Sinopse: Edward é pai de uma menina, Sophie. Bella é mãe de uma menina, Marie. Ambos são pais solteiros, por conta dos acasos da vida. E contam com suas respectivas famílias para cuidar das crianças. O destino lhes prega uma peça quando as pequenas se conhecem na escola e a orientadora da escola convoca Edward e Bella para uma reunião. É ai que toda a loucura começa. Onde será que tudo isso vai dar?


1 – Primeiro dia de aula.


Por Edward -

Era muito cedo quando eu praticamente cai da cama em direção ao quarto de Sophie com a finalidade de acordá-la e ajudá-la a se arrumar para a escola. Era um dia importante pra ela e para mim, o inicio de uma jornada que nunca terminará. Caminhei pelo corredor e abri sua porta, minha menininha já estava grande, era quase impossível crer que ela já iria pra escola, na verdade meu coração apertava cada vez mais com a idéia de deixá-la com estranhos. Mas, eu não tinha como deixar ela com Alice ou Esme e privá-las de suas vidas.

Sophie era uma boa menina, inteligente, educada e linda como sua mãe. Era realmente uma pena que Jéssica não soube aproveitar o momento e crescer mentalmente. Minha pequena filha parecia não se importar pela falta da mãe, mais eu sabia que mais cedo ou mais tarde isso viria à tona e eu teria que encontrar uma maneira de lidar com isso. Por agora minhas preocupações eram outras, como acordá-la.

Ela dormia um sono tranqüilo e tinha um sorriso bobo nos lábios. Sentei ao lado dela na cama e me permiti apreciá-la dormir. Olhei para o relógio da Hello Kitty em sua cabeceira e já eram sete e meia eu não poderia adiar mais, ou chegaríamos atrasados.

- Sophie, meu amor está na hora de levantar – eu disse passando a mão por seus cabelos levemente molhados de suor.

Eu tive completa certeza no minuto seguinte que ela estava passando muito tempo com Alice. Ela simplesmente sentou ereta na cama, com os olhinhos inchados de sono ainda e piscou convulsivamente, antes de dizer:

- É hoje papai, eu vou conhecer vários amiguinhos e vou brincar e vou... AHHHHHHHH – e ela simplesmente saiu correndo em volta de seu quarto. Eu não tive outra reação a não ser rir do seu comportamento.

- Ei moçinha sente já aqui, quero falar com você – ela parou ofegante e veio se sentar ao meu lado, vendo que tinha sua atenção, eu continuei – Você não vai ver tia Alice ou a vovó hoje à tarde, mais quero que se comporte.

- Eu já sei disso papai – ela disse fazendo uma cara de tédio, que me dava vontade de mordê-la.

Separei o uniforme da escola e o deixei em cima da cama, dando banho nela e tomando banho também, literalmente assim como todos os outros dias. Após um banho rápido e nossas roupas confortáveis nós descemos pra tomar café.

- Bom dia pequena princesa, animada? – Disse Zafrina pegando-a no colo.

Sophie deu um abraço de dar inveja em Zafrina e em seguida disparou.

- Vovó, lá vai ter mesmo muitas amigas? – Seu olhar era de duvida e apreensão.

Todos os que conviviam juntos com ela já vinham a preparando para a escola, sobre como iria ser legal e como ela ia fazer novas amizades. Sophie sempre cresceu no meio de adultos e hora ou outra fazia amizades no parquinho.

- É claro pequena – Zafrina disse de forma simples – Aposto que você vai se divertir muito.

- Estou com fome – ela disparou depois de abrir um sorriso e pular do colo da minha empregada.

- Então acho que vai gostar do que fiz para o café da manha – ela disse, indo até a geladeira e tirando uma travessa com vários pedaços de bolo de chocolate – o que acha disto?

- Bolo de chocolate – ela gritou com seus olhos brilhando e em seguida se voltou pra mim, com uma cara que era impossível negar algo – Posso papai?

Eu não costumava a deixar comer tanto doce no café da manha, mais hoje era um dia especial. Foi bom vê-la comer dois grandes pedaços e tomar o copo todinho de suco sem pestanejar.

- Terminei, podemos ir? – Disse pulando da cadeira e sorrindo.

Zafrina e eu gargalhamos e ela fechou a cara sem entender qual era a graça.

- Podemos até ir, mais acho que você não quer ir pra escola com os dentes pretos de chocolate, né?

