Glee não me pertence e blá, blá! Mas caso RM queira me contratar em anexo meu currículo.

Ah, o enredo não é igual Glee

E gostaria que vocês tentassem adivinhar, porque sou má e acho que seria engraçado. Hahaha!

Aproveitem!

FIC terá de 5 a 10 capítulos porque estou sem paciência para mais que isso.

" – Hoje nos vamos aprender as notas musicais. Todas elas são importantes para desenvolvermos nossa voz, além disso elas são fundamentais para se criar músicas, a cada nova combinação das notas podemos formar vários e vários sons entenderam?"

" –SIMMMMMMMM Professor Hudson"

" – UAU! Pelos gritos vocês estão bem espertinhos mesmo né?"

Dar aula para esses anjinhos é uma das minhas maiores alegrias. Depois de me formar em produção e composição musical, ano passado na NY me senti um pouco perdido. Tenho minha banda com alguns amigos, mas sabia que não era bom o suficiente para isso. Sou baterista por hobby. Escrevo crítica de musicais, shows e bandas em um blog. E gostava de produzir discos em estúdios com direito a toda aquela parafernália possível. De todas, todas essas hipóteses que a carreira proporciona hoje posso dizer que faço um pouco de tudo isso. E afirmar com 100% de certeza que a minha paixão é ensinar, transmitir o conhecimento da música, essa linguagem universal para todas as crianças.

Esses anjinhos em apenas uma semana estão bagunçando minha vida. Olho para a frente enquanto eles sentados em círculos no chão teclam as notas em uma mini escaleta, no teclado, discutindo que aperta mais forte ou faz o barulho soar mais rápido. Sorrio, hoje com 27 anos sinto que ainda estou longe da realidade de ter um desses pequenos em casa. Dediquei tanto aos estudos que esta é uma realidade impossível para o momento.

Por enquanto vou me contentado em dar aula em um colégio que prioriza as artes e ensina música para a vida.

Estou realmente muito feliz de lecionar aqui.

C

" - Quinta você tem sessão de fotos às 18h, Sexta seu dia será cheio querida, 9h fonoaudióloga, 10h30 preparadora vocal, 14h dentista, 15h30 prova de figurino, 18h..."

" – 18h? 18h não Mercedes, por favor tem reunião de pais na escola da Mel, eu preciso ir...mesmo".

" – Rachel você mesma marcou com seu diretor, não fui eu..."

" – Eu sei, e eu realmente pensei em falar com a babá da Mel pra ir na reunião por mim, mas ela não anda bem na escola, e eu estou bem preocupada..."

" – Eu tentarei ok? Não garanto que eu consiga desmarcar, semana que vem é sua estreia ele deve estar a loucura."

Difícil conciliar a vida nos palcos e o papel de mãe de uma linda menina de 6 anos de idade. Mel aconteceu por conta de um deslize quando estava no terceiro ano de NYADA. Me iludi completamente com um garanhão, me envolvi com Brody e tive meu traseiro chutado assim que ele soube da minha gravidez, sim aconteceu isso literalmente.

Recorri a ajuda de amigos para terminar meu ano na NYADA. Consegui me formar, e ingressar em espetáculos da Broadway assim que consegui. Foi uma experiência e tanto de vida. Levar aquele pequeno ser, tão pequena e com bochechas rosadas para as coxias todas as noites me deixava com a sensação de pior pessoa do mundo. Vi minha filha passar de mão em mão ao longo desses anos.

Logo consegui um papel em Spring Awakening e fui aclamada pela critica, ganhei um Tony e minhas condições financeiras melhoraram muito. Meus pais conseguiram vir de Ohio para cá mais vezes. Cândida era babá de Melanie, e eu podia de alguma forma ou outra dar melhores condições para a minha filha.

Mesmo sabendo...mesmo sabendo e difícil de admitir que...ela não reclama em não ter brinquedos ou um quarto rosa...ela sempre queria e pedia...outra coisa...

C

O novo professor de música é muito legal. Já faz duas semanas que ele está dando aula e eu não abri minha boca ainda. Eu sei, se eu falasse para a minha mãe, que eu devia cantar e mostrar minha voz que é linda. Mas eu não consigo

Queria que ela pudesse me ver. De que adiantar cantar, ensaiar, e o Sr. Hudson me colocar no coral ou no recital da escola se ela nunca tem tempo para me ver?

Graça nenhuma...

C

Notei Melanie bem dispersa nesta atividade de reconhecer instrumentos musicais pelos sons e colocar as devidas etiquetas. Ela era mais quietinha que os outros sim, sempre mantinha o olhar baixo e compenetrado.

Era morena com pele clara e olhinhos cor de amêndoas. Uma lindinha, ainda não consegui extrair alguma palavra dela, mas esse era meu próximo passo.

" – Melanie, você quer fazer a atividade comigo?" – Perguntei me aproximando da carteira dela. E ela apenas assentiu com a cabeça.

" – Vamos primeiro sentar nesse aqui, e você eu vamos adivinhar ok?"

" – Ok, Sr. Hudson"

" – Não quer me chamar de Tio Finn?"

" – Ah mamãe sempre diz que é pra chamar desse jeito"

Sorri, sua vozinha era um doce.

