Capítulo 1 - As pseudo-damas
Em sua mansão (mais exatamente em seu escritório), Lady Bianbrielle Van Adams lutava contra o peso nas pálpebras, enquanto lia uma negociação inútil que uma companhia manufatureira de brinquedos teimava em fazer. Queriam ampliar seu trabalho até a região de Bianbrielle, querendo fazer um acordo diretamente com ela (ou alguma coisa assim, a nobre estava com muito sono para ler).
– Maaaaaaatt! Eu quero dormir poxa! – disse a Lady pousando os papéis em sua mesa com a mais delicada brutalidade.
– Não enquanto a senhorita não terminar de ler o acordo – declarou o mordomo ruivo, deixando uma bandeja com uma fatia de bolo de prestígio em cima de um bolo de papéis na mesa de sua mestra.
Quase como sonâmbula, Golden Lady (como era chamada por causa de seu cabelo dourado) pegou o prato do bolo de seu sabor preferido e, com uma colher, saboreou-o sem nenhum prazer.
– Isso tudo é sono, minha mestra? – perguntou Matthew ajoelhando-se ao lado da poltrona de Bianbrielle, pegando a colher e o prato de suas mãos, para assim poder dar ele mesmo o bolo a ela.
– Uhuum, culpa sua, seu mordomo chato! - Disse ela mostrando a língua, mas recuperando (ou não) um pouco de sua sobriedade ao ver como Matthew ficava bonito naquele ângulo, enquanto oferecia bolo a ela. "Bian, você só tem 14 anos, se controle!!" pensou consigo mesma, não demonstrando nenhuma diferença emocional em seu jovem semblante.
Enquanto era, literalmente, obrigada a comer, a garota observava a 'marca' que carregava no pulso.
[Flashback: On]
Bianbrielle corria dos homens que tinham acabado de matar seus pais, fugindo por instinto pra fora da casa, em choque demais para poder pensar por onde poderia estar homens chegavam cada vez mais perto e Bianbrielle, já com suas pernas cansadas e dormentes, fazia um esforço mortal pra correr ainda mais rápido.
Sem ver por onde corria, mas sentindo galhos e folhas lhe cortarem o rosto, sabia que estava em alguma parte da floresta. Não tinha força suficiente para gritar e a mansão de sua família era um pouco longe de qualquer civilização, então o esforço seria inútil.
Sim, ela não percebia mesmo por onde corria, até que não sentiu mais chão nenhum sob seus pés.
É, tinha um penhasco perto de sua mansão, e certo, ela tinha acabado de cair dele.
E foi nessa hora que o tempo parou. (AAHN?)
Isso mesmo, o tempo parou. Menos é claro, para Bianbrielle Adams, que estava parada no ar, a alguns metros de sua trágica morte.
Tudo a sua volta começou a escurecer;
"Agora fudeu!" pensou quando não conseguia ver mais nada.
Depois de um tempo indeterminada naquela escuridão (podia ter se passado 1 segundo ou um dia que ela não teria como diferenciar) um jovem muito bonito de roupas tão brancas que chegavam a brilhar em contraste com a negritude ao redor, e o cabelo vermelho como sangue, apareceu a alguns passos de Bian.
Bem, a garota não estava tão chocada assim, mas não deixou de soltar um gritinho abafado quando percebeu que o homem chegava perto dela.
– Calma pequena... Não vou lhe fazer mal algum – disse o homem se inclinando e pousando gentilmente um dedo na boca de Bianbrielle, fazendo ela se calar.
– Quem é você? – perguntou já calma, depois que ele tirara o dedo de seus lábios.
– Erm.. Pergunta errada. – falou começando a andar vagarosamente de um lado para o outro com as mãos no bolso da calça. Bianbrielle o seguia com o olhar.
Silêncio.
– Ok... O que é você? – tentou reformular a pergunta.
– Bingo! – Parou de frente a ela com um sorriso no rosto. Seus olhos esmeraldas brilhando intensamente.
"Que fofooooo ." Bianbrielle pensou encantada.
– Então... Hum.. O que é você? – perguntou de novo, depois de dar uma tossidinha básica para afastar os pensamentos nada decentes.
