Isabella Swan tomou o primeiro gole do seu capuccino reencostando a cabeça no assento do motorista, soltou um longo suspiro tentando relaxar todos os músculos do corpo. Ela estava entediada, e isso se enquadrava a todas as suas ultimas missões, era difícil lembrar a ultima vez que algo realmente a desafiara.
Reconhecia, entretanto, que não se tratava exclusivamente do seu trabalho. A maior parte das pessoas já teria sofrido um ataque do coração, ou dado um fim a própria vida. Era sua culpa. Sempre preparada para o pior, o inimaginável, o imprevisível, era mais que provável que nenhuma missão a satisfaria.
Houve alguns pontos altos em toda sua vida de espiã, agente, criminosa... Ela não estava muito certa a qual grupo pertencia. A única certeza que possuía era que nunca havia visto alguém tão bom quanto ela no que faz, e essa constatação a deixava, de fato, orgulhosa.
O homem que ela perseguia saiu do café juntamente com o alvo: A maleta preta em sua mão. Durante sua caminhada para o carro, Isabella se deixou pensar em como um cientista e professor de renome como aquele se dava ao luxo de andar livremente pelas ruas de Boston com uma maleta de conteúdo valioso.
Aquele movimento de vai e vem feito pelos passos mancos do homem – a cirurgia no joelho esquerdo após um pequeno acidente doméstico deixou essa sequela – fazia a maleta dançar bem aos olhos de Isabella. O que haveria ali dentro? Ela mordeu o lábio inferior em hesitação. Charles não ficaria feliz em saber que ela estava fazendo esse tipo de questionamento. Aquilo nem tão pouco a interessava realmente. Isabella não era do tipo que fazia perguntas.
O homem finalmente abriu a porta do seu carro e enquanto dava a partida ela olhou mais uma vez para o arquivo que continha as informações dele. A foto de duas crianças loirinhas correndo do pai se destacava em meio as outras. Era uma coisa boa ela não precisar mata-lo essa noite. Deixar garotinhas órfãs talvez fosse a única coisa que Isabella se resentiria.
Edward amava estar em serviço. Cada pedaço, a pesquisa, o estudo, o plano, e a prática. A prática era com toda a certeza o que ele mais gostava. Apesar de que aquele final de tarde não oferecia muita adrenalina ao seu corpo bem esculpido e treinado.
Ele estava sentado em sua moto por quase quinze minutos, em plena sexta feira, esperando por um alvo que nem sequer ofereceria resistência. Olhou mais uma vez para dentro da cafeteria e revirou os olhos, afinal quem perderia tanto tempo escolhendo um simples café?
O cientista finalmente saiu e Edward preparou-se pra dar a partida em sua moto, quando notou algo estranho. O carro que estava atrás do seu alvo começava a se movimentar pelas ruas. Não, aquilo não seria possível... Quem além do F.B.I estaria interessado naquela maleta? Ele teria sido informado de qualquer organização que remotamente desejasse aquele conteúdo, e estaria bem preparado para quem quer que fosse.
No entanto, ninguém havia demonstrado interesse, Edward possuía Jasper para lhe assegurar daquilo. Mas se tinha alguma coisa que ele aprendera com seu pai, o falecido Carlisle, é que não se deve ignorar uma intuição em serviço. Se naquele carro estivesse alguém interessado na maleta, era primordial que não descobrisse que havia mais alguém na jogada. Ele.
Isabella olhou pelo retrovisor em tempo de ver a moto virar a esquina. Aparentemente ela estava paranoica, esperando um plus dessa missão. Alguém atrás do mesmo objetivo que ela seria algo agradável de lidar, uma surpresa...
Mas o seu perseguidor imaginário tinha ido embora, seguido o seu caminho seja lá qual fosse. Isabella se acomodou no assento afundando o pé um pouco mais no acelerador. Não havia perseguidor algum e mesmo assim ela continuava com aquela sensação conhecida na espinha.
