Título: Um Certo Alguém

Autora: Nah

Beta: Li

Sinopse: Sentimentos corrompidos, obsessão, orgulho ferido, ciúmes. Ou seria tudo uma adoração ao que ele nunca experimentou? POV do Draco. Songfics.

Disclaimer: É aquilo de sempre: os personagens e lugares não me pertencem, são todos da titia J.K. Rowling. As músicas também não são minhas, mas melhor colocar aqui, vai que dá problema (até parece). Tudo foi feito sem fins lucrativos. Mas a fic me pertence, então nada de plágio ou sair publicando ela em algum lugar sem a minha devida autorização.


AVISO 1: Quando escrevi a fic ignorei completamente o sexto livro, bem, por que d/g depois de HP6... Então, se você prefere fic com spoillers desse livro e acha que fica completamente ultrapassado não levar em consideração os fatos do sexto livro, é só não ler, não é mesmo?

AVISO 2: Eu achei melhor mudar a classificação da fic para M, pra evitar qualquer problema, já que há uma leve cena de NC, mas é bem leve e não há nada mais pesado durante a fic.


Capítulo 01: Obsessão

Música: Wicked Game, Chris Isaak (ou a versão do HIM, se preferir)

Frio. Eu devia estar doente. Só a doença para justificar tudo que se passava naquele momento. Sentado no degrau de uma das escadas que davam para uma das torres mais altas, longe de qualquer pessoa. Isolado. Gostava de ser assim nos últimos meses.

Minha cabeça doía. Meus joelhos estavam encostados em meu peito e minha cabeça apoiada neles. Talvez a dor fosse resultado das horas pensando em um só assunto. Um assunto ao qual eu não estava acostumado. E o frio? Não era inverno e eu não costumava sentir frio com facilidade. Eu nunca soube explicar aquele frio.

Levantei a cabeça e abri os olhos, querendo afastar as imagens. Aquele castelo andava me sufocando. E eu me via preso em uma obsessão que tinha criado para mim mesmo: Virginia Weasley.

Os olhares atentos a cada gesto. Passando pelos mesmos lugares que ela, inconscientemente. E às vezes em que me pegava com o olhar fixado na mesa da Grifinória, a ponto de esquecer o quanto eu deveria ser discreto. Já não podia me enganar mais. Mas eu sinceramente não sei quando começou.

The world was on fire no one could save me but you
(O mundo estava pegando fogo, ninguém poderia me salvar, exceto você)
Strange what desire will make foolish people do
(Estranho o que o desejo fará as pessoas tolas fazerem)
I never dreamed that I'd meet somebody like you
(Eu nunca sonhei que eu conheceria alguém como você)
And I never dreamed that I'd lose somebody like you
(E eu nunca sonhei que eu perderia alguém como você)


- Draco! Draco!

- O que foi, Pansy? – perguntei, desviando meu olhar da mesa da Grifinória.

- Você já terminou seu café da manhã? Porque se já, então acho melhor irmos andando. Aula da McGonagall – com o canto dos olhos, vi Pansy se levantar, os cabelos negros balançando levemente e os olhos ainda pousados em mim.

Olhei para o meu prato, constando que ainda não havia comido os bolinhos de chocolate e nem tomado o suco de abóbora. Como eu não havia percebido o quão distraído estava? Isso era impossível! Eu devia estar começando a entrar em um estado de torpor. Só assim para justificar o fato de estar olhando fixo para ela. E era como se eu nem ao menos soubesse verdadeiramente para onde estava olhando.

Levantei e Pansy já seguia na frente junto com Blaise. Eu devia parar com aquilo. Não era algo normal. Ela não tinha nada de diferente, além de ser alguém totalmente fora de cogitação.

Cheguei à sala de transfiguração e me sentei ao lado de Blaise, como de costume. Ele era um dos poucos ali que eu conseguia aturar. Primeiro porque nunca fazia muitas perguntas, não me questionava; segundo porque parecia o único na Sonserina que ultimamente não ficava só falando em guerra ou o Lord. Blaise estava do nosso lado, claro, mas nem por isso achava que a toda hora devia debater sobre certos assuntos, como havia virado mania entre os seguidores ou simpatizantes do Lord.

McGonagall começava a falar sobre as transformações naturais que alguns seres conseguiam sem uso de varinha, como era o caso dos metamorfomagos. Tentei me concentrar no assunto, mas vislumbrei cabelos ruivos em minha mente e minha concentração se evaporou rapidamente a partir daí. Quando vi, a aula já tinha acabado.

