhar.

'- Potter, eu tô com medo de você. No que está pensando?


Bem, por hoje é só galera! Prometo que melhora no próximo, ke vai ser postado assim ke meu irmão deixar a fortaleza desprotegida. Juro:isso aqui é mais vigiado dó que o quarto do Papa.

Quanto às outras fics, sei que estão interrompidas, mas é só temporário. Estou entrando de férias agora e assim ke eu conseguir descansar e ter inspiração eu vou escrevendo os capítulos.

Digam o que acharam okay?

Beeeeeijos e amo vocês !