Olá a todos. Provavelmente alguns de vós já viram esta fic aqui postada por uma pessoa que me plagiou e usou o meu nome para coisas desapropriadas numa guerra estúpida da qual não tenho nada a ver. Não vou pedir desculpa aos ofendidos da altura, porque eu não tive nada a ver com o que se passou, e na realidade quem foi ofendida fui eu, afinal EU é que fui plagiada e associada a ações nefastas feitas por pessoas sem caracter, logo o meu nome é que ficou manchado e não os de outros.

Agora que já passaram largos meses sobre esse assunto, trago-vos esta fic na esperança de que a acarinhem como merece e frisando que não faço esta fic para humilhar personagens. Para ela digo: Quem não gosta, não lê! O botão de saída é já ai em cima. Aos restantes… SEJAM Bem-vindos! Espero que gostem e espero que me desculpem esta maneira um pouco mais dura de falar, mas preciso de proteger a minha fic e a minha pessoa.

Sem, mais nada a dizer, Boa Leitura.

~ One Step at a Time ~

~ Capítulo 1 – O Castigo ~

O seu corpo estremecia cheio de dores. Essa noite o outro tinha sido abusivo. Mas àquela altura ele só queria dormir. Só que as dores não o deixavam adormecer e em breve mal o sol raiasse ele seria chamado para começar os serviços que lhe eram impostos pelo Hokage. Pois não era só ser o seu brinquedo na cama, ele tinha que ser um total servente, em todos os aspectos.

Só que havia uma coisa que não sabia, entre as muitas que não sabia, quando é que o sol iria raiar, pois o seu quarto não tinha janelas e estava fechado, para que ele não pudesse sair, e com isso estava no escuro. Não era um quarto que qualquer escravo tivesse, ele era grande e até confortável, e tinha uma casa de banho com uma grande banheira só para ele. Se bem que não era só para ele, era também para o Hokage quando este gostava de fazer "aquelas coisas" dentro da banheira.

O seu nome como escravo, na realidade o único escravo da Aldeia Oculta da Folha e provavelmente do mundo ninja, era Kenta.

Kenta deixara de saber muitas coisas logo após a última grande Guerra Ninja. Perdera a memória e perdera a liberdade. Do seu passado sabia apenas que tinha sido um ninja, isso porque tinha dois fios prateados à volta dos pulsos e muitos símbolos pretos marcados pelos braços acima até aos ombros. Eram selos que o impediam de fazer símbolos com as mãos, de usar o seu chakra e de se recordar do passado. Ninguém lhe dissera, mas ele podia simplesmente deduzir que era um prisioneiro de guerra, e não havia ninguém que realmente quisesse recuperá-lo. Ele deduzia que numa guerra existiam duas facções, e que ele viera para à facção do inimigo, mas que a facção a que pertencera, não queria saber dele, ou talvez o tivesse entregue ao Hokage como prémio de derrota. Pormenores ele não podia saber, pois perdera completamente a memória.

Quando achou que podia fechar os olhos e adormecer, porque as dores estavam a desaparecer com o cansaço, ouviu a fechadura do quarto a ser destrancada. Era possível que já fosse dia? Ou seria o maldito Hokage a querer mais alguma coisa do seu corpo? Soube que era de dia mal a porta se abriu e uma imensa claridade entrou ferindo-lhe os olhos.

Um ninja do Hokage disse que tinha quinze minutos para se despachar, mas ele não sabia quando é que os quinze minutos acabavam, pois não tinha nenhum relógio, por isso levantou-se o mais rápido que conseguia e foi arranjar-se para mais um dia de trabalho.

Tinha que ser rápido porque não queria receber correctivos por atrasos. Não sabia se o Hokage se encontrava em casa, pois quando este não estava em casa normalmente os ninjas gostavam de lhe aplicar correctivos que quase sempre o levavam ao sangue. O Hokage não sabia dos correctivos que lhe davam quando estava ausente, mas Kenta, que já se sabia orgulhoso, preferia manter os ataques só para si. Além disso, provavelmente o Hokage nem iria querer saber.

Com os quinze minutos passados o ninja voltou e abrir novamente a porta. Kenta levantou-se e foi até à porta para receber instruções sobre o seu dia de trabalho.