– Depende... Você iria acreditar em mim se eu te contasse? – colocou o dedo no queixo fazendo uma expressão pensativa.
– Não é tão difícil acreditar em qualquer coisa depois disso tudo... – bufou Bian – Mas pode contar, eu prometo que acreditarei – completou cruzando os braços e sentando-se (lê-se largando-se) no 'chão'. Sim, ela estava de vestido, mas não se importava mais.
– Ok, eu conto – sentou-se no 'chão' em frente à Lady, que prestava atenção.
– Eu sou um anjo. – disse sério.
– Huuuuum, saquei. – "Eu pensava que fosse uma coisa pior (?)" pensou consigo mesma.
Bianbrielle endireitou-se, por que o homem a sua frente parecia mais sério agora.
– Estou aqui para te salvar da morte, senhorita Bianbrielle – "Uuuuuu, ele sabe meu nome!" – e também para lhe servir lealmente como for preciso. – Olhou diretamente para os olhos da menina, que sentiu uma forte pressão. – Claro... Se você quiser!
E o ambiente ficou descontraído novamente.
– Então se eu não aceitar eu morro? – "Até parece que eu ia recusar, hehe." Mais um pensamento inútil veio da cabeça "inocente" de Bianbrielle.
– Provavelmente – respondeu o moço dando de ombros.
– Eu já ia aceitar mesmo. Só precisava confirmar (?) – levantou-se cuidadosamente do chão e fitou o jovem, que também se levantava – O que eu tenho que fazer para que você seja meu?
Ele lançou um olhar tipo "O QUÊ?" pra ela, que percebeu a burrada que tinha feito.
– Que dizer... Hum... Meu leal servo? – tentou corrigir o que disse.
– Ah, sim... Você tem que selar o contrato. – respondeu voltando ao estado normal.
– Onde eu assino? – perguntou a garota procurando algum papel que ela não achou.
– Assinar pra selar um contrato comigo? – o jovem segurava o riso.
– Claro! Da onde eu venho, nós fechamos um contrato com assinaturas. – disse Bian botando as mãos na cintura.
– Bom, da onde eu venho, fechamos o contrato de outra maneira. – afirmou aproximando-se da Lady.
Quando ele estava somente a alguns centímetros, Bianbrielle respirou fundo para poder ter fôlego e perguntar:
– De que maneira, então?
O moço levantou o queixo de Bian, fazendo com que seus olhares se cruzassem. A menina entendera a 'maneira' que ele estava falando (quem não entendesse depois de toda essa cena, pelo amor de deus, hein?). Estava nervosa, mas uma pergunta lhe veio à mente.
– Espere! – exclamou com seu rosto ainda perto do dele – Qual é seu nome?,você não me disse ainda!
– Você é que decide. – respondeu fitando-a carinhosamente.
E a beijou.
[Flashback: off]
Bianbrielle chacoalhou a cabeça para afastar as lembranças daquele dia. Ficava sem graça quando lembrava daquilo.
– Algum problema, mestra? – perguntou Matt curioso.
– Não é nada de mais! – sorriu.
"Apareceu essa marca no meu pulso e eu acabei batizando ele de Matthew Cross Smith… Afinal, da onde eu tirei esse nome horrível?!"
*
– Leon... Eu acabei de terminar o milionésimo contrato, meu lindo loiro de olhos azuis! Será que dá pra me liberar?
– Se parar de me chamar assim, talvez, eu sequer sou loiro! Nem tenho olhos azuis! – Apontou para a própria cabeça, onde a cor branco-prateada dominava e lindos olhos lilás ao invés de azuis completavam seu jovial rosto.
– Quem é o mestre aqui? – perguntou a Lady revoltada.
– Oficialmente ou praticamente? – bufou Alphonse.
– GRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRR – rosnou Aerielz (?).
– Na-na-não! Não rosne pra mim mocinha!
– Seu anjo miserável! – Ela largou os papeis e saiu correndo atrás dele sem o menor senso de etiqueta.
Quando Aerielz chegou a Leon, ele se esquivou para o lado, mas por coincidência ou por vontade da autora, havia uma janela exatamente no final do percurso da nobre.
