NO MEIO DO CAMINHO TINHA UM TREX...
(...Tinha um Trex no meio do caminho)
Capítulo 1
Autor: Lady RR, TowandaBR
DISCLAIMER: Todos os personagens da série "Sir Arthur Conan Doyle's The Lost World" são propriedade de John Landis, Telescene, Coote/Hayes, DirecTV, New Line Television, Space, Action Adventure Network, Goodman/Rosen Productions, e Richmel Productions (perdoem qualquer omissão).
Água e óleo não se misturam. Mas às vezes são obrigados a ficar juntos (Uma aventura M&V...Marguerite & Verônica)
Era mais um dia deslumbrante no platô... Nenhuma nuvem no céu azul. Tudo estava na mais perfeita calma, a não ser pela mulher que reclamava:
"Droga de calor, droga de insetos."
"Chega, Marguerite, você poderia falar menos e trabalhar mais!"
"Estou trabalhando, Verônica, mas esses bichinhos resolveram me comer primeiro!"
"Você adora geléia de amora, e é a que come mais. Então, não reclame e continue colhendo!"
"Sua amiga Finn é quem anda devorando tudo aquilo que encontra na Casa da Árvore!"
"Agora ela é 'minha amiga'... Não esqueça que foram vocês que a trouxeram do futuro!"
"Vocês, não! Challenger a trouxe! Eu fui contra."
"Contra? Você queria ter deixado a Finn por lá!"
"Não que eu quisesse, é que nós não a conhecíamos, não sabíamos se era confiável..."
"Confiável! Você, preocupada em trazer pessoas confiáveis para casa? Essa é nova!" - Verônica ergueu a sobrancelha.
"Eu mesma, quem mais?" - Marguerite fingiu indignar-se, ao mesmo tempo em que abria um sorriso. Verônica não resistiu e acompanhou o bom-humor da herdeira. Entre gargalhadas, finalmente a loira concluiu.
"É melhor acabarmos logo com isso. Ainda temos muita coisa a fazer."
"Deveríamos tirar uma folga. Com os três fora por uns dias, a casa fica mais tranqüila e podemos descansar, ler, fazer o que quisermos!"
"Não é bem assim, Marguerite, temos nossas obrigações."
"Você só pensa em trabalho? Quando vamos nos divertir e aproveitar que não tem nenhuma experiência do Challenger, nenhuma caça do Roxton para limpar e nem ter que ficar respondendo às perguntas chatas da Finn?"
"Shhh!"
"O que foi?"
"Shhhh! Acho que ouvi alguma coisa." - Verônica já desembainhava a faca, enquanto Marguerite também se colocava em alerta, pegando sua arma. Tentavam identificar de onde vinha o perigo.
Foi Marguerite quem atirou primeiro, abatendo um dos raptors. Logo em seguida, foi a vez de Verônica acertar o segundo.
"Fácil." – Sorriu a herdeira, já se abaixando para pegar a cesta que ficara no chão.
"Marguerite!"
"Por que você está sussurrando?" – bastou que se virasse para saber o motivo.
"Atira nele." – A herdeira ainda apertou o gatilho, que deu apenas um estalo.
"Acabou a munição. Você mata esse."
"Só trouxe uma faca."
"Então?"
"CORRE!"
"Desta vez é você que me segue! Nada de cair num poço!" – Gritou Marguerite, já tomando a dianteira, com a garota da selva correndo logo atrás, só não ultrapassando a herdeira porque esta praticamente lhe bloqueava a passagem na trilha estreita.
"Mais rápido, Marguerite! Vai, vai, vai, vai!" – Finalmente Verônica tomou a frente – "Por aqui."
Nenhuma das duas arriscava olhar para trás, só escutando o barulho de seu perseguidor. Também mal prestavam atenção no caminho.
"Acho que o despistamos..." – gritou Verônica, sem no entanto se atrever a parar de correr. Tampouco Marguerite.