– Vai à cozinha tomar o pequeno-almoço, lá a cozinheira vai dar-te uma lista de coisas que terás de ir comprar. Quando voltares arrumas as coisas e sobes ao escritório do Hokage para receberes mais tarefas.

– Sim, senhor. – Respondeu Kenta já dando um passo para fora do quarto quando o ninja o agarrou e o encurralou contra a ombreira da porta.

– Olha para essa pele branca e essas olheiras negras debaixo dos olhos. Até parece que és mal tratado. – Usando as mãos o ninja deu duas bofetadas em cada bochecha de Kenta, que por causa da violência ficou com as bochechas vermelhas. – Assim estás mais apresentável. Vai trabalhar!

O escravo agarrado às bochechas a arder, mas sem mostrar qualquer raiva no rosto, fez a vénia que era obrigado a fazer a qualquer ninja, até aos gennins, e correu para descer até à cozinha.

– Menino Kenta! – Surpreendeu a cozinheira, uma senhora rechonchuda e com um grande coração. Ela reparara nas bochechas dele. – Tão cedo e já te fizeram mal? Eu vou dar-te uma óptima refeição.

– Obrigado. – Agradeceu Kenta esperando em pé pela sandes com manteiga e mel que a Sra. Ichida estava a preparar e também pelo copo de leite. Ele não se podia sentar, não lhe era permitido. Ninguém sabia que ela depois também lhe dava um pouco de queijo, assim como também ninguém sabia que ele comia pão com mel, mas a cozinheira gostava dele. Era a única que o ajudava.

Depois de comer ele teve que ir para o meio da confusão de Konoha. Se era maltratado dentro da casa do Hokage pelos ninjas que trabalhavam para ele, era ainda mais banalizado pelas ruas da aldeia. Todos aqueles olhares cheios de ódio não tinham explicação. Chegou à primeira loja, não lhe era permitido entrar, o dono dizia que os seus pés eram imundos e que traziam azar, por isso, bateu na porta e sem trocar palavra com dono deu-lhe a lista que a Sra. Ichida lhe tinha entregue, e o homem depois trouxe-lhe as coisas dentro de um saco de papel. Pagou e foi-se embora.

Além do olhares mortais que lhe lançavam, que lhe causavam mal-estar, pois sentia a cada passo que dava que o queriam matar, apunhalar e até torturar, os aldeões afastavam-se dele. Alguns mais corajosos ou mais estúpidos aproximavam-se, mas apenas para lhe dar encontrões. Era com agilidade que ele não deixava cair os sacos das compras. Com a quantidade de coisas que havia na lista de compras, Kenta concluía que nessa noite o Hokage iria fazer uma festa com os amigos. Ele era sempre obrigado a comprar muitas coisas cada vez que havia uma festa.

Ele já pensara em fugir nos momentos em que ia para a aldeia às compras, era essa a única vez em que saía da casa do Hokage. Mas para onde iria? Não conhecia nada nem ninguém do lado de fora dos portões de Konoha, provavelmente seria morto mal tentasse fugir.

De volta a casa, à enorme casa do Hokage, Kenta arrumou as compras e a Sra. Ichida para o animar deu-lhe uma maça. Os seus olhos acenderam-se em gulosice. Ele adorava maças. Não sabia de onde vinha o gosto por elas, mas apreciava-as mais do que a uma fatia de bolo de chocolate. Depois de lhe dar trincadas grandes e rápidas, pois não queria ser apanhado a comer fora de horas, foi ao escritório do Hokage que ficava no sótão da casa. Não era ali que o Hokage verdadeiramente trabalhava, ele normalmente estava na Torre de Fogo, mas sempre que havia festa ele ficava em casa. Provavelmente um dos amigos fazia anos, ou havia uma outra data para celebrar. Datas era outra coisa que Kenta não tinha interesse. Nem sequer sabia quando nascera. Embora lhe dissessem que tinha 19 anos. Mas não podia ter verdadeiramente a certeza porque não se lembrava de nada.

