OBVIAMENTE HARRY POTTER PERTENCE A QUERIDÍSSIMA JK, APENAS PEGO SEUS PERSONAGENS PRA BRINCAR UM POUQUINHO.
ESSA HISTORIA ESTÁ COMPLETA E SUA SEQUENCIA JÁ EM ANDAMENTO, AS POSTAGENS ACONTECERÃO EM DOMINGOS INTERCALADOS. EU SOU MINHA PRÓPRIA BETA, PORTANTO SE ENCONTRAREM QUALQUER ERRO, POR FAVOR ME DEIXEM SABER. ESPERO QUE VOCÊS GOSTEM E NOS VEMOS LÁ EMBAIXO.
Capitulo 1
Era fim de tarde e o moreno caminhava pela vizinhança de seus tios sem se importar nenhum pouco com o caminho que estava seguindo, ele apenas sentia o vento no rosto fazendo algumas mexas de seu cabelo rebelde pinicarem em sua bochecha, não tinha qualquer notícia do mundo magico desde o termino de suas aulas, até mesmo seus amigos o estavam evitando, não que ele pudesse culpa-los, afinal graças a ele Ronny tinha perdido sua única irmã, Hermione ainda tentava não olhar para ele de forma diferente, mas ele percebia o medo em seus olhos, a preocupação com o futuro daqueles que se acercavam muito do "menino-que-sobreviveu".
- E sobreviveu para que?! – Murmurou ele chutando uma pedra que estava em seu caminho – Para ver todos os outros morrerem?!
Ele ainda se lembrava da palidez da jovem Weasley, da opacidade de seus cabelos antes tão ruivos no momento final, e principalmente lembrava-se da risada cortante de Voldemort, a última coisa que ouviu antes de perder a consciência.
Acordou na enfermaria semanas depois, não sabia como sobreviveu, o veneno do Basílisco deveria tê-lo matado, Voldemort o teve a sua mercê e poderia mata-lo sem qualquer interrupção, mas contrariando todas as possibilidades lá estava ele, inteiro, vivo, enquanto Gina era velada por sua família.
Estava em um parque no fim do quarteirão, ninguém nunca ia até lá, era perigoso diziam, mas Harry não se importava, depois de tudo que passou, duvidava muito que qualquer trouxa pudesse lhe fazer mal. Sentou-se no caquético balanço ouvindo as correntes rangerem sob seu peso, balançou-se quase inconscientemente enquanto tentava deixar sua mente vazia.
- Olha se não é o Harry?! – Ele ouve a voz de Duda surgir no liminar do parque, cercado por seus asseclas habituais, ele sequer levanta os olhos do chão, tão cansado que estava da repetição de toda aquela cena – Por que está ai sozinho?! A sim, porque você não tem ninguém. – Ironiza seu primo dando risadas junto com os outros meninos.
- A essa altura você já deveria ter pensando em piadas melhores. – Murmura quase para si mesmo se levantando do balanço decidindo que talvez fosse hora de voltar, um empurrão faz o moreno se desequilibrar e finalmente olhar para o rapaz gordo a sua frente.
- Quem foi que te deu essa terrível educação?! – Diz o primo, seu rosto assumindo o tom avermelhado exatamente igual ao de seu tio Walter quando estava muito enfurecido.
- Seus pais é que não foram. – Responde o moreno malcriado, um sorriso quase escapou de seus lábios quando sentiu o punho do maior acertar sua face.
- Não abra essa boca imunda para falar dos meus pais, sua aberraçãozinha.
- Se você já acabou acho que devemos voltar, afinal Tia Petúnia fica irritada quando seu "Dudoquinha" não volta antes de escurecer.
O moreno não sabia ao certo porque estava provocando Duda, quando obviamente ele e os amigos poderiam machuca-lo, mas simplesmente não conseguia se conter, estava cansado demais de pensar, e talvez apanhar um pouco faria ele se animar.
- Você já era! – Disse o loiro entre os dentes, se aproximando ameaçadoramente de Harry, mas antes que pudesse alcança-lo alguém surgiu das arvores.
