Tô cansada de saber que Naruto e seus personagens não me pertencem, mas se fossem o Itachi estaria vivo e seria meu, meu, meuuu

Fic para Contos de Natal do SasukeHina_Fans

Participem! \o/

Dedicada a Hinasusa


Sete pecados

Inveja + Orgulho - Ira x Avareza = Te quero

Há alguns anos o Natal se tornou a minha data preferida do ano, isso porque foi nesse dia de festa que percebi que meus sentimentos pela minha vizinha, Hinata Hyuuga, eram bem mais profundos que uma mera apreciação ou amizade, era amor. E, em nome desse amor, venho pecando dia após dia.

Não que fosse santo antes de me apaixonar, mas só por ela, que sempre é descrita como um anjo de pessoa, fui capaz de cometer os sete pecados capitais.

1. Inveja

Conheço Hinata desde sempre e digo que somos predestinados a ficar juntos, isso porque além de sermos vizinhos nossas mães são grandes amigas de infância, o que fez com que nossas famílias se reunissem em todo tipo de festa, evento ou visita casual, ou seja, cresci ao lado da Hyuuga, mas só me dei conta do que sentia por Hinata quando fizemos treze anos. Foi nessa época que comecei a notar o quanto Hinata ficara linda, sua pele alva lhe dava um aspecto angelical, seu cabelo preto azulado curto devia não me agrada, já que sempre preferi cabelos longos, mas nela o corte curto, com franja espessa e alguns fios longos dos lados do rosto me encantava, seu corpo começara a tomar formas de uma mulher adulta o que a destacava das outras garotas dessa idade, muito embora a Hyuuga costumasse esconde-lo usando roupas largas, talvez por causa de sua personalidade tímida, seus olhos perolados eram outro detalhe que me fascinava, quando me olhava sentia como se tivesse duas pequenas luas me iluminando. Essa combinação me tornou escravo da perfeição chamada Hinata Hyuuga, por isso não me conformava quando os exóticos olhos dela se voltavam para outra pessoa, em especial meu melhor amigo Naruto Uzumaki.

Lembro-me das vezes que Hinata chegava com a face maravilhosa tingida de vermelho, estendia a mão com algo de comer embrulhado em um lenço, o único problema era que tinha sido tudo feito especialmente para o Uzumaki, nesses momentos sentia algo estranho e incomodo que fazia com que a minha expressão ficasse ainda mais fechava que o usual. Não demorou muito para que percebesse que eu, Sasuke Uchiha, o cara mais disputado de toda Konoha, quem sabe do mundo, me mordia de inveja do Uzumaki toda vez que Hinata aparecia carinhosa para o lado daquele baka, cego e tapado.

Desejava com todas as minhas força que ela fosse assim comigo.

Para a minha sorte e azar dela, aquela anta em forma de gente chamada Naruto nunca percebia o amor presente nos olhos e gestos da Hyuuga, preferia ficar correndo atrás de Sakura Haruno, uma garota da nossa idade, de cabelos rosados acima dos ombros e olhos verdes para a qual o Uzumaki declarava amor incondicional.

E foi em uma noite de Natal, durante uma festa na casa de Naruto, que todos o viram aos beijos com a Haruno, deixando claro que após meses de insistência a rósea por fim aceitara namorar o loiro. Mas creio que fui o único que reparou a Hyuuga sair aos prantos da festa e o único que sentiu uma dor no peito com aquela cena.

Também sai da festa e a segui até a praça que ficava perto das nossas casas, vi quando ela sentou em um dos bancos de madeira que rodeavam o local e começou a chorar. Em silêncio sentei no banco que ela ocupava, deixando um pequeno espaço nos separando, embora o meu real desejo tenha sido abraça-la.

- Deveria ter dito o que sente.

Hinata, que até então estivera com as mãos cobrindo o rosto, se assustou ao notar a minha presença e me encarou, os olhos tristes e lacrimosos me partindo o coração.

- S-Sasuke-san... o-o q-que disse?

- O baka jamais enxerga o óbvio se não for esfregado na cara dele.- Declarei desviando meus olhos negros como a noite para a lua cheia que brilhava no céu, que de certa forma me lembrava os olhos dela.- Se não vai dizer o que sente é melhor procurar outro pra gostar.

Preciso dizer que outro me venho a mente?

- N-não sei como...

Como não era, continuo não sendo, conselheiro sentimental não falei mais nada.

