Atenção:

Esta é uma história com o simples objetivo de entretenimento. Antes de me acusarem de preconceituosa, leiam até o final da fic (quando eu terminá-la, é lógico!). No mais, espero que gostem e REVIEWS (Please!). Aviso: Queridas pattys, não se sintam ofendidas. Afinal o que seria do rosa sem vocês? Os shoppings iriam a falência e a escola não seria um lugar tão purpurinado! Então, força na peruca!!!

Os. Fiz algumas alterações. Perdoe-me quem já leu. Tenham paciência comigo, ok! Prometo não fazer isso mais.

Cap 1

Novo começo, primeiro ano, primeiro dia de aula e mesma escola. Tudo seria bom se não fossem as criaturas malignas que lá estudam. As patricinhas, vulgo Patty, são reconhecíveis por andarem sempre em bando e muito bem arrumadas com roupas de grife, bolsas da moda, sapatos de salto, quilos de maquiagem e pelo menos alguma coisa rosa. Sabe aquelas criaturas que se juntam enquanto você fica olhando de longe pensando no que elas estão conversando ou tramando? São essas. Quando adultas, são conhecidas como socialite ou então perua mesmo, sustentadas pelo marido e vivendo uma vida luxuosa. Resumindo, são garotas que não tem nada na cabeça ou só usam a cabeça para fazer chapinha! Esqueci de comentar que são fanáticas por Britney Spears, Vanessa Hudgens, Gêmeas Olsen e Backstreet Boys. Suas atividades diárias são geralmente festas, compras, academia, festas, salão de beleza, danceterias, mais festas, banheiro (acho que é uma terapia, vão sempre juntas) e esculachar os esculachados da escola.

Já os mauricinhos ou preppy (mais na moda. Eca!) são as versões masculinas de patricinhas. Geralmente populares e engomadinhos, costumam atrair o sexo feminino pela beleza e inteligência. São taxados também de falsos, como ocorre com as patricinhas.

As aspirações de ambos geralmente são estudar na Universidade de Harvard, ser presidente do país ou então de uma multinacional, ou então trabalhar em qualquer coisa relacionada a moda. Mas como dizia minha professora do ano passado, a única regra sem exceção é que "toda regra tem exceção", mesmo que eu ainda não tenha conhecido, na minha escola, uma patricinha ou mauricinho legal com uma pobre mortal (eu).

Continuando com minha vida patética, eu até que estava animada. Desci as escadas em direção à saída, peguei a mochila em cima do sofá surrado e antes de abrir a porta, recitei novamente as 07 regras básicas para se manter viva por mais um ano:

1- Não chamar a atenção (Regra básica. Evita que tudo mundo olhe para você com aquela cara de "quem é essa retardada?");

2- Jamais conversar com uma patty (corre o risco de pegar, por osmose, a futilidade dela).

3- Não sonhar com o garoto mais gato da escola (mesmo que El e seja um mauricinho e normalmente o é);

4- Não derramar líquido ou qualquer tipo de alimento nos populares (mesmo que sua mão coce desesperadamente);

5- Não sentar nas mesas do centro no refeitório (de preferência, procurar uma vaga próxima à lixeira);

6- Jamais dizer para uma patty o quão ridícula ela é (mesmo que seja verdade, ela provavelmente fará todo mundo acreditar que você é invejosa). Esta regra vai de encontro à regra número 2;

7- Jamais diga "Ai que nojo!" (isto é coisa de patty fresca);

Respirando fundo, desci os degraus da escada pulando de dois em dois até chegar à rua. O tempo estava nublado, às nuvens escuras passeavam cada vez mais rápido pelo céu e nas colinas já era possível avistar a chuva que se aproximava. Apertei a gola do casaco no pescoço de modo a evitar que o vento entrasse por lá e caminhei apressadamente. As lembranças das férias voltaram à minha mente - se é que se pode chamar de férias passar mais de um mês tendo como companhia a srª Lyan e Percy (um gato gordo e fedorento), trabalhando, limpando, cozinhando, passando, esfregando e mais uns não sei quantos "ando". Na verdade não foi muito animador, mas em se tratando de minha pessoa, poderia ter sido pior.