- O que está acontecendo rapazes?! – Uma voz melodiosa se fez presente, caminhando em direção ao grupo de adolescentes se encontrava um homem que não poderia ter mais de vinte anos, o corpo bem formado coberto por uma roupa elegante e ao mesmo tempo despojada, seu cabelo muito preto, ainda mais escuro que o de Harry assentava-se ondulado dando um ar de descuidada inocência, tal inocência que era desmentida pelo olhar ferino que se fixava no menor rapaz do grupo, um olhar da cor de sangue.
- Não se mete no que não é da sua conta. – Disse Duda sem imaginar o perigo que corria, o recém-chegado sorriu de lado.
- Duda, saia daqui, vai embora agora. Todos vocês, entrem em casa e não saiam de lá. – Alerta o menor sem tirar os olhos da figura imponente que estava cada vez mais perto.
- Você não manda em mim seu idiota. – Diz Duda empurrando o primo outra vez, o homem estreita os olhos, deixando por pouco segundos um brilho descontrolado tomar seus olhos.
- Deixe-o ficar Harry. – Diz o homem, finalmente capturando a atenção dos outros rapazes que antes não haviam lhe dispensado um segundo olhar – Pode ser divertido.
E então o homem tirou a varinha longa e branca de uma de suas mangas, Duda engoliu em seco dando-se conta de que aquele não era um homem comum. Harry colocou-se à frente dos rapazes, se concentrando para não deixar suas pernas tremerem, ele encarou diretamente os olhos do homem.
- Eles não têm nada a ver comigo. Deixe-os ir. – Diz o moreno, sua voz não deixando claro se aquilo era uma ordem ou um pedido.
- Eles pareciam ansiosos para ficar a alguns segundos atrás. – E novamente o sorriso estava lá, fazendo o sangue de Harry gelar em suas veias.
- É a mim que você quer...eles são apenas trouxas. – Disse o mais novo desesperado.
- Quem você está chamando de... – Mas Duda conteve o amigo antes que ele pudesse piorar uma situação que já parecia ruim.
- Sabe que não posso deixá-los ir. – Diz o mais velho displicentemente, saboreando o pavor que crescia dentro do coração daquelas crianças tolas – Seu priminho avisaria aos seus tios, e não queremos ser interrompidos, certo?!
- Não dirão nada, e mesmo que dissessem meus tios não tem qualquer ligação com nosso mundo, não poderiam contatar ninguém. Deixe-os ir. Eu ficarei.
- Harry, não precisa ficar assim tão sério. – Ironiza o outro – É claro que os deixarei ir, se isso é tão importante para você.
- Vão, agora, não olhem para trás e não digam nada a ninguém. – Diz Harry deixando claro que nada daquilo era uma brincadeira, Duda começou a caminhar de costas empurrando os amigos para longe e por um segundo pareceu hesitar em deixar Harry ali sozinho – Vai.
Quando os meninos já tinham sumido de vista o mais novo se permitiu respirar.
- Quanta preocupação com esses trouxas...eles não pareciam gostar de você. – Diz o mais velho caminhando até o moreno e sentando-se displicentemente no balanço ao lado do que Harry estava anteriormente.
- Se veio para me matar o faça de uma vez. Estou cansado demais disso tudo.
- Lamento ouvir isso Harry, e acredite se eu te quisesse morto, bastava ter deixado você ser corroído pelo veneno do meu Basilísco. Não te quero morto pequeno. – Diz o mais velho, sua voz embora fria parecia sincera, mesmo assim Harry permanecia tenso – Obviamente você não acredita em mim, afinal eu matei seus pais, sua amiga e centenas de outros sangue-ruim, não é?!
- Se não quer me matar, o que quer?
