Título: A Escolha de Sheldon
Autora: Lab Girl
Categoria: TBBT, Shamy, 8a temporada, Sheldon centric (na maior parte), um pouco de humor, romance
Advertências: Spoiler do episódio 8x24 The Commitment Determination
Classificação: PG
Capítulos: 4 ao todo
Resumo: Depois que Amy pede um tempo na relação, Sheldon sente que precisa fazer alguma coisa. Mas o quê? Bem, ele precisa fazer uma escolha. Quais serão as opções? E qual delas ele vai escolher? Para tanto, ele vai contar com uma ajuda inusitada.
Disclaimer: TBBT e seus personagens, em especial Sheldon Cooper e Amy Farrah Fowler, não me pertencem, ou do contrário aquela cena de cortar o coração no final da 8a temporada jamais teria acontecido. Shamy é o par perfeito e não preciso que os roteiristas estraguem isso. Por esta razão, mais uma vez me apropriei desse casal para dar asas à minha imaginação e deixar não só a mim como a todos os Shamy shippers felizes. Divirtam-se comigo!

N/A: Esta fanfic é baseada num sonho que eu tive e, bem, o resultado vocês leem a seguir. Digam-me o que acharam e me concedam o privilégio da sua companhia através das suas reviews ao longo de mais esta aventura.


Sheldon colocou de volta a caixinha com o anel no fundo da gaveta, fechando o móvel ainda confuso. Suspirou sem ao menos perceber. Não gostava de alterações em sua vida meticulosamente bem planejada. Mas, parecia que desta vez nenhum planejamento tinha adiantado de nada. Amy tinha bagunçado a estrita ordem de seu universo com a notícia de que queria um tempo na relação dos dois.

Só então, Sheldon percebeu que não era de hoje. Ela tinha abalado a ordem de sua vida desde que entrou nela, estabelecendo um caos emocional que ele nunca experimentou antes.

"Maldita raposa!" ele se pegou dizendo enquanto se levantava da escrivaninha.

Tudo era mais simples e menos desnecessariamente complicado quando ele não tinha que se preocupar com outra pessoa além de si mesmo. Andando pela sala do apartamento, os pensamentos começaram a correr furiosamente por sua cabeça.

Apesar do trabalho exaustivo que estar um relacionamento trazia, ele não podia deixar de reconhecer que adorava a companhia de Amy. Num mundo povoado por seres medíocres e de inteligência mediana, quando muito, ela era o ser mais próximo de seu intelecto e de seus conceitos de higiene.

Bem, ao longo dos anos ela o tinha feito acrescentar certos tipos de contato físico na relação dos dois, inicialmente apenas intelectual. Mas, mesmo isso, ele não podia negar que tinha passado a ser normal para ele. Até mesmo agradável. Ele gostava de beijá-la toda vez que se despediam numa Noite de Encontro. Ou mesmo durante uma dessas noites quaisquer só pela vontade de fazê-lo. Droga, ele teria continuado a beijá-la no último encontro se ela não tivesse começado uma discussão por um motivo tão banal quanto sua pergunta sobre ver ou não a série do Flash. Oras, ele tinha feito uma simples associação - acompanhar um seriado era um compromisso de vida, assim como sua relação com Amy.

Bem, era. Pelo visto ela tinha dúvidas a respeito disso. Sheldon não. Ele estava cem por cento certo do que era importante em sua vida. E sua relação com Amy era uma dessas coisas, obviamente. Trazia-lhe um senso de calma e estabilidade, coisas que ele muito prezava.

"Será que ela não vê isso?"

Ele se pegou fazendo a pergunta em voz alta. Bufou, interrompendo os passos e sentindo um misto de raiva e medo. Por que isso agora? Ele detestava ter esse tipo de emoção, pior ainda quando vinham misturadas.

"Tudo culpa da Amy" ele tornou a dizer em voz alta.

Estava sozinho em casa e não tinha com quem se queixar sobre essa injustiça. Leonard não estava e Penny também não. Frustrado, foi andando até a cozinha. Concluiu que definitivamente estava triste. Precisava de uma bebida quente.

Pegou os utensílios no armário para preparar um chá. Colocou sua caneca de costume sobre o balcão. Separou um sachê de camomila e quando estava indo levar a água ao fogo, deixou metade dela derramar com um tropeço que fez a chaleira cair no chão com ruído.

"Ah, Senhor!"