Havia me esquecido que hoje era quarta feira, dia em que o sexto ano tem aula de Transformações depois da nossa. Então lá estava ela, conversando alegremente com um grupo de alunos.

Dissimulação. Talvez essa seja a palavra chave. Ela fazia isso. Sempre soube se camuflar. Quem sabe já não havia notado minhas constantes observações? Eu sabia dissimular, mas havia algo ali que não me permitia e às vezes tinha a impressão que ela se divertia com isso.

No I don't want to fall in love

(Não, eu não quero me apaixonar)

(this girl is only gonna break your heart
(essa garota vai apenas partir seu coração)

No I don't want to fall in love

Não, eu não quero me apaixonar
(essa garota vai apenas partir seu coração)

With you

(Por você)


O final de semana em Hogsmeade não me era atrativo. Mas como monitor eu não poderia deixar de ir. Tentei de todas as formas arranjar uma boa desculpa, mas aquela sangue-ruim metida a sempre cumprir as regras não facilitou as coisas.

"Como monitor você tem obrigação de estar lá, principalmente com esse sendo o primeiro passeio do ano. O grupo de alunos do terceiro ano sempre acaba se excedendo na primeira visita ao povoado".

E quem se importava com alunos do terceiro ano? Só a Granger.

De qualquer forma, havia lugares interessantes que podia se freqüentar em Hogsmeade, o único problema é que não era só eu que achava interessante.

Não que o local me agradasse de todo. Era sujo, mas era o único local que eu podia pedir o que quisesse para beber e sem olhares vigilantes querendo que eu desse exemplo como monitor. Draco Malfoy dando exemplo? Só se for o de "Como Desprezar Alguém e Fazê-lo se Arrepender te ter Nascido".

Entrei no Cabeça de Javali, pedi uma dose dupla de Whisky de fogo ao barman e escolhi uma das mesas mais afastadas. Mal fiz isso e a porta do bar abriu. A primeira coisa que notei foi a farta cabeleira ruiva que entrou em companhia de mais dois amigos: a Di-Lua Lovegood e aquele sangue ruim fã numero um do Potter.

What a wicked game you played

(Que jogo perverso você joga)

to make me feel this way
(para fazer eu me sentir assim)

What a wicked thing to do

(Que coisa perversa de se fazer)

to let me dream of you

(deixar eu sonhar com você)

Algo conspirava contra mim. De todos os lugares que eu podia imaginar, esse era o único que eu achava que não a encontraria. Um dos motivos que me fez ir ali.

Não tirei os olhos dela desde a entrada e quando ela já estava no meio do caminho em direção ao bar, virou a cabeça para o lado e nossos olhares se encontraram brevemente. Tive a impressão de que ela sorriu, mas com a rapidez do olhar isso só podia ser impressão.

Parei de olhar para ela e me concentrei no que acontecia comigo. Uma hora eu tinha que entender. Ouvi risadas e movimentos da mesa um pouco próxima da minha. Ela teve a ousadia de se sentar ali com os coleguinhas dela. Weasley, cada vez eu tenho certeza de que você faz isso de propósito.

Mais uma vez as risadas, a dela se destacando. Com toda discrição vi seus movimentos, o copo com um líquido transparente e as mãos tirando algo de seu bolso. Parei de olhar. Não era do meu interesse.

Minha audição já não funcionava mais, eu não tinha que prestar atenção à conversa da mesa ao lado. No entanto, meu olfato não tinha sido avisado que deveria parar de funcionar também. Senti um cheiro característico de fumaça misturado com... canela? Subitamente ergui meus olhos para a mesa dela e lá estava a Weasley com um cigarro na mão, dando o que parecia ser a segunda tragada. O fã do Potter fazia o mesmo, enquanto a Di-Lua não parecia nada interessada naquilo quanto os outros dois.

"Babacas experimentando cigarro pela primeira vez".

Sem me controlar mais soltei a primeira alfinetada que me veio à cabeça:

- Habito horrível! Não devia gastar seu misero dinheiro com isso, Weasley, pode faltar comida na sua casa.

Ela deu mais uma tragada, olhando para mim, dando um claro sinal de que não estava nem ai para os meus comentários. Realmente, eu achava aquele habito horrível.

- Como monitor, vou ter que tirar pontos dos três por estarem desobedecendo normas – disse com sarcasmo.

- Você não vai fazer isso, Malfoy, já que também esta desobedecendo normas – ela apontou para o meu copo de Whisky.

- Eu sou de maior, Weasley, e tenho certeza que você e esses outros dois não.

