N/A: Eu sei, eu sei, tenho outras 3 fics pra terminar ainda, mas eu simplesmente estou com essa fic martelando em minha cabeça há dias e provavelmente não vou sossegar até postá-la.

Spolier: HBP - Traduzindo: não me matem se em algum momento Draco aparecer comensal ou Ginny com Harry, apesar da probabilidade de aparecer ser 0,1 porcento.


"Você é meu anjo!"

Havia acabado de aparatar no Hall principal da Mansão.

Subia correndo as enormes escadas que levava direto ao lugar que eu queria. Por um minuto amaldiçoei todos meus ancestrais por criarem um lugar que necessita MUITA locomoção. Porém, minha ansiedade era maior. Blaise não entendia o porquê de eu repetir esse ato todos os dias e eu, não posso deixar de me sentir mal por ele, pois, infelizmente, sabia que ele nunca saberia o que era sentir isso.

Isso era único.

Recuperando meu fôlego, andei calmamente pelo corredor, em rumo à Sala familiar, onde queria chegar.

Cheguei silencioso e encontrei as pessoas que ansiava para ver desde o momento que sai de casa. Encostei no batente e admirei um pouco à cena diante de mim, onde havia três pessoas no grande aposento.

Luna, uma das pessoas no aposento, sorria.

Um sorriso triste, porém sincero.

Seus olhos grandes e azuis, percebi, pareciam cheios de lágrimas e isso, só poderia significar uma coisa: Estava falando de Ginny

Minha Ginny.

Meu anjo de cabelos vermelhos.

Minha salvação.

Não pude evitar a forte pontada no meio do meu peito.

Ouvi Blaise chegar atrás de mim, recuperando seu fôlego também. Pareceu perceber o que se sucedia e pôs uma mão em meu ombro, apertando firmemente, como se estivesse me passando forças, sabendo o que eu sentia, mesmo sem ver minha expressão.

Sem olhá-lo, fiz minha presença no aposento notória e, mais uma vez, senti uma forte pontada no meu peito, porém uma pontada de alegria, que se espalhou por todo meu corpo.

Mal entrei e, fui atacado por duas crianças de cinco anos de idades, pulando em meu colo, gritando "Papai!" e me enchendo de beijos molhados por meu rosto.

E é por isso que eu anseio o dia inteiro. Para chegar em casa e ser recebido assim, tão carinhosa e acolhedoramente pelas pessoas mais importantes em minha vida, meus filhos.

Frutos do meu amor com a pessoa mais magnífica, carinhosa e bondosa que o mundo já foi honrado em conhecer, da pessoa que eu amei e amo, a cada dia da minha vida, não importa como. Frutos da minha união com Ginevra.

Gin me deu as duas coisas mais preciosas em minha vida atualmente, Richard e Samantha, gêmeos, e, são por causa deles que eu me mantenho firme aqui.

D s2 G

"Draco!" Ela o chamou, a mesma voz doce, insegura e determinada, como seu olhar.

Lembro-me de ter fechado os olhos por rápidos dois segundos, antes de virar para encarar a Ginny de 15 anos de idade, no vazio corredor de Hogwarts, aparentemente, a maioria decidiram ir a Hogsmeade naquele sábado.

"Vê se entende de uma vez, Weasley" Lembro também que seu sobrenome já não soava mais com o desprezo que eu gostaria que soasse "É melhor pra você e pra mim se fingirmos que nem nos conhecemos, facilitaria tudo"

Ela me olhou fundo nos olhos, antes de se aproximar. Não gostava do rumo que essas discussões sempre levavam e, principalmente, não gostava do principal motivo dessa discussão.

"Facilitaria tudo o quê?" Ela me perguntou, com a voz trêmula, nunca desviando o olhar "Evitar a humilhação que é ser visto comigo?" Ela fechou os olhos, parecia juntar forças "Evitar fofocas sobre o grande e malvado Malfoy e a irmã do Weasley pobretão?"

Então, sem me conter, a puxei levemente pelo braço para a sala mais próxima e tranquei a porta, mesmo sabendo que me arrependeria por isso mais tarde.

Olhei-a nos olhos, com todas as forças que tinha para não ceder o que vinha contendo há algumas semanas e, num gesto rápido, puxei meu braço esquerdo na altura de seus olhos e baixei a manga que cobria a marca negra, ainda fresca em minha pele pálida. Vi-a desviar seus olhos para a marca e arregala-los pelo que via, seu lábio inferior tremendo levemente, ato que mais tarde descobrir ser freqüente quando estava nervosa ou assustada.

"Facilitaria isso" Respondi, finalmente, mantendo minha voz impassível "Não posso mais me encontrar com você por causa disso" Tentei não me alterar, apesar do nojo em minhas palavras quando me referia à marca.

Com essa ultima frase ela voltou a me olhar nos olhos, me examinando, procurando respostas para suas perguntas.

"Você não pode ou você não quer?" Ela me perguntou, tocando levemente minha marca, abaixando meu braço.

Desviei o olhar e caminhei até a grande janela, sem responder.

Ela me seguiu e me fez olha-la, esperando pela resposta.