Ele bufou, pegando um pano para limpar a bagunça. Antes, porém, que o fizesse, o solado de seu sapato deslizou pelo chão molhado e ele não teve tempo de se equilibrar, mesmo estendendo a mão para buscar apoio no balcão da cozinha, sentiu o corpo cair e esborrachar-se e, de repente, tudo ficou escuro.

.

.

Sheldon abriu os olhos devagar, sentindo uma fisgada na parte de trás da cabeça. Gemeu, levando a mão ao local enquanto piscava, deixando o entorno entrar em foco. Forçou o corpo a ficar sentado e logo viu a bagunça na cozinha, o chão onde acabava de escorregar molhado.

"Ótimo" murmurou para si mesmo, esticando as pernas e colocando-se de pé.

Porém, antes que pudesse voltar a se concentrar na limpeza necessária, algo chamou sua atenção. Pelo canto dos olhos, viu algo diferente na sala. Virou-se para aquela direção e precisou piscar repetidamente por alguns segundos. Então, suspirou, formando um ´o´ com os lábios.

Ao lado do quadro negro, ele via... a si mesmo. Só que com outra roupa. Parado, de braços cruzados, encostado a uma máquina colorida que parecia uma... jukebox?

"O que é isso?" ele se ouviu dizer, esfregando os olhos.

Porém, quando terminou a ação e tornou a piscar, a imagem ainda estava lá. O que estava acontecendo?

"Santo Deus, bati a cabeça com mais força do que pensei."

Um ronco de escárnio escapou do outro Sheldon, que, por fim, descruzou os braços. "Não seja ridículo. Você não sofreu nenhum tipo de lesão cerebral. Eu estou mesmo aqui."

"Mas... como?" Sheldon questionou seu outro eu, ainda confuso. "Eu sou eu e estou bem aqui" disse, tocando o próprio peito e apontando para si.

"E eu também sou eu e estou aqui" o outro abriu os braços num gesto como se dissesse 'não está vendo?'

"Não... isso é... só pode ser..." Sheldon buscava palavras que fizessem sentido em sua mente para explicar o fenômeno, "Você só pode ser um dos meus 'eus' de algum universo paralelo."

O outro Sheldon arqueou uma sobrancelha, "Brilhante dedução. Mas, afinal, eu não podia esperar menos de mim mesmo."

"Claro. Em qualquer universo, só posso ser tão inteligente como neste" Sheldon estufou o peito, dando alguns passos em frente e atrevendo-se a aproximar-se do outro. Então, estreitou os olhos. "Mas o que está fazendo aqui? Digo, o que o meu eu [i]você[/i] está fazendo neste universo?"

"Bem, parece que você está num dilema, meu caro" o outro Sheldon disse, voltando a cruzar os braços. "E eu estou aqui para ajudá-lo."

"Me ajudar?"

"Sim. Vê isto aqui?" o outro apontou para a máquina contra a qual estava apoiado.

"É uma jukebox. Não entendo. Nunca gostei dessas máquinas de música. O que ela faz aqui?"

"Esta não é uma jukebox comum" o outro Sheldon informou, descruzando os braços novamente e apontando para a máquina colorida como um daqueles vendedores de televisão que apresentam produtos em programas de auditório.

"O que ela tem de diferente?" Sheldon questionou, cruzando, agora, ele próprio, os braços.

A outra versão do Físico levou a mão ao bolso da calça e sacou uma moeda vermelha. "Vamos, descubra você mesmo."

"Mas... se você sabe do que se trata por que não me diz?"

O outro revirou os olhos. "Você quer ou não resolver seu problema?"

"Como sabe que eu tenho um problema?" Sheldon ainda estava reticente.

"Ora, o fato é que eu sei e se quiser ajuda, insira uma moeda na máquina. Caso contrário, posso ir embora agora mesmo e vai continuar com suas dúvidas a atormentá-lo."

"Não, tudo bem" Sheldon deu mais alguns passos em frente e, assustado e fascinado, pegou a moeda da mão de seu outro eu, que sorriu, vitorioso. "Ok. Aqui vai..." ele disse, inserindo a moeda vermelha na máquina. "E agora?"

A princípio ele pensou que ouviria uma música qualquer ecoar pelo ambiente. Mas, em vez disso, houve silêncio. Franzindo as sobrancelhas, Sheldon virou-se para o outro.

"Ei, não aconteceu nada. O que supostamente essa máquina devia fazer? Tudo continua igu-" mas, ao estender o braço para completar sua frase apontando para a sala em volta, Sheldon teve uma surpresa.


continua...