- É, só que mesmo sendo de maior vai contra o regulamento da escola qualquer aluno consumir bebida alcoólica – vi o brilho de triunfo no olhar dela. Estava certa, droga! – Se nos entregar, podemos entregar você também.

- Por que ao invés de você discutir não vem e senta aqui também? – Di-Lua chocou tanto a mim quanto a Weasley, enquanto o fã do Potter disfarçava o riso levando o copo de bebida a boca.

- Luna, Malfoy não vai se sentar com a gente – ela respondeu impaciente, fazendo um gesto de descaso em minha direção.

Di-Lua deu de ombros, parecendo alheia à rixa entre Malfoys e Weasleys.

Terminei de tomar minha bebida e me levantei sem dizer mais nada. Já era perturbador demais olhar de longe para ela, estando próximo chegava a assustar. Eu sabia que com o ar dissimulado dela havia percebido a tênue linha de desejo que passou pelos meus olhos.

Sai do bar, deixando os pensamentos e as sensações - ou pelo menos tentando. Malfoys não sentiam, não reagiam com emoções. Malfoys são apáticos diante do mundo ao seu redor. E era assim que eu deveria ser: Malfoy.

What a wicked thing to say

(Que coisa perversa de dizer)

you never felt this way
(que você nunca se sentiu assim)

What a wicked thing to do

(Que coisa perversa de se fazer)

to make me dream of you

(deixar eu sonhar com você)


Andar por Hogsmeade não estava sendo nada interessante. A risadinha da Weasley, o jeito de falar suavemente e decidido, o cigarro nos lábios levemente rosados. Nada disso me saía da cabeça. Eu começava a perder a paciência comigo mesmo. Não tinha mais controle sobre os meus pensamentos. Aquilo estava se tornando terrivelmente desagradável, ao mesmo tempo em que eu constatava às sensações agradáveis que passavam por mim quando pensava nela.

E parecia que nada estava ao meu favor. Chego a achar que nunca esteve. Andando pelas esquinas de Hogsmeade mais uma vez encontrei a Weasley naquele dia. Dessa vez sozinha, olhando atentamente as vitrines. Passando a mão pelas mechas ruivas, uma pequena sacola na outra mão.

Eu podia ter dado meia volta, mas Malfoys não dão meia volta. Eu podia ter continuado meu caminho fingindo não vê-la, isso um Malfoy faz fácil, fácil. Podia mostrar sim que a havia visto e olhar com a cara mais desprezível, isso era ainda mais Malfoy.

Mas apenas fiquei parado ali até que ela me notou e virou-se, escondendo a surpresa nos olhos rapidamente. Tirou a mão do cabelo, me avaliando durante alguns segundos.

- Veio tentar tirar pontos de mim novamente?

- Fazendo algo de errado por acaso, Weasley?

- Apenas olhando vitrines. Isso também é proibido?

Ela estava claramente debochando de mim. Maldita Weasley! Às vezes conseguia ser mais irritante que o Trio Maravilha. E eu deviria estar louco por estar apreciando levemente aquele estranho diálogo.

- Para que se iludir, Weasley? Não pode comprar mesmo o que está aí – apontei para a vitrine.

Pela direção dela, o que tanto olhava era uma caixinha feita de madeira fosca, cuidadosamente decorada em um colorido onde o rosa predominava. Nem deveria ser algo muito caro.

Weasley pareceu sensivelmente magoada com o meu comentário, mas foi por breves instantes. Ela deu uma risada com pouco caso e me respondeu calmamente:

- Sabe, Malfoy, você deveria parar com essas piadinhas em relação a minha família. Ela perdeu a graça e já não cola mais.

Estava certa de novo. Os Weasleys estranhamente já não eram mais tão pobres. Não sabia bem por que. Só sabia que tinha algo haver com a mãe dela e uma herança de um parente distante. Mas isso não me importava. Weasleys podiam virar os seres mais ricos do mundo, para mim eles sempre seriam pobres e fariam parte da escória.

Voltei a caminhar com a intenção de me afastar dali. Não tinha uma resposta para aquilo e resolvi fazer minha pose de arrogante, olhando com desprezo para o caminho a minha frente.

- Malfoy! – não dei atenção ao chamado dela, já bastava aquele diálogo inútil pela segunda vez. Eu nem ao menos conseguia agredi-la verbalmente a altura. – Por que tem olhado tanto pra mim?

Parei de andar. Ela havia mesmo percebido. Mesmo sem olhar, pude notar o sorriso de deboche dela. Como eu iria explicar aquilo? Weasley não parecia muito paciente em esperar uma resposta e decidiu ser direta.

