Beetlejuice, Beetlejuice, Beetlejuice.


Sinopse: Após a morte trágica da mãe, Bella Swan, aluna modelo, torna-se ainda mais quieta e reservada do que antes e acaba se afundando ainda mais em seus livros. Até que, um dia, um dos livros se torna real demais. (Baseado no desenho Beetlejuice.)


Chapter one.

O Fascinante Livro de Mundo Nenhum.

A jovem Isabella Marie Swan sempre fora uma garota muito quieta e reservada, desde pequena. Com os longos cabelos sempre presos por um lápis, e os óculos enormes escondendo seus olhos cor de chocolate, Isabella sempre estava imersa em algum livro, sem se importar com o mundo. Era sempre assim. Apenas ela e seu livro.

Havia uma única pessoa no mundo que entendia a jovem melhor do que ninguém. Sua mãe, Renée Swan. Era comum ver mãe e filha sentadas no quintal da casa, conversando, rindo. Então, depois de longas horas de diversão, as duas iam preparar o jantar juntas, enquanto Chefe Swan voltava para casa. Até o dia em que tudo desmoronou.

Renée e Isabella estavam indo até Port Angeles, naquela manhã, para comprar a boneca de porcelana que a garota tanto queria ganhar de aniversário. As duas cantavam junto ao rádio, quando uma buzina alta encheu os ouvidos de Bella, ao mesmo tempo em que uma luz forte a cegou. Isabella acordou no hospital, confusa, com seu pai chorando ao seu lado. Ao receber as notícias, a menina não chorou. Apenas encarou a parede a sua frente, sem falar nada. Sua mãe, sua melhor amiga, Renée, havia morrido.

Depois daquele dia, Bella nunca mais quis ganhar nenhum presente de aniversário. Depois da morte de Renée, Bella e Charlie nunca mais foram os mesmos.


BellaPOV.

– Bom dia, Bella. – Disse Charlie, parado na porta da cozinha.

– Bom dia, pai. Fiz panquecas.

– O cheiro está bom. – Elogiou ele, sentando-se na mesa. Desliguei o fogo, levando a frigideira comigo, e escorreguei as panquecas para o prato de Charlie. Ele agradeceu com um leve sorriso.

– Eu já vou indo, pai. Quero chegar mais cedo hoje.

Charlie assentiu e continuou a comer. Vesti meu casaco, peguei minha mochila e coloquei meus phones. Ao fechar a porta da frente, pude sentir a fria brisa matinal bater em meu rosto, fazendo minhas bochechas ficarem vermelhas. Liguei meu iPod, deixando a música invadir minha mente.

Apesar de fazer o mesmo caminho todas as manhãs, eu não podia deixar de observar cada coisa pela qual eu passava. As casas, as árvores, as lojas, até mesmo as latas de lixo. Até que me deparei com algo interessante. Uma livraria, bem ali, do outro lado da rua. Parei de andar, observando. Havia uma vitrine pequena, mas nenhum livro que eu conhecesse. A curiosidade venceu. Olhei para os dois lados, atravessando a rua. Parei na porta azul com estrelas, pausando a música que ouvia. Respirei fundo e entrei. Havia um balcão velho a minha direita. Apesar de parecer pequeno por fora, até que o lugar era bem grande. Havia várias prateleiras e eu vi títulos que jamais havia ouvido falar antes. Me peguei perdida na montanha de livros desconhecidos.

– Posso ajuda-la?

Pulei de susto ao ouvir a voz animada atrás de mim. Virei-me para ver o rosto da mulher que me assustara, e percebi que não era uma mulher, como imaginara, mas uma adolescente. Ela devia ter a minha idade. Era mais baixa que eu, tinha cabelos negros e curtos e parecia usar roupas caras.

– Eu... Estava dando uma olhada, só isso. – Minha voz falhou. A garota ainda me olhava com a mesma animação que usara antes.

– Bem, caso precise de ajuda, não hesite em me chamar. – Ela estendeu a mão. – Sou Alice.