O que Ruth diria se soubesse que senti saudade da escola? O que diria se soubesse que senti saudade até da Verônica e sua turma de puxa-sacos? E até mesmo dos garotos idiotas e infantis em seus uniformes de atleta, passeando pela escola como um bando de... deixa para lá! Eu sei o que ela diria: primeira iria rir. Não, gargalhar! Depois diria que eu devia estar completamente louca, desmiolada, sem juízo e psicótica. Mas era verdade... Eu devia estar mesmo com sérios problemas de cabeça...

Minha vida não foi nada fácil. Não tenho pai, nem mãe, nem irmãos e vim morar no orfanato com 7 anos. Dia após dia, eu esperava alguém me buscar e me oferecer um lar, amor e carinho. Mas cada dia que passava ia se tornando mais difícil porque as pessoas preferiam adotar as crianças recém-nascidas ou ainda pequenas. Deprimente, não? Bom, o tempo passou, o orfanato fechou e agora moro com a srª Lyan que vive como se estivéssemos em 1910. Sem contar seu péssimo humor. Nestas férias acordei trabalhando, dormi trabalhando e sonhei trabalhando. Assim, ia levando minha vida sem reclamar, afinal, como a senhora Lyan sempre diz, se não fosse por ela, provavelmente estaria morando nas ruas.

Perdida em pensamentos, caminhei ainda por uns 20 minutos antes de chegar ao portão de entrada da "Forks High School". Era uma escola normal, para uma cidade pequena como Forks, bonita, de tijolinhos vermelhos e grandes janelas brancas. O pátio estava deserto. Alcancei o celular no bolso da minha calça jeans para olhar as horas e quase caí de susto: estava atrasada! Primeiro dia de aula e já tinha quebrado a primeira regra. Saí correndo pelos corredores, segurando a mochila de forma precária até chegar a sala do primeiro ano. Como previa a aula já tinha começado e o professor escrevia algo no quadro negro, de costas para porta. Que sorte! Entrei pisando nas pontas dos pés e tentando ser o mais silenciosa possível. Ruth já me esperava e apontava um lugar vago à sua frente. A poucos passos da carteira, suspirei aliviada.

Cedo demais.

-Senhorita... – o professor olhou com reprovação.

Gelei. Provavelmente tinha algum sensor na porta ou então, o professor deveria ter uma audição privilegiada. Não tinha outra explicação.

- Jeniffer Hunter. – respondi timidamente.

- Vejo que está atrasada. – disse cruzando os braços.

- E..eu.. sinto mui... muito pro-professor.

Gaguejei. Droga! Simplesmente gaguejei no meu primeiro contato com a nova turma. Ninguém merece!

- Não vou lhe dar um sermão, mas que isso não se repita. Agora sente-se.

Desejando acabar logo com a cena constrangedora, sentei o mais rápido possível na carteira que Ruth tinha guardado para mim, mas não antes de esbarrar com a mochila na carteira do Cristian e derrubar todo o seu material. Fechei os olhos e suspirei fundo. Todo mundo rindo, inclusive o professor que nem ao menos teve a decência de disfarçar. Que humilhação! Não precisou ninguém falar, já sabia que meu rosto estava todo vermelho, e só por saber disso fiquei ainda mais envergonhada e vermelha. Não era possível! Quebrar a mesma regra duas vezes no mesmo dia era de mais! E isso em menos de 5 minutos!

Após alguns longos minutos tentando controlar a tremedeira, consegui acompanhar o restante da aula que transcorreu normal. O professor falava... falava... falava... e eu não entendia nada. Que professor passa matéria no primeiro dia de aula? Só mesmo de geometria. Passei a maior parte do tempo desenhando carinhas ou inventando letras novas. Ruth me emprestaria o caderno depois. Suspirei aliviada quando o sinal tocou indicando o intervalo.

- Ai Jen, que bom que você está aqui! – Ruth, entusiasmada, segurou meus braços, dando pulinhos de alegria.

