Spin/OFF – O Diário de Nino (Sakumoto)

Nota da autora: Uma das melhores fanfics Ohmiya que eu já li foi "O Diário de Nino" da Nina Shiruba. Essa fic me matou! Envolvia-me tanto com os personagens que chegava ao ponto de brigar com a autora, por não aceitar a atitude de alguns personagens... Mas, enquanto uns personagens me despertavam raiva ou amor intenso, outros, como Jun, me faziam chorar e me desesperar.

Jun foi meu primeiro ichiban, primeiro amor dentro do Arashi. Mas, depois de um tempo, comecei a me irritar com ele, com suas atitudes e o ciúme que Nino sentia de Jun passou a ser algo meu também. Porém, essa fic me devolveu novamente meu sentimento por Matsumoto.

No entanto, a fic é Ohmiya, e eu sempre quis que os sentimentos do Jun nessa fic fossem tratados em primeira pessoa. Então eu tive a idéia de criar um spin of que nada mais é do que um trabalho dentro de outro trabalho, ou uma fic da fic. Queria fazer uma surpresa pra Nina, uma homenagem ao trabalho dela, mas precisei contar pra ela para tirar algumas duvidas.

Assim sendo, essa fic será pequenas ONESHOTS songfics baseadas em DIARIO.

Indico ler a fic da Nina para entenderem melhor^^. Sinceramente, acho que vocês não vão entender nada da fic se não lerem diário antes^^

Fic Diário do Nino: .com/group/fanfics/forum/topics/inc-diario-do-n...

Bjusss

One more time, one more chance…

*spin of baseado no capítulo 31

Quanto mais tenho que perder antes do meu coração ser perdoado?

Acordei antes mesmo de o sol nascer. Não que eu fosse como Aiba, alguém que gostava das manhãs, mas o sono há muito tempo não era meu companheiro.

Caminhei em direção a cozinha, sem sequer tomar meu costumeiro banho matinal. Precisava de café, um vício que havia adquirido naqueles anos todos de banda. Cafeína, uma torrada e o jornal. O café me dava ânimo para começar meus dias, a torrada forrava meu estômago que cada vez mais renegava alimentos, e os jornais me mostravam que haviam pessoas com mais problemas do que eu...

Quanta dor mais eu terei que sofrer, para te encontrar novamente?

Devia ser até um crime sofrer por amor. Num mundo onde tantos sofrem por coisas importantes, chorar a noite até perder as forças simplesmente porque um cara mal olha para a sua cara, é algo vergonhoso.

Bem, eu sabia que Sho não era o único motivo de minhas lágrimas... Eu também me sentia muito sozinho. Aiba e Sho sempre estavam juntos, despertando meus ciúmes e minha raiva... Nino mal podia me enxergar e já começava a soltar indiretas e recriminações. Ohno, o único que parecia gostar de mim no Arashi, entretanto, agora estava entretido na sua relação com Kazunari...

Era um fato: eu estava só... precisava aceitar isso.

Resignado, peguei o jornal.

Mais uma vez, oh estações, não desapareçam

"OHMIYA – NA SAÚDE E NA DOENÇA".

Aquilo devia ser uma brincadeira! Mas, não era. Ohno e Nino estampavam a capa do jornal do dia. Haviam sido descobertos pela imprensa, e provavelmente já eram assuntos dos primeiros programas de fofoca do dia.

Eu precisava ajudá-los...

Voei até um guia, a fim de pegar o endereço do hospital onde Nino estava internado... Mas, parei subitamente.

Kazunari me queria lá? Baixei a cabeça enquanto as mãos trêmulas seguravam o livro pesado.

Um dia, no passado, ele havia sido meu melhor amigo. Mas, então afastou-se de mim, e não mais me deixou se aproximar. Talvez – e isso era apenas uma possibilidade – ele havia descoberto meu relacionamento com Sho. Durante vários meses pensei que fosse o nojo que guiasse Kazunari em suas palavras felinas, mas quando ele se assumiu gay para a banda, eu soube que a verdade é que Nino não me amava, não me queria como amigo.

Quando quer que brigássemos, Era eu quem sempre desistia primeiro, certo?

Mesmo sabendo que Nino não me desejava lá, não resisti. Irrompi pelo hospital, procurando desesperadamente o quarto de Kazu. Logo o encontrei, e entrei sem sequer bater.

