A garota que amava Edward Elric

Legenda:

"..."-pensamento do personagem.

Blablablabla-flashback

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Parte I – Um beijo,uma macieira e duas crianças.

Apresentando:Edward e Winry

Porque?Eu quero saber,porque é sempre assim?É pedir demais que aquele idiota volte para cá pelo menos uma vez no ano?!Nem que seja para fazer a manutenção da droga do automail dele?!Ah...que educação a minha...desculpe,você mal chega e lá vai a garota soltando suas queixas.Melhor começar de novo.

Olá,meu nome é Winry Rockbell.Uma excelente protética e mecânica(modéstia a parte)tenho quinze anos,mas no andar da carruagem,já pode me considerar com dezesseis.Eu moro com a minha avó,Pinako.Ah!E com o Den,não posso esquecer dele!Costumava morar com mais gente,duas pessoas na verdade...

Bom,acho que não precisamos entrar nesse assunto,pelo menos,não por enquanto.Vamos começar logo essa historia,antes que você desista de ouvir,e eu de contar.

-Winry!-uma voz estridente me chamou,ainda inconsciente,eu apenas me remexi na cama.

-Winry!-repetiu,senti que fui sacudida de um lado para o outro- vamos preguiçosa!Não pode dormir para sempre.

-Porque não?-resmunguei sem abrir os olhos- não tem trabalho hoje.

-Mas por acaso,você não se lembra que dia é hoje?-abri os olhos,era vovó que falava comigo- francamente Winry,quando ficou tão esquecida?

Apesar de tudo,demorou para lembrar.Tinha perdido,a tempos,a conta dos dias,quando finalmente percebi,pude ate ouvir o tintilar que a minha ficha imaginaria fez ao despencar.Vovó sorriu,e sempre que fazia isso seu cachimbo escorregava para o canto direito da boca.

-Feliz aniversario.-disse ela,eu retrai uma careta-você quer fazer alguma coisa esse ano?

Eu suspirei e,com dificuldade,levantei da cama.

-Não sei...-falei encolhendo os ombros,indiferente- eu decido mais tarde.

Sabe,pessoalmente,eu não tenho nada contra aniversários,gosto muito deles ate,só que não tem graça fazer uma festa só com três pessoas(sim.eu conto o Den como pessoa!) se é que me entende.Alem disso,as pessoas que eu mas gostaria que aparecessem,não iriam aparecer,igual ao ano anterior e no ano antes daquele.

Nunca aparecem,e quando aparecem,aquele nanico só fica reclamando!Não devia ligar,não devia mesmo!Mas de alguma forma,que eu não consigo explicar,eu continuo a esperar pela a chegada dele,digo...deles,mesmo tento certeza que no final do dia,eles não iram chegar.Pra falar a verdade,por vezes tentei esquecê-lo.Quanto mais tento esquecer,mas ele ronda a minha mente.

Sim.Embora tenha dois amigos nessa situação,embora me preocupe com ambos,espere por ambos,não tem como negar que existe um sentimento maior direcionado a apenas um deles,fico confusa.Será que estou fazendo mal me preocupando um pouco mais com um do que com outro?Parece que sempre acabo deixando um de lado,não é intenção,mas algumas vezes acaba acontecendo.Sempre que penso nisso me sinto culpada,porem a uma diferença de sentimentos e eu não posso evitar.Mas,não tenha duvidas,zelo pelos dois igualmente ou pelo menos,tento.

Já tentei apagar esse sentimento.Foi impossível.

E pioro,ao ter certeza de que não posso fazer nada para aproximá-lo de mim ou simplesmente ajudar de alguma forma,machuca bastante.E sabendo que ele esta seguindo um caminho difícil, ainda sim,quero que ele olhe para trás algumas vezes e se lembre de mim,isso o atrapalha de diversas formas.Mas não consigo parar de querer a presença dele aqui do meu lado,como era a alguns anos atrás.Isso só faz com que eu me sinta...

Uma egoísta inútil.(será que eu realmente sou isso?)