Bateu à porta e entrou no escritório. Por detrás de uma larga secretaria, mesmo à frente de uma grande janela que deixava entrar o sol pálido de verão, o Hokage encontrava-se sentado. Não era um velho nojento ou rebarbado, muito pelo contrário, era um jovem lindíssimo de belíssimos cabelos louros, uns olhos azuis como safiras brilhantes e um sorriso e personalidade deslumbrante. Ele era uma pessoa amável, simpática, sorridente, divertida para todos os seus amigos, e para todos os seus aldeões. E isso deixava Kenta confuso. Como é que alguém como Uzumaki Naruto que tinha aquela personalidade quente e afectuosa, à noite conseguia ser uma pessoa completamente diferente? Qual era o verdadeiro rosto de Uzumaki Naruto?

– Vim saber quais são as minhas tarefas, Hokage-sama. – Falou Kenta justificando a sua presença ali.

– Limpa a casa toda. Arranja os quartos e faz as camas, vamos ter convidados e eles vão passar a noite. Depois decora o salão e coloca as mesas e as almofadas. Hoje vou dar uma festa. Agora podes ir embora. – Ordenou Naruto fazendo um gesto com a mão dispensando Kenta, que depois de uma vénia saiu.

oOo

– Terminaste tudo? – Questionou Naruto em pleno centro do salão onde estavam dispostas pequenas mesas de madeira em forma de "U" com as almofadas aos lados. Os pratos, os pauzinhos, as toalhas e toda uma panóplia decorativa já estavam impecavelmente dispostos, ainda mal a noite tinha começado. Cedo começariam os convidados a chegar.

– Sim, senhor, já está tudo. – Respondeu Kenta, sentindo-se tão cansado que achava que dai a cinco segundos ia desmaiar.

– Então vai para o teu quarto. Hoje não serves. Quando os convidados forem servidos, eu depois mando a Sra. Ichida levar o jantar ao teu quarto. – O Hokage chamou um dos seus ninjas com a mão. – Leva o Kenta ao quarto dele.

– Sim, senhor. – O ninja agarrou Kenta por um braço e mandou-o avançar. O jovem servente foi empurrado escada a cima até ao seu quarto onde seria fechado até que no dia seguinte voltasse a ser preciso para o trabalho.

O ninja era o mesmo que lhe dera as estaladas essa manhã. Kenta entrou no quarto e então as luzes do mesmo foram acesas. O ninja agarrou-o e num movimento mandou-o para cima da cama. Ouviu-se a cama arrastar um pouco por causa do peso de Kenta. O ninja fechou a porta e depois rapidamente avançou para cima de Kenta.

– O que está a fazer?

– A aproveitar o momento. – Os olhos de Kenta tornaram-se perigosos. A raiva explodia-lhe dentro do peito. Não ia permitir que aquele ser nojento metesse as mãos em si. Usou os pés para se desfazer do ninja, fazendo um movimento, que nem sequer sabia que conseguia fazer. O ninja foi mandado para trás, mas este apenas se riu alto e fez uns símbolos com as mãos. Kenta gritou em dor. Os seus braços imobilizaram-se. O selo em ambos os braços tornou-se mais forte. Ele sentia os seus músculos a serem esmagados. Ainda sobre a cama ele tentava controlar a dor, mas ela não desaparecia. Gritou em desespero. Mas aos seus olhos nunca chegaram lágrimas, era como se fossem treinados para não chorar, ou para aguentar a dor. – Olha no que te tornaste. És apenas uma puta para satisfazer os homens.

O ninja puxou-lhe a calça, retirando-a, abriu-lhe as pernas, retirou o seu membro para fora e quando ia a penetrar foi puxado para trás por uma forma animalesca. Imediatamente Kenta sentiu o alivio nos seus braços e encolheu-se sobre a cama, odiando-se por estar tão fraco. Odiando-se por estar naquela situação. Nos seus olhos continuava a não haver lágrimas, apenas um ódio profundo e irracional, que ele não sabia de onde vinha. Mas odiava todas aquelas pessoas. Queria apenas matá-los a todos.

Então reparou em quem tinha puxado o ninja, antes mesmo deste ter tempo para fazer algo horrível. Quem o salvara fora o próprio Hokage. Este tinha repulsa no olhar quando olhou para Kenta, que sentiu o seu coração bater dolorosamente. E depois o Hokage agarrou no ninja que estava inconsciente e levou-o lá para fora, sem se esquecer de trancar Kenta no quarto.

Kenta fechou os olhos e deixou-se afundar na escuridão. A sua existência não era nada. Porque é que os ninjas de Konoha não o matavam? Porque é que toda a gente que o queria ver morto não tinha a coragem de o matar? O que é que fizera de tão mal para que fosse tão odiado?

