Título: Soul
Classificação: M
Shipper: ( SasuSaku )
Gênero: DarkFic, Horror
Disclamer: Os personagens do anime/mangá Naruto pertencem a Masashi Kishimoto e nenhum lucro será obtido com esta fanfiction. As imagens da capa e do rodapé pertencem á Amir_Creations e Genemade and Asha3 . Apenas foram editadas, sem fins lucrativos, por mim.
Sinopse: Sakura questionava-se se seu estado mental estava estável. Em um minuto, ele parecia estar ali, falava com ela e causava feridas em seu corpo. E no outro, nada mais estava lá, era como se tudo fosse apenas obra de sua imaginação. Mas ela sabia que os hematomas em seu corpo eram mais que reais, e que toda noite, ele aparecia para á assombrar, impedindo-a de dormir, observando-a e torturando-a com aqueles assustadores olhos vermelhos.
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Alma – Parte I
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" Sempre tema aquilo que residi no escuro... "
A brisa calma e gélida da noite entrava pela janela aberta, balançando as cortinas de cor creme. A garota que ali estava sentada, apenas observava as estrelas que iluminavam o céu, encoberta pela escuridão de seu quarto. Com os olhos verdes avermelhados fixos no chão de madeira, ela balançava-se debilmente, enquanto cantarolava uma musica. A voz em um murmuro sofrido, impossibilitando que qualquer pessoa a escutasse. Sussurros silêncios e sem sentido.
Sakura não sentia nada ao seu redor, era como se tudo estivesse desaparecendo. Tinha medo de dormir e ter os mesmos pesadelos que sempre a acompanhavam, a mesma dor que quebrava seu coração. O pânico que nunca tinha um fim, deixando-a assustado ao mínimo barulho do balançar do vento.
Uma semana tinha se passado, e a insônia que se abatia de seu ser não passava. Todas as noites, exatamente ás duas da manhã, a jovem se acordava atordoada e com falta de ar, e então, não conseguia mais dormir. Ficava acordada pelo resto da noite, sem ao menos piscar os olhos, vendo sombras e vultos rondando pelo quarto. E o mais aterrorizante, aquela voz incrivelmente rouca que ficava a sussurrar coisas sem sentido ao seu ouvido.
Depois de tantos dias dormindo minimamente pela noite, e trabalhando durante todo o dia, Sakura já sentia o cansaço se abater sobre seu corpo. Estava mais lenta do que nunca na hora de atender e anotar os recados para seu patrão, além de não ter mais animo para sair e curtir a vida.
Fazia exatamente dois anos que a Haruno tinha se mudado do interior de Nova Jersey, e resolvera tentar a vida em Nova York. Sempre tivera sido criada pela sua mãe, pois seu pai tivera morrido quando a menina ainda era pequena. Na verdade, Sakura não tinha nenhuma lembrança do homem, apenas sabia que ele tinha trabalhado em uma pequena empresa de roupas.
Sua mãe a quem tanto amou e respeitou morreu á um ano, em um acidente de carro fatal. Desde então, Sakura não tinha mais amigos, uma vez ou outra arranjava um ficante, mas nunca progredia para algo serio. Os amigos eram poucos, poderia até dizer mínimos.
Quando o sol começou a nascer no horizonte, a rosada percebeu que o dia logo amanheceria. As sombras não mais iriam a atormentar, mas em compensação, tivera perdido mais uma noite de sono. Cambaleante, ela se levantou do chão gelado, andando devagar em direção ao banheiro.
Todo o seu corpo doía, e seus olhos queimavam fortemente. Sakura apenas desejava, que tudo aquilo passasse logo.
Isso não irá acabar, querida Sakura!
Como poderia aguentar aquilo? Mal sustentava-se sobre as próprias pernas. O rosto estava magro. A pele pálida, e os olhos fundos. Sakura tocou a própria face, percebendo que suas mãos estavam ainda mais magras, carregando leves hematomas arroxeados.
Após um suspiro exausto, a rosada tirou o roupão branco que cobria o seu corpo, revelando uma estatura magra e abatida. Devagar, ela deitou-se dentro da banheira, permitindo-se relaxar um pouco.
Por mais que tentasse, não conseguia. Sentiu algo puxando suas mãos, sussurrando em seu ouvido com uma voz rouca, que parecia ecoar por seus tímpanos, fazendo com que seu coração batesse mais rápido. E quando abriu os olhos, aquela sensação parou.
- Oh meu Deus... – Sussurrou ao ver a agua da banheira totalmente vermelha, sujando seu corpo branco com o liquido. – Sangue? – Questionou-se observando a própria mão. O sangue entrava pelas suas unhas, escorrendo pelo seu braço e pingando sobre a enorme quantidade que tinha embaixo de si.