Um pesado silêncio se fez presente e não sei dizer por quanto tempo ficamos ali, sentados lado a lado naquele banco sem trocar mais nenhuma palavra, só sei que de vez enquanto sentia que ela me olhava, mas quando voltava meus olhos negros em sua direção a via admirando a lua, a face serena com as bochechas rosadas, talvez pelo frio, os olhos livres das lágrimas de momentos antes e ainda mais linda aos meus olhos, se é que era possível.

Foi assim, entre apreciar a lua e a face corada da Hyuuga, que percebi que o motivo de ter tanta inveja do Naruto era que o loiro cabeça oca conseguira algo que eu desejava pra mim, o amor da Hyuuga.

- Hinata-chan! Dobe! O que fazerm juntos?- Ouvimos uma voz irritante perguntar á nossas costas.

Tensa Hinata se levantou rápida, parecia ter cometido algum delito grave.

Levantei devagar e ao me virar vi Naruto com um braço envolvendo os ombros da Haruno, com certeza estava ali para levar a rósea para casa, que ficava duas casas após a minha, infelizmente em uma cidade minúscula como Konoha todos moram perto demais. Olhei para Hinata que encarava o novo casal com uma expressão aérea, talvez se imaginando no lugar da Haruno.

- O que parece?- Resmunguei assim que Sakura e Naruto se aproximaram.- Conversando, baka.

Nunca fui gentil com Naruto e o fato dos olhos da Hinata brilharem para o loiro não ajudava a minha simpatia aflorar.

- Está passando bem, Hina? É que está tão vermelha...

Enquanto falava Naruto levava a mão até o rosto de Hinata, que ao perceber o gesto deu alguns passos para trás.

- E-estou bem, não se preocupe, Naruto-kun...- No meio das desculpas Hinata quase caiu, porém antes que isso acontecesse a segurei pela cintura, encostando seu corpo contra o meu.

- O Sasuke te fez alguma coisa?- Insistiu Naruto, seus olhos azuis me encarando com desconfiança.

Até hoje me pergunto o que Naruto imaginou que eu pudesse fazer de mal para a Hinata, no meio de uma praça pública muito bem iluminada e com gelo por toda parte, devido a neve que caíra durante todo o dia.

Hinata me encarou envergonhada e depois desviou o olhar para Naruto.

- Não, o Sasuke-san n-não me fez nada, e-estávamos... c-conversando.- Ela gaguejou se afastando dos meus braços.- Vou pra casa agora, até mais Sakura-chan, Naruto-kun e Sasuke-san.

Outra coisa que me irritava e aumentava a minha inveja, caso não tenham percebido a mim ela chama de san e o baka de kun, tanta formalidade comigo não era preciso, nos conhecíamos a muito tempo, mesmo que nunca tivéssemos trocados muitas palavras... Certo, aos treze anos não era íntimo da Hyuuga, embora esse tenha passado a ser meu maior desejo a partir daquele dia.

2. Orgulho

Sei que esse pecado já nasceu comigo, afinal sou lindo e irresistível, a humildade passou longe de mim a muito tempo pois sei que sou um máximo, se duvidam posso mostrar o fã clube que as doidas apaixonadas de Konoha fizeram em homenagem a minha imensa beleza. Porém nada disso atraia a Hyuuga, sendo sincero só fez afasta-la, já que por me achar o melhor para qualquer garota, e sou mesmo, não me conformei que o meu magnetismo natural que tanto atrai o sexo oposto não causava nenhum efeito nela, então preferi remoer minha inveja com pitadas de orgulho em algum canto em vez de partir para o ataque.

Mal sabia que o mala do meu irmão se aproveitaria da menor oportunidade para lançar seu charme fajuto em cima da minha hime.

Acontece que Itachi, mesmo sendo cinco anos mais velho que nós, insistia em jogar seu charme pra cima dela, insistia em chama-la para sair e outras propostas que me faziam ter vontade de esgana-lo. Porém Hinata somente ria sem graça e procurava se afastar. Por sempre agir dessa forma nunca imaginei que ela fosse cair nas garras dele, até porque era evidente que ela continuava a amar o Naruto.

Devo dizer que, entre meu irmão e o Naruto, preferia mil vezes o baka, meu irmão não era o cara certo para uma pessoa como Hinata.

Se não fosse meu orgulho idiota talvez tivesse impedido o que se seguiria, mas por não aceitar que a Hyuuga era imune ao meu charme tentei ocultar a falta do olhar dela saindo com tudo quanto era garota do meu fão clube, queria mostrar que se não me queria tinha quem quisesse, só esqueci de um pequeno detalhe: Hinata não fazia idéia dos meus verdadeiros sentimento, ela era tão distraída aos olhares masculinos quanto Naruto era alheio ao dela. Nada que o inconveniente do meu irmão não estivesse disposto a resolver no dia da formatura do colegial.