Antes de adormecer ainda ouviu as gargalhadas no piso debaixo, vindas do salão.

oOo

Acordou com o cheiro a álcool, e despertou por completo quando sentiu uns lábios conhecidos. Era o Hokage. E ele estava completamente bêbedo. Foi obrigado a abrir a boca para deixar esta ser possuída pela língua de Naruto. A sua boca sabia a saqué e a uma mistura de licores.

Ficou quieto. Como já fora despido pelo anterior ninja e como adormecera assim, Naruto apenas teve que abrir as pernas de Kenta e penetrá-lo fundo. Kenta gemeu de dor, mas à medida que Naruto se mexia dentro dele a dor desaparecia. O seu corpo aquecia e ele sentia desejo. Não negava que apesar de se sentir usado como um brinquedo, sentia prazer quando o Hokage vinha pela noite. Mas sabia que depois se iria sentir ridículo. Que o seu muito orgulho o faria sentir-se muito humilhado.

Mas então Naruto parou e apertou-lhe o pescoço. Kenta agarrou as mãos dele automaticamente tentando desfazer o aperto. Mesmo com a pouco claridade que existia no quarto, Kenta, pode ver os olhos cheios de lágrimas do louro. E apesar de estar a ser estrangulado não sentiu pânico.

– Eu não queria estar aqui contigo! – Falou numa voz angustia. – Mas tu mataste-a. Tu… - O aperto ficou ainda maior.

– Pare… – Pediu Kenta sentindo que estava a ficar sem ar.

– Eu amava-a… e tu mataste-a…

– Matei-a? – Kenta não percebia do que o Hokage estava a falar.

– Sim, tu MATASTE A SAKURA! – Gritou o Hokage cheio de dor. As suas lágrimas mostravam um amor profundo, embora esse amor fosse para uma pessoa que já não pisava a terra. Ele apertou ainda mais a garganta de Kenta que se viu sem ar. Os seus olhos estavam esbugalhados, perto de se revirarem.

– Na… ruto… - A sua voz quase sumida por causa da garganta estrangulada saia com um tom de súplica. Normalmente não tratava o Hokage pelo nome, mas algo no seu fundo pediu-lhe que dissesse aquele nome. A resposta foi instantânea, o louro soltou a garganta que apertava e Kenta ao sentir a sua garganta liberta e o ar entrar começou a tossir. Respirar era doloroso. O Hokage baixou-se e pousou a sua cabeça na almofada, mesmo ao lado da cabeça de Kenta, que não se podia mover muito por ter o outro sobre si, mas que arfava devido à dificuldade do ar entrar.

– Amanhã estarás melhor. – Disse baixinho ao ouvido de Kenta. – Eu odiava-te porque eras sempre muito popular entre as miúdas… – Beijou os lábios de Kenta com tanto carinho que este ficou ainda mais confuso. Do que é que ele estava a falar? Quem era Naruto? Era bom ou era mau? – Mas eu compreendo-as. O teu cabelo negro… - As mãos morenas do Hokage enrolaram-se no cabelo escuro e sedoso. – Os teus olhos como pedras ónix… - A sua voz ganhara um timbre quente. Ele voltou a mover-se dentro de Kenta. Este gemeu. – A tua pele perfeita e clara… É incrível como depois de tantas batalhas ela continua imaculada…

Naruto mexeu-se rapidamente, entrando e saído de Kenta. Levava este a gemer alto. Até que os dois chegaram ao ápice. E inconscientemente Kenta agarrou-se ao corpo do Hokage, para depois cair sobre a almofada novamente e entregar-se ao sono que aqueles momentos lhe davam.

O louro retirou-se do interior do moreno, arrumou-se. Vendo que ficara sujo devido ao sémen de Kenta, mas não se importou. Deitou Kenta dentro das cobertas da cama, revolveu-lhe os cabelos com os dedos, num gesto claro de carinho, mas parou logo que se deu conta do que estava a fazer.

– Parabéns, Sasuke. - E foi-se embora. Trancou a porta e olhou para o corredor vazio àquela hora. O seu quarto ficava no fundo desse corredor. Enquanto andava ouvia os amigos bêbados nos quartos que existiam ao longo do corredor.