Ohno estava ao seu lado, com um eterno olhar apaixonado. Já Nino parecia tão magro e abatido que, por alguns segundos, senti vontade de voar até aquela cama e o abraçar com força, dizendo o quanto o amava, o quanto queria ficar perto dele e o proteger...

- Eu vim assim que soube. Vocês estão bem?

Sua natureza egoísta que me fez me apaixonar por você ainda mais

-Seu... seu... – ouvi, nitidamente.

- Nem ele seria tão idiota pra fazer algo assim, Nino-kun! O que ele ganharia com isso? – a voz de Ohno elevou-se, como se estivesse tentando me defender.

De repente, percebi o que acontecia. Nino havia achado que fora eu que havia entregado a relação deles a imprensa? O desamor dele o fazia ser tão cego? Ele achava que, além de ser um rival na banda, eu era um canalha capaz de destruir a carreira deles? Ele não via meu estado? Não via minha preocupação?

"Segure-se Matsumoto", pensei. "Não chore na frente deles."

Mais uma chance, as memórias pararam minhas pernas

- Você? – Nino dirigiu-se a Ohno.

Ri, de nervoso. Agora eu não só destruía a banda, como também tentava roubar-lhe o namorado?

- Eu dispenso, Nino! Obrigado, mas não, obrigado. – Ironizei.

- Quem mais teria motivo pra isso? – ele persistiu.

Você não vê, Kazunari? Qualquer um poderia ter motivos, menos eu. Eu nunca poderia te machucar, mesmo que eu quisesse. Depois de Sho, sempre amei você.

Eu estou sempre procurando por sua imagem aparecer em algum lugar

Subitamente, a porta se abriu. Sho e Aiba adentraram o quarto. Tão logo notei a presença, me afastei o máximo que pude. Já estava sendo duro demais agüentar as palavras de Nino, que me excluía sem piedade do seu círculo de amor e amizade. Não poderia suportar assistir ao sentimento transbordante de Sakurai e Masaki. É vergonhoso, eu sei, mas não consigo impedir a inveja e o ciúme.

- Desculpa a demora. – A voz máscula de Sho se ergueu. Estremeci, discretamente. – Se esse preguiçoso acordasse mais cedo...

A causa do atraso havia sido o sono de Aiba? Ambos dormiram juntos? Apertei com força minhas mãos. Se eu chorasse agora, seria a vitória de Sho, que se esforçava demasiadamente para me fazer sofrer.

- Você que não me deixou dormir ontem à noite!

Eles falavam como um casal de namorados em lua de mel. Lambi meu lábio inferior, tentando impedir da boca secar. Precisava sair dali... precisava desesperadamente sair dali.

Levemente, ergui a face. Notei então o olhar de Aiba fixo em mim. Masaki sabia... Sabia o que eu sentia por seu namorado. E tinha muita pena do meu amor não correspondido.

Na plataforma oposta, Na janela junto do beco

Mesmo sabendo que você não deveria estar em um lugar assim

- O Sho não te deixou dormir, Aiba-chan? Que gracinha... – Nino transbordava malícia.

- Você é tão idiota, às vezes, Nino-kun! – Sakurai estava ruborizado.

Ele sentia vergonha de ter sido descoberto, ou o rubor era pelo prazer relembrado? Durante todos os anos que estivemos juntos, ele fazia questão de esconder de todos nossa relação. Com Aiba, ele demonstrava tudo claramente.

Se meu desejo tivesse que se tornar realidade,

Eu estaria do seu lado daqui em diante

- O que você está fazendo aqui?

A pergunta de Sho me fez dar um salto. Eu notei uma leve inclinação de Masaki, como se estivesse disposto a ir para o meu lado me amparar, mas eu não desejava a piedade dele.

Estava cansado! Cansado de amar tanto pessoas que sequer falavam comigo num tom natural. Meu erro, desde o inicio havia sido amar Sho Sakurai com desespero, mas eu iria, e conseguiria, superar isso.

- O mesmo que você. Estou preocupado com os meus amigos! – defendi-me, com força.

-Amigos – ele foi, incrivelmente, cruel - Não duvido nada que tenha sido você a fazer isso!