- Que interesse tem em mim, Malfoy? Por que não tira os olhos de mim quando me vê? Às vezes tenho a impressão que você está obcecado. Isso é bom ou ruim?

Olhei para ela com frieza. Aquela Weasley parecia ter adquirido um grau de esperteza que eu não achava possível. E não se comportava como uma garotinha tímida intimidada com um olhar sobre si. Ela era diferente. Não demonstrava constrangimento, tão pouco parecia afirmar que gostava daquilo. Mantinha-se neutra, indecifrável.

- Acho que você bebeu demais, Weasley.

- Não! Sei muito bem qual é o meu limite – ela se aproximou de mim. Ok, Weasley acho que você está passando do seu limite a partir desse ponto. – Você não tira os olhos de mim na hora das refeições, Malfoy. E parece estar sempre no meio do meu caminho – ela olhava diretamente nos meus olhos e eu não podia desviar. Seria um fraco se fizesse isso. As palavras não saíam e ela se aproximava cada vez mais.

- Melhor você parar de andar – avisei.

E em resposta, ela levantou a sobrancelha.

- Com medo?

Revirei os olhos. Quem ela pensava que era para causar medo em mim? Eu só não queria aquela aproximação, mas não tinha nada haver com medo.

- Até parece – voltei a olhar para ela. Agora sim estava perigosamente perto.

- Ah, me pareceu durante alguns instantes – fingiu estar ressentida. Ela tinha tirado o dia para debochar, certo? – Sabe, Malfoy, você não é de se jogar fora.

Não! Isso com certeza estava passando dos limites. Acho até que arregalei os olhos quando ela disse isso. Que eu não era de se jogar fora isso eu sabia muito bem, mas uma Weasley estar admitindo isso cara a cara, próxima daquele jeito. Não, ela devia ter bebido demais mesmo ou então algo estava possuindo o corpo da Weasley. Porque aquela ali não se parecia nada com a santa ex-namorada do Potter ou a meiga irmã mais nova do Weasley.

Ela deu uma risadinha de leve. Aquelas risadas dela já estavam me irritando e estavam fixas em minha mente.

- É impressão minha ou você está preste a corar, Malfoy?

Ai já era demais! Eu não estava preste a corar, tinha certeza disso. Sem poder mais ficar calado, eu soltei contido e frio:

- Esse tipo de coisa não acontece comigo, Weasley. E sua sanidade mental parece que se evaporou. O que você pensa que está fazendo?

Ela ficou séria.

- Eu não sei – e sorriu de um jeito maroto, como se estivesse a ponto de aprontar algo. E foi isso que ela fez.

Senti os lábios dela roçarem nos meus da maneira mais provocativa possível. Sem esperar mais aumentei o contato, pronto para me arrepender mais tarde. Meus lábios estavam colados aos dela, minha mão sendo levada até sua nuca e querendo aprofundar o beijo, mas ela foi mais rápida e se afastou.

- Você deveria saber disfarça mais. Eu não sou para os seus olhos, Malfoy. Sabe disso – disse com aquele irritante sorriso que parecia mudar a cada instante, como se não tivesse tentado me beijar a poucos segundos.

- Se acha demais pra mim? – perguntei, tentando soar frio e sarcástico. – Você faz parte da escória, Weasley.

- Eu não quis dizer nesse sentido – mais uma vez ela ficou séria.

- E quis dizer em qual? – voltou a sorrir. – Não me venha com esses seus sorrisos, Weasley. É irritante!

Riu mais ainda, provavelmente se divertindo com o meu visível ar de irritação.

- Posso perguntar uma coisa? – não esperou eu responder. – Você queria me beijar?

Devo ter arregalado os olhos de novo. Que tipo de pessoa sensata fazia aquela pergunta em uma circunstancia daquela?

- Não deve ter noção de perigo, não é mesmo? Vou fazer o seguinte: acreditar que você não está sóbria e vou esquecer o que houve, conseqüentemente você faz o mesmo.

Sem esperar ela dizer algo, me virei e fui andando. Para o meu azar, percebi que ela vinha atrás de mim. Weasley deveria mesmo estar muito bêbada. Eu já começa a achar que ela estava era sobre o efeito de alguma droga. Porque, não, ela só podia estar querendo que eu fizesse uma loucura.

- Suas faculdades mentais não estão em ordens hoje, garota?

- Malfoy! – me chamou, suavemente. – Eu não desisto fácil.

Diante disso, eu me virei. O que ela quis dizer com esse eu não desisto fácil? Ela se aproximou mais uma vez de mim. Queria ter me afastado, só que com os lábios dela tão próximos aos meus não tinha como. Simplesmente não dava.