Aquele dia,não consigo me esquecer apesar de ter acontecido a muito tempo (as vezes me pergunto se ele se lembra também),o céu estava azul-claro,com nuvens claras e rechonchudas feito pedaços de algodão.Eu,até então com cinco anos,havia fugido de casa porque meus pais não tinham me deixado sair para brincar no campo,como todos os dias.

Penso que...se não fosse essa minha decisão imatura,nunca o teria conhecido.

-Ei menina!-ouvi uma voz vinda de algum lugar,olhei para um lado e para o outro.Ninguém –Ei você!Aqui em cima!

Levantei minha cabeça e mirei o alto da copa da arvore, pela qual sempre tinha que passar para chegar ao campo,encontrei um garoto num galho bem alto comendo uma maça,ele tinha o corpo todo arranhado com varias cicatrizes e curativos,as vestes eram um pouco sujas.

"Parece um encrenqueiro!"-comentei comigo mesma amedrontada.Hoje posso dizer,que minha primeira impressão não era totalmente errada.

-Nossa como você ta alto!-mesmo estando de longe pude perceber a cara convencia que esboçou- nunca subi tão alto assim,pra mim só quem conseguia eram macacos.Você parece um macaco!

-Que?!Um macaco?!-ele se pôs de pé no galho com uma cara brava,a velocidade com que isso ocorreu fez o galho balançar para cima e para baixo,eu ri da demonstração de fúria dele,o que o deixou mais irritado- vê se me respeita,ô garota!

Eu continuei rindo,ele bufou e me jogou uma maça.

-Você é neta da velha Pinako,né?-eu assenti- sabia que te conhecia de algum lugar!Eu moro naquela casa ao lado,minha mãe conhece os seus pais.

-Que estranho...-argumentei eu- agente é vizinho,nossos pais se conhecem,mas agete nunca se viu e nem se falou.

-Pois é...-falou isso jogando o que tinha restado da maça por cima do ombro.

Eu observei enquanto o garoto descia da arvore, pulando de galho em galho com uma agilidade e rapidez incrível,reproduzindo apenas um baque surdo ao chegar no solo,tinha me impressionado bastante.

-Uau!-exclamei, enquanto o analisava de cima a baixo.

-O que você ta olhando?-perguntou ele, estranhando aquele olhar.

-Como você é baixinho!-a cara dele se contorceu-é menor que eu!

Pra ser sincera, a diferença entre mim e ele não era lá muito grande. Mas eu fiquei tão entusiasmada, nunca tinha visto alguém menor que eu.

-Quem você chamou de micro-anão que é menor que uma pulga?!

-Eu não disse isso,você mesmo esta tirando uma com a sua cara!-ele ficava ainda mais emburrado,decidi mudar de assunto- um dia você me ensina a subir tão alto assim?

Ele me fitou de uma forma quase que maquiavélica.

-Ensino,claro que ensino.Se você quiser eu te levo até lá e te trago nas costas.-eu dei dois pulinhos de felicidade- mas nada é de graça,tudo tem um preço.

-Quanto é?-indaguei,mal sabia que o preço não envolvia dinheiro.

-Ah,mixaria...-ele sorriu cínico- um beijo.

Pra mim,teria sido melhor dizer que não me ensinaria coisa alguma.

-O que ?!-berrei- um beijo?Nunca!

O primeiro beijo era muito importante,não queria dar a um garoto que eu mal conhecia e que ainda parecia ser arrogante,naquela época,apesar de ainda viver a fase do nojo por meninos,sonhava com um príncipe encantado daqueles que parecem ter sido feitos ultrapassando a perfeição,cabelos perfeitos,sorriso que derrete o coração,gentil,heróico e que cheirava a flores silvestres(atire a primeira pedra que nunca sonhou com alguém assim).O garoto parado a minha frente não parecia se enquadrar naquele meu padrão.

-Qual é?Um bem pequenininho...-percebi que a intenção dele com aquilo era, puramente,me irritar- bem aqui.-ele apontou os lábios.

-Nem morta!-torci o nariz.

Edward quando criança era daqueles um entre um milhão de garotos,que não tem aversão as garotas nessa idade,na verdade,isso eu descobriria depois,seu passatempo favorito tirar sarro da cara das meninas com esse tipo de coisa,que ao meu ver eram muito serias, ele mudaria com o passar dos anos.

