Naruto não me pertence. Acho que ainda bem.
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x Paradoxo x
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Gaara não dava a mínima para a chuva até chegar à saída da penitenciária e vê-la reinando, soberana, sobre tudo o que seus olhos podiam alcançar. Faz parte, é assim que acontece, e não há nada demais em o céu estar todo coberto e cinzento.
Não há nada em especial na chuva. O que havia era uma significação que ele próprio dava para aquilo. Sentia a umidade do ar – logo, uma leveza maior ao respirar – e isso deve fazer parte do conjunto de sensações que caracterizam a coisa chamada de liberdade. Afinal, lá dentro, embora também úmido, era abafado e sombrio. E quente, às vezes. Não que Gaara reclamasse, porque é como pedir a uma girafa que tenha pelagem de zebra, e também porque pessoas se acostumam – umas mais facilmente, outras não.
Porém, dar de cara com o frescor de tempestade é como reviver. Gaara (acha que) já esteve morto uma vez, morto de coração parado, e é a mesma coisa. Olhar aquilo e entender o que está havendo, mas ao mesmo tempo se sentir um pouco perdido. Com a diferença de que a água vai começar a molhar seus sapatos e a barra de sua calça daqui a pouco e ele vai se chatear com isso. Não entendia como a imagem de alguém correndo para a chuva e se molhando e bebendo as gotas é tão associada a ser livre. Chuva é chato, é incômodo. No outro lado da rua, havia um senhor e seu pequeno grupo de seguidores se refugiando no quintal de uma casa.
Gaara abriu o guarda-chuva e se foi. A pé: Não havia ninguém para buscá-lo. Talvez, dado o tempo que se passou, nem mesmo uma casa certa. Mas ele continuava calmo como se nada mais existisse ao seu redor. A umidade sempre era deliciosa, mas a cabeça do rapaz já estava mais nos pormenores práticos (sempre esteve, em algum grau). Ainda que ter uma carta de recomendação e algum dinheiro lhe parecesse o suficiente por enquanto.
Parou diante do endereço, que já sabia de cór desde criança. Esse asseamento todo na casa é um bom sinal.
Quem atendeu foi uma mulher de cabeço-loiro queimado e jeito rabugento. Não esperava ser incomodada a essa hora. A chuva fazia um barulho tão forte no telhado que Gaara mal escutou o "maninho" que ela gritou – depois de sorrir, depois de reconhecê-lo, antes de abraçá-lo e ele corresponder meio sem jeito. Antes de seu outro irmão chegar à porta também.
E Gaara entrou. A chuva continuou caindo lá fora.
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N/A: Deu vontade de escrever e achei uma brecha na agenda. Só isso.
E no nosso momento propaganda temos a ShikaIno Madrugada. Bem divertidinha, boa para aqueles dias em que é preciso desopilar o estômago ou cérebro. Vocês vão gostar. E Apple Lady, também ShikaIno, foi atualizada recentemente.
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Deixem reviews ou vou morrer de inanição.
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