Classificação: Tem cena insinuando sexo, mortes, bom, NC-17

Aviso(s): Essa fic faz parte do AO de Aniversário do grupo Trocando Segredos na Madrugada e foi feita para Diana Black. Espero que a minha presenteada goste dessa fic, pois eu misturei algumas das idéias dela em uma história só. E, infelizmente, nada é meu. Todos os personagens e ambientes britânicos pertencem à JK. Eu só me divirto com eles, sem o menor lucro a não ser a diversão de quem lê.

Resumo: Depois da guerra, Hermione Granger se transforma em uma perita em Defesa contra a Arte das Trevas. Depois de uma de suas palestras, ela é salva da morte. O evento abala as estruturas de sua vida e faz com que ela descubra que nunca amara antes.

PRÓLOGO

A guerra já havia acabado há quase cinco anos. Com a vitória de Harry sobre o Dark Lord, a paz aparentemente voltara a reinar no mundo bruxo. Mas nem tudo eram flores. Alguns comensais conseguiram escapar das buscas feitas pelos aurores do Ministério da Magia e pelos membros da Ordem da Fênix, procurando esconderijo em países que não tinham relações de cooperação com o mundo bruxo britânico.

Nesses países, entre eles a França, os comensais conseguiram montar novos núcleos em torno da idéia de purificação forçada da raça, através do extermínio de nascidos-trouxas e de muggles. Alguns grupos eram conhecidos pelo ministério, mas a passagem de quase dois anos sem a notícia de um ataque fez com que a vigilância sigilosa sobre esses comensais fosse esquecida.

A derrota de Voldemort e a morte de Bellatrix Lestrange fizeram com que a maldição lançada pela comensal sobre o primo, durante a batalha pela posse da profecia no Ministério da Magia, fosse suspensa e, desta forma, Sirius Black pôde retornar do Véu onde fora lançado, durante um duelo entre os dois primos.

A volta do maroto trouxe alegria ao Trio de Ouro, que ainda não se recuperara da morte de Albus Dumbledore, mesmo que já tivesse se passado quase três anos dos eventos na Torre de Astronomia de Hogwarts. O trio praticamente virou um quarteto, pois Black queria compensar todo o tempo que passou longe do afilhado. Foi assim que nasceu o romance entre ele e Hermione Granger, atual queridinha do circuito intelectual bruxo europeu.

A jovem grifinória havia se transformado em uma das maiores especialistas em Defesa Contra as Artes das Trevas da Europa e dominava com perfeição tanto o preparo de poções para combater os males causados por ataques, quanto a execução de feitiços de ataque e de defesa.

Os anos passados ajudando Harry Potter a treinar a Armada de Dumbledore e, depois, como membro da Ordem da Fênix haviam transformado Hermione em uma perita no assunto Arte das Trevas e freqüentemente a jovem era chamada para proferir palestras ou participar de seminários em diversas faculdades.

Aquela palestra seria apenas mais uma entre muitas... mas alguém tinha outros planos para a perita.

CAPÍTULO I

O auditório da Universitè Paris estava lotado. Praticamente todos os alunos de graduação e especializações em Feitiços, Transfiguração e Poções decidiram comparecer à palestra. Não era todo dia que a Sorbonne bruxa conseguia levar uma especialista como Hermione Granger para uma aula aberta.

Depois de quase uma hora e meia de explanação, a jovem abriu espaço para as perguntas dos alunos. Talvez tivesse sido um erro, mas Hermione jamais deixava um aluno sem resposta. Talvez fosse uma ação derivada das vezes em que fora ignorada nas aulas de Poções. Com uma platéia ávida por mais informações, a bruxa só saiu do auditório duas horas depois de concluir sua palestra.

A noite estava bonita naquela área de Paris. Embora a luz da lua minguante quase não fosse suficiente para iluminar o caminho e a área do campus estivesse praticamente deserta, a bruxa parou um instante para aspirar o perfume das flores. Talvez esse tivesse sido o seu segundo erro. Mas naquela noite, os sentidos da jovem estavam um pouco menos ativos do que seria o normal.

Pensativa, a grifinória lembrava-se de que Sirius tinha insistido para que ela não fosse sozinha para a França. Mas era aniversário de Tonks e o maroto não podia deixar a única parente de sangue (os primos não contavam Draco Malfoy nesse caso) passar aquela data sozinha. Por isso, Hermione garantiu ao namorado que ficaria bem em Paris, e que não corria nenhum risco. Após a palestra, ainda no campus, ela usaria uma chave de portal para voltar imediatamente para Londres.