Acabou quase atravessando a janela por ter tropeçado no próprio pé ao tentar parar, fazendo com que Leon, em um movimento ninja, pegasse Aerielz no colo antes que ela caísse.
– Quantas vezes eu tenho que salvar sua vida? – perguntou parecendo entediado.
– Depende... Você vai me pegar no colo na próxima? – perguntou ela ainda ofegante, lançando um olhar malicioso ao mordomo, que a largou no chão revirando os olhos.
– AAIIIIIII!!! Isso doeu sabia?
Acho que por pena (?), Leon a pegou no colo novamente e levou-a pra fora do escritório, começando a subir as escadas.
– Me desculpe mestra, acesso de raiva...
– Pode me soltar, eu consigo andar sozinha. – ela falou manhosa.
– Seu tornozelo...
– O que que tem ele?!
– Não posso deixar minha mestra sofrer andando com ele machucado assim! – ele olhou pra ela estupefato.
"Falso!" pensou a Lady reparando que sua perna nem doía tanto assim.
– Está na hora de dormir, mestra. – comentou Alphonse/Leon chutando a porta entreaberta do quarto de Aerielz. "Finalmente!" pensou a Lady aliviada.
Quando os dois entraram, o mordomo a deixou delicadamente no chão. Sentindo uma dor aguda no tornozelo, ao tocar o chão, Dark Lady (outro apelido tosco inventado pela autora para que o nome de Aerielz não fosse repetido muitas vezes, irritando o leitor. Enfim... era chamada assim pelo seu gosto por roupas), desequilibrou-se. Instantaneamente Leon pôs-se à sua frente, segurando-a pela cintura.
Aerielz corou e desviou o olhar pra baixo. É, até ela era meio tímida, também. Deu um pigarreio disfarçando a situação, e saiu andando até seu armário.
– Vire-se, Sir Olhos Azuis, não quero que você veja coisas que não deve. – a Lady avisou quando pegou uma camisola preta de seda e rendas e começava a desabotoar o vestido.
Quando ia deitar em sua cama, tirou a gargantilha, assim como todas as noites. O mordomo já havia se virado, e observava Aerielz tocar o lado esquerdo de seu pescoço inconscientemente.
[Flashback: On]
Uma grande festa, numa grande casa... O único problema foi a morte de todas as pessoas do local. Envenenadas pelo vinho!
Todas? Não... A nobre garotinha bem que insistiu, mas com pouca idade, o vinho não lhe fora servido.
Ao ver a casa lotada de corpos já sem vida, a jovem Lady correu. O máximo que pode, mas o vilão queria terminar o que começou. E vendo a desgraça feita pelos capangas, o chefe se sentiu tentado em eliminar a pobre garota ele mesmo.
Seria fácil, ele pensou, Um revolver resolveria o problema. Rápido, e fácil...
Mas quando ela o viu sacar a arma e uma coisa lhe atingir a barriga, tudo em volta ficou escuro. "Devo estar morrendo" pensou Aerielz não demonstrando nenhuma reação negativa.
– O q... O que aconteceu...? – Perguntava-se a dama ao ver que a dor em sua barriga já não existia mais.
– Hei... Você acharia muito ruim ter um servo particular para o resto de sua vida?
E então ela viu aquele ser reluzente em meio à escuridão da noite.
–Vamos, responda! – ele insistiu.
– Eu adoraria, mas... Parece que eu já não tenho mais muito tempo de vida.
– Isso só depende de você – Ele chegou mais perto da garota, que estava agora cuspindo sangue graças à bala em seu estomago. A magia espaço temporal já estava perdendo seu efeito. O moço odiava ser um reles novato!
– Feche um contrato comigo! Eu serei seu leal servo, até que sua vida termine. – a encarou intensamente. A Lady não sabia dizer o que aquele olhar significava.
– Mas e o que você ganha com isso? – perguntou curiosa.
– Isso já é outra historia... Mas vamos aos fatos. – ele andou de um lado para o outro com as mãos nas costas – Eu sou um anjo... E se você quiser, pode fechar este contrato comigo. Eu salvo sua vida, você me dá um nome e blá, blá, blá... O resto é pura burocracia, acredite. – fez uma careta – Aprece-se... Eu sou meio novato, e não dominei essa coisa de magia ainda.