- Ops – ela subiu as escadas correndo como sempre, rumo ao banheiro.

- Obrigada vovó, eu não sei o que seria de mim sem você aqui – Agradeci a ela, sem duvidas eu não me imaginava sem Zafrina. Eu teria enlouquecido se não há tivesse sempre por perto.

- Não tem porque agradecer menino Edward – ela disse com seu olhar sábio – eu amo tanto sua pequena, quanto à você. Faço tudo que está ao meu alcançe. Agora acho melhor se apresar, ou chegará atrasado.

- Ok – disse subindo as escadas.

Escovei meus dentes, chequei minha maleta e passei pelo quarto de Sophie para pegar sua mochila. Desci, encontrando ela no colo de Zafrina, rindo de algo que eu não teria tempo para perguntar. Despedimo-nos da vovó, com promessas de um passeio mais tarde. Coloquei Sophie em sua cadeirinha e fui para frente. O transito neste horário era leve e tive sorte em encontrar essa escola. Os horários de entrada e saída eram flexíveis e eu poderia conciliar com meus horários no consultório.

- Papai? – minha pequena chamou.

- Sim filha – disse olhando pelo retrovisor

- Porque eu tenho que ir pra escolinha? – Ela disse de forma simples e seu rosto parecia sereno.

Estacionei na frente da escola, descendo do carro e indo pega-la de sua cadeirinha. Descarregando sua mochila junto. Ela olhava a tudo atenta, sem soltar minha mão um minuto se quer. Abaixei-me na frente dela, assim que terminei de fechar o carro.

- Sophie, está tudo bem meu amor? – Disse passando a mão livre por seus cachos.

- Está papai, eu só estou com medo – ela disse voltando seu olhar para o meu, deixando-me ver a apreensão.

- Do que está com medo? – disse deixando meu coração se despedaçar por ter que deixá-la aqui.

- De ninguém gostar de mim e eu acabar sem nenhum amigo – ela disse olhando para seus pés.

- Não precisa se preocupar, eu aposto que todos vão adorar você – eu disse lhe pegando em um abraço apertado – Agora que tal agente ir junto até a sua sala?

- Você pode entrar ai? – disse fazendo uma cara travessa.

- E porque não poderia? – eu queria muito descobrir o motivo de não poder entrar em uma escola.

- É uma escola de gente pequena papai, você já é grande.

- Ok, mais hoje é seu primeiro dia e acho que posso ir até lá – Disse rindo de sua grande descoberta.

Caminhamos pelos pequenos corredores, ela olhava atenta para cada uma das crianças que corriam para todos os lados. E assim que chegamos à frente de sua sala ela abriu um enorme sorriso.

- Acho que vou ficando por aqui – disse beijando sua testa e passando sua mochila – Boa aula minha linda, nos vemos mais tarde.

- Obrigada papai, eu amo você – disse beijando minha bochecha.

Eu ainda fiquei ali na porta parado como um idiota, vendo caminhar para uma das mesinhas. Ela se sentou e ficou apenas analisando cada uma das crianças sentadas. Eu sabia que tinha que ir embora, mais meu coração estava torcendo para que ela não se sentisse confortável e me pedisse para ir embora. Eu era a criança da nossa relação.

- Feche a boca ou vai babar – disse uma moça, da qual não me lembrava de ter visto nunca na vida.

Apenas lhe dei um sorriso e continue observar ela se despedir da sua filha com um sorriso em seus lábios. A pequena garotinha tinha o mesmo que tamanho que Sophie e deduzi que eram da mesma idade. A garotinha parecia mais a vontade e se sentou na mesinha ao lado de Sophie. Percebi que as duas começaram a conversar e que minha filha sorriu relaxando um pouco, me deixando menos preocupado.

A mãe ao meu lado soltou uma leve risadinha, me fazendo a olhar com curiosidade.

- Não seja tão preocupado, ela não vai se machucar ou algo assim – ela disse observando as duas conversarem empolgadamente.

- Ok papais, é triste lhes dizer mais agora eu assumo daqui – Disse uma moça alta de cabelos longos e um sorriso ingênuo.

- Ana? – a moça ao meu lado sibilou

- Bella? – disse a menina, que mais parecia uma garotinha do que professora – Não posso acreditar, Marie está na minha classe?

- Sim, e isso me deixa realmente mais calma – ela disse sorrindo.