Apertei a mão dela, ainda um tanto atordoada.

– Bella.

Os olhos dela se iluminaram mais ainda e ela sorriu para mim como se soubesse de algo que eu não sabia.

– Bella. – Ela repetiu. – Bem, Bella, tenho certeza de que vai escolher o livro certo.

E, com isso, ela saiu saltitando para o balcão.

Continuei parada no mesmo lugar por alguns segundos, tentando entender o que acabara de acontecer, mas desisti e fui dar uma olhada nas prateleiras do fundo.

Sabendo que não tinha muito tempo, coloquei-me a ler rapidamente todos os títulos que meus olhos podiam alcançar, até que um deles chamou minha atenção. "O Fascinante Livro de Mundo Nenhum". Estiquei minha mão, puxando o livro para mim. Assoprei, tentando tirar a poeira que o cobria. Passei o dedo lentamente pelas letras douradas. A capa era preta, simples, e não havia o nome do autor. Curiosa, eu o abri, lendo silenciosamente a primeira página.

"O Fascinante Livro de Mundo Nenhum o levará até onde jamais esteve. Mostrará coisas que jamais viu ou ouviu falar. Conheça seu destino."

Mordi o lábio, surpresa com o que acabara de ler. O autor, ou autora, era realmente bom. Uma pena não ter seu nome aqui. Foi quando vi algo no canto da página. Um nome, apenas.

– Beetlejuice.

– O que disse? – Exclamou Alice, no final do pequeno corredor, sorrindo para mim.

– Nada, só estava...

– Qual foi a palavra? – Ela me interrompeu, ainda com aquele sorriso nos lábios vermelhos.

– Beetlejuice. – Repeti.

– Pode repetir?

Certo, eu tinha que admitir, a garota era mesmo estranha. Eu sabia que ela havia entendido perfeitamente bem o que eu acabara de falar. Resolvi ignorar seu pedido.

– Eu vou levar esse livro.

O sorriso dela murchou um pouco, mas continuava ali.

– Eu sabia que iria. – Ela respondeu, caminhando até o balcão. Senti que nunca duvidaria dessa garota.

Caminhei até onde ela estava, mas, quando estava pronta para perguntar quanto lhe devia, ela me interrompeu.

– Vamos fazer um acordo. Diga aquele nome, aquele que você disse, mais uma vez, e você leva o livro de graça.

E eu a achava estranha.

– Por quê?

– Só diga, Bella.

Franzi o cenho, tentando entender o motivo de tudo aquilo. Balancei a cabeça e resolvi que não podia fazer nenhum mal falar o nome mais uma vez se aquilo me traria um livro de graça.

– Beetlejuice.

E, então, a coisa mais estranha aconteceu. A luz piscou, fazendo-me pular, e eu juro que vi dois olhos extremamente verdes no espelho atrás de Alice. Pisquei, e eles já não estavam mais lá.

– Tenha um bom dia, Bella.

– Obrigada. – Foi a única coisa que fui capaz de murmurar para a sorridente Alice, antes de sair correndo para a rua. Quase me senti aliviada ao sentir o vento frio, do lado de fora da estranha livraria. Olhei para meu relógio. Estava atrasada para a aula. Tinha mesmo passado tanto tempo lá? Balancei a cabeça, tentando colocar meus pensamentos no lugar. Mordi meu lábio inferior, sentindo-me um tanto culpada pelo que estava prestes a fazer. Talvez eu pudesse tirar um dia de folga da escola, afinal. E, com isso, fiz o caminho de volta para a casa, com a estranha sensação de que alguém me observava. Alguém com olhos verdes.


N/A: Amanhã, próximo capítulo com EdwardPOV.

Para quem nunca assistiu o filme dirigido por Tim Burton, ou o desenho que costumava passar no SBT há muitos anos, tentem procurar Beetlejuice no google. E, claro, aluguem o filme. Sempre vale a pena assistir algum trabalho do Tim. (:

Até mais.