Título: Mãos.
Censura: K – Livre.
Shipper: Edward/Bella.
Autora: Madeofbones. (Ou apenas Bones.)
Descrição: Eu era apaixonada por suas mãos. Mas elas só eram especiais por pertencerem a ele.
Disclaimer: Não é como se algo aqui, além do contexto da história e o modo de descrever, me pertencesse.
Capítulo Único.
Mãos.
Narrado por Isabella Swan.
Eu era apaixonada por suas mãos. Cada traço, eu tinha decorado em minha mente. Seus movimentos suaves, leves, marcantes e precisos enquanto tocavam as teclas tão brancas como marfim do piano negro. A imagem era melódica por si. Tocante. Encantadora.
Eu não era a única que o assistia, claro. Era toda uma multidão para competir comigo. Mas eu estava ciente que isso não era uma competição, de fato. Não comigo já sendo uma peça fora do jogo. Era o que eu imaginava, ao menos.
Ele inclinou-se para frente, na direção do teclado, de suas mãos. Os cabelos ruivos caíram sobre os olhos fechados, fazendo uma sombra delicada, e Edward sorriu suavemente, de modo imperceptível – aos outros, não a mim. Aquele terno parecia pomposo demais para ele, que sempre se encontrou dentro de calças jeans desgastadas e blusas velhas. Os sapatos eram brilhantes demais comparados às suas botas surradas. Mas ele ainda parecia o Edward.
Suas mãos ainda eram as mesmas.
Aquelas que um dia enxugaram as minhas lágrimas e me deram uma sensação que segurança. Aquelas que acariciaram suavemente os meus ombros depois de um dia cansativo e estressante. As quais pertenciam os dedos que se entrelaçaram aos meus em uma caminhada depois de uma fraca garoa. Elas, que estiveram preparadas um dia para me defender com amor. Mas aquelas mãos só eram importantes assim porque pertenciam ao Edward.
Edward era importante. Pra mim.
A canção foi ficando mais lenta e então parou, deixando pelo ar resquícios de serenidade. Ele se levantou, fez uma referência ao público e se dirigiu para fora do palco, levando os sons dos aplausos consigo. Eu estava ali, escondida atrás do palco, para onde ele se dirigia, entre as cortinas e o observando.
Seus olhos, tão perspicazes como sempre, me acharam logo. Abriram-se por um momento e assombro os tingiu.
"Bella", seus lábios deixaram escapar. "É você."
Dei alguns paços à frente, aproximando-me dele vagarosamente. Meus olhos vaguearam um momento pelo chão, até que, com coragem, o encarei.
"Eu pensei que... Seu pai disse... Bella." Meu nome saiu quase estrangulado de sua garganta. Suas mãos sacudiam bem na minha frente, transparecendo o seu nervosismo. Elas se encontraram em seu cabelo arrumado, tão diferente daquele bolo emaranhado que eu amava.
"Mas eu estou aqui, Edward. Dane-se o resto. Eu voltei." Senti um nó em minha garganta. Eu não consegui engoli-lo, era duro.
As esmeraldas verdes lampejaram em seu rosto. "Você voltou para mim."
Acenei com a cabeça.
E então o nó não estava mais ali. Suas mãos se encontraram no meu rosto, em meus ombros, em minhas costas enquanto seus braços longos me envolviam. Eu estava em casa novamente. Ali, entre seus braços, sustentada por suas mãos.
"Eu estou sentindo você", comentou maravilhado.
"Yeah", concordei. E então ri, meio que chorando. "Você está."
"Você voltou para mim", repetiu. "Você disse que nunca se apaixonaria por alguém como eu. Você disse que não era capaz de amar." Mas eu entendi que estava tudo bem, porque seu rosto permanecia enterrado eu meus cabelos, seu nariz respirando o meu cheiro.
"Eu era uma hipócrita de merda", funguei. "Mas eu mudei, e estou aqui agora."
"Pra mim", sussurrou constatando um fato.
Apertei-o em mim. Minhas mãos se agarravam ávidas ao tecido de sua roupa. Ansiosas, não querendo deixá-lo escapar. Necessitando.
Eu tinha voltado para ele; para suas mãos, onde ele me sentia agora, onde era o meu lugar.
Porque era pelo carinho delas que eu sempre procurava no final do dia.
E nada se comparava a isso.
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