Passamos a tarde juntos (ele continuava a me pedir beijos,mas depois da quinta vez,resolvi ignorar.) lembro que ele me levou para conhecer Al também,que naquele dia em especial,estava com muita febre.Mesmo assim ele parecia calmo e gentil,o oposto de seu irmão.

-Seu irmão,qual era o nome...Al,certo?-falei quando nós voltamos e nos sentamos abaixo da macieira- o jeito dele é bem diferente do seu.

-É né?-me respondeu sorrindo,balançando os ombros -fazer o que..?

Ouvi um pio bem baixinho,quase inaudível vindo do lado da arvore.Me virei para ver o que era,encontrei um filhote de passarinho,se debatendo no chão.Olhei para cima e encontrei um ninho num dos galhos mais altos,o menino ficou apenas observando enquanto eu colocava o passarinho nas minha mãos.

-Eu vou devolver pro ninho!-disse determinada começando a escalar a arvore.

-Sua doida!-esbravejou ele- você mesma disse que nunca subiu tão alto,vai acabar se matando e levando o passarinho junto!Porque não deixou ele aqui?

-Porque...-disse com dificuldade quase alcançando o galho onde estava o ninho- ai ele ia morrer mesmo.

-Eu podia ter ido!-retrucou.

-Poderia...-abri um grande sorriso,deixando o pássaro no ninho- mas ai eu teria que te dar um beijo,não é mesmo?

Eu estava feliz,subir ate não era tão difícil como eu pensava que era,o problema seria na hora de descer.Eu olhei para baixo e meu corpo enrijeceu por completo,como se de uma hora para outra,fosse transformado em pedra.Meus olhos,não conseguiam parar de olhar para baixo,sentia vertigens,enquanto a voz do menino na terra,que me chamava,ficava cada vez mais distante.A arvore parecia ter aumentado assustadoramente de tamanho.

-Você ficou presa?-falou ele num tom entediado de quem fala: "Eu sabia.".

-Eu esqueci que tinha medo de altura.-vale dizer que hoje,ele já foi superado.

-Ai,ai como as meninas são idiotas...-suspirou ele subindo de galho em galho,como um...macaco,não existe uma descrição melhor- não precisava subir aqui em cima,tendo medo de altura só pra me impressionar.

-Eu não estava tentando te impressionar!-menti.Metade de mim tinha feito aquilo com aquela intenção.

Ele chegou onde eu estava e me ofereceu as costas.

-Sobe ai!-hesitei,com o rosto corado,coloquei meus braçinhos finos ao redor do seu pescoço- é o jeito,já que não vai conseguir descer sozinha...

Fomos descendo a arvore, desta vez mais lentamente, meu coração batia forte, nunca tinha ficado perto de um menino daquele jeito.

-Eu...eu esqueci de perguntar...-sussurrei- qual é o seu nome?

-Edward Elric.-respondeu- Ed.

Chegamos ao chão e eu sai de suas costas.Ele estalou o pescoço de leve se virou e perguntou:

-E o seu?

-Winry...-ele murmurava um :"Sei...".

-Sabe você deveria fazer uma dieta. -bufou parecendo cansado - meus ombros estão doendo!

-Você me chamou de gorda?!-exclamei, mas resolvi deixar essa discussão de lado.

Tinha ficado apavorada,pois havia me dado conta de que(preste atenção no que a ingenuidade da criança vai causar)ele podia não ter me levado,mas havia me trazido de volta nas costas,eu estava devendo a ele.

-Então...-disse ele erguendo uma sobrancelha- eu te trouxe de volta,mereço um beijo,né Winry?

Não queria admitir,mas ele realmente merecia o "preço"estipulado,já que eu,realmente nunca desceria de lá sozinha.Totalmente contrariada,fui chegando mais perto dele,quase espumando de raiva.Ele deu um passo para trás,ainda não consegui descobrir o que o fez fazer aquilo se foi minha cara(que não estava muito agradável naquela hora)ou se foi o fato de eu estar muito próxima.