As lágrimas escorriam-lhe pelas bochechas a baixo. Detestava-se… a sua mente estava a ficar mais sóbria… mas detestava-se por ter aqueles sentimentos ambíguos. Odiava Sasuke por ter morto a mulher que amava, mas não o conseguia matar porque também o amava. Aquele ódio e amor faziam-no tornar-se numa pessoa que não era. Ou será que era essa pessoa sombria? O amor não o deixava matar o moreno e o ódio fazia-o querer feri-lo. Sentia-se a pior pessoa do mundo.

O que Sasuke fizera fora mandar Naruto para a completa escuridão. Era irónica aquela situação. Naruto lutara para salvar o amigo, agora escravo, de escuridão, mas em vez disso caíra ele nela. Agora estavam os dois no mesmo lugar.

oOo

Logo que o chamaram na manhã seguinte, Sasuke, viu que estava à beira de novos dias de horror. Naruto estaria fora durante cinco dias. A partida de Naruto significava mais trabalho, mais mal tratos, tudo em doce dupla. Mas ele não se queixava. Pelo menos não era o ninja que o tentara violar na noite anterior. Esse provavelmente já tinha sido afastado pelo Hokage. Só que a saída de um não significava que não entrasse um pior.

Dessa vez para o supervisionar estava um jovem rapaz, provavelmente recentemente tornado jounin, que até lhe parecia amistoso, mas a sua natureza não o fazia confiar em ninguém, a não ser a Sra. Ichida.

– O meu nome é Konohamaru. – Apresentou-se o ninja, Sasuke fez a vénia que era obrigado a fazer e esperou mais ordens, mas em vez disso recebeu um papel na mão. – Isso é as tuas tarefas de hoje. E amanhã serão exactamente iguais. Eu ficarei por perto para te ver trabalhar.

– Sim, senhor. – Respondeu o moreno mais velho.

– Mas agora vamos à cozinha, tens que comer antes de trabalhar. – Konohamaru deu um sorriso afável, o que fez Sasuke surpreender-se, mas não mostrou nada de diferente na sua casa. Porque é que aquele ninja se mostrava simpático? Principalmente, porque é que se mostrava simpático, quando todos os outros o tratavam como um bicho de tracção animal? – Vamos, então? Quanto mais depressa começares, mais depressa acabas e depois não terás que trabalhar mais. Não é bom?

– Sim, senhor.

– Não me trates por senhor. O meu nome Konohamaru. Trata-me pelo meu nome. Ok? – Eles já andavam pelo corredor, prontos a descer até à cozinha.

– Sim, se…Konohamaru…

– Óptimo. O meu nome sua muito melhor. – Riu o jounnin.

Nos dias seguintes, Sasuke sentiu-se agradecido por ter Konohamaru por perto enquanto efectuava as tarefas que estavam estipuladas na lista. Ao ter Konohamaru por ali, os outros ninjas, e as outras pessoas que trabalhavam na grande mansão do Hokage, não se metiam com ele. E como Naruto estava fora e, por isso, não vinha pela noite "dar-lhe calor", o moreno teve boas e largas noites de sono. Rapidamente a sua energia estava restaurada.

Mas no último dia, horas antes do Naruto chegar a Konohamaru distraiu-se por momentos, e essa distracção iria desencadear acontecimentos que iriam mudar para sempre o curso do destino, mais uma vez.

O escravo andava a limpar as janelas do grande salão, subindo e descendo pelo escadote, tudo sobre o olhar de Konohamaru, que estava ali a fazer um favor a Naruto. Cuidar de Sasuke, não deixar que os outros ninjas e até aldeões lhe fizessem mal. Afinal, o moreno já estava a pagar por todo o mal que tinha infligido nas nações ninjas, sendo escravo, e sem poder ter as suas memórias e as suas artes ninjas.

Soluçou com sono. Tinha fome. Não haveria problema se fosse à cozinha, mesmo ali ao lado, buscar comida pois não? Claro que não. Levantou-se do local onde estivera parado e foi até ao escadote onde Sasuke se encontrava empoleirado de volta dos vidros.

– Kenta! – Chamou, o escravo olhou para baixo. – Vou à cozinha comer, importaste de ficar sozinha por um momento?

– Não, Konohamaru. – Respondeu maneando a cabeça na negativa.