Nem sei porque aquele encosto resolveu ir a minha formatura, muito menos porque sentou na mesma mesa que ocupei com Ino, minha acompanhante da vez e colega de classe de longos cabelos loiros e olhos azuis, Naruto e Sakura, que continuavam juntos apesar de brigarem por qualquer besteira.

- A Hinatinha fica cada dia mais gostosa.- Soltou meu irmão quase no fim da festa, os olhos tão negros quanto os meus cravados na Hyuuga.

Olhei irritado para Itachi e depois para Hinata, que estava do outro lado do salão de festas conversando com Kiba, um garoto moreno, de cabelo curto marrom, olhos negros e estranhas tatuagens vermelhas nas bochechas, outro dos apaixonados por Hinata que podia apostar continuava tentando conquista-la na base da insistência. Odiava esse bando de abutres envolta da minha Hinata, que naquele dia estava maravilhosa trajando um vestido branco de alcinhas, os cabelos azulados, agora longos até a cintura, presos em uma trança com alguns fios soltos do lado do rosto angelical.

Por um instante Hinata, talvez sentindo que era observada, olhou na nossa direção, sorriu, balançou a mão em um cumprimento discreto e voltou a prestar atenção em algo que Kiba lhe dizia.

- Aquele cara é namorado dela por acaso?- Quis saber Itachi ignorando o fato de que eu não pretendia participar daquela conversa.- Não desgruda do lado dela.

- Hum.- Resmunguei como se não me interessasse o que Hinata fazia ou deixava de fazer.

Lógico que não deixaria o Itachi perceber o que sentia pela Hyuuga, assim como tive de conter a enorme vontade de estraçalha-lo por olhar na direção dela com segundas intenções.

- É só um colega de classe.- Se intrometeu Sakura, falando mais do que devia logo depois.- Hinata não tem namorado, ainda.

Aquilo era tudo o que Itachi precisava para por as garras para fora, se levantou, atravessou o salão, parou perto de Hinata e Kiba e falou algo que a fez rir e o Inuzuka encara-lo com raiva, estendeu a mão para a Hyuuga que aceitou e logo depois dançavam uma música agitada, mas que Itachi fazia questão de manter Hinata grudada contra o corpo dele, as mãos firmes na cintura dela que tinha as pequenas mãos pousadas nos ombros dele.

Fiquei observando os dois dançarem, me corroendo por dentro a cada música, a cada conversa ao pé do ouvido, a cada sorriso gracioso de Hinata para Itachi. Sorrisos que deveriam ser endereçados a mim, porque eu a amava, o meu irmão só queria se divertir as custas da inocência dela.

Mesmo com Ino se esfregando em mim, fazendo de tudo para chamar minha atenção, não conseguia tirar os olhos do casal agarrado na pista de dança. Senti meu coração gelar quando Itachi se inclinou para beija-la. No breve instante que levou para que os lábios daquele abusado alcançasse seu objetivo torci para que ela o empurrasse, fugisse, desmaiasse ou tivesse qualquer reação drástica para impedi-lo, mas nada disso aconteceu, Hinata aceitou e correspondeu ao avanço de Itachi.

Me levantei nervoso, surpreendendo meus companheiros de mesa, e cheguei a dar uns passos em direção ao casal na pista, mas Naruto me impediu ao se colocar na minha frente.

- Cara, não arranja confusão, a Hina sabe o que faz e quem quer, tô certo!- Naruto aconselhou falando em um tom baixo, imagino que fosse para as garotas não ouvirem.

Considerei engraçado e muito conveniente Naruto parecer ter conhecimento do que sentia pela Hyuuga, mas se mostrar alheio ao fato de que ela morria de amores por ele, ou um dia morreu de amores já que estava aos beijos com meu irmão. De qualquer forma me contive e voltei a sentar ao lado de uma Ino confusa com a minha atitude, embora logo tenha voltado a se oferecer pra mim e querendo passar a noite comigo, mas no fim da festa voltei para casa sozinho, condenando meu estúpido orgulho que me fez perder a garota que amo para o meu irmão, porque enquanto estava ocupado me sentindo bom demais para me declarar, preferindo imaginar que um dia ela acordaria e veria que eu era um máximo, Itachi me passou a perna e a conquistou.

