Nome: A Flor de Cerejeira

Autor: BastetAzazis

Beta-reader: Roxane Norris

Pares: Snape/Sakura – não, isso não é uma piada :P

Censura: NC-17

Gênero: Romance

Aviso: crossover HP/Naruto

Sumário: Dumbledore surpreende Snape no meio do ano letivo com uma tarefa peculiar, fazendo-o interagir com uma jovem irritante de cabelo rosa. Sakura descobre que a única esperança para salvar o Sasuke está na Inglaterra, na figura de um odiado mestre de Poções...

Disclaimer: Naruto e seus personagens pertencem a Masashi Kishimoto. Eu só os roubei enquanto ele insiste em tirar férias. Harry Potter e seus personagens pertencem a J.K.Rowling, mas eu achei que eles mereciam expandir seus horizontes um pouquinho!

Notas: Esta fic faz parte do SnapeFest 2008, uma iniciativa do grupo Snapefest do Yahoo!grupos.

Como Naruto é atemporal, fixei esta fic no período de novembro de 1990 a março de 1991, ou seja, no ano letivo anterior à chegada de Harry Potter a Hogwarts. Enquanto que a linha de tempo no fandom Naruto é logo após o Shippudden, considerando que o Sasuke estaria de volta a Konoha, e Orochimaru e a Akatsuki derrotados.


Capítulo 1: O Velho Louco

O dia estava perfeito. Duas aulas de Poções com os imprestáveis da Lufa-lufa logo pela manhã. Um frasco de unhas de dragão quebrado, um caldeirão derretido, cinqüenta pontos a menos no contador da Lufa-lufa e duas detenções. Não havia melhor maneira de começar a semana.

Mas meus martírios estavam apenas começando. Mal sabia eu que, ao encontrar o Diretor Dumbledore no almoço, um dia ainda iria suplicar por voltar a ensinar cabeças-ocas a preparar uma simples Poção Anti-Furúnculos. Ele simplesmente inclinou-se para o meu lado, enquanto me deliciava com um belo cozido, e pediu para que o encontrasse em seu escritório logo após as aulas da tarde.

Eu devia saber que aquele velho estava ficando gagá. Mesmo para um bruxo, ele já estava com a idade avançada. Mas como devia minha liberdade a ele, eu segui até o escritório do Diretor no final da tarde e, após uma xícara de chá e cookies de limão, ouvi o que ele tinha a me dizer.

- Eu recebi o pedido de uma velha amiga esta manhã. Uma ninja que conheci quando procurava reforços para lutar contra Grindewald.

- Uma ninja? – perguntei, quase engasgando com um cookie que desceu atravessado.

- Sim – ele respondeu, fingindo não notar minha estranheza. – O país dela estava em guerra naquela época também, e assim como eu, ela havia perdido um grande amigo para as Artes das Trevas.

- Eu não estou muito familiarizado com esse pessoal. Artes das Trevas? Eles também usam magia?

- Eles preferem chamar de outra forma – ele respondeu, passando a mão pela longa barba branca. – Mas sim, podemos dizer que eles também usam magia, embora sejam treinados de maneira diferente e não precisam de uma varinha.

Eu coloquei a xícara de chá vazia sobre seu pires na mesa e me recostei na cadeira. Ainda não fazia idéia do quanto aquele velho era maluco.

- Mas eu não pedi para você vir aqui para conversamos sobre o passado – ele continuou. – Esta amiga é a chefe da sua vila hoje, e me mandou uma águia mensageira pedindo por ajuda.

- Águia? O que há de errado com as corujas? – perguntei, mal-humorado. Acho que já estava desconfiando que aquele pedido de ajuda me traria problemas.

O velho soltou um longo suspiro e me considerou com um olhar reprovador. Eu simplesmente levantei uma sobrancelha, convidando-o a continuar.

- Ela é uma das melhores médicas que conheço, mas parece que está com problemas com um rapaz da sua vila. Um jovem que, como você, foi tocado pelas Artes das Trevas e agora luta para se libertar.

Então era isso. Mais uma vez ele me jogava na cara minha antiga aliança com o Lorde das Trevas. Eu me perguntava como aquele velho imaginava que eu esqueceria do período mais obscuro da minha vida, se ele vivia me recordando daquilo.