Talvez...Não, não era possível.
De qualquer forma era hora de acabar com aquilo.
Pisou fundo no acelerador passando ao lado do carro prata do cientista. Ganhou a atenção do motorista que freou bruscamente quando Isabella virou o volante para o lado esquerdo impedindo sua passagem.
Ela saiu do carro andando decidida em direção ao homem que havia interceptado, ele, que exclamava improvérbios pelo acontecido, calou-se quando Isabella retirou de suas costas a arma que carregava no cós da calça.
Ela parou em frente a janela do cientista e bateu nela com a arma, o homem sobressaltou-se e quase foi parar no assento ao lado. Idiota.
A-bra. Sibilou Isabella sem fazer som algum, e apontou com a arma para onde deveria estar a tranca da porta. Se soubesse rezar o faria para que aquele homem não apresentasse resistência. O que ela mais queria era chegar em casa, tinha centenas de arquivos para memorizar.
– É blindado! – O cientista advertiu com as mãos levantadas. Isabella imaginou como ele poderia ser mais patético.
Ela içou a sobrancelha para cima e balançou a cabeça afirmativamente. A arma que empunhava disparou um tiro certeiro na janela da porta traseira que se espatifou em pedacinhos. Isabella voltou sua atenção para o homem, seus olhos duros o penetravam.
– Claro que é, professor Fischer. Agora destranque o carro, por favor.
Assim que a porta estava destrancada Isabella a abriu rapidamente e colocou sua cabeça para dentro do veículo.
– A maleta, professor.
Os olhos cinzentos se arregalaram, as sobrancelhas arquearam segundos depois como se ele nunca tivesse ouvido falar naquilo antes. Ele tentaria negar, constatou tristemente Isabella.
– Eu não sei... Não sei do que a senhorita está falan...
Isabella apertou o cano de sua arma contra o peito do professor Fischer, e suspirou uma vez. Ela realmente detestava idiotas.
– Talvez tenha que perguntar sobre ela para as pequenas Annie e Caty – Isabella olhou friamente para o homem que tinha perdido a coloração do rosto. Era impressionante a capacidade do ser humano de sucumbir a chantagens, quando essa envolve o bem estar de um ente querido. Até o mais terrível dos criminosos, no fundo, tem alguém por quem nutre um carinho especial, como uma mãezinha em um canto qualquer.
Criar laços com alguém é como criar pontos fracos. Quem em sã consciência criaria um calcanhar de Aquiles para si?
As mãos já pintadas pela idade dirigiram-se para de baixo do banco do carro e voltaram com a maleta preta, que Isabella pegou de pronto. Ela preparava-se para fechar a porta do carro sem maiores informações quando uma bala passou a centímetros de seu ouvido esquerdo. Se abaixou em instantes olhando pela janela da porta aberta.
Merda.
Pelo passeio, com uma mão na direção da moto e a outra empunhando uma arma, vinha aquele que ela pensava ser apenas fruto de seu imaginário.
Ela sabia!
Isabella se enfiou debaixo do carro momentos antes do seu perseguidor passar ao seu lado pelo passeio, olhou as rodas de seu carro bloqueando a passagem logo a frente, e sabendo ser a sua única chance, arrastou-se pelo chão saindo de debaixo do veículo e correndo para o seu próprio.
Olhou por cima do ombro e o motoqueiro já estava novamente vindo em sua direção. Ele também teve uma intuição de que não era o único que estava atrás daquela maleta, constatou Isabella, mas diferentemente dela, ele levou a sua intuição a sério. Quase fez uma careta quando percebeu que ele, por um momento, tinha a enganado.
Entrou pela porta aberta do motorista e ligou a ignição pisando fundo no acelerador, não havia pensado no que faria depois que alcançasse o veículo, afinal alguém que quase a havia enganado não perderia de vista aquele porshe cor de vermelho sangue.