No dia seguinte Itachi com uma tímida Hinata do lado deu a notícia que fez meu mundo desmoronar, havia pedido a Hyuuga em namoro e ela aceitara.

Com o orgulho em frangalhos dei os parabéns ao novo casal, me contentei em ser cunhado da mulher que eu amava e decidi que daquele dia em diante a Hyuuga não era um problema meu, se queria perder seu tempo com o imbecil do meu irmão que assim fosse, não precisava dela para nada e era mil vezes melhor que qualquer cara, se Hinata não via isso, fazer o que?

3. Ira

Não posso reclamar muito da ira, foi por causa desse pecado que ela venho parar em meus braços, mesmo que Hinata tenha desaprovado de certa forma o que fiz.

Fazia alguns meses que para o meu ódio e alegria dos meus pais Hinata namorava Itachi, que eram aos olhos de quase todo mundo um casal perfeito, menos aos meus claro. Odiava ver todo santo dia os dois desfilarem na minha frente aos beijos e carinhos, embora fosse mais por parte de Itachi, era evidente que ser vista se agarrando ao meu irmão incomodava Hinata, que o afasta sempre que alguém chegava perto deles. Ficava satisfeito de permanecer horas ao lado deles só pra ver a Hyuuga afastar as mãos atrevidas do Itachi, enquanto agradecia mentalmente que a timidez dela permanecera forte com o passar do tempo. Itachi por sua vez não gostava, me insultava e xingava de tudo quanto era nome quando Hinata saia de perto de nós dois, isso depois que ela reclamara nas vezes que ele fizera isso em sua presença.

Também havia um outro detalhe que me fazia rir do meu irmão sempre que possível, sobrara um pouco de juízo na cabeça de Hinata que esperava o momento certo para se entregar, o que Itachi parecia não concordar e que sempre rendia discussões. Digamos que é de conhecimento geral que "momento certo" na mente de Itachi Uchiha se traduz: O tempo todo.

Talvez por isso não deveria ter me surpreendido quando ao voltar para casa, depois de uma tarde de estudos na biblioteca da faculdade, ouvi Hinata gritar por socorro e, após entrar correndo dentro de casa, a encontrei no chão da sala se debatendo contra o meu amado irmão que tentava força-la.

Naquele momento me enchi de uma fúria cega e não saberia dizer como o tirei de cima de Hinata, só sei que de repente me vi sobre Itachi socando a cara dele sem dó, sentindo o forte cheiro de álcool que exalava de Itachi, o que explicava as ações dele e me dera vantagem naquela briga. O teria matado sem pensar se Hinata não tivesse segurado meu braço e pedido aos prantos que parasse.

Larguei meu irmão inconsciente, bêbado e machucado no chão da sala, a escoltei para fora e tentei arrumar as roupas que Hinata usava, porém sem sucesso pois a blusa perdera vários botões, então a fiz vestir a minha jaqueta e fechei o zíper até em cima, escondendo de mim a visão dos seios fartos cobertos por um delicado sutiã branco de renda, para não cair em tentação. Durante todo o processo Hinata chorava baixinho, o que me fazia sofrer junto, então não consegui mais me conter e a abracei, para consolar e também porque queria senti-la entre meus braços, mostrar que estava ali para protege-la e se ela quisesse ama-la como merecia, mesmo que não me amasse como eu a amava.

- Itachi estava bêbado, amanhã nem vai lembrar do que fez.- Declarei, não para justificar os atos de Itachi mas para que Hinata parasse de chorar.

- S-sim, e-eu sei...

Acariciei sua face e depositei um beijo inocente e casto em sua testa, logo senti Hinata me afastar, o que interpretei ser devido o choque do que acontecera minutos antes.

- E-eu... tenho de ir, obrigada por tudo e boa noite, Sasuke-kun.- Disse Hinata nervosa antes de correr para a casa dela.

Mesmo Hinata ter me empurrado e fugido como se tivesse sido eu que tentara abusar dela, um sorriso de lado preencheu minha face porque Hinata me chamara de Sasuke-kun, não san como das outras vezes, um pequeno avanço afinal.

No dia seguinte ao atender a porta, pois meus pais haviam saído e Itachi se encontrava estirado no sofá com uma almofada na cara amargando a ressaca, fiquei de frente para Hinata trajando um conjunto de moleton que escondia suas formas graciosas, nas delicadas mãos a minha jaqueta.

- Vim te devolver.- Me estendeu a jaqueta.- O Itachi está? Queria falar a sós com ele.