Um grito assustado rasgou sua garganta, e rapidamente, a rosada saiu da banheira, correndo e fechando a porta do banheiro com força. Todo o seu corpo tremia, manchado pelo sangue que sujava sua intimidade, seus seios, seus cabelos e sua face. Estava totalmente coberta por aquela coisa, e em desespero, Sakura pegou um lençol, tentando limpar-se da forma que podia.
Mas quanto mais se limpava, mas aparecia sangue em seu corpo. Sakura não sabia da onde estava saindo, mas estava ali, cobrindo-a e assustando-a. Até que ela não conseguiu mais mexer-se, o lençol manchado deslizou pela sua mão, caindo no chão onde se formava uma poça de sangue.
Parecia estar hipnotizada. Os olhos verdes fixos em algo que ela não podia enxergar. O olhar vago e triste. Com um baque, seu corpo chocou-se contra o chão de madeira, enquanto a saliva fria descia pela sua boca, os olhos reviravam-se, e naquele momento, a dor invadia Sakura.
Uma dor tão forte, tão poderosa. Parecia estar sendo decapitada, tendo cada membro de seu corpo puxado por algo, ao ponto de separá-los de seu tronco. Seu coração bater rapidamente, sem parar. Podia-se ouvir o som desenfreado e forte dele, como se estivesse chamando por socorro enquanto estava sendo estraçalhado.
Seu corpo levou um choque quando tudo aquilo parou, e a escuridão tomou os sentidos de Sakura, talvez, levando-a para o seu pior pesadelo.
Eu vou mostrar á você, do que sou capaz...
Quando finalmente abriu os olhos verde jade, uma terrível dor de cabeça tomou á rosada. Todo o seu corpo doía, queimava, apesar de não doer tanto como á horas atrás. Seu coração já batia normalmente, mas Sakura mal conseguia movimentar-se. Tentou mover as pernas, mas como resposta recebeu uma dor aguda que a fez gemer de dor.
Sentia frio! Muito frio, sua pele estava gelada e pálida, e seus lábios roxos. Sabendo que precisava se aquecer, a rosada usou os braços que não doíam tanto para se arrastar até a cama. Sua bochecha arranhava no chão, enquanto que o os movimentos apenas fazia sua dor aumentar mais.
Após respirar um pouco de coragem, ela levou suas mãos até a beira da cama, e fazendo um esforço cansativo, conseguiu jogar-se sobre os lençóis. E imediatamente ela se encolheu entre eles, deixando que as lágrimas descessem por suas bochechas, os soluços e os gemidos de dor escapavam por entre seus lábios.
Seu estomago embrulhou-se, e seu corpo inclinou-se rapidamente. Sakura colocou para fora o liquido esverdeado e fedido, melando os lençóis da cama. Foi quando finalmente percebeu que o chão já não estava mais sujo de sangue, assim como o lençol que estava no chão.
Na verdade, não tinha ao menos uma mancha de sangue em todo o quarto, apenas o recente vomito em cima dos lençóis da cama. Sakura levou as mãos tremulas a cabeça, em desespero. Afinal, o que estava acontecendo consigo? Porque estava sentindo aquelas coisas? Estaria delirando, perdendo sua sanidade?
Assustou-se quando ouviu batidas fortes na porta. De repente, a dor que preenchia seus músculos desapareceu fazendo com que a rosada ficasse confusa. Não conseguia entender mais nada, e agora temia quem quer que estivesse chamando-a da porta.
Rapidamente, Sakura vestiu um moletom azul, que cobria até suas coxas. Devagar, caminhou até a sala, percebendo que as batidas ficavam cada vez mais nítidas. Observava a porta com os olhos cheios de medo e incertezas, após respirar profundamente, tomou coragem e a abriu de supetão, fazendo com que sua amiga se assusta-se.
- Mas o que deu em você? Estou te ligando desde ontem. – Ino gritou enquanto entrava dentro da casa, após virar-se e encontrar o rosto da rosada, se assustou um pouco. – Nossa! Você tá péssima Saky. Algum problema? – A bochecha da rosada estava arranhada, e o rosto que antes era tão saudável estava magro. As cochas carregavam hematomas azulados, enquanto que os olhos estavam avermelhados com assustadoras olheiras escuras. Ino nunca tinha visto a amiga naquele estado, e aquilo a preocupou.
Mas Sakura negou-se a responder a pergunta da Yamanaka, caminhando rapidamente até a cozinha. Quase não tinha voz para falar, além de estar muito confusa e assustada, algo parecia a controlar, e aquilo realmente estava começando a desesperá-la. Estava inquieta, e a todo o momento observava Ino, querendo saber se a face angelical da loira não iria mudar para algo demoníaco.