Ruth era minha amiga desde a escola primária, quando eu roubava seus biscoitos e cortava os cabelos de suas bonecas, claro que eu pensava que cresceria de novo. Eu me achava a cabeleireira! Com o tempo percebi que não crescia e parei com brincadeira.

- Menos Ruth... menos. – Falei olhando o corredor pra ver se tinha alguém olhando.

- Você e sua mania de perseguição...

Ergui os olhos, exasperada. Ruth era bem maior do que eu, magra, com grandes olhos verdes e cabelos negros. Não era popular, mas nunca teve problema em se adequar onde quer que fosse.

- Mania nenhuma! Você esqueceu o quanto sofri o ano passado depois que a Verônica começou a me perseguir porque derramei refrigerante na roupa dela?– perguntei ainda sentindo um frio na espinha. - Sem querer, diga-se de passagem. – finalizei.

Verônica era minha cruz desde que Ruth era minha amiga. Então... já carregava essa cruz por uns 10 anos. Sabe aquela frase: "Deus dá a cruz que cada um consegue carregar"? Pois é... mas devo ter feito alguma coisa muito feia em outras vidas porque só poderia ser castigo. Só de lembrar nos anos passados em companhia forçada dela, já me dava náuseas, o estômago revirava e eu sentia uma angústia enorme. Verônica rindo de mim no primário porque eu não consegui chegar a tempo no banheiro (eu tinha só 5 anos!); Verônica colando chiclete no meu cabelo quando estava na 4ª série; Verônica espalhando pela escola que eu tinha piolho (na verdade a quantidade era tanta, que acho que era eles que me tinham); Verônica roubando a cartinha que eu tinha escrito para o garoto mais lindo da 6ª série e lendo para a turma no meio da sala; Verônica... Verônica... Verônica...

- Aquilo foi no ano passado. – Ruth continuou.

- É, mas se eu não tomar cuidado, pode acontecer a mesma coisa este ano. – respondi voltando novamente para a conversa e começando a caminhar.

- Menos né Jen? Além do mais, Verônica não passa da caloura do primeiro ano, assim como a gente. Agora têm as patricinhas do terceiro ano. – Ruth ria descontraída.

- Muito reconfortante. – disse revirando os olhos.

- Sem falar dos meninos! – Continuou. – Tem um moreno que é de tirar o fôlego!

- Nossa...

Ruth me olhou desconfiada.

- O que foi? Por que este desânimo todo Jen?

- Nada Ruth! Só você para ficar animada assim, logo no primeiro dia de aula.

- Que nada! São tantas as novidades... tantas pessoas, rapazes mais velhos, veteranos, lindos de morrer...

- Que nunca vão me notar. – completei a sentença para Ruth, que me olhou desgostosa.

- Não seja pessimista, Jen. Você sabe que o Cristian é louco contigo!

- Cristian? Que Cristian? – perguntei fingindo esquecimento. Pensar no garoto esquisito da minha sala, que me olhava mais esquisito ainda me deixava ainda mais enjoada do que pensar em Verônica.

- E que sorte a sua, hein? Esbarrar logo nele! Do jeito que é estranho, aposto que está todo animado, pensando que você esbarrou de propósito só para chamar a atenção.

- Ah, não... – gemi desanimada. – Se o ano continuar do jeito que começou, no ano que vem não vou precisar ir para a escola. Estarei morta!

- Você também é o exagero em pessoa, viu?!

- É, sei.

- Vamos esquecer este assunto um pouquinho. Que tal irmos para o refeitório? – Ruth convidou.

- Vamos – sorri tentando demonstrar confiança, mas falhando totalmente.

O refeitório estava lotado. Olhei a "passarela" que deveria atravessar até chegar onde era servido o lanche. Ruth segurou minha mão enquanto me puxava.

- Vamos – disse ela e concordei com a cabeça.

O suor escorria pela minha nuca e minhas mãos estavam geladas. Acho que nem ao menos respirava. Peguei a bandeja e olhei procurando um lugar vazio. Por sorte (talvez nem tanta) vi uma mão acenando e Ruth me puxou em direção ao Cristian.