- Abrir seus olhos. Eu não sou o monstro que você pensa, sou um monstro, mas das monstruosidades das quais você me culpa, a que mais lhe feriu não foi realmente obra minha. – E o lorde suspira como se também estivesse cansado e então se levanta aproximando-se de Harry mais rápido do que o outro pudesse prever – Venha comigo – o moreno mais novo dá dois passos para trás fazendo o outro revirar os olhos – Você virá de qualquer forma, é melhor que seja por bem, você não concorda?
Harry encara o chão e o mais velho toma isso como um consentimento, coloca a mão sobre o ombro do adolescente e aparata dali. Quando os pés do rapaz de olhos esmeralda tocam o chão ele sente ânsias, e o mundo parece estar se movendo alucinadamente sob seus pés, com uma mão no ombro o mais velho o firma.
- Você se acostuma. – Ele diz e sem qualquer outra palavra começa a caminhar por um jardim escuro e mal cuidado, já era noite e um frio que ele não sentia antes entrava através de suas roupas finas, sem qualquer outra escolha ele acompanha o Lorde das Trevas quando ele entra na lúgubre mansão que ao contrário do que seu exterior aparentava era quente e acolhedora, o ar tinha cheiro de velas e madeira, e o adulto caminhava calmamente até a lareira que ocupava toda uma parede da sala, retirando o blazer que vestia ele se senta em uma poltrona e indica o sofá a sua frente para Harry que receoso obedece.
- Que lugar é esse?! – Pergunta Harry sentindo o coração bater próximo a garganta.
- É minha casa. – Diz o outro erguendo uma sobrancelha – Você esperava que eu vivesse em uma caverna por acaso?! – Harry contem a vontade de dizer que era exatamente isso que pensava – Essa é a mansão de meu pai trouxa, a família Riddle era bem abastada. Mas isso não vem ao caso, não é por isso que te trouxe aqui. Harry Potter, o menino-que-sobreviveu. É assim que te chamam, não é?! Por isso você é famoso.
- Sou famoso porque você matou meus pais para chegar até mim. – Responde o menor entre os dentes sentindo de repente a raiva se apoderar dele – Sou famoso, porque minha mãe se jogou na frente de um psicopata para me salvar.
- Bom, isso é verdade. – Diz o outro ajeitando-se confortavelmente em sua poltrona – Sua mãe se atirou na frente de um psicopata para salvar você, mas esse psicopata não fui eu. Sim, eu sou assassino, não estou negando isso, mas pense comigo, porque eu temeria um simples bebê?! Eu não fui te matar, naquela noite.
- Mentiroso! – Acusa o outro – Todos sabem o que aconteceu, todo o mundo bruxo sabe o que você fez...
- Interessante, considerando que de acordo com a história a única pessoa que testemunhou tudo aquilo e permaneceu vivo foi você Harry, e você tinha apenas um ano, quem contou a história afinal?!
- Você está tentando me confundir.
- Porque eu faria isso?! O que eu teria a ganhar?! – O outro ri cruzando os calcanhares despojadamente – Você está aqui, sozinho, se eu quisesse te matar já teria matado, porém estou me esforçando para te contar a verdadeira história, criança teimosa.
- Verdadeira história?!
- Sim. Eu matei muitos bruxos Harry, muitos trouxas também, não nego isso, trouxas inúteis e desprezíveis como aqueles que lhe atormentaram hoje, mas não matei seus pais. Tentei salvar sua mãe...
- Mentiroso.
Parecendo finalmente perder a paciência o mais velho se levantou encarando Harry por seus assustadores olhos vermelhos e o moreno se encolheu no sofá, contudo o outro apenas se pôs a andar em direção a uma escada no limiar da sala.
- Me acompanhe.
No fim do segundo andar os dois entraram em uma grande sala que parecia um escritório muito bem decorado, sem esperar por qualquer pergunta Voldemort caminhou até uma estante e voltou com um objeto estranho que parecia um grande prato prateado e brilhante, o mais velho depositou-o sobre a mesa e Harry finalmente pode ver seu conteúdo, o mais novo não sabia dizer se era liquido ou gasoso, mas era perolado e não parava de se mover, ainda que não houvesse qualquer brisa no cômodo.