Dei um passo para trás. Senti as costas tocarem a parede gelada. Por alguns segundos eu olhei para Nino, esperando que ele negasse aquelas palavras. Ele não o fez. Nunca faria. Kazunari me odiava, e eu não entendia os motivos. Mesmo o ódio de Sho eu nunca fui capaz de entender muito bem.

- Você sabe muito bem que eu não fiz nada contra você! Ainda!

Eu devia fazer... devia contar toda a verdade naquele momento! Sabia que Nino não ligava a mínima para o meu sofrimento. Mas, Aiba era muito moral e Ohno demasiadamente líder para deixar toda a dor que Sho já me provocou passar em branco.

No entanto, não falei nada.

Por quê? Bom, eu sempre consenti cada ato de Sho. Todas as vezes que ele me espreitava na cama, ou fazia amor comigo no camarim, foi autorizado. E eu vivi aquelas pequenas cenas como as mais importantes da minha vida. Não podia culpá-lo por não me amar, e nem o fazia. O que me doía era apenas a forma como ele me tratava, como se me culpasse pelo desejo que já havia, no passado, despertado nele.

Então passou por minha cabeça que talvez ele tivesse desejado ter compartilhado suas primeiras experiências com Aiba. Mordi o lábio inferior, mais uma vez tentando entender porque eu sentia tanta culpa. Nunca interferi no amor deles, quando soube que Sakurai o amava, eu o larguei. Não havia motivos para tanto ódio...

Se meu desejo tivesse que se tornar realidade, Eu estaria do seu lado daqui em diante

Não existiria nada que eu não pudesse fazer

Eu colocaria tudo à risca e te abraçaria forte, Eu te mostraria.

Anos antes...

- Você não conta como conselheiro, Sho-kun! - acusava Aiba.

- Por quê? Se você não sabe, eu sou mais velho que você! Sou mais maduro!

A voz dele nunca havia sido carinhosa daquela forma para mim, nem tão delicada ou doce. Como devia ser receber palavras de Sho daquele jeito? Masaki tinha tanta sorte...

Fechei os olhos com força, cansado. Afundando o rosto no travesseiro, fiquei a ouvir os dois conversando no corredor. Era tão cúmplices, tão perfeitos um pro outro.

Eu era doentio.

Porque simplesmente não pegava meu cobertor e ia para outro lugar? Ergui-me e me aproximei da porta. Mesmo sabendo que meu coração sangrava de tanto ciúme, eu queria muito ver o sorriso verdadeiro de Sho-kun. Queria gravar o rosto animado dele, para mais tarde fantasiar que era pra mim que ele sorria daquela forma.

Encarando-o, percebi que ele nunca sorrira assim pra mim, mesmo quando estava atingindo um orgasmo em meus braços.

Ele sequer mostrava-me os dentes quando cruzávamos pelo corredor. Toda vez que me encarava, era com raiva ou desejo.

- Você nunca saiu com mulher nenhuma! Não sabe nem beijar! - implicou Aiba.

E então eu vi. As bocas se fundindo com força, como se um imã as atraísse. Um beijo que ele jamais me daria (mesmo um selinho ele sempre recusava...), um toque de corpos que eu nunca receberia, um amor que jamais teria recompensa.

Meus olhos não se desviaram nem por um momento daquela cena. Eu nem percebi, mas já estava chorando. Toquei a cabeça na porta, assistindo impassível àquele amor.

Era eu o vilão. Era eu o estorvo. Sho e Aiba se amavam, se adoravam, se queriam... era eu o antagonista mesquinho daquela história.

Subitamente, Masaki o afastou, dizendo palavras de recriminação. Eu não entendia o que era... mal conseguia pensar. Mas, quando ouvi meu nome pela voz melodiosa de Masaki, enfim acordei.

Aiba havia me visto. Piedoso como era, sentiu pena, eu percebi.

Pena de um, raiva de outro. O olhar negro e desumano de Sakurai me encontrou. Ele estava com raiva porque eu havia atrapalhado-o. Antes que começassem os gritos e xingamentos vindo do moreno, corri como um louco, em direção ao nada...

Se eu somente quisesse distrair minha solidão, qualquer uma teria sido o suficiente.

As estrelas parecem estar caindo pela noite, o porquê de eu não poder mentir para mim mesmo

Mais uma vez, oh estações, não desapareçam

Mais uma vez, enquanto estávamos brincando por aí