- Ela me pediu para mandar o melhor mestre de Poções que conheço para Konoha – Dumbledore continuou. – Eu imaginei que você gostaria de deixar seus alunos por um tempo e se engajar num projeto mais desafiador.

Aquele velho imbecil... Ele sabia mesmo como massagear o ego de um sonserino. E conhecer uma nova terra... Como foi mesmo que ele chamou aquele lugar? Na certa haveria uma gama de novos ingredientes, novas técnicas... Eu não era muito familiarizado com essa gente, mas qualquer dono de botica sabia que os ninjas eram os maiores especialistas em venenos e seus antídotos. Eu podia aprender muita coisa com essa tarefa.

- Konoha, você disse? – perguntei, começando a me interessar. – Eu nunca ouvi falar desse lugar.

- Sim, Konoha – ele assentiu. – A Vila Oculta da Folha. É um lugar secreto, escondido nas florestas do País do Fogo. Não há nenhum tipo de acordo diplomático entre o Senhor do País do Fogo e o Ministério da Magia, portanto, essas suas pequenas férias deverão ficar em segredo.

Dumbledore parecia estar falando grego. Vila da Folha? País do Fogo? Aquelas pessoas não tinham uma imaginação melhor para dar nome às suas cidades e países? E como aquele velho gagá imaginava que eu manteria em segredo uma viagem em pleno ano letivo? Quem daria as aulas no meu lugar? E como ele explicaria minha ausência aos meus alunos?

- Eu sei o que você está pensando – ele interrompeu meus pensamentos, os olhinhos azuis brilhando por trás daqueles óculos cafonas. – Você deve ir a Konoha apenas para se inteirar do caso e trabalhar aqui, em Hogwarts. Eu o substituirei em suas aulas enquanto você estiver ocupado com o caso deste rapaz, e tenho certeza que a Papoula confirmará que você foi acometido de uma grave doença e está em tratamento nos seus aposentos quando precisar se ausentar.

- Humf! – bufei. – Você já tinha seu plano todo arquitetado antes mesmo de eu dar o meu aval.

O desgraçado apenas sorriu, os olhos brilhando com ainda mais intensidade.

- Eu sabia que podia contar com você, Severo. Mais chá?

- Não, obrigado – respondi. – Quando devo partir?

- Eu já providenciei uma chave de portal. Tsunade está esperando que você apareça no escritório dela a qualquer momento.

- Quem?

- A amiga de quem lhe falei. O nome dela é Tsunade. Ela é a Hokage, ou seja, a ninja mais poderosa do País do Fogo. Espero que você a trate com o devido respeito.

- Claro – resmunguei.

- E há ainda mais uma coisa.

Claro, sempre há algum detalhe sórdido que o Dumbledore deixa para revelar apenas na última hora.

- A aprendiz da Tsunade deve voltar para a Inglaterra com você. Ela ficará em segredo aqui em Hogwarts até vocês encontrarem uma cura para o tal rapaz.

- O quê? – esbravejei. – Como você espera que eu trabalhe num antídoto para algo totalmente desconhecido e relacionado com as Artes das Trevas com uma aprendiz sei lá de quem no meu pé?

- Acalme-se, Severo – ele respondeu calmamente, como se não visse nenhum problema naquilo. – Você precisará da ajuda de uma médica ninja nas questões relevantes à cultura deles e à forma como eles utilizam a magia, ou chakra, como preferem chamar.

Eu cruzei os braços e fiz uma careta, deixando bem claro que não gostava daquela idéia. Mas o Dumbledore até tinha razão, eu não conhecia nada sobre ninjas, nem ao menos fazia idéia de como alguém poderia usar magia sem canalizar sua energia através de uma varinha. Na verdade, estava até me 

interessando por aquele pessoal, mas é claro que não confessaria isso ao velho tolo.

- Está bem – resmunguei, fingindo-me contrariado.

- Excelente! – ele exclamou, levantando-se da sua mesa. – Aqui está a chave de portal. Ela deve ativar em torno de dez minutos.

Eu peguei a garrafinha de cerâmica que ele me passou e a destampei, cheirando o seu conteúdo.

- Saquê? – perguntei, franzindo a testa.

- Não seria elegante chegar lá sem um presente – Dumbledore respondeu com uma piscadela. – E nada melhor que um bom saquê para acalmar os ânimos da velha Tsunade..


Continua...