A pele arrepia

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A pele arrepia. A pele arrepia com frequência. De calor. De desejo, de paixão, de felicidade e carinho e pertencimento e completude. Da água gelada do mar tocando o corpo no dia quente. De frio. De medo, de dor, de ansiedade e solidão e angústia e desespero. Do vento entrando pela janela.

A pele arrepia ao contato do seu corpo com o meu. Com o desejo que me consome a cada segundo – e não importa se perto ou longe, o corpo reage sempre à necessidade de satisfação. A pele arrepia quando o coração não sabe se pertence ou não. Quando a razão foge e o peso das escolhas consomem todo o meu calor.

A pele arrepia e arde com a certeza do pertencimento. Com a explosão de calor que o corpo – o seu, ou meu – espalha pela cama. A pele arrepia e o olho arde no meio de um beijo. E as lágrimas entregam o medo do coração.

Quando o coração está cheio e não cabe mais dentro de mim, a pele arrepia num derramamento tão íntimo de sensações. A pele arrepia e o olho arde. O ardor que me enche da abstração de alma e corpo.

Quando o corpo está vivo, a pele arrepia de calor, de frio, de amor. Da pedra de gelo dançando em meu pescoço. Dos meus seios turgidos tocando sua pele sob o chuveiro. Dos seus lábios e língua e mãos e o corpo inteiro no meu. Do encanto da sua face iluminada pelo prazer. Do suor descobrindo caminhos entre nós dois.

A pele arrepia com a frequência da imensidão de sentimentos que passam por mim.


N/a: uma volta relâmpago, espero que tenham gostado.