Eu o segurei pelos ombros e quando nossos narizes se tocaram,ele petrificou.Foi ai,que os nossos lábios se encontraram e com um leve estalo se repeliram,pouco depois de dez segundos.Eu passei os dedos rapidamente sobre a boca com uma feição de nojo,mas na verdade,eu havia gostado.Ed continuava parado lá,com o queixo ligeiramente caído,tão,ou mais,vermelho que aquelas maças que havíamos comido pela manhã.

-O que foi?-perguntei,ignorando o fato de saber que estava mais vermelha que ele- não era isso que você queria?

-Eu...-falou baixo,quase um sussurro-...não achei que você fosse levar a serio.

Depois desse dia,ele nunca mais voltaria a me pedir uma coisa como essa.Mas isso não muda o fato dele ter sido o dono do meu primeiro beijo,e de mim ter sido a dona do seu.

-Sou muito idiota!-resmunguei entre os dentes,prendendo meu cabelo no habitual rabo de cavalo- pra que ficar lembrando de uma coisa dessas justo agora?

Pra que ficar gastando o meu tempo pensando em alguém que nem liga para minha existência?Essa era a pergunta do século.Me olhei no espelho de diferentes ângulos e,por fim,amarrei as mangas do macacão na minha cintura.

-Olhe só!-minha avó falava com alguém no andar de baixo-quem é vivo sempre aparece!Não é mesmo baixote?

Ao ouvir os gritos e barulhos de coisas indo em direção ao chão,não era necessário ser gênio para deduzir quem estava lá,o reflexo do espelho me encarou quase espumando de raiva,peguei a chave inglesa na penteadeira (n/a:chave inglesa na penteadeira? o.O)e desci as escadas a passos rápidos e pesados.

Chegando na sala,que eu encontro?Adivinhe.Acertou quem disse:" Edward parado no meio do cômodo esboçando um sorriso amarelo,com o automail quebrado e imobilizado com o auxilio de uma atadura que lhe circundava o pescoço."

-Quebrou Winry.-foi simplesmente o que eu ouvi.

"Quebrou Winry.","Quebrou Winry.".É só isso que ele me diz?!E pior,com aquela voz de uma criança que quebra o brinquedo que os pais acabaram de comprar e quer que eles o consertem rápido,para continuar brincando.Milhões de anos sem se ver,sem dar uma única misera noticia e quando ele,finalmente,aparece me vem com a droga desse braço quebrado!Nem preciso dizer que lancei a minha ferramenta contra a cabeça dele.

-Sua louca!-vociferou ele- que me matar?!

-Eu já não disse para telefonar antes de vir?!

-Você sabe que não tenho tempo para essas coisas!-falou ele passando a mão no galo recém formado na cabeça.

-Agente fica preocupada quando você chega com o braço nesse estado!-exclamei- e nem conta como aconteceu!

-Vocês não precisam se preocupar comigo!-e ele virou a cara-só quero consertar logo isso o mais rápido possível!

É sempre desse jeito...e ele nem se lembra que dia é hoje.Bem,se é assim,não sou eu que vou lembrar!Vou ver quanto tempo demora para ele perceber que esqueceu uma data importante pra mim.

-Oi Al!-tentei sorrir,acho que não convenceu- você me parece bem,ao contrario do retardado do seu irmão...

O riso doce dele ecoou no corpo da armadura,enquanto Ed retrucava meu comentário.

-Estamos felizes por voltar!-disse ele.

Al...você ate pode ser,mas Ed não parece muito satisfeito em retornar.Por que você ainda se importa com o que pensa Edward Elric,Winry,porque?

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N/a:Bom gente,é a minha primeira fic que faço e a primeira que posto,ou seja,eu estou quase me matando de tanto nervosismo .Espero que tenham gostado da primeira parte da historia,e que comentem (assim eu deixo de ficar tão nervosa como estou agora.)tanto faz criticas ou elogios,tudo será muito bem vindo .A fic vai ter umas quatro,cinco partes no maximo e sempre vai ter flashbacks como esse ai,o Ed vai narrar o próxima parte.Desculpe pelos erros de português que devo ter cometido,e ate o próxima parte.

Clara Evans.

N/a(edit):3 horas depois de postar a fic percebi os erros de português medonhos que havia feito O.o espero ter concertado todos agora - -"