Imagine Eu e Você
por Bethzaeda
Disclaimer: Naruto não me pertence. Mas essa fic sim e eu a dedico a todos os carneirinhos arianos fofys, inteligentes e espirituosos do mundo e a da Via Láctea! Companheiros arianos, sintam-se presenteados (não é lá muita coisa, mas é de coração! )
Imagine me and you, I do
I think about you day and night
It's only right
To think about the boy you love
And hold him¹ tight
So happy together
Prólogo
O Kazekage vai casar!
Fim de tarde na árida Suna. Os comerciantes já arriavam a lona de suas barracas próximas às avenidas principais. Carroças se chocavam pelo caminho; observando do alto, as pessoas não pareciam mais do que um ínfimo ponto negro. Mas o Kazekage sabia, cada um tinha algo dentro de si, algo essencial. Sentimentos. Os quais até uns anos atrás ele desconhecia por completo. Em seu coração, só havia ódio e a ânsia em matar.
Felizmente, as coisas mudaram. A cada dia, Gaara aproximava-se mais de si mesmo, alcançando aos poucos a totalidade das emoções humanas e, conseqüentemente, das suas próprias. Os últimos anos foram de aprendizado. Gaara aprendera a viver. Já não era o mesmo, tampouco se resguardava numa armadura de areia impenetrável. Não era como se o ruivo tivesse se tornado a pessoa mais afável do mundo, entretanto, seu progresso era considerável.
Óbvio que havia alguém por trás de tamanha mudança. Ou talvez duas, mas a segunda sempre agia à distância. E só o que Gaara compartilhava com ela era um silêncio devotado, passional. Memórias. Seu amor por ela sustentava-se nisso para sobreviver. E por mais que o tempo fugisse perante seus olhos, o amor que sentiam um pelo outro perdurava. Em segredo, mas bem vivo. Crepitando no fogo da juventude.
Suspirou. Começava a sentir saudades de Rock Lee.
— # — # —
Suna inteira estava em polvorosa. A notícia do casamento do Kazekage com sua mais antiga discípula havia se espalhado como peste ruim. Era esse o assunto mais discutido entre os shinobis de areia, os comerciantes e a população. Ninguém ousou condenar a decisão de Gaara, mas não houve jeito: o espanto foi geral. Por essa, nem os mais próximos a Gaara esperavam.
Matsuri, a noiva, fora a única aluna que, no passado, escolhera o Sabaku como seu sensei. Desde o primeiro instante em que ouvira sua voz, daquela vez, vacilante e insegura, ela havia adquirido por ele uma empatia sem razão aparente. Matsuri sentia que Gaara tinha algo a lhe falar. E mesmo quando ele lhe falou tudo o que podia, aquela sensação ainda continuou a lhe perseguir. Só quando o kage a pediu em casamento, a sensação se foi.
O que foi um equívoco de sua parte. O ruivo não tinha muito a lhe revelar, e aquele pedido de casamento não foi mais que uma tentativa desesperada de fugir da solidão que se aproximava de si a passos largos e temerosos. Gaara pensava que era muito contraditória tal situação. Logo ele, que durante toda a vida, se esforçara ao máximo para ficar longe, para estar só e imerso em seu mundo particular e insensível. Logo que ele que se regozijava com a própria aspereza e talento em afastar de si tudo o que lhe fosse incômodo, principalmente pessoas.
Indubitavelmente, ele havia mudado. Para melhor ou para pior, não sabia ao certo. Mas com certeza, algumas mudanças lhe causavam dor e sofrimento. Como, por exemplo, o fato de que sentia falta de Lee. E pensar que tão pouco tempo ao lado dele fora capaz de fazer um estrago desses em seu coração! Lembrava-se das batalhas onde eles estiveram em lados opostas, e mais ainda de quando estiveram do mesmo lado.
Lee trouxera Gaara de volta à sua sanidade, Gaara salvara a vida de Lee ao intervir na luta do taijuísta contra um subordinado de Orochimaru, Kaguya Kimimaro. Lee era o que de melhor acontecera ao longo de sua existência vazia e até aquele trecho de sua jornada, totalmente isenta de um sentido que não fosse matar. Era essa a sua motivação.