Logo veio o primeiro tiro que quebrou o para-brisa traseiro. Quando Isabella saiu de casa no carro de Alice não poderia prever que participaria de algum tipo de perseguição automobilística. Chegou até a pensar que a cor vermelha tornaria aquela missão algo mais excitante. Seguir alguém com um carro chamativo, por que não? Ainda mais se tratando de um idiota como o professor Fischer. Agora teria que aguentar as reclamações da dona do veículo.
Dois tiros acertaram a lataria dessa vez, arruinando a pintura vermelha do porshe. Alice a trucidaria se conseguisse. Olhou pelo retrovisor como se pudesse matar o atirador apenas com o olhar. E ela queria mata-lo, literalmente.
Apertou as mãos ao redor do volante enquanto pensava em um meio de despista-lo sem que no processo destruísse o carro de Alice por completo. Aproveitando-se da reta, firmou a mão direita na direção e atirou no motoqueiro pelo espaço ocupado antes pelo para-brisa.
Ela olhou pelo retrovisor, e como já esperava aqueles tiros não tinham o acertado. Merda! Ela queria tanto matá-lo! Mas precisava se concentrar primeiro em como despistá-lo, e sair daquela perseguição com a maleta. O que Charles pensaria se falhasse? Certamente, que amolecera. Como se fosse possível que algum dia isso acontecesse a ela.
Isabella acelerou o carro e puxou o freio de mão, o porshe rodou na pista e ela se jogou para fora do veículo, por pouco a roda traseira não passou por cima de suas pernas. Respirando fundo, e ignorando as escoriações, Isabella se levantou e correu para a grade que delimitava o porto de Boston. Sumiria entre as centenas de containers, e sairia da situação tranquilamente, como sempre.
Depois de escalar e pular a grade olhou para onde o porshe se encontrava, o motoqueiro já havia abandonado sua moto, e andava em direção ao porto. Ela se amaldiçoou mentalmente, aquela manobra com o Porshe deveria ter lhe dado mais tempo. Correu o mais rápido que pode antes que o perseguidor fosse capaz de ouvir seus passos. Parou de andar quando ela já podia ouvir os dele. Agachou-se protegida por um contêiner. A pouca luminosidade do começo da noite, serviria para encobri-la.
– Eu sei que você está ai – a voz era firme, máscula e trazia um fundo de ironia que despertou os sentidos da mulher. – E, acredite, eu vou te encontrar.
Isabella revirou os olhos para o que ouvia. Só havia um modo de achá-la, e era se assim ela desejasse.
– Eu sou Edward Masen, Agente do FBI. – Claro, só podia se tratar de um federal para ser inconveniente daquele modo, refletiu Isabella, que esperava que ele passasse pelo seu contêiner para que, lentamente, pudesse fazer o caminho de volta.
– Só quero conversar, não precisa ter medo. – Isabella congelou seus pés. Porque diabos aquele agentizinho achava que ela teria medo dele? Ela não tinha medo de ninguém. Não havia pessoa viva a qual Isabella temeria.
– Além do mais, não machucaria uma mulher que evidentemente não sabe onde está se metendo – Uma veia saltou na testa de Isabella. Não machucaria uma mulher, foi o que ele disse. Além da prepotência em achar que ela teria medo dele, ainda falava como se o fato dela ser mulher não representasse um perigo.
Os passos de Isabella que antes se afastavam, voltaram lentamente em direção ao corredor onde o Agente Masen passaria.
Ela ia mostrar quem deveria temer alguém ali.
– Tudo o que você deve fazer é entregar a maleta e eu prometo que... – Aquela era a hora, Isabella se revelou no corredor e bateu a maleta nas mãos do federal, fazendo com que sua arma caísse no chão. Em seguida o bateu fortemente no estomago. Parou um momento para refletir o quanto aquilo era perfeito, usar o objeto que ambos queriam como arma para feri-lo.