E se aproveitando da minha confusão, ela fez de novo. Roçou os lábios no meu. Aquilo era o quê? Uma espécie de cumprimento que ela fazia em seus inimigos?

Dessa vez ela não se afastou, não deu o risinho debochado. Sem ousar muito, ela apenas encaixou os lábios nos meus. Meus olhos estavam abertos e os dela fechados. Eu não ia resistir por muito tempo, não tinha como. Fechei os olhos e, como da outra vez, levei minha mão até a nuca dela, aumentando o contato. Os lábios estavam estranhamente doces e quando comecei a beijá-la de verdade, senti o gosto de canela muito leve.

Weasley parecia que tinha todo tempo do mundo para aquele beijo. Era ela quem controlava. Fazia com que o beijo fosse devagar, sem pressa, como se não tivesse importância em estarmos em uma rua onde com certeza estavam passando ou ia passar alguém de Hogwarts. Mas eu não pensei nisso naquela hora. Nossas bocas juntas eram muito mais interessantes.

Até que ela quebrou o contato, se afastando um pouco. Abri os olhos, me deparando com os dela, com um resquício de incerteza, o que se acentuava mesmo em seu olhar era a decisão. E tive a impressão de que ela já planejava aquilo, porque não parecia surpresa tanto quanto eu.

Ela se afastou.

- Te vejo qualquer dia desses, Malfoy.

Enquanto eu tentava processar o que havia acontecido ali, ela se foi. Bom, eu não tinha que pensar naquilo coisa nenhuma. Eu deveria era fazer que nem ela, agir como se aquilo fosse natural, como se nada tivesse acontecido, como se Malfoy e Weasley se beijando em uma rua de Hogsmeade fosse algo normal como dar bom dia.

Mas definitivamente não dava. O que estava acontecendo comigo? Merlin! Você com certeza deve me odiar muito. Eu devo ter puxado sua barba inúmeras vezes em outras vidas.

Aquilo tudo girava. Eu andava com uma fixação por uma Weasley e ela não só percebeu isso como ainda achou de me atacar da pior forma possível. E o mais estranho: eu havia gostado. Melhor colocar na cabeça que qualquer um gostaria daquilo. Porque independente de qualquer rixa familiar, Weasley era uma garota muito... interessante.

Mais tranqüilo ao chegar a essa conclusão, continuei passeando por Hogsmeade. Não a vi mais o resto do dia e parecia até que a minha fixação havia acabado. Então talvez fosse só isso: eu estava atraído por ela e agora que já sabia como era beijá-la, talvez acabasse perdendo o interesse. Aquilo não era para ser levado a sério. Só que por outro lado, quando você beija alguém e acaba gostando, você acaba querendo ir mais além...

Só depois fui me dar conta do quanto isso era perigoso para mim. E que o final daquela historia não seria muito feliz.

No I don't want to fall in love

Não, eu não quero me apaixonar

this girl is only gonna break your heart
(essa garota vai apenas partir seu coração)

With you

(Por você)

this girl is only gonna break your heart
(essa garota vai apenas quebrar o seu coração)

Nobody loves no one

(Ninguém ama ninguém)

Continua...


N.A: Hum... então? Gostaram? POV do Draco é sempre mais difícil, pelo menos para mim, mas bem mais interessante também! E ai, será que eu ganho reviews? Vai tudo depender de vocês, quero reviews para postar o próximo capítulo. Vai funcionar assim agora, quanto mais reviews e mais rápido, mais rápida a fic será atualizada (é, isso mesmo, virei uma ficwritter mercenária!). Isso praticamente virou moda aqui! u.u.

N.A. 2:Vale dizer aqui aquele bla bla bla todo sobre cigarro? Vocês já devem estar cansados de ouvir, mas para a minha consciência ficar leve: fumar causa câncer de pulmão, pode provocar aborto e IMPOTÊNCIA! (Daí o Dray abominar cigarro. Já pensou? Nosso Dray brocha? Credo!). Entre outros males. Então não sigam o exemplo feio da Ginny.

N.A 3: Eu sei que o nome dela é Ginevra, mas não dá pra usar esse nome sem querer cair na risada. E imagine só o Draco todo sério falando Givevra Weasley. Você consegue? Bom pra você. Eu não consigo imaginar. Então vai ficar Virginia ou apenas Ginny.

E vou agradecer a Li logo(vai que eu não publico mais nada), por ela ser uma beta maravilhosa e ter aceitado betar essa fic mesmo não curtindo d/g. Vamos todos converter a Li pro caminho da salvação!