- Pode deixar comigo, vou cuidar bem dela – disse olhando de "Bella", diretamente para mim.

- Prazer, Edward Cullen – disse dando um leve aperto de mão – Pai de Sophie.

- Oh claro – ela disse lançando um olhar para a sala – Bem preciso ir. Vejo os dois mais tarde.

Fiz meu caminho para fora, entrando em meu carro e indo para o consultório. Era sexta e o movimento geralmente era fraco, mais Ângela havia me dito ontem antes de partir, que agenda de hoje estaria lotada.

Sai para o almoço, com Alice. Fomos a um restaurante perto do consultório e tive que ouvi-la dizer sobre o quanto estava sentindo falta da sobrinha e que não havia lógica para colocá-la em uma escola tão cedo. Eu não poderia sair antes das três do consultório e não teria tempo para o café, pois tinha que correr para pegar Sophie.

Então Alice disse que conhecia uma padaria ali perto que tinha os melhores Cupcakes. Caminhamos pelas calçadas da ensolarada Califórnia ao rumo da tal encantadora padaria.

- Me lembre de comprar um para Sophie sabe o quanto ela adora – eu disse assim que chegamos ao local.

Eu não pude deixar de notar o quão encantador era o local, Alice tinha completa razão. O local era simples e aconchegante, tinha um balcão especifico para crianças e eu me dirigi para lá, para escolher um Cupcake para Sophie. Era difícil escolher com tantas variedades, e eu estava totalmente em duvida. Alice tinha ido fazer o pedido de nossos cafés e eu teria que esperá-la para me ajudar, ou eu acabaria levando o mais feio de todos.

- Vejo que está com dificuldade em escolher, posso ajudá-lo? – Disse uma moça atrás do balcão.

Levantei-me para respondê-la, e assim que olhei em seu rosto automaticamente tive que sorrir.

- Você está me seguindo né? Só pode ser – eu disse olhando a mãe que havia encontrado na escolinha mais cedo.

- Não, muito pelo contrario você está me seguindo. – Ela disse seriamente constrangida.

- Enfim, acho que realmente preciso de uma ajudinha sua... Bella, certo? – disse um pouco antes de perceber que ela estava vermelha.

- Sim – ela disse envergonhada, e fiquei pensando o que teria feito ou dito de errado – o que estava pensando em levar e para quem?

- Bom Sophie adora cupcakes e gostaria de levar um pra ela. Mais confesso que não sou bom em escolher coisas para meninas. – disse com um sorriso amarelo

- Já sei o que pode levar – ela disse tirando dois lindos bolinhos que sem duvidas eu nunca iria escolher.

- Ela vai adorar esse da Minnie - Alice disse chegando ao meu lado – Você sabe o quanto ela adora essa ratinha. Aliás, quando finalmente vamos levá-la para Disney?

Alice às vezes parecia mais criança que minha própria filha de cinco anos.

- Ainda não resolvi Alice, Sophie é pequena demais ainda – Bella olhava atenta nossa conversa, esperando que eu decidi-se por qual deles levar – Vou levar o da Minnie, pode embrulhar?

- Claro, volto em um minuto – Ela disse desaparecendo com o bolinho, voltando pouco tempo depois, me informando o preço e assim eu lhe paguei – Obrigada Bella, até mais tarde.

- Até mais, Cullen – ela disse sorrindo, e eu não deixei de perceber o quanto seu sorriso era apreciável.

Segui para o consultório, onde atenderia o resto da tarde. Era bom poder lidar com crianças e ajudá-las de alguma forma. Já era duas e quarenta e meu ultimo paciente era um garotinho chamado Antony.

Era difícil admitir mais ele era um dos meus pacientes favoritos. Cuido de Antony desde que era bebe, e atualmente ele já esta com quatro anos e meio. Ele era filho de Angela e pouco tempo atrás eu havia descoberto a dificuldade para engordar que ele tinha. Lembro-me de Angela viver reclamando sobre ele não adquirir peso e acabamos por fazer exames, constatando a existência do Sopro cardíaco.

Por sorte o sopro de Antony era inocente e ele não teria que recorrer a remédios ou cirurgia. Mais eu gostava de vê-lo e examiná-lo sempre que pudesse.

- Hei Campeão – disse assim que o vi passar pela minha porta, levantei da minha cadeira e ganhei em troca um abraço super apertado.