– Ok, tio, cadê o contrato pra eu assinar? - perguntou a garota entediada. Não gostava de assinar contratos. Era seu trabalho desde que seus pais morreram em um acidente de carruagem.
– Como assim? Você não tem que assinar nada, darling... - o moço olhou pra ela não entendendo a pergunta.
– Então como se fecha esse acordo, senhor Loiro de Olhos Azuis?! – exclamou/ perguntou (?) a Lady.
– Loiro de Olhos Azuis? - estranhou.
– AAAAAH, ignore e só me responda a pergunta que eu fiz!
– Ok... – pensou por um instante – Normalmente os anjos têm um jeito único de fechar esse contrato – fez uma pausa dramática e a lançou um olhar malicioso – mas eu incrementei uma coisa minha...
– E isso seria...?
– Huuum, vamos aproveitar esse delicioso sangue em sua boca e fazer um pacto de sangue! – exclamou ele dando pulinhos gays/alegres/toscos.
Mas alguns segundos depois dessa gayzisse, ele parou a um ou dois passos dela e a puxou em seus braços. Mordeu a língua, de um jeito que Aerielz achou extremamente sexy, até começar a sagrar. Ela estava sem reação.
Levantou seu queixo e a beijou ardentemente. A Lady amou aquele gosto de sangue em seu beijo.
"Esse cara diz que é um anjo, mas ta parecendo um vampiro!" pensou Aerielz quando ainda estava 'engolindo' o seu recém-servo.
[Flashback: off]
Ela tirou a mão de cima da marca no pescoço, quando tentou apagar aquelas imagens de sua cabeça, envergonhada e ao mesmo tempo excitada. (não pensem merda, seus leitores de cabeça poluída!).
– Leon, deite-se comigo – ela olhou para o canto escuro do quarto. Sabia que ele estava ali, observando-a. – Não consigo dormir! – completou manhosa.
Ele saiu das sombras lentamente, e se aproximou da cama. Sua feição era acolhedora e inimaginavelmente atraente.
– Sob uma condição. – disse tirando o fraque de um azul extremamente escuro e os sapatos, largando-os no chão.
– Me diga essa condição... – pediu Aerielz deslizando para o outro extremo da cama, dando espaço para Leon deitar-se.
Ele subiu na cama e engatinhou até a moça, fitando-a intensamente. (uuuuui, que clima. Quem me dera estar no lugar dela –q).
– Não me tare enquanto eu durmo – ele disse com uma expressão engraçada.
"O QUE??" pensou a garota.
– Por que eu faria uma coisa dessas com você, meu lindo loiro de olhos azuis? – perguntou surpresa.
– Pelo menos uma vez na vida, me chame pelo primeiro nome – pediu suplicante e sério, mas ainda com uma voz sexy.
Dark Lady sentiu como se tivessem cravado uma faca em seu coração Então essa era a condição real, pensou ela.. Sentia-se culpada por deixar seu mordomo triste o chamando pelo último nome ou por um apelido tosco. "Preciso consertar as coisas" pensou motivada.
Aerielz apoiou uma das mãos em seu rosto e o olhou sedutoramente.. Podia ter apenas 14 para 15 anos, mas sabia como encantar os homens.
– Me beije, Alphonse – disse por fim, fitando-o docemente.
O sorriso dele ao som da última palavra foi tão grande e alegre, que ela não conseguiu não sorrir junto.
– Às suas ordens... Aerielz.
N/A: caaaaaaaaaara, não me xinguem, ok?
primeira fic aqui no fanfiction, mas eu TINHA que postá-la, já que eu simplesmente AMO o anime/mangá de kuroshitsuji
fiquem já sabendo que a fanfic é mais baseada no mangá, mas mais pra frente vocês saberão o porquê MWAHAHAH
quer dizer, PRIMEIRO: alguém tem que achar essa fic, pq não são muitas pessoas que já viram o anime de kuroshitsuji (mais raro ainda quem leu o mangá)
SEGUNDO: revieeewws! como eu vou saber que estão lendo minha história? D:
Enfim, próximo capítulo só se eu presenciar sinais de vida nos reviews da minha fic. -q
Beijinhos :*