"Tem certeza?"
"Claro que não. Quer parar e verificar?"
"Engraçadinha!"
Repentinamente, a loira parou. Marguerite ainda colidiu levemente com ela, antes de fazer o mesmo.
"Fim da linha." – Ambas tentavam recuperar o fôlego, enquanto olhavam para o enorme e acentuado declive, com árvores e vegetação baixa no caminho.
"Vamos voltar." – Já iam se virando, só para ver o animal vindo a toda velocidade para cima delas.
"Este dia poderia ficar melhor?"
"Pula!"
"Você está doida? Quer matar a gente?"
"Droga, Marguerite!" - Verônica já empurrava a mulher, jogando-se logo em seguida.
"AAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHHHH!"
As duas rolaram sem controle. O máximo em que pensaram foi proteger a cabeça com os braços, enquanto o raptor ficava no alto vendo sua refeição ir ladeira abaixo.
"Marguerite! Você está bem?"
"Não!" - a morena estava irada - "Você me empurrou."
"Na próxima vez pulo sozinha."
Marguerite levantou-se tentando tirar a sujeira das roupas.
"Não vai ter próxima vez. Sua sorte é que sou como gato e caio em pé. Viu? Nenhum arranhão. Nunca mais saio com você. A gente sempre se mete em encr..." - Só então ela olhou para Verônica, que segurava o tornozelo direito. Correu até ela, abaixando-se a seu lado.
"O que foi?"
"Nada. É que gostei de ficar aqui no chão!" - Verônica olhou enfezada, afinal estava com uma dor imensa.
"Então fica ai!" – A herdeira se levantou, mas voltou a abaixar-se. – "Desculpe. O que foi? Onde está doendo?"
"Onde você acha?"
"Estou perguntando se é no pé ou no tornozelo! Você precisa ser tão sarcástica?"
"Dói tudo. E não estou sendo sarcástica!"
Marguerite fez uma ligeira pressão no pé da moça, que estremeceu.
"Ok. Acha que pode andar?"
Verônica olhou incrédula, afinal suava frio de tanta dor.
"Claro que não!"
"Esse dia poderia ficar melhor? O que vamos fazer?"
"Sei lá? Talvez nos mudarmos para cá!"
Marguerite levantou-se mais uma vez.
"Que tal? Eu vou para a Casa da Árvore e você fica aqui!"
"Não quero nem imaginar o que os outros fariam com você, se me deixasse aqui sozinha!"
"Você esquece que posso inventar uma boa história para sua ausência?"
"Só funcionaria se eu não estivesse lá para contar a verdade. E sou mais do que capaz de estar. É mais fácil eu chegar em casa inteira do que você!"
"Bom, inteira você já não está."
"Pode ir... eu consigo me virar sozinha!"
Marguerite afastou-se um pouco, cruzando os braços enquanto esperava. Verônica mordeu o lábio, respirou fundo e levantou lentamente. Depois lançou um olhar desafiador para a herdeira.
"Viu?"
"Muito bem. Agora coloque o pé direito no chão."
"Está no chão." – Verônica deu um sorriso amarelo enquanto Marguerite inclinava-se, medindo.
"Não está não."
A loira colocou o pé, que cedeu com o peso.
"AAAHHHHH!"
"Já que sua língua está tão boa, poderia tentar usar essa energia para andar."
"Cuidado, Marguerite, minha paciência está acabando!"
"A minha já acabou!"
O som de algum animal de grande porte, vindo de cima, interrompeu a discussão.
"Temos que sair daqui."
"Venha, eu te ajudo!" – A morena colocou o braço direito da moça em seu pescoço.
"Aaaaahhhhhhhhhhh!"
"Sem dor, sem vitória! Vamos!" – Verônica olhou feio para a herdeira.
"Apóia em mim e vai pulando!"
"Pulando até a Casa da Árvore?"