- Olá doutor – disse indo se sentar na minha cadeira – sabia que quando eu crescer vou ser médico também!

- Olha, é muito legal ser médico e poder cuidar das pessoas – eu disse passando a mão em seus cabelos – Que tal agente começar os exames?

- Tudo bem, mais hoje você vai me deixar escutar o meu coração doutor? – ele disse se sentando na maca e erguendo os braçinhos para poder tirar sua camisa.

Puxei para cima, e não pude evitar em fazer cócegas enquanto ele permanecia com os braços pra cima. Ele ficou quieto enquanto eu fazia os exames de rotina, apenas esperando para que eu terminasse. Deixei-o escutar seu coração como prometido, e ele abriu um sorriso encantador.

- Obrigada Doutor – ele disse colocando sua camisa novamente

- Sem problema campeão – disse enquanto chamava Angela até minha sala – Está tudo certo querida, está tudo certo com nosso garoto.

- Obrigada Edward, eu nem sei como lhe agradecer – disse ela com o olhar piedoso.

- Apenas continue sendo minha melhor secretária e mantenha esse garoto sempre por perto, e tudo está recompensado – eu disse lhe dando um sorriso – Agora preciso ir, hoje foi o primeiro dia de aula de Sophie e eu realmente estou apreensivo. Vejo vocês na segunda.

- Tudo bem Edward, algum problema se eu já fechar aqui? Jasper não tem mais nenhum paciente hoje também.

- Sem problemas, até mais campeão. – disse me despedindo dos dois e indo pegar minha pequena na escola.

Estacionei em frente ao colégio faltando cinco minutos para as três, o horário de saída. Assim que ouvi a sirene bater eu sai do carro, indo até o portão esperá-la. Poucos minutos depois ela veio conversando com Marie, e as duas pareciam muito animadas.

- Hei moçinhas – disse vendo que elas procuravam a mim e Bella.

Sophie se virou para mim, puxando a amiga até onde eu estava.

- Papai – disse assim que me deu um beijo na bochecha – essa é minha amiga Marie, ela senta junto comigo na aula e sabia que ela não tem um papai? E você sabia também que a mãe dela faz cupcakes? Ai papai hoje eu... – ela simplesmente disparou falando.

- Minha nossa quanta novidade, pelo jeito o primeiro dia foi mesmo legal não é? – disse Bella se abaixando ao meu lado, falando com as duas.

- Mamãe – Marie exclamou correndo para seus braços – foi muito legal, essa é minha nova amiga Sophie e o papai dela. Nós vamos sentar juntas na aula e o papai dela é médico de crianças, igual o tio Jasper.E você sabia que ela não tem mamãe... – ela seguiu falando sem parar se quer para tomar ar.

- Perai, você disse Jasper? – eu falei me intrometendo na conversa.

- É papai, o Sr. Jasper que trabalha com você é titio da Marie, isso não é legal? – disse Sophie, muito animada.

- Sim, é muito legal – disse sorrindo – mais acho que é melhor agente ir, lembra que temos que passar em casa pra pegar a vovó e irmos ao nosso passeio?

- É mesmo papai, será que Marie pode ir junto? – definitivamente minha filha tinha passado tempo demais com a tia, ela quicava na minha frente.

- Isso não é por minha conta boneca, já pediu pra mãe dela? – disse olhando pra Bella com um canto de olho.

- Deixa moça – ela disse com a cara mais desolada do mundo, se Bella não deixa -se seria realmente uma pessoa sem coração – deixa ela ir com agente?

- Hum, não sei preciso pensar – disse ela fingindo considerar a idéia.

- Por favor, mamãe, eu queria tanto ir passear com eles – Marie disse ajudando a convencer a mãe.

- Tudo bem, eu deixo. – Nos levantamos enquanto as duas pulavam de alegria – Tem certeza que não tem problema Edward?

- Não, sem problemas. Só preciso do seu endereço para deixá-la em casa depois.

- Não precisa, vou aproveitar e ajeitar algumas coisas na confeitaria pode deixar ela lá?

- É claro, mais vou precisar da sua cadeirinha, não tenho costume de carregar duas crianças.

- Ok – ela foi até o carro pegando a cadeirinha e ajeitando no meu carro – tem certeza que não terá problemas?