- Sakura... – A loira a chamou suavemente, fazendo os olhos verdes atordoados observá-la com confusão. – O que está acontecendo?
Com as mãos tremulas, a garota se sentou na cadeira, colocando a cabeça entre as pernas. Deixou que as lágrimas caíssem de seus olhos, enquanto tentava por suas ideias em ordem. Afinal, o que estava acontecendo? Qual era a explicação para todos aqueles acontecimentos?
- Eu não sei... – Sussurrou minimamente, sentindo as mãos delicadas da amiga alisar suas costas com carinho. Queria contar tudo para Ino. Do sangue. Da dor. Das sombras. Da voz, mas algo a impedia, as palavras não saiam. Ela parecia estar sendo controlada. – Quero ficar sozinha... – Foi o que sussurrou, a voz rouca e fraca.
A loira ainda pensou em contestar, mas resolveu atender ao pedido da amiga. Fazia algum tempo que a rosada estava agindo daquela forma, sempre aparecia no trabalho com sono, olhos vermelhos e inchados, além de vários hematomas por todo o corpo. Estava preocupada, mas não poderia pressionar a amiga, preferiu por deixa-la um tempo sozinha, para que a mesma se acalma-se. Pegando a bolsa que deixara sobre o sofá, Ino andou em direção aporta, olhando uma ultima vez para a amiga.
- Se precisar de algo, pode ligar para mim... – Sussurrou antes de ir embora. Assim que a porta fechou-se, a rosada deixou seu corpo cair sobre o chão. Aquela sensação horrível estava voltando, e ela nada conseguia fazer para se controlar.
Queria gritar e chamar por socorro, para que Ino a ajudasse, mas sua garganta estava travada. Suas mãos remexiam-se sozinhas, arranhando o próprio corpo, hora gravando-se na madeira do chão.
Foi naquele momento, que pela primeira vez o ouviu falar nitidamente, com uma voz rouca e maldosa, que a cada timbre fazia seu corpo doer cada vez mais.
Não é bom sentir dor, Sakura?
Cada musculo se contraindo em desespero, olhos assustados e gritos de horror!
Isso é tão bom para mim...
Sakura negou com a cabeça, chorando cada vez mais. Aquilo não era bom, pelo menos, não para ela. Porque ele estava fazendo aquilo com seu corpo? Porque insistia em brincar daquela maneira tão sádica? Debateu-se para tentar escapar daquilo que a prendia, mas de nada adiantou. Era inútil!
Não se preocupe minha querida, tudo apenas irá piorar...
Espere por mim, pois quando a escuridão chegar, eu voltarei novamente, e nos poderemos brincar de uma forma bem melhor!
Da mesma forma inesperada que chegou, ele se foi, liberando o corpo da jovem Sakura. Assim que sentou-se, a garota começou a gritar, novamente levando as mãos a cabeça. Puxou os cabelos com força, arrancando alguns fios rosados, enquanto o grito ainda resgava sua garganta.
- DEIXE-ME EM PAZ! – Gritou em fúria e desespero, derrubando todos os copos de vidro que tinham na cozinha. Os cristais chocaram-se contra o chão, quebrando-se em vários pedaços afiados e cortantes, mas Sakura não ligou, pisou sobre eles, ferindo os pés que estavam descalços, ela sentiu quando o sangue brotou rapidamente, fazendo uma poça abaixo de seus pés. – FIQUE LONGE DE MIM! – Rosnou derrubando as cadeiras, rasgando as almofadas, gravando as unhas na parede, danificando a pintura, manchando-as com o sangue que brotava das unhas quebradas.
Quando finalmente se cansou, Sakura caiu de joelhos no chão, ainda sussurrava coisas sem sentido, pedindo e exigindo que tudo aquilo acabasse. Tudo estava sujo com seu sangue, e seu corpo estava cheio de hematomas roxos e cortes que ela mesma fez.
E antes de adormecer ali no chão da sala, a rosada ainda viu um par de olhos vermelhos que a observavam fixamente. Olhos incrivelmente assustadores, com manchas negras embaixo dos mesmos, incapaz de deixar os olhos abertos por mais tempo, a rosada os fechou.
Estou esperando por você...
Continua
Yoo flores! \o/
Olha eu aqui, trazendo mais uma fic minha para vocês, está é mais sombria, kk!
Sinceramente, não sei se está boa, afinal está é a primeira vez que eu escrevo esse tipo de gênero, espero não ter exagerado muito.
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Mas em fim, espero que tenham gostado, amanhã eu posto a segunda parte, ela é bem curtinha, é apenas uma Double-Short!
Beiijos!