- Oi Jennifer.

Os olhos azuis, escondidos por óculos de aro de tartaruga me olhavam sem piscar. Constrangida, respondi ao cumprimento e sentei.

- Então Cristian, conseguiu o que te pedi? – Ruth perguntou sem me olhar.

- Claro! O que Jennifer não me pedi chorando que eu não faço sorrindo? – disse lançando-me um olhar meio atravessado.

Hein?! Como assim? Ele só pode ter cheirado cola, comido a lata e lambido a tampa! Desde quando eu choro alguma coisa para aquele retardado?

- Eu não pedi nada! E muito menos chorei! – exclamei furiosa recebendo um cutucão de Ruth, bem no meio das costelas.

- Acha que conseguiremos entrar? – ela falou como se não tivesse feito nada e o pior, me ignorando.

- Claro! Estão perfeitas!

- Que ótimo!

- Espero que você cumpra nosso trato, ok?

- É... cla... claro!

- O que estão perfeitas? E que trato é este? - perguntei. Aquele diálogo, nada esclarecedor, estava me deixando completamente curiosa. Ruth sempre aprontava alguma coisa, então... era melhor me preparar para o susto.

E que susto!!!

- Ah, esqueci de te contar! – Ruht sorriu animada. – Cristian conseguiu, para gente, carteiras de identidade falsas!

- Quê??? – quase engasguei com a comida. – Para quê isso?

- Pra gente entrar no Rivage – respondeu batendo palminhas.

Eu já falei que às vezes Ruth me assusta?

- E pra quê eu quero entrar no Rivage? – perguntei desanimada. Era um clube meio esquisito, freqüentado pelos jovens da cidade e o sonho de vida da Ruth, pelo menos até completar 18 anos.

- Ah Jen, não seja uma desmancha prazer. É o melhor clube da cidade. Você não tem curiosidade de ver como é?

- Melhor e único, você quis dizer. E não. Não tem um pingo de curiosidade. – fui sincera.

Meu objetivo na vida, pelo menos até me formar, era passar despercebida, o que não era muito fácil com meu cabelo vermelho, mas eu era pobre, não muito bonita e não muito inteligente, então... Mas acho que ir a um clube, onde menores eram proibidos de entrar e onde os mais populares da escola estariam, era atentar contra a sorte.

- Tome. – Cristian, que acompanhava o diálogo em silêncio, nos interrompeu para entregar os documentos.

- Nossa! Ficou perfeito mesmo! – Ruth exclamou.

- Melhor falar baixo. – ele pediu.

- Ai, desculpe. – minha amiga disse, cobrindo a boca em seguida.

Peguei as identidades de sua mão e olhei com curiosidade.

- Como você conseguiu minha foto?

- Você esqueceu que me meu deu uma?

- Eu não te dei Ruth. Você pegou da minha carteira. – resmunguei.

- É, mais ou menos isso. Então, o que achou?

- Ficou perfeito, mas não tem utilidade.

Devolvi as carteiras para ela. Não precisaria daquilo tão cedo.

- Por que não? – Ruth perguntou enquanto guardava as carteiras na bolsa.

- Primeiro, porque não posso sair à noite. – Respondi revirando os olhos. – Segundo, ninguém acreditaria que tenho 18 anos, porque eu tenho 15! Terceiro, muita gente da escola vai estar lá e vão nos ver. Posso pensar no quarto se você quiser.

- Deixa de ser boba Jen. A gente dá um jeito pra você fugir de noite na hora que a srª Lyan estiver dormindo. Segundo é só a gente roubar algumas maquiagens da minha irmã e nos arrumar para parecermos mais velhas e, por último, a maioria dos alunos que vai estar lá também é menor de idade e, portanto, estará com a carteira de identidade falsa.

- Mas Ruth...

- Não tem desculpa, Jen. Nós vamos hoje à noite. Rumo à liberdade!

Diante da justificativa e sabendo que jamais convenceria Ruth do contrário, tentei engolir o máximo a comida na bandeja antes do sinal tocar.