- Sem problemas Bella, não vamos fazer nada demais e vou ter ajuda pra cuidar das duas – disse antes de acomodar cada uma das pequenas no carro.

- Se comporte e obedeça ao Edward, está bem? – ela disse dando um beijo na testa de Marie. – Até logo Sophie, vejo vocês mais tarde.

- Vamos lá, hoje é dia de fazer bagunça – disse ligando o carro.

Dirigi direto para casa e não passou despercebido o quanto minha filha e sua nova amiga estavam à vontade, elas pareciam amigas há anos. Isso me partiu o coração, por pensar que ela havia crescido tão sozinha neste cinco longos anos.

- Sophie, que tal emprestar uma roupa sua para sua amiga? – eu disse pouco antes das duas dispararem em uma corrida alucinada para dentro de casa.

- Foi com uma e voltou com duas, menino Edward? – disse Zaza rindo da porta da cozinha, enquanto me via entrar.

- Sim, acho que vamos ter trabalho dobrado esta noite – disse enquanto deixava as chaves do carro na mesinha e a mochila de Sophie no canto – Vou me trocar vovó, pode ajudá-las a trocar de roupa?

Ela apenas assentiu com a cabeça, me seguindo escada a cima. Tirei minhas roupas brancas do consultório e coloquei uma roupa confortável, eu adorava os passeios de sexta à noite. Era o dia da semana que eu tirava para passear com Zafrina e Sophie.

- Papai, nós estamos prontas – disse minha filha descendo em um vestido vermelho que havia sido presente de Alice e logo atrás dela Marie estava com um verde do mesmo modelo.

- Vocês estão muito elegantes, onde pensam que vão? – eu disse levemente impressionado com a produção de ambas – E onde está a vovó?

- Eu pensei que poderíamos ir ao cinema e logo depois passar no Lori's Diner, o que acha papai? – Disse Sophie segurando a mão da nova amiga.

- Acho uma ótima idéia, mais preciso saber onde está Zafrina – eu disse indo até a cozinha a encontrando na metade do caminho com os olhos cheios de lagrimas – Vovó, o que houve?

Eu nunca a havia visto com aquela feição, ela era sempre a pessoa feliz e cheia de espírito em casa. Assustou-me um pouco vê-la tão desamparada assim.

- Me desculpe Edward, acabei de receber um telefonema de uma das minhas filhas e um de meus netos está muito doente. O senhor pode me liberar por uma semana?

- É claro, o que você precisar querida – eu disse indo com ela até a cozinha enquanto as duas moçinhas me seguiam atenta – Pegue o copo com água, tome um gole e arrume suas coisas. Vou levá-la até o aeroporto.

- Não precisa Edward, vá passear com suas lindas senhoritas, seria um pecado privá-las de um passeio tão gostoso. E eu também já chamei um taxi.

- Tem certeza que não precisa de mais nada? – Disse preocupado, eu a entendia, eu já havia sentido na pele o que é ter um filho ou algo próximo doente e não poder fazer nada.

- Sim, preciso apenas de um beijo de cada uma dessas coisas mais lindas – disse olhando para as duas meninas que ainda estavam na porta da cozinha, olhando atentas as cenas.

As meninas diminuíram o caminho até ela dando beijos estalados na bochecha da minha empregada. E então Marie me surpreendeu:

- Sabe, eu não sei se é verdade mais minha mãe sempre fala e geralmente funciona – ela disse segurando a mão da minha empregada/avó – Sempre que você quiser muito algo, basta você sair lá fora quando já tiver escuro, e falar com as estrelinhas. Elas sempre trazem o que quero.

- Obrigada pequena, vou me lembrar disso – disse sorrindo para a menina – agora acho melhor vocês irem para o famoso passeio de sexta.

- Ok, qualquer coisa me ligue e sabe que não precisa hesitar – eu disse abraçando minha segunda mãe – Até a volta.

Zafrina ajudou minha mãe a cuidar de mim quando era pequeno, acompanhando todas minhas fases desde a infância até o que me tornei hoje. E agora ela me ajuda com meu pequeno pedaço de céu, como gostava de chamar Sophie.

Coloquei as duas madames no meu carro e dirigi para o centro de São Francisco, parando em frente ao Roxie Cinemas. Desci do carro abrindo a porta de trás para as duas damas segurarem em minhas mãos e caminhássemos até o saguão.