"Você tem idéia melhor?"
Voltaram a ouvir o horrendo urro do animal.
"É um trex. Deve ter sentido o cheiro do sangue dos raptors. E não está muito longe."
"Então comece a pular. É melhor você ter sido campeã de corrida de saco!"
"Que diabos é isso?"
"Guarda o fôlego e pula!"
As duas começaram a se locomover, mas o progresso era muito lento.
"Espera. Temos que nos organizar." – Marguerite pensou um pouco – "Precisamos manter o ritmo, então você pula quando eu mandar." – Verônica olhou meio de lado – "Ok. Um... dois... três. Pula... pula... pula... pula..."
"Por ali." – orientou a loira.
Continuaram por mais algumas centenas de metros.
"Vamos parar!"
"O que?"
"Parar, Marguerite, parar... você não sabe mais o significado das palavras?"
Marguerite apoiou bruscamente Verônica em uma árvore.
"Talvez eu não saiba o que é parar, mas sei o que significa o som de um trex atrás de nós."
"Precisamos de ajuda."
"Não temos ajuda... os outros só voltarão em alguns dias."
"Preciso de um apoio."
"Sua melhor idéia até agora! Deixa ver se tem alguma coisa por aqui."
Marguerite olhou em volta. Finalmente achou um galho comprido. Depois usou a própria blusa para deixar a parte onde Verônica se apoiaria mais macia.
"Obrigada." – Disse a loira com um sorriso.
Conseguiram caminhar um pouco mais. Em breve estariam em casa.
Mas à medida que a dor de Verônica aumentava, ela tinha dificuldades em se concentrar, e caminhavam ainda mais devagar.
"Preciso parar." – gemeu.
"O que foi desta vez?"
"Está doendo muito, Marguerite. Tenho que ver o que posso fazer... além disso, o trex não parece estar mais atrás de nós."
"A única boa notícia do dia." – disse a herdeira, sentando a amiga em um tronco caído - "Mas quem sabe tem uns raptors ou canibais atrás da gente?"
"O seu otimismo é comovente."
Marguerite ignorou o comentário e abaixou-se.
"Vamos lá, Verônica. Vou tirar sua bota."
"Aaaahhhhhhhhhh" – gemeu a loira – "... devagar."
"Está difícil!" – Marguerite puxou um pouco mais.
"Aaaahhhhhhhhhh... Pára, pára, pára."
"Está muito inchado, se tirarmos acho que não poderemos recolocá-la."
"Não. Deixe como está."
"A dor está piorando?"
"Hum, hum." – Verônica apertava os olhos tentando pensar em outra coisa, mas era impossível.
A herdeira sentou a seu lado. Estava frustrada.
"Já está escurecendo. Não podemos ficar aqui."
Mas a moça nem ouviu o que lhe foi dito.
"Vamos lá. Falta pouco. Uns 200 metros talvez." – fez uma pausa – "Se você não tentar, vamos ficar as duas aqui. Então vai escurecer, algum animal vai nos atacar, mas vai comer só a mim. Você vai ficar com sentimento de culpa e todo dia eu volto para puxar seu pé machucado." - Verônica deu um sorriso dolorido, enquanto a morena continuava – "Chegamos em casa, cuidamos de você, eu descanso um pouco e depois até faço o jantar."
"Isso é uma ameaça, Marguerite?"
"Não. É uma promessa." – Marguerite sorriu, sentindo a cabeça da moça encostar em seu ombro – "É melhor continuarmos." – fez uma pausa – "Vamos, Verônica, fale alguma coisa."
Só então virou-se e notou a amiga inconsciente. Rapidamente colocou-a deitada no chão.
"Vamos, acorde... Não faça isso comigo..." - Marguerite entrou em pânico – "Por favor, acorde..."
CONTINUA...
R-E-V-I-E-W! R-E-V-I-E-W! R-E-V-I-E-W!
