Esse é um texto curtíssimo e cheio de paradoxos, que encontrei recentemente entre os meus backups. Foi originalmente criado para um personagem de RPG do fórum Dramatis Personae - cujo universo é extremamente fantasioso e criativo -, mas não tive a chance de interpretar essa dificílima existência paradoxal. Não é bem uma fanfic, nem uma One-Shot, porém espero que apreciem. Se gostarem, não esqueçam de deixar um review.

Espectro

Quando a Besta surge no Mundo, eis que os espíritos se revoltam com a nova existência e criam o espectador mudo. Uma cria não-existente, em formas ou pensamentos, e impossibilitada de reagir como que aprisionada em um mundo próprio e intocável.

O inexistente não pode tocar ou ser tocado, não pode soprar ou ser soprado, não pode falar ou ser escutado, apenas pode não existir. Criado para ser o espírito que não é espírito, que grita mudo, que toca sem experimentar, que luta sem batalha, que vive sem vida, que morre sem morte, que é cria sem ser criada, que pensa sem pensamentos, que sente sem sentimento, que existe em sua não existência eterna...

No entanto, o Espectro ama e deseja fervorosamente o todo da existência, acreditando existir apenas pelo fato de não existir. Que acredita mesmo não acreditando, que ama sem poder amar e que deseja simplesmente ser.