Apontei para a criatura no sofá e fingi ir para o meu quarto, mas na verdade, como sou curioso a respeito de tudo que a envolvia, fiquei escondido, espremido perto da parede que separava a sala das escadas que levavam aos dormitórios, ouvindo toda a conversa, meus lábios se curvando em um sorriso a medida que a Hyuuga dizia que o perdoava mas que não poderiam continuar juntos, algo sobre o problema ser ela não ele, bem ao estilo "acabou e ponto final". Alguém pode me culpar por ficar feliz com a desgraça do meu irmão?

4. Avareza

Parecia que tudo começara a trabalhar a meu favor, Hinata terminara o namoro com Itachi, tive a sorte de ficar na mesma sala que Hinata na faculdade de administração e passamos a sempre ficar juntos, nos trabalhos em grupo, dupla ou na solução de exercícios para se resolver em casa.

Como não sou bobo percebi que me manter distante anulava qualquer possibilidade de conquista-la, deixei meu orgulho de lado o suficiente para me aproximar e oferecer a minha amizade protetora, sem qualquer interesse oculto, pelo menos não aos olhos inocentes dela. Nos tornamos grandes amigos, Hinata confiava em mim, talvez por ambos sermos o tipo de pessoa que fala pouco, embora eu fosse muito mais fechado, o que me fazia escutar mais do que falar.

Amava poder estar ao lado dela, mesmo que fosse como amigo, até porque esse era um status temporário. Minha estratégia era baseada em manter a Hyuuga sempre ao meu lado, evitar que qualquer outro homem tentasse se aproximar e devagar conquistar seu amor.

E foi com essa estratégia em mente que acabei escravo da avareza. Não é nada disso que possam pensar, não regulo dinheiro ou escondo comida em algum cofre de segurança máxima, só não gosto de dividir a atenção da minha Hinata com ninguém, principalmente se for com algum cara.

No início, para não assusta-la, me oferecia para acompanha-la a todos os lugares de uma forma bem discreta, quase desinteressada, era só falar "Se quiser posso te acompanhar" e esperar a resposta, que pra minha felicidade era sempre positiva. Logo que Hinata passou a demonstrar que gostava da minha presença sempre por perto, vindo me visitar quando eu não aparecia na casa dela, comecei a deixar claro que não importava a ocasião queria estar com ela e o mesmo parecia ocorrer com Hinata.

- Recebeu o convite pra festa de Natal na casa do Naruto?- Hinata quis saber me fitando com um sorriso doce.

Retirei a minha atenção do livro pousado sobre a mesa de centro da minha casa e olhei para Hinata, que se encontrava com as costas encostadas no sofá, sentada no chão ao meu lado.

- Sim.- Respondi admirando as pérolas que me encaravam.- Não sei como o Naruto consegue convencer os pais a dar essa festa todo ano.- Comentei fazendo Hinata soltar uma riso baixo de divertimento.

Era de conhecimento geral que a casa do Naruto virava uma zona quando a festa terminava, tinha lixo até no teto e certa vez Lee, um colega de faculdade fraco pra bebidas, vomitou tudo o que bebera e comera nas camélias do jardim que Kushina, mãe do Naruto, cuidava com tanto zelo, os gritos da Uzumaki foram ouvidos a quilômetros de distância.

- Sakura me disse que nesse dia os pais do Naruto saem pra namorar.

- Isso explica.- Retruquei sorrindo de lado e apreciando o rubor que tomou conta das bochechas dela.

- E v-você vai c-com a-alguém?

Estranhei quando gaguejou, Hinata não costumava gaguejar quando falava comigo, não sem um bom motivo.

- Não.- Meu sorriso desapareceu diante de uma idéia do motivo do rubor.- Alguém te convidou.- Era mais uma afirmação do que uma pergunta.

- S-sim, o Kiba, mas eu não aceitei...- O rosto dela ficou ainda mais vermelho.-... pensei q-que talvez... p-pudéssemos ir juntos. S-se você quiser é claro...

Depois da onda de raiva que me dominou pelo Inuzuka ter tentado sair com a minha Hinata, envolvi sua cintura fina com um braço e a beijei na bochecha, perto dos lábios rosados que me tiravam o sono, antes de responder com um sorriso de canto carregado de charme.

- Adoraria.

E no Natal lá estava eu, trajando calça jeans, camisa pólo azul marinho, casaco preto e calçando tênis preto, em frente a casa do Naruto em companhia de Hinata, que estava maravilhosa em seu vestido lilás tomara que caia até um pouco acima dos joelhos, casaco branco e botas da mesma cor.

