— Que tal a gente sair pra beber alguma coisa? — Tommy convida Megan ao entrar na sala da mesma. Ela o olha com um não estampado na testa, mas Tommy não desiste. — Qual é Megan. É só uma bebida. Hoje o dia foi exaustivo, precisamos relaxar um pouco.

— Claro. — ela diz levantando da cadeira. — Mas farei isso na minha casa, na minha cama e sozinha.

— Estou falando em relaxar a mente e não o corpo. Vamos lá, somos amigos. Você está com medo de quê?

— Ok, Tommy. Você me venceu pelo cansaço antes mesmo de me fazer senti-lo. — Megan pega a bolsa em cima da mesa e caminha ao redor da mesma.

— Eu sabia que você iria acabar aceitando. — Tommy fala quando ela se aproxima.

— Você é tão irritante. — ela diz encarando-o com os lábios bem próximos aos dele.

E assim eles saem...

Naquele dia Megan estava sem carro, então foram no carro de Tommy — coisa que ele adorou porque sabia que iria deixá-la em casa, mesmo que ela insistisse em pegar um taxi.

Megan já estava em sua quarta taça de vinho e começava a dar sinal de que a bebida já estava fazendo efeito. Ela começou a ficar mais desinibida e as risadas eram constantes, nem parecia a Megan durona que nunca abaixava a guarda. Tommy estava adorando tudo aquilo, Megan sempre foi uma mulher inteligente e bem interessante. Conversar com ela era esquecer que o resto do mundo existia.

Sem conseguir conter-se, Tommy fez um carinho na face de Megan, e devido a esse simples gesto ela se lembrou de montar a guarda e logo se esquivou de qualquer coisa que poderia vir a rolar ali. Megan ainda sentia-se insegura em relação ao Tommy, a experiência do relacionamento que teve com ele há vinte anos não tinha sido tão agradável assim.

— Eu adorei o convite. — ela diz dando o ultimo gole no vinho, deixando a taça sobre o balcão do bar. — É... Eu realmente adorei. — Megan repete sorrindo ao olhar para Tommy. Estava surpresa consigo mesma por ter achado aquele momento com ele tão agradável.

Ela levanta do banco e Tommy faz o mesmo.

— Você já vai? — ele pergunta.

— Claro! Ou você espera que eu fique pra você me dar mais bebida e assim ficar mais fácil de tentar me levar pra cama?

— Megan... — ele a olha com um ar sério. — Não preciso tentar deixar você bêbada pra poder ter algo com você. Você só vai pra cama comigo se você quiser. — Tommy diz ofendido.

— Sério que você ficou ofendido? — Megan pergunta soltando uma risada. — Obrigada pelo vinho, Tommy. — ela dá as costas e vai rumo à saída.

— Ei! — Tommy segura Megan pelo braço. — Eu deixo você em casa.

— Não precisa, eu pego um taxi. — ela recusa livrando seu braço da mão dele.

— Você só vai sair daqui se for pra entrar no meu carro.

— Nossa, adorei o tom de ordem. Achei até excitante. — ela comenta chegando mais perto, deixando sua boca bem próxima à dele. — Deve ser efeito do vinho. — Megan sussurra no ouvido de Tommy. — Agora pague a conta enquanto espero no carro. — ela diz ao olhá-lo dando dois tapinhas no ombro dele, saindo do bar logo em seguida.

Assim que o carro para de frente a casa, Megan se livra do cinto de seguranças e trata logo de se despedir de Tommy.

— Boa noite. — ela diz abrindo a porta do carro.

— Espera! — Tommy a segura antes que ela saia. — Não vai me convidar para entrar?

— Porque acha que eu faria isso? — ela pergunta estampando um sorrisinho cheio de desdém nos lábios.

— Para ser educada?!

— E porque eu deveria ser?

— Porque você é uma mulher gentil.

— Tchau, Tommy. — Megan sai do carro e ao ficar de pé se desequilibra, mas não chega a cair. Tommy sai do carro e vai até ela para ajudá-la.

— Eu levo você até a porta.

— Não precisa. Não estou bêbada, ok? Foi apenas o salto.

Tommy não dá ouvido e segurado-a firme pela cintura leva Megan até a porta de casa. Enquanto Megan procurava as chaves dentro da bolsa, Tommy a observava em silencio.

— Você já pode ir. — ela diz sentindo-se incomodada. — Já achei as chaves, viu? — ela diz chacoalhando as chaves na altura do rosto. Tommy num gesto rápido pega as chaves da mão dela.

— Só devolvo se você me chamar pra entrar e me oferecer uma ultima taça de vinho.

— Você não desiste, não é?

— Nunca.

Eles finalmente entram na casa. Megan deixa a bolsa e o sobretudo vermelho no sofá, vai até a cozinha, pega duas taças e serve o vinho para ambos.

— Gostei dessa sua casa. — Tommy comenta andando até onde Megan estava.

Encostados no enorme balcão da cozinha, eles tomavam o vinho enquanto se olhavam.

— Você está ainda mais bonita do que quando nos conhecemos. — ele diz quebrando o silencio.

— Você também não está nada mal.

— Nada mal?! — ambos sorriem e aquele sorriso que Tommy viu nos lábios dela fez com que seu desejo de beijá-la aumentasse ainda mais. Ele se aproxima e deixa seu corpo bem próximo ao dela.

— Acho que estamos muito perto um do outro. — ela diz temendo o perigo que aquela proximidade teria.

— Não o suficiente.

Tommy encosta todo o corpo nela e a beija nos lábios. Um beijo rápido, porém suficiente para acender todo o desejo que estava guardado dentro dela.

— Humm. — Megan estreita os olhos ao encará-lo. — E aquela conversinha de não me levar pra cama?

— Ainda estamos na cozinha, mas você acaba de me convidar a te levar pra lá.

— Não. — ela balança a cabeça de um lado pro outro. — Não mesmo. — Megan o afasta conseguindo manter certa distância dele.

— Megan...

— Isso não vai dar certo, Tommy. Melhor você ir.

Megan estava resistente demais. Ela o amava, mas tinha medo de se entregar e Tommy decepcioná-la mais uma vez. Ainda não se sentia pronta para encarar um relacionamento.

— Não, Megan. — ele avança até ela. — Eu não vou sair por aquela porta sem que você olhe em meus olhos e diga que realmente quer que eu vá.

Megan olha-o em silêncio, o coração disparado só faltava saltar pela boca. O olhar era intenso, penetrante e completamente perigoso. O desejo de outro beijo foi crescendo cada vez mais, assim como em Tommy, que não hesitou e a tomou mais uma vez em seus braços, colando seus lábios aos dela.

Cambaleando foram em direção ao quarto, esbarrando entre paredes e móveis no meio do caminho...