- Isto é uma penseira. – Esclarece o mais velho, porém o adolescente continua a encara-lo confuso e ele revira os olhos – Este objeto permite que outras pessoas lhe mostrem memorias, delas próprias ou de qualquer outro que cedê-las. Agora me diga menino, quer ou não saber o que aconteceu naquela noite?
- De quem são essas memorias? – Perguntou o mais jovem se aproximando temerosamente da grande bacia.
- Minhas... – Harry arregalou os olhos para aquela resposta e o outro sorriu – Você está prestes a assistir como você matou Lorde Voldemort.
Depois de despejar um liquido brilhante dentro da bacia prateada ela começou a liberar mais e mais fumaça, o moreno mais jovem aproximou-se assim como o outro, ambos se inclinaram e afundaram seus rostos no liquido que embora parecesse frio à primeira vista na verdade era morno e agradável. O menino sentiu por um momento seus pés deixarem o chão, mas isso durou pouquíssimos segundos e ele estava outra vez de pé.
Olhando ao redor Harry percebeu que era uma bela noite e embora ele não pudesse sentir, o movimento das arvores indicava uma brisa reconfortante, ao seu lado estava o Lorde das Trevas e sob a luz da lua sua pele parecia ainda mais pálida, quase como se sua cor houvesse desbotado, apenas seus olhos vermelhos pareciam vivos, o mais jovem piscou reajustando sua visão, foi quando seus olhos foram atraídos para uma luz vermelha brilhando na casa a sua frente.
- Vamos entrar agora. – Disse o mais velho calmamente seguindo em linha reta em direção a porta da casa, mas a tensão em sua mandíbula traia seu nervosismo.
Em alguns momentos o ambiente parecia tremer e perder o foco como uma televisão mal sintonizada, e então era difícil se concentrar nos detalhes, como um vaso de porcelana quebrado no chão que sumia e reaparecia conforme eles adentravam a residência. Sinais de luta estavam claros em todo o ambiente, marcas negras nas paredes e alguns focos de fogo exalando fumaça, mas nada daquilo era importante, nada estava realmente em foco.
- Perdoe a baixa qualidade dessas memorias, elas são apenas vislumbres do que aconteceu naquele dia. – Disse o mais velho enquanto passava por cima de um conjunto destruído de louças e seguia em direção a escada que vez ou outra era iluminada por luzes multicoloridas – Foi um momento traumático, portanto você encontrará tudo um tanto caótico, mas imagino que esteja claro o suficiente.
- O que deveria estar claro? – Perguntou o mais novo quando começaram a subir dos degraus.
- Que há uma batalha acontecendo aqui. – Disse o outro como se a pergunta de Harry não pudesse ser mais estupida.
- Está é a casa dos meus pais. – Murmurou o moreno, diversos sentimentos dançavam dentro dele, medo do que estava para presenciar, ansiedade por ver os pais, mesmo que em um momento tão terrível, raiva pela crueldade do homem que o estava forçando a reviver aquele momento.
- Sim, estamos prestes a presenciar seu assassinato. – Disse o outro, mas não havia crueldade ou diversão em sua voz, ele estava apenas narrando a história – Ali está seu pai.
Caído no chão em um ângulo impossível estava um homem moreno muito parecido com o próprio Harry, os olhos ainda abertos e sem brilho esquadrinhavam loucamente o local e se mostravam a única diferença em seus rostos além da idade. O mais jovem imaginou que deveria estar de alguma forma chocado com o que via, talvez devesse sentir algum tipo de dor emocional profunda, porém ele simplesmente ergueu os olhos outra vez e passou sobre o corpo do homem imobilizado sem prestar mais atenção. No fim do corredor havia uma porta branca, mas ela estava pendurada precariamente sobre as dobradiças, não havia mais luzes ou sons, apenas vozes rápidas e baixas demais para serem compreendidas. Os dois intrusos seguiram até a habitação que se provou um quarto de bebê, na parede mais distante da porta uma mulher estava parada de pé a frente de um berço, o rosto marcado pelas lagrimas e um olhar repleto de ódio preso naquela porta, por um segundo Harry ficou surpreso com aquele olhar direcionado a si, mas logo percebeu que diretamente ao seu lado havia um homem, se é que ele poderia chamar aquele ser assim. A criatura ao seu lado esquerdo era branca, a pele parecia ao mesmo tempo escamosa e pueril, a cabeça era tão lisa quanto uma bola de bilhar e as feições lembravam uma serpente, apenas os olhos profundamente vermelhos permitiam que o moreno mais jovem identificasse aquele homem.