Jogou a maleta para trás de si própria e foi andando em direção ao homem que se recuperava do impacto, ele era alto e visivelmente forte, mas não era dois. E ainda que dois ele fosse, Isabella daria conta do recado.
– Calma, calma, mocinha. – Isabella se recusou a acreditar que ele tinha falado aquilo. Nem se lembrava da época que chegou realmente a ser uma mocinha. Pegou impulso para um chute certeiro em seu supercílio, mas para a sua surpresa, ele pegou seu pé milímetros antes, e torcendo-o rapidamente em 360 graus, fez com que o corpo de Isabella girasse no ar antes de atingir o chão em um baque surdo.
– Bem treinada... – Edward refletiu, olhando para o corpo dela de cima a baixo, visivelmente se demorando mais em algumas partes do que em outras. Isabella sabia que ele a analisava como uma oponente na luta, e também como mulher.
Ela partiu para cima dele, e para sua frustração, o homem apenas se defendia. Apesar de todos os socos e chutes desferidos, a cada três golpes ela acertava dois, o homem não contra atacava. Aquilo não o tornava digno em seu pensamento, além de ser sinônimo de covardia, aquilo a irritava. Não estava se defendendo porque ela era uma mulher? O imbecil não batia em mulheres então?
Esse pensamento fez com que ela desferisse um chute contra o estomago do homem, que deu vários passos para trás, colocando as mãos nos joelhos. Ele cuspiu sangue e limpou a testa com as costas da mão, subiu os olhos para encarar sua agressora, Isabella quase pode sentir o verde a penetrando por inteiro.
– Você vai pagar por isso... – Edward disse, e ela deu um grito interno de vitória por ter despertado a vontade de contra atacar no Agente Masen. Ficou parada enquanto o homem andava a passos rápidos e duros, ela deixaria que ele desse o primeiro golpe, ela queria sentir.
Seu corpo foi jogado contra um contêiner e as mãos de Edward agarraram seus dois braços, ela sentiu a região formigar enquanto rogava por mais, encarou os olhos verdes com determinação e esperou o próximo movimento do homem.
– Eu tenho sido muito bom até agora. Mas tenho que fazer o meu trabalho – Ele a encarou seriamente enquanto seu rosto chegava mais perto do dela – Para quem você trabalha, e o que vocês querem com o conteúdo da maleta?
Isabella não respondeu, na verdade se limitou a analisar o homem. Ele era bonito, ela não poderia negar. O queixo quadrado, os olhos inquisidores, aquele corpo másculo que agora quase esmagava o seu. Bella foi acordada de seu devaneio com as mãos fortes apertando mais seus braços e a socando contra o contêiner. Em resposta ela sentiu um formigamento no baixo ventre. Mas que porraera aquela?
Tomada pelo ódio Isabella rapidamente inverteu as posições. Jogou o homem contra a parede do contêiner enquanto retirava sua arma do cós da calça apontado para ele. Edward levantou os braços e ergueu uma sobrancelha para Isabella.
– Então, pretende me matar? – ele riu o que fez com que a raiva de Isabella aumentasse em níveis inimagináveis.
Oh sim, ela queria mata-lo. Nunca desejou tanto ver o sangue de alguém escorrer por suas mãos. Mas olhando para aquela figura prepotente rendida por ela, pensou no quanto seria humilhante para ele ter que voltar para o trabalho e admitir que fora vencido por uma mulher. Morrer era fácil demais, e apenas momentaneamente divertido.
Se aproximou do Agente Masen, ainda empunhando a arma contra ele, sua mão adentrou na jaqueta de couro podendo ter um aperitivo dos músculos bem trabalhados. Os olhos verdes, agora escurecidos, exerciam um magnetismo que não permitia com que Isabella desviasse os seus, mesmo que ela quisesse. Por um momento ela temeu que ele fosse capaz de descobrir seus segredos mais obscuros apenas olhando em seus olhos.