Em segundos estávamos rindo no meio de percurssão, ela batia sem nenhuma coordenação enquanto eu a levantava. Logo formou-se uma multidão de crianças em volta querendo que eu fizesse o mesmo com elas.

Olhei para a Mel ela continuava sorrindo. Pelo menos algo tinha valido a pena.

C

Olhei pela viségima vez para o relógio consegui adiantar o encontro com o Sr. Richard, meu diretor em uma hora. Se eu tivesse muita, mas muita sorte, ele estaria cheeeeeio de compromissos e eu conseguiria sair a tempo da reunião da escola da minha filha.

Olhei novamente e ele já estava atrasado em 15 minutos.

Parece que eu não estava com tanta sorte assim.

C

Antes de reunião dos pais começar, perguntei aos pequenos se alguém gostaria de cantar. Para minha surpresa Mel levantou a mão.

Perguntei o que ela queria cantar, e ela me disse que uma música da "Bela e a Fera".

Até ai tudo bem, normal uma criança gostar dos contos da Disney.

O que foi absolutamente fora do normal, ela entoar versos de "Home" com tamanha propriedade, e com a interpretação da versão do musical da Broadway. Sim, eu tinha certeza que era, porque eu mesmo assisti umas três vezes para um trabalho da faculdade.

E que voz era essa? Parecia que tinha saltado dos pulmões da menina o grave mais forte que já tinha ouvido em uma criança. Como poderia isso?

Terminou e senti uma lágrima escorrendo do seu rosto, enquanto ela saia correndo para fora da sala de aula.

Sai do meu estado de êxtase para correr atrás dela.

C

Não conseguir ficar vendo todos me olharem daquele jeito como se eu fosse uma alienigina. Eu sabia que minha voz era boa, minha mãe mesmo me dizia que eu era, ela também me disse uma vez que meu papai cantava bem, mas eu nunca soube dele e ela nunca me contou.

" – Mel, querida você tá ai? Abre essa porta"

Ouvi tio Finn batendo e levantei limpando minhas lágrimas para abrir

" – Que aconteceu florzinha?"

Só consegui abraça-lo e chorar no colo dele, nada mais que isso.

C

Consegui fazer a Mel se acalmar depois de muito tempo. Não consegui arrancar dela mas nada, nem um palavra sobre o acontecido, nem nada que pudesse me dar uma pista.

Estava chegando perto das 18h, e minha ansiedade de conhecer a sua mãe, já era imensa.

Começamos a reunião, e Mel permanecia na sala de recreação ao lado lendo alguns livros, algumas vezes a espionava e ela mantinha a cabeça baixa, e olhar tristinho, de cortar qualquer coração.

Era 18h45 e nada de uma mãe se apresentar como a dela, a reunião já tinha começado os professores conversando sobre todas as matérias. Até que vejo uma mulher, com uniforme se aproximar.

Aceno para que ela sente-se enquanto a reunião prossegue.

Depois de toda explanação dos outros professores a Diretora Catarina me apresenta como novo professor de música. Expus meu currículo e meu planejamento de aula, que deixou os pais muito felizes, pelo que percebi.

Recebi muitos cumprimentos no final da reunião, algumas sugestões, uma liga de pais disposta a incentivar o coral. Enfim uma ótima recepção.

Percebi a Sra de uniforme indo embora e corri me aproximar.

" – Sra, perdão como é seu nome?"

" – Candidâ"

" – Cândida, prazer, sou Finn Hudson, professor de música".

" – A Sra é mãe da Melanie?"

" – Não apenas sua babá, sua mãe é bem ocupada...e.."

" – Entendo, bom tenho que conversar com a mãe da Mel por diversos motivos, realmente, comportamentos e momentos tristes em sala de aula, estão incluídos nesta pauta."

" – Vou encaminhar um bilhete por você, por favor entregue a ela?"

" – Sim, Sr. Hudson."

Sentei a minha mesa. Puxei agenda da minha aluna. E comecei a escrever.

" – Sra, como é o nome dela?"

" – Rachel, Rachel Berry"

Senti meu pulso parar, e meus dedos travarem. Não poderia ser.

C

Coloquei Mel para dormir depois de um dia cansativo, tanto meu quanto dela. Ela sempre tinha alguns acessos de tristeza quando eu não conseguia dar atenção suficiente.

E eu sempre me sentia imensamente culpada. Entrei no meu quarto levando sua agenda. Cândida tinha me falado que seu novo professor de musica manifestou insatisfação com seu comportamento ou algo assim.

Abri o caderninho e logo observei a caligrafia.

" Cara Rachel Berry

Sou novo Professor de Ensino Musical de sua filha, e devo parabeniza-la, a pequena tem uma voz incrivelmente linda. E acredito muitos talentos para explorar.

Contanto, devo reforçar que seu comportamento beira a tristeza, gerando pouca participação da aluna em sala de aula. Isso me preocupa seriamente.

Peço por favor que me contate através do telefone que deixarei a seguir.

É muito importante para o desenvolvimento da sua filha;

Obrigada pela atenção;

Ass: Finn Hudon"

Joguei com rapidez a agenda no chão. Não poderia ser o mesmo, não podia ser mesmo.