- É você. – Disse Harry quase em um sussurro e ganhou apenas um acenar afirmativo da versão mais jovem de Lorde Voldemort que estava parado do outro lado.
- Escute. – Ordenou o Lorde real e foi o que o moreno mais jovem fez.
- Saia logo daqui. – A voz que deixava a boca da criatura reptiliana causava arrepios – Saia ou este menino irá morrer hoje.
- Não deixarei você mata-lo, seu monstro. – A voz da mãe era linda e melodiosa, embora estivesse nublada de pânico naquele momento.
- Não o matarei se você sair neste instante. – Gritou a cobra-Voldemort erguendo sua varinha, mas outro feitiço foi ouvido na casa e ambos os adultos no quarto de bebê olharam na direção da intensa luz verde que iluminou o corredor.
- Tom, não esperava encontra-lo esta noite. – Disse um homem extremamente idoso parando diante do batente, o sorriso caloroso e o olhar quase divertido por trás dos óculos de meia lua contemplaram os presentes.
- Professor Dumbledore. – Harry ouviu a mãe sussurrar, o alivio tomando conta de todo o seu ser, mas por alguma razão Harry não se sentiu aliviado, ao ver o olhar de urgência nos olhos da cobra-Voldemort ele sentiu-se ainda mais encurralado.
- Tenho certeza que não esperava. – Disse a cobra-Voldemort com um sorriso de escarnio na boca sem lábios, e de forma surpreendente se posicionou a frente da ruiva que protegia o berço – Mas você despertou minha curiosidade, por que veio procurar esta criança?
- Sei que está a par da profecia Tom. – Disse o velho bondosamente, caminhando para dentro do quarto sem tirar os olhos do oponente – Sei também que não é um tolo. Não está nervoso por saber que esta criança será capaz de derrotar você?!
- Não tenho qualquer razão para temer um bebê. – Respondeu o outro.
- É claro que tem. Todos nós temos. Que estrago um ser tão potencialmente poderoso poderia fazer, qual perigosa esta criança se tornará se não puder ser controlada... seria irresponsabilidade não agir enquanto ainda podemos...
A ruiva que antes estava aliviada agora tinha se tornado ainda mais protetora, e encarava os dois bruxos com ansiedade.
- Alvo, o que você está dizendo? – Perguntou ela, uma nota de desespero em seu tom de voz.
- Você já deveria ter ido embora garota burra. – Disse a cobra-Voldemort sem tirar os olhos do bruxo mais velho - Pegue essa criança e vá para o mais longe que conseguir.
- Não posso deixa-la fazer isso, eu posso? – Perguntou o diretor com um sorriso calmante e gentil – Ninguém pode entrar ou sair da casa, ela está sob o feitiço fidelius, como você bem sabe... estou curioso, por que meu aluno mais Grifinório de todos os tempos procurou você? Não acredito que ele seja um traidor.
- Ele me procurou para deter você.
- Adoraria saber que informação o levou até você. Mas isso não é importante neste momento. – Os olhos do diretor brilharam de forma perigosa, e a cobra-Voldemort enrijeceu prevendo o ataque, mas antes de dizer um único feitiço foi arremessado contra uma das paredes do aposento. O ambiente inteiro escureceu, e Harry sentiu um puxão no estomago como se estivesse sendo transportado para longe outra vez, mas uma mão forte e de dedos longos apertou seu antebraço, chamando sua atenção, a versão jovem de Voldemort lhe encarava de forma extremamente tensa.
