Seus lábios são quentes e derretem a boca de gelo dele. Aquilo não é errado. Você e o garoto albino têm plena consciência de cada movimento que realizam — a perna roçando na dele, a mão por dentro dos fios loiros, a camisa branca no chão, o zíper da calça aberto.
O garotinho, branco como o lençol há muito retirado daquela cama pelos seus corpos rolando, põe as frágeis mãos de dedos finos em seu peito magro e o olha de cima, como sempre seria, ano após ano (conforme-se com isso, Mello). Os cabelos sem cor nenhuma eram a moldura de sua cara de paisagem — naquele exato momento alterada pela vermelhidão das bochechas.
Seus dedos longos passam por elas, e você não sabe se o líquido que impregna a pele de Near é suor ou gelo derretido.
Ele deita em seu peito e acaricia a sua cintura, descendo, descendo... Sua língua desenha a linha do queixo dele, depois baixando. Near geme, reagindo às labaredas lambendo seu pescoço. Mello-fogo, Mello e seus dedos de fogo se espalham por todo o pétreo corpo de Near. E então as roupas dele estão todas carbonizadas, lá no chão.
Near tira sua calça enquanto o encara com aqueles olhos de gelo — insípido, incolor e inodoro. Inexpressivo. Near ofega, mas continua com aquela (falta de) emoção congelada no rosto. Near-gelo, Near com o peito no seu; Near, Mello, sublimação.
Você gira os corpos dos dois pela trigésima sétima vez só naquela noite. Fica por cima, como sempre tentava, tentava e não conseguia. (Conforme-se com isso, Mello.) O garotinho embaixo de si agora se confunde perfeitamente com a cama, mas você consegue achá-lo pelo cheiro e pelo tato.
Near vira de costas sem que você peça. Você passa os dedos longos e finos pela linha da coluna do garoto, e espera que ele não derreta ali mesmo, nas suas mãos (apesar de que se ele sumisse assim você nunca mais teria com o que se preocupar). Espera pelo menos que se mantenha duro até o fim da noite, o fim da noite com direito a efeitos especiais e uma explosão de fogo.
O garoto-primeiro-lugar arranha o final das suas costas e então sobe, depois desce. Suas costas arqueiam-se involuntariamente, e você não deixa de comparar aquilo a um arrepio de frio. Os dedos de gelo estão em todo lugar agora, os dedos de gelo chamam, os dedos de gelo pedem, agarram, puxam, trazem-no para mais perto.
E, é uma pena, mas você quer também. Invade Near com fogo, e é fogo que ele deseja. Ele geme, queimado, derretido (derrotado, você pensa). Você sente que está chegando perto, porque Near derrete por entre seus dedos longos e finos e de fogo; está chegando perto, ah, sim, você consegue sentir que o fogo acelera em seu corpo, num ritmo que poderia incendiar a Wammy's House inteira. Ah, ah, a... A explosão.
Near vira o pescoço, a pele transparente deixando à mostra as veias verdes quando se estende sobre o músculo. Mello, você ainda delira com a explosão, mas nota algo de errado naquele rosto...
O que é aquilo descendo pela ponte do nariz? Será que os olhos dele derreteram também?
X
Tô morrendo de medo de tu odiar essa fic nonsense, mas, mesmo assim... É pra você, Hee. Feliz aniversário MUITO atrasado XD
Te amo, marida. Seja muito feliz e viva muitos anos e escreva muitas fics \Õ/
Mr. Montagh's