- E então o que vamos assistir? – disse me abaixando para a mesma altura das meninas.

- Podemos assistir Cinderela? – Marie disse, olhando de mim para Sophie.

- É papai, eu quero ver Cinderela – minha filha disse me arrastando até a bilheteria.

Comprei nossas entradas, e apenas um balde de pipocas já que íamos jantar fora depois. Nem preciso dizer que foi legal, ver as duas ficarem bravas com a madrasta malvada e o quando ficaram felizes quando a fada madrinha apareceu. Sem deixar de notar o sorriso bobo que estalavam suas faces quando Cinderela finalmente ficou com o tal príncipe encantado.

- Papai, porque todas as madrastas são ruins? – Perguntou Sophie me empurrando para um beco sem saída. Mais eu não poderia culpá-la por isso.

- Não são todas as madrastas que são malvadas meu amor, existem aquelas madrastas legais – eu disse tecnicamente não respondendo sua questão.

- E os papais, são legais assim como você Edward? – Marie perguntou quando já estávamos no carro a caminho da Lori's.

- Aposto que seu pai é um homem muito legal – eu disse para a pequena observando suas feições do retrovisor.

- Eu não sei quem é o meu papai, mais minha mamãe disse que ele é um cara... – ela colocou a mão na testa, pensativa por um momento – eu não lembro como ela fala – ela disse fazendo surgir um vinco em sua testa, tentando lembrar – eu também não poderia dizer.

- E porque você não pode falar? – eu disse incrivelmente curioso.

- Eu teria que dar a você um dólar e eu não tenho nenhum – ela disse explicando. E então tudo se encaixou. Era um palavrão. Eu usava a mesma tática com Sophie, aprendi com Alice logo que meu pedaçinho de céu aprendeu a falar. Era uma tática e toda vez que eu ou alguém por perto, disse-se algo feio ou sujo, deveríamos pagar um dólar.

-Oh, sim – eu disse fingindo espanto – então é você que vai pagar a conta hoje Marie? – Eu disse em tom de brincadeira.

- Papai, minha vovó Esme disse que as mulheres nunca devem pagar a conta – Sophie disse brava, e eu pude ver uma pequena Esme em minha filha.

Assim que chegamos à lanchonete, eu vi apenas vultos coloridos rumo ao playground que havia nos fundos. Fui até o balcão pedindo refrigerantes e nossos lanches, indo me sentar em uma mesa que ficava em frente ao brinquedo. Fiquei olhando as duas meninas brincarem.

Assim que nossas comidas chegaram chamei-as e elas logo trataram de se acomodar em seus lugares. Nós nos alimentamos em silencio, enquanto víamos as pessoas entrar e sair. Assim que terminei disse a elas que iria pagar a conta, e que enquanto isso poderiam brincar. Mas Marie disse que já estava cansada de tanto pular e perguntou se poderíamos ficar ali na mesa um pouco mais.

Enquanto estávamos lá, Sophie foi até o brinquedo balançar sozinha, um enorme sorriso em seu rosto brilhava enquanto ela ia para cima e de volta para baixo. Foi assim por um tranqüilo tempo, antes de Marie quebrar o silêncio.

- Vocês dois vem sempre aqui senhor? – ela disse enquanto balançava seus pés na cadeira.

- Quase todas as sextas, você já tinha vindo aqui? – eu disse olhando para a menina a minha frente, aquela expressão angelical e ternamente feliz. Eu tinha saudades da minha infância.

- Não – Ela disse abaixando o olhar para seus pés – Eu sempre tive vontade de vir, mais mamãe sempre diz que o segredo está em você mesmo fazer seus lanches.

- Então está feliz por ter vindo? – eu disse querendo animá-la novamente.

- Sim, foi muito gostoso senhor – ela disse sorrindo de orelha a orelha – Mais não acho que minha mãe vá gostar muito da idéia.

- Então vamos combinar uma coisa? – eu disse me levantando e indo ajoelhar a sua frente, ela apenas meneou a cabeça concordando – Primeiro, você pode me chamar de Edward e segundo, pode deixar que eu me entenda com a sua mãe.

- Tudo bem – ela disse me surpreendendo em um abraço.

- Então porque não chama sua amiga, para irmos pra casa? Está ficando tarde.

- Ok – ela disse disparando até o brinquedo.