- Eu quase perdi a consciência naquele momento, preste atenção em Dumbledore.
- ... entenda, é apenas um efeito colateral. – Estava dizendo Dumbledore, naquele tom que ele já tinha usado com Harry antes, o tom que dizia ao rapaz que mesmo que ele estivesse certo, nada poderia ser feito para melhorar a situação.
- Mas... James confiou em você. Nós confiamos em você. – Gritou a mulher, ainda imóvel diante da criança agora sentada inocentemente no berço.
- E eu peço que continue a confiar. Estou fazendo isso pelo bem de todos, se esta criança não fosse tão emocionalmente ligada a vocês, teriam entendido.
- Você não pode fazer isso. – Disse ela, desespero cobrindo cada nuance de sua linda voz.
- Eu lamento Lilian. Avada Quedavra. – Uma linha verde brilhante deixou a varinha de Dumbledore e acertou diretamente o peito da mulher, no lugar exato onde ficava seu coração, e ela desabou como uma boneca de pano – Adoraria que não fosse necessário, você era uma bruxa magnifica.
O bruxo mais velho empurrou o corpo de Lilian Potter com os pés, afastando-a do berço sem delicadeza e parando diante do bebe que lhe olhava curioso.
- Ele é apenas um bebê. – Disse a cobra-Voldemort, sua voz soava pesada e a imagem do ambiente tremeluziu mais uma vez.
- Não posso permitir que cresça... – Dizia Dumbledore enquanto apontava a varinha para a fronte do bebê.
- Avada Quedavra. – Quando o moreno mais jovem ouviu o feitiço outra vez imaginou que ele iria acerta-lo na testa, ele quase esperou ver-se morrer, mas Voldemort não estava mirando em si, estava mirando o diretor de Hogwarts, o feitiço, porém não conseguiu acerta-lo, na última hora o velho conseguiu se afastar de uma forma muito suave para alguém de idade tão avançada. O que se seguiu foi uma eufórica disputa entre os dois maiores magos daquela era, ambos lutando o seu melhor para chegar até o bebê que sorria para a luzes. Dumbledore estava caído diante do berço, parecia seu fim, Voldemort sentia o mesmo, a varinha estava conectada diretamente com o nariz torto do ancião, as palavras foram sussurradas com tanto gosto que quase parecia indecente. - Avada Quedavra. – Então para surpresa de todos, o velho se desviou uma última vez, o feitiço que era destinado a ele acertou o menino inocente que assistia ao festival de luzes.
Uma explosão de ar, magia, e pura energia pareceu emanar diretamente de seu minúsculo corpo, a versão atual de Harry Potter assistiu atônito Dumbledore cambalear debilmente para fora do quarto e desaparecer, assistiu sua versão bebê gritar em visível agonia, a mesma agonia que Lorde Voldemort sentia ao se transformar em pó diante de seus olhos ao mesmo tempo em que os intrusos eram arremessados de volta a realidade.
Ele estava em choque, não havia uma palavra melhor para defini-lo naquele momento, seus olhos ardiam e seu corpo parecia pesado demais.
- Ele, ele não...por que? – Murmurava o mais novo, lagrimas caiam de seus olhos esmeralda e ele desabou contra a cadeira diante da escrivaninha.
- Porque você é poderoso demais Harry. Mais poderoso do que eu, mais poderoso do que ele jamais seria. – A voz do mais velho era fria e calma, quase condescendente.
- Eu, eu era apenas um bebê. – Afirma o outro ainda inconformado com o que viu.
- Um bebê e tanto, afinal foi realmente você quem me matou naquela noite.
- Eu não entendo. Você...você matou todos aqueles bruxos, foi você...mas...
- Não estou me dizendo inocente, apenas quero que você entenda que não sou culpado desse crime em particular. Não matei seus pais...e não tinha qualquer intenção de mata-lo naquela noite, você ainda não era um problema para mim.