Percebendo que teria que soltar a arma para algemar aquele homem na barra de ferro da lateral do contêiner, Isabella deu dois passos para trás levantando sua perna esquerda, a sola de sua bota encostando levemente no pomo de adão do homem, que engoliu em seco. Ela sentia o verde cravado em seu corpo. Pegou a mão de Edward a fim de finalmente algema-lo. Ele tentou se mexer um pouco, mas assim que minimamente o fez Isabella apertou o pé na garganta do homem, o deixando rapidamente sem ar, então olhou para ele por baixo dos cílios, uma ameaça muda.
Voltou a pegar sua mão, dessa vez sem que ele tentasse alguma gracinha, e para alcançar a barra de ferro Isabella teve que se esticar ainda mais. Ouviu algo parecido com um guinchado do homem, e seus olhos se voltaram rapidamente para ele, para ver o que estava acontecendo. Ele tinha o olhar firmemente cravado em suas pernas, e um sorriso malicioso no rosto.
– Deus abençoe a flexibilidade. – Ele disse, sua expressão maliciosa se abrindo em um sorriso de lado.
Ela travou uma luta contra si mesma para não responder o homem à altura, aquelas gracinhas dele a irritavam completamente. Buscou seus olhos para lhe lançar um olhar frio de desdém, mas estacou quando percebeu para onde ele olhava agora. O centro entre suas pernas. No lugar de irrita-la mais, como provável, aquele olhar agora escurecido dirigido para aquela determinada parte, vez com que Isabella ficasse momentaneamente sem ar. A sensação pouco familiar no baixo ventre voltou pela segunda vez naquele começo de noite.
Mas que merda estava acontecendo com a cabeça dela hoje?
No ponto mais alto da montanha russa de sua irritação, Isabella acabou de algema-lo e guardou a chave no bolso de sua calça, liberando o homem do aperto em sua garganta. Procurou o celular em seus bolsos, e o encontrando o jogou embaixo do contêiner. Quem precisaria ter flexibilidade para pegá-lo seria ele, e não ela.
Afastou-se alguns passos do homem para contemplar seu trabalho devidamente executado, evitando olhar nos olhos que ela sabia que a encarava. Virou-se de costas pronta para pegar a maleta e rumar para casa quando ouviu a voz máscula pronunciar de onde o deixara.
– Vai me deixar aqui... – Isabella virou apenas a cabeça, sustentando-a por cima do ombro, os olhos vidrados na figura alta algemada - sem ao menos me dizer o seu nome?
Analisou as feições que seu rosto adotara. Mesmo estando literamente rendido aquele homem não deixava a prepotência de lado. Um sorriso brilhante brotava de seus lábios, e uma das sobrancelhas se erguia em desafio.
Por um momento Isabella ansiou retribuí-lo com seu próprio sorriso prepotente, mas sabia que tudo o que deu para Edward foi uma expressão fria e calculada. Porém, se aquele homem fosse atento, perceberia a vivacidade com a qual ela o encarava por trás do olhar gélido.
Isabella virou a cabeça para frente e agachou-se para pegar a maleta, poucos passos depois pode ouvir uma risada que mais parecia um bufar de incredulidade vindo do Agente Edward Masen. Mas dessa vez ela não se virou, continuando seu caminho com passos rápidos e silenciosos até o carro danificado de Alice.
Sentou-se na poltrona do motorista soltando um longo suspiro. Suas mãos acariciaram o volante e os recém acontecimentos pairaram sobre sua memória. Até que a tarde não tinha sido um desperdício completo, concluiu Isabella. Um sorriso brotou em seus lábios rosados e foi rapidamente banido quando ela notou que ele nascia. Girou a chave na ignição e colocou o carro em movimento. Isabella nunca permitiria que um sorriso de origem genuína, como aquele, permanecesse em seus lábios por mais que alguns segundos.