Sentado sobre uma rocha, nos arredores de seu vilarejo, Gaara ponderava sobre suas motivações de hoje. Governar Suna pacificamente, afastar dela todas as ameaças que por ventura viessem a surgir, tornar-se um homem bom e digno. Mas, principalmente, ser útil. Por isso, havia escolhido Matsuri. Eles se conheciam há tempos, e a relação sua com a garota era de cumplicidade. Gaara sabia que Matsuri o amava, e mesmo não a amando de igual maneira, empenhava-se o quanto era capaz para não machucá-la.
Matsuri precisava dele. E, é claro que a kunoichi compreendia a extensão dos sentimentos de seu sensei para consigo, mas nutria esperanças de que, com o tempo, ele aprendesse a amá-la. Gaara, por sua vez, não a iludia com falsas promessas para um futuro próximo, mas se comportava de maneira amável e cuidadosa quando estava junto a ela ou falava dela. Não era como se seus olhos brilhassem a cada vez que mencionasse o nome de sua noiva, mas tinha sim uma grande afeição pela morena.
Gaara não sonhava com seus dias de matrimônio. Sequer se imaginava como companheiro de alguém. Bem, havia uma exceção, mas seu desejo jamais se realizaria. Era impossível, errado, proibido. Como outrora Matsuri julgara seus sonhos onde se unia a Gaara numa aliança mais forte que tudo, eterna.
— # — # —
Quando Gaara contou a Temari sobre seus planos de casar-se com Matsuri, a juunin da Areia engasgou-se com a própria saliva. De fato, seu irmão era imprevisível e suas resoluções — sobretudo as pessoais — eram as mais inesperadas. Mas daí, resolver do nada que casaria com uma discípula, era demais. Um romance desse tipo nunca era muito bem visto entre os mais conservadores e, querendo ou não, Gaara precisava do apoio destes para governar em paz.
Temari tentou conversar com seu irmão e fazer com que ele refletisse melhor, mas foi em vão. Gaara estava firme, não cederia assim tão facilmente. Kankurou apenas riu com seus botões. Matsuri não tinha família e, de fato, não havia ninguém que ousaria se opor ao casamento do Kazekage.
Temari, apesar de ressabiada, concordou em ajudar Matsuri a organizar a cerimônia. Gaara estava sempre muito ocupado e não podia ajudar, e realmente não fazia muita questão.
Matsuri queria que todos os aliados, amigos e conhecidos seus e de Gaara estivessem presentes e como não conhecia todos, encarregou Temari de elaborar a lista dos convidados do noivo. A manipuladora dos ventos ficou contente pela primeira vez desde que aquela loucura havia começado. Tinha carta branca para convidar quem quisesse, e isso incluía Nara Shikamaru. Tudo bem que ele era preguiçoso e irritante, mas bem... até que ele era atraente. E inteligente, ah, isso ninguém podia negar!
Fazia um bom tempo que não se viam. Mas Temari ainda se lembrava, e muito bem, por sinal, do discípulo de Asuma. Seria legal revê-lo e todos os aliados e amigos de Konoha.
Em pouco tempo, concluiu a lista e enviou a um subordinado que preparou os convites conforme manda a tradição, enviando-os logo após por intermédio de um andarilho, que servia mais como carteiro extra-oficial entre os vilarejos.
Poucos dias depois, Konoha em peso boquiabriu-se diante da novidade. O Kazekage iria se casar. Por esse ninguém esperava. Ninguém mesmo. Principalmente um certo chuunin de polainas e roupa verde-esperança.
Continua...
N.A.: O título da fic foi inspirado no filme Imagine Me and You, que por sua vez foi inspirado na música que é o tema da fic (eu acho, né XD). A fic foi inspirada nesse filme. Mas só um pouco; aaah, isso quem decide é o leitor ;D ¹Eu dei uma 'arrumada' na letra da música: ao invés de girl eu coloquei boy, e ao invés de her eu coloquei him. Se isso estiver errado, por favor, me avisem, eu sou péssima em inglês :P à propósito, o nome da música é Happy Together, e a versão que eu uso aqui é a mesma que usam no filme: a do The Turtles.
Geeente, feliz dia da mentira! Hahaha! (#Beatriz ainda se sentindo uma pessoa muito 'emocionante'... 17 anos nos couros - como se diz aqui no NE - completados ontem. heuiheuiehue Yosh'!)
Bem, no mais é isso. Espero que gostem. O próximo capítulo saí logo (y) Prometo! D Küsse!