A atenção da jovem foi despertada por um barulho suave de deslocamento de ar, como se alguém tivesse aparatado muito próximo dela. A sensação de perigo fez com que Hermione Granger, finalmente, ficasse com todos os sentidos em alerta. Mas foi tarde demais...

Ao voltar-se, a jovem se depara com um comensal da morte, totalmente paramentado. O capuz da capa negra e a máscara muito branca não permitem que a grifinória identifique de imediato de quem se tratava. Mas a voz que ela ouve a seguir não lhe deixa dúvidas sobre quem seria o atacante.

- Ora, ora, ora. Quem temos aqui, sozinha e desprotegida... Uma sangue-ruim imunda que se achou no direito de matar uma legítima Black-Lestrange. Mas depois de tanto tempo, eu terei a minha vingança, disse Rodolpho Lestrange, viúvo de Belatriz.

A varinha do comensal apontada diretamente para o peito da jovem e a voz insana que soava abafada por causa da máscara são duas indicações claras do perigo que ameaçava Hermione. A grifinória está em desvantagem, pois calcula que não terá tempo de sacar a varinha e se defender.

No entanto, não havia espaço para dúvidas, ela teria que agir. E foi em um movimento rápido que ela tentou capturar o oponente, mas Lestrange conseguiu desarmá-la e lançá-la ao chão, usando um expeliarmus!

- Eu adoraria matá-la de uma vez, sangue-ruim... de forma rápida e indolor. Mas tem muito tempo que eu não treino algumas imperdoáveis, então eu prefiro começar a brincadeira com um... vejamos... crucio!

O corpo da jovem se retesou no chão. A dor era indescritível e a especialista que Hermione se tornara sabia que o esforço para não gritar só faria aumentar o sofrimento. Mas nem em um milhão de anos ela daria a Lestrange o prazer de ouvi-la sofrendo.

O esforço para não gritar já provocava danos físicos visíveis na grifinória. Um fio de sangue escorria do ponto onde Hermione mordera os lábios para impedir que qualquer palavra ou grito escapasse por sua boca. De repente, a dor parou. Mas a jovem sabia que aquele momento era uma breve trégua e que a tortura iria recomeçar a qualquer instante.

- Ora, ora. Mas a sangue-ruim quer bancar a heroína? Não tem problema em não gritar, ralé. Eu sei o quanto está doendo. E vai ficar pior... crucio!

A dor era ainda pior do que no primeiro ataque. Hermione sabia que a força da maldição estava sendo aumentada pela sua recusa em gritar ou implorar por piedade, mas ela continuava firme em sua decisão de não gritar. Além do machucado em seus lábios, o sangue escorria de pequenas meias-luas nas palmas de suas mãos.

Sem ao menos perceber, a jovem cravara as unhas na pele, para que a dor por um sofrimento menor fosse suficiente para focar a sua mente no desejo de continuar resistindo à vontade de gritar até que as estrelas ouvissem suas súplicas.

Mas, de repente, uma frase penetra entre os pensamentos da grifinória: "Avada Kedavra!". Ao registrar o sentido da maldição, Hermione acredita que é o seu fim. A certeza de que estava morrendo aumenta quando a dor indescritível provocada pela cruciatus acaba.

No entanto, o barulho de um corpo caindo ao chão penetra em sua mente ainda toldada pela dor e lhe mostra que o alvo da maldição imperdoável era Rodolpho Lestrange. Por entre a névoa que cobre o seu olhar, Hermione vê um homem, envolto em uma capa negra, com capuz, muito parecida com as vestes de um comensal da morte.

A grifinória conseguiu juntar forças e perguntar: - quem é você?, antes de desmaiar, exausta. O esforço de resistir à cruciatus foi demais para ela.

Ao vê-la desmaiada, o homem que se escondia sob a capa negra soltou o ar, aliviado. Ainda não era o momento de ele ser reconhecido, pois Hermione poderia querer recusar a ajuda que ele estava disposto a lhe prestar. Após se aproximar e verificar que ela não corria o risco imediato de morrer, ele deixa escapar uma exclamação ("jovem tola"), antes de envolvê-la com os braços e desaparatar.