- Mas matou a Gina. – Os olhos do mais novo em momento nenhum deixaram de derramar lagrimas.
- Foi necessário. Não tinha a intenção de matá-la especificamente, mas eu precisava de alguém para poder sair do diário.
- Você petrificou todos aqueles inocentes.
- Sim, petrifiquei. Poderia tê-los matado, você sabe que sim, mas esse não era meu propósito, apenas precisava distrair Dumbledore.
- Tudo isso é loucura. Você está mentindo.
- Você viu em minha memória, ela é confusa eu sei, está imprecisa afinal ainda não recuperei todos os... – Ele pareceu perceber o que dizia e pigarreou antes de continuar – Bom... se não acredita em mim, existe outro.
- O que quer dizer isso?
- Você saberá! – E então o lorde se levanta e se aproxima da poltrona em que Harry está sentado – Mas por agora acho melhor que volte para os seus tios.
- Vai me deixar voltar? – Harry levanta-se e arregala os olhos, Voldemort sorri com diversão pela surpresa do garoto.
- É sua casa, não é?! – O mais velho ergue uma sobrancelha e se põem a caminhar em direção a porta – Você vai voltar, mas antes há algo que devo lhe dar... – o lorde das trevas pegou uma caixa grande de veludo verde, suas dobradiças e adornos eram prateados e as curvas lhe lembravam serpentes, o mais velho depositou a caixa nas mãos do menino – Abra.
E ainda receoso, Harry abriu, não sabia ao certo o que esperava encontrar, mas a cobra preta e reluzente definitivamente não passou pela sua cabeça, como se a luz a estivesse incomodando ela piscou duas vezes com seus olhos assustadoramente vermelhos e escondeu-se novamente sob suas curvas.
- Esta é Gael. – Disse o Lorde acariciando displicentemente o corpo da cobra – É a única filha sobrevivente de Nagine...É sua.
- Você está me dando uma cobra?! – Harry murmura para si mesmo, não conseguindo assimilar mais nada do que se passava naquela noite.
- Gael é muito mais do que uma simples cobra, ela lhe mostrará do que é capaz ao seu tempo, apenas te adianto que esta cobra será tão fiel a você como Nagine é a mim. Mataria e morreria por você.
- Por que você me daria uma cobra para me proteger?
- Sua segurança significa mais para mim do que você pode imaginar, mas já te contei o suficiente por uma noite. – E então o mais velho silenciosamente caminhou até o primeiro cômodo que visitaram e pegou o que seria seu último presente naquela noite, um adorno de orelha de cristal que tinha a forma de uma cobra – Está chave de portal te levará ao parque onde te peguei, não conte a ninguém o que se passou hoje, guarde isso, Gael vai lhe explicar como usá-lo. – Ele colocou o delicado adorno na mão do confuso jovem – E Potter, se tivesse escolha teria usado alguém diferente de sua amiga.
O moreno mais jovem sequer teve certeza do que ouviu, antes de ter a oportunidade de dizer qualquer coisa ele estava de pé no parque, as estrelas iam altas no céu e ele correu para casa dos tios, a caixa de Gael firma em sua mão. Esperava encontrar seus tios furiosos com a sua ausência, mas ao contrário do que poderia pensar estavam jantando calmamente, Petúnia entortou a boca com desgosto assim como Walter, mas esse não disse nada.
- Senta logo garoto, está esperando um convite para comer?! – Bradou Petúnia, Harry piscou confuso.
- Não tenho fome. – Ouviu sua voz dizer – Voltarei para cuidar da louça quando terminarem.
E sem esperar por mais nada subiu as escadas e se entocou no quarto, tentando assimilar o que teria acontecido naquela noite.
OI, QUE BOM QUE CHEGARAM ATÉ AQUI. PLEASE, SEPARE ALGUNS SEGUNDINHOS PARA ME CONTAR O QUE VOCÊ ACHOU, FAZ REALMENTE UMA DIFERENÇA ENORME. OBRIGADO.