Paguei a conta e fui para o carro com as meninas. Elas ficaram quietas no caminho para casa, enquanto Sophie olhava distraidamente pela janela Marie estava no distante mundo dos sonhos.

Assim que estacionei em frente à padaria Sophie me ajudou batendo na porta, enquanto eu pegava Marie no colo carregando-a desacordada. Bella abriu a porta com um olhar preocupado para a filha, mais assim que colocou seus olhos nela constatou que estava apenas dormindo.

- Acho que acabamos com as energias dela – Sophie disse ainda animada.

- Realmente – disse Bella me levando para os fundos da Padaria – e então o que vocês fizeram de legal?

- Nós fomos ao cinema e assistimos Cinderela, depois papai nos levou ao Lori's e nós brincamos e comemos. – disse minha pequena apressadamente.

- Wow, isso é muito legal – ela disse apertando a bochecha de Sophie – Pode colocá-la aqui Edward.

Eu coloquei Marie em um berçinho que havia no fundo da loja e a beijei na testa como fazia todas as noites com Sophie. Era algo automático.

- Papai – chamou minha filha, puxando a perna de minha calça para chamar minha atenção – posso olhar os bolinhos?

- Sim, mais já estamos indo. Bella deve estar querendo ir pra casa descansar. – Não era muito tarde, tendo em vista que saímos cedo de casa. Mais ela deveria estar cansada por ter trabalhado além da conta.

- Na verdade ainda vou ficar mais um pouco, preciso checar umas coisas se estão em ordem e terminar de fechar o livro caixa. – disse dando de ombros.

- Precisa de ajuda? Eu posso tentar ajudar em alguma coisa – disse de modo educado como Esme sempre me ensinou.

- Não é nada Edward, apenas não vou abrir esse final de semana e gostaria de deixar tudo em ordem. Mais obrigado mesmo assim – ela disse com um sorriso gentil.

Fui me dirigindo até a porta me certificando de chamar Sophie que estava vidrada na prateleira de Cupcakes. Bella delicadamente tirou um de dentro, presenteando-a. Gesto qual ela agradeceu com um enorme beijo.

- Obrigada por ter cuidado de Marie – ela disse assim que chegamos na porta da padaria – foi realmente de grande ajuda e a tempos ela queria ir nesta tal lanchonete, e tudo está tão corrido que eu realmente não tenho tempo de levá-la.

- É não posso negar que ela citou algo sobre isso quando estávamos apenas esperando o tempo passar – eu disse me lembrando da nossa conversa – aliás, ela me disse que provavelmente você ficaria brava, por ela estar comendo um sanduiche que não foi ela mesma que preparou.

- Oh, isso é realmente irrelevante. Eu apenas dizia isso a ela para – ela olhou pra baixo sem jeito e corando – para tapear ela, você sabe.

- Oh sim – eu disse sorrido – posso entendê-la.

- Papai, podemos ir? – disse Sophie esfregando os olhos de sono – estou com sono.

- Claro amor – disse pegando-a no colo – que tal dizer tchau para a mãe de sua amiga?

- Tchau Bella – ela disse esticando os braços para ela.

Bella a pegou no colo, dando um beijo em sua bochecha e prometendo um passeio. Ao qual eu teria certeza que ela cobraria. Despedi-me de Bella com aceno, indo para casa, onde carreguei Sophie adormecida em meus braços.

Depositei minha princesa em sua cama, ligando o abajur e deixando seu mundo de sonhos invadirem a consciência. Ainda desci para verificar se vovó já havia chegado à casa de sua filha. Conversamos um tempo ao telefone, e ela acabou de pedindo uma semana de férias, seu querido neto passaria por uma pequena cirurgia e ela gostaria de estar por perto.

Deitei em minha cama, após um banho pensando que então seriamos Sophie e eu por uma semana. Eu esperava não ter imprevistos, ou eu estaria em problemas. Não demorou muito para que eu caísse em esquecimento por algumas horas.


Oi coisas lindas e amadas, mas uma fanfic com Edward e Bella e crianças amáveis !

Espero muito que vocês gostem desse primeiro capitulo, e a história vai continuar nesse mesmo esquema leve. Vou retratar coisas do cotidiano, nada de drama e sim muito açúcar e nutella... capítulos cada vez mais doces !

É isso, espero ansiosamente as Reviews de você e volto com o próximo capitulo provavelmente na quarta.
Beijos melecados de chocolate em cada uma :*