Nota: Essa fic se passa em algum momento depois da visita dos Winchester à Ellen, mas bem antes de Sam e seus problemas com o YED.

Essa fic é inteiramente dedicada à Empty Spaces, que a betou, me ajudou a escolher um título, me incentivou e emocionou com seus adoráveis elogios, e quase me matou do coração quando resolveu dar um ataque por bobagem. Obrigada, linda, isso não seria possível sem você.

Prólogo

Robert Taylor estava sentado à escrivaninha de seu escritório, observando a madeira escura das prateleiras abarrotadas de livros sobre fantasmas, aparições e outros monstros. Pesquisava e lia bastante sobre seu gênero literário, para poder fazer melhor do que todos já fizeram, melhor do que ele próprio.

Sempre pensara em fantasmas vingadores como personagens de histórias de terror, e agora... Não tinha certeza de mais nada, apenas de que estava com medo. Muito medo.

Seu passado resolvera dar as caras novamente, andava cada vez mais paranóico. Via aquele vulto branco em todos os lugares que passava. De dia, de noite, a qualquer hora, em qualquer lugar. Só podia estar ficando louco!

Resolveu fazer o que fazia de melhor para que os pensamentos o abandonassem: escrever. E então começou a digitar sua história e os nomes que ela envolvia na tela branca do editor de texto de seu computador.

De repente, ouviu um barulho, e olhou assustado em direção à porta. Apurou os ouvidos para tentar escutar mais alguma coisa, mas nada aconteceu. Começou a digitar mais rápido, os dedos correndo livremente pelo teclado do computador.

Ouviu de novo, dessa vez mais perto. De olhos arregalados, salvou o arquivo com uma senha, e levantou-se lentamente, atento a qualquer coisa suspeita. Abriu a primeira gaveta, e tirou de lá o revólver. Engatilhou e esperou. Não se ouvia nada na noite. O prédio, provavelmente vazio, estava silencioso. Resolveu ir até a porta, pé ante pé, cauteloso. O silêncio era tão grande que incomodava.

Resolveu abri-la. Colocou a mão na maçaneta, e girou-a levemente. Foi arremessado no ar, batendo as costas na escrivaninha. Papéis, canetas e seu telefone foram parar no chão com a pancada. Tentou se mover, mas alguma coisa o impedia. Alguma força invisível parecia estar em cima dele, impedindo-o de se movimentar. Quando olhou para a porta avistou-a: a garota de cabelos negros e vestido branco estava ali, seus olhos vermelhos cheios de cólera.

O suor pingava do rosto de Robert Taylor. Tinha os olhos arregalados, em choque. Olhou para o revólver jogado no chão a alguns passos dali. Esticou os dedos, numa vã tentativa de se mexer e alcançá-lo. A garota parou à sua frente, e entortou a cabeça, olhando como se o achasse uma coisa muito curiosa.

- Por favor... Não... – implorou ele.

A garota riu e estendeu a mão, colocando-a no peito de Robert. Imediatamente o ar começou a faltar-lhe. A garganta fechada parecia preenchida com blocos de terra e pedras. Lentamente a vida foi se esvaindo de seu corpo e seus olhos revirados perderam o brilho.

O fantasma sumiu e o corpo inerte de Robert Taylor caiu no chão, com um baque surdo. No outro dia quando o encontrassem não haveria indícios de um homicídio, tudo parecia um simples infarto. Mas o computador, ainda ligado, denunciava outra coisa, mesmo sem ninguém saber.