– Então volto já. – Konohamaru sorriu e correu até à cozinha. Mal o ninja saiu do salão, umas das serventes aproximou-se do escadote. O rapaz de cabelos escuros suspirou. Bastava um pouco sozinho e logo alguém se aproximava para o magoar.

– Konohamaru? Desde quando um escravo fala o nomes dos seus amos. – Refilou a mulher, que não foi de modos e empurrou o escadote. O instrumento pareceu uma parede a cair. O intuito era derrubar Sasuke, mas foi uma tentativa que saiu completamente frustrada, pois apensar de Sasuke não usar o seu chakra e não se lembrar de nada, o seu corpo ainda parecia lembrar-se do Taijutsu, e dando um salto no momento em que o escadote caiu, e foi pousar pesadamente no chão, sem nenhum arranhão, sem sequer se ter aleijado.

Mas, talvez devido ao movimento brusco que o seu corpo foi obrigado a fazer, ele sentiu-se tonto e acabou sentado sobre o chão do salão. Uma onda de náusea percorreu-lhe o estômago e subiu-lhe até à boca. Tentou conter o vómito, mas não conseguiu e vomitou.

– AHH. – Gritou a mulher. – O meu chão. Eu acabei de limpar o chão. – Aproximou de Sasuke e pontapeou-o nas costas. Na realidade o pontapé da fraca mulher não teve grande efeito, mas Konohamaru que regressava da cozinha, não gosto de apanhar a servente a pontapear o escravo enquanto este se encontrava dobrado sobre o próprio estômago, que lhe ardia.

– PÁRA COM ISSO! – Ordenou Konohamaru. A mulher assustou-se e fugiu.

– Sasuke… - Chamou descuidadamente, pois ele não devia ser chamado por aquele nome, mas sem perceber. - O que se passou?

– Vomitei. – Disse ainda muito enjoado.

– Anda, vamos levar-te a um médico. – Tentou levantar o moreno, mas ele era demasiado pesado.

– Não. Eu tenho trabalho.

– Não vais trabalhar quando estás doente. – Contrariou Konohamaru.

– Mas eu preciso terminar as tarefas.

– Tu não vais trabalhar mais. Tu tens de ser visto por um médico.

– Não quero médico nenhum. Quero deitar-me.

– Muito bem, então vamos para o teu quarto. Tens que me ajudar, tens que te meter em pé, porque eu não consigo levar-te sozinho. – O escravo vez um esforço para se meter em pé, apoiado em Konohamaru. Doía-lhe a barriga. Pousou uma mão sobre ela, enquanto a outra rodeava os ombros do mais novo. A passos pequenos, Sasuke foi levando para o seu quarto e deitado na cama. – Vou pedir à Sra. Ichida para ter fazer um chá para acabar o teu estômago. – Konohamaru reparou que o outro estava agarrado à barriga. Mas não sabia que o que doía a Sasuke não era o estômago, era outro ponto do seu corpo que ele não sabia dizer o que era.

Konohamaru correu à cozinha e pediu à Sra. Ichida para preparar o dito chá. Depois a mesma, querendo saber como estava o pequeno que ela desde que ele chegara acolhera debaixo das suas asas protectoras de mãe, levou o chã num tabuleiro ao quarto do escravo.

– Kenta. – Falou ela pousado o tabuleiro do chã na mesa-de-cabeceira e com uma mão carinhosa afagando-lhe os cabelos escuros. Ele abriu os olhos e mirou-a. – O que te dói? – Ela sabia que algo lhe doía, porque ele se encontrava deitado numa posição fetal, como se protege-se alguma coisa, ou estivesse à defesa de qualquer coisa.

– A barriga. – Respondeu, como sempre de maneira curta e clara.

– Deixa ver isso. – Pediu. O moreno estendeu-se na cama e deixou a mulher mexer-lhe. Ele sabia que ela tinha sido uma curandeira noutros tempos, pois a senhora nem sempre fora cozinheira. Ela apalpou-o sobre a barriga. No estômago não parecia ser nada. Elevou a camisola dele, e logo os seus olhos se abriram em espanto. – Meu deus, Kenta, tu estás grávido. – Ela pousou uma mão fria sobre o baixo-ventre, que estava ligeiramente arredondado, e que com as roupas se escondia. – Eu diria de três meses…

– Eu o quê?

Continua…

Alguém quer continuação?