Quem abriu a porta foi Sakura, só que em vez de nos deixar entrar a rósea barrou nossa passagem, um sorriso malicioso presente nos lábios cobertos por um batom vermelho e apontando pra cima com o dedo indicador. A encarei irritado antes de olhar para o local que ela apontava.

No meio do batente da porta, acima da minha cabeça e a de Hinata, se encontrava um ramo de alguma plantinha presa com uma fita vermelha e dourada.

- São visgos.- Informou Sakura batendo as mãos e dando pulinhos eufórica.

Na minha opinião tinha sido contagiada pela loucura do Uzumaki.

- Pedi para o Naruto colocar hoje, sabem porque?

Agora a doida fazia perguntas idiotas como o namorado.

Olhei para Hinata que continuava com os olhos fixos na planta idiota, a face vermelha e os braços se abraçando por causa do frio, sabia que dentro da casa estava quente, mas Sakura não parecia disposta a nos deixar passar sem receber a resposta.

- Não sei e nem tenho obrigação de saber pra que serve essa coisa.- Resmunguei mal humorado, ordenando em seguida.- Será que dá pra sair da nossa frente.

- Eu te perdoo pela grosseria, até porque sei que vão me agradecer depois.- Retrucou Sakura me fazendo bufa de tédio.

Não acreditava que um pedaço de mato me faria agradecer por ficar no frio, mas percebi que estava completamente errado.

- Diz a tradição que o casal que for pego parado debaixo de um ramo de visgo deve se beijar.- Sakura explicou com um sorriso amplo.- Entenderam agora? Vocês vão ter de se beijar.- Sakura riu empolgada.- E não vale selinho, tem de ser um beijo de verdade.

Me voltei para Hinata que me encarou ruborizada, não sabia dizer se era por causa do frio ou de vergonha, talvez os dois, mas naquele momento pouco me importava, havia ganho uma desculpa perfeita para beijar a mulher que amo e aproveitaria ao máximo. Envolvi sua cintura fina com um braço e juntei meu corpo ao dela, que colocou as delicadas mãos no meu peito e fixou seus olhos no zíper do meu casaco, com a mão livre levantei sua face e a acariciei de leve, sentindo o calor ocasionado pelo rubor que a envolvia, me inclinei pra roçar de leve nossos lábios antes de passar a língua gentilmente sobre os dela, provocando-os para se entreabrirem, ouvi um leve gemido, não saberia dizer se fora meu ou dela, só sei que ao perceber que Hinata entreabrira os lábios invadi sua boca pequena para um beijo ardente e apaixonado, sentindo uma corrente elétrica nos envolver, minha mão deslizando até a nuca de Hinata para puxa-la e aprofundar o beijo.

- Hey! Podem continuar o amasso aqui dentro, no quentinho, tô certo!- Ouvi Naruto dizer brincalhão.

Ignorei o loiro e sua namorada, aos quais agradeceria eternamente pelo melhor presente de Natal que podia receber, puxei Hinata pela mão para dentro da residência e procurei um canto afastado dos olhares alheios, que acabou sendo o quartinho onde ficavam os produtos de limpeza e as vassouras, mas nada disso tinha importância alguma para mim, só desejava voltar a provar os lábios doces da Hyuuga. A segurei pelo rosto e a beijei, ficando satisfeito quando Hinata correspondeu, as mãos espalmadas nas minhas costas me puxando para mais perto.

Tinha passado anos imaginando como seria aquele momento e estava sendo melhor do que imaginara.

Prometi a mim mesmo que aqueles lábios me pertenceriam pra sempre, não deixaria mais ninguém toca-los, porque eu a queria somente pra mim.


N/A- Estou a meses com a idéia dessa fic fixa em minha cabeça, mas como sou péssima em escrever em primeira pessoa demorou para sair algo que eu pudesse considerar bom. É uma fic com três capítulos e todos serão postados antes do Natal. Não é bem um conto de Natal, já que fala de pecados, mas como a história já estava quase pronta e a idéia do Natal me ajudou a completar várias lacunas dessa fic, decidi que ficaria ótima para o Natal. ^^

Dedico essa fic a Hinasusa.

Hinasusa desculpe a super demora em escrever uma fic pra você e sei que não tem um ItaHina decente nela mas apareceu, bem pouco confesso, mas apareceu xD De qualquer forma é de coração.

Big beijos a todos que lerem ^-^