Voltei a encará-la. Ela quem estava me mantendo firme para continuar a tarefa designada a mim pelo Lorde das Trevas em pessoa. Ela estava sendo minha luz no meio de toda essa escuridão durante todos esses meses.

"Entenda, não sou Potter-Perfeito que a salvará se estiver em perigo, principalmente, se for por minha causa" Respondi "Não sou bom o suficiente para tanto" E sabia que era verdade. Estava tendo dificuldade pra poder manter meus próprios pais vivos, quanto mais arriscar a vida de outra pessoa. A vida dela.

"A questão não é Harry" Ela disse firme "É você!" Ela se aproximou de mim, me segurando forte nos ombros "Você não pode ou não quer mais me ver?" Ela repetiu.

"Não posso" Respondi num fio de voz, me arrependendo no mesmo instante. Ela se aproximou de mim e encostou a testa na minha, ainda me olhando firme nos olhos.

"Então eu vou ficar com você" Ela disse "Vamos passar por isso junto"

E então a beijei.

D s2 G

Richie logo saiu do meu colo para pular no de Blaise, mas Sam continuou ali, me abraçando com suas pequenas mãozinhas ao redor de meu pescoço, sorrindo e balançando seus cabelos ruivos de um lado para outro. Seu olhar é intenso e profundo, assim como o da mãe e isso me fazia sorrir também. Sua semelhança com Ginny é assustadora, assim como Richie se assemelha a mim e, apesar de Richie e Sam serem gêmeos, não tinham nada em comum, apenas o sangue.

Ela tinha a mesma determinação da mãe, a mesma bondade, o mesmo grande coração e isso, não era apenas eu que achava.

Pude ver Luna, um pouco mais adiante, se levantando do sofá que estava acomodada e assistir nossa interação, se mantendo para conter as lágrimas que vinham aos seus olhos. Sabia que ela concordava em todos os aspectos que Sam era de fato como Ginny foi quando pequena e, porque toda vez que eu a olhava parecia que estava olhando para Ginny.

"O que eu sou papai?" Voltei minha atenção para Sam, que me perguntou como me pergunta toda vez que eu chego em casa, manhosa.

"Você..." A beijei na ponta do pequeno e delicado nariz, coberto de sardas "é o meu anjinho" Ela sorriu satisfeita e me beijou de volta, na ponta do meu nariz.

Pude ver Luna se desabar em lágrimas agora e, me contive, para não me emocionar também.

Mesmo sem conhecê-la, Sam age como a mãe.

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"O que eu sou, Draco?" Ela me perguntou manhosa, com aquele ar doce e angelical que eu nunca havia visto antes de conhecê-la.

"Você é impossível!" Respondi, tentando não me deixar cair por seus encantos.

Vi-a segurando uma risada e se aproximar mais de mim, me abraçando pelo pescoço, talvez me agradando, talvez me provocando, era difícil definir.

Beijei a ponta de seu nariz.

E mais uma vez não resisti os seus encantos.

"Você é meu anjo" Minha voz não passou de um sussurro.

Ela riu levemente e me beijou no nariz também.

"Vocês dois deviam se controlar quando há mais alguém no recinto" Ouvimos Luna reclamar, puxando os cabelos loiros atrás da orelha "Ginny não costumava ser assim tão indiscreta antes de você, Draco"

"Blaise, por favor, cale a boca da sua namorada" Minha ruiva respondeu.

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Agora, Sam desce do meu colo para amparar a madrinha. Totalmente não ciente do porque da tristeza. Ela se senta ao seu lado, dizendo palavras doces de conforto, tentando acalma-la, dizendo que tudo daria certo.

Por um minuto vi Ginny e, não Sam, ali amparando a loira, era como se fossem os velhos tempos.

E tenho certeza de que isso apenas piorou a situação de Luna.

"Vem, Sam" Me aproximei das duas "Deixa que Blaise cuida dela melhor que nós"

Acenei para Blaise e ele acenou de volta, passando Richie para o meu colo.

"Vamos nos arrumar pra janta, sim?" Sugeri aos dois, que concordaram, ainda olhando atentos para Luna, aparentemente preocupados com ela "Às vezes, as mulheres precisam de uma boa crise de choro" Lhes disse.

"Mas eu nunca tive uma crise de choro" Sam respondeu inocentemente, com seus grandes e achocolatados olhos em direção aos meus.

"Isso, porque você ainda é uma menina" E rezei à Merlin para que continuasse assim para sempre.

D s2 G

Minha vida revirou completamente aos 16 anos.

Nessa idade conheci Ginny Weasley, a verdadeira Ginny.

A doce e angelical Ginny.

A bondosa e amorosa Ginny.

E isso, mudou todo o percurso que minha vida poderia ter seguido.

Vê? Nessa idade eu tinha me tornado um Comensal da Morte, carregava o peso da sobrevivência dos meus pais no ombro e, ainda por cima, era ainda o mesmo sem compaixão e egoísta Malfoy.

Porém naquele ano, conheci Ginny e seu amor, e isso, mudou o rumo da minha vida e, principalmente, me mudou para sempre.

Ela tão perfeita, por fora e por dentro, poderia ter ficado com o Potter-Perfeito e ter seguido a vida perfeita ao seu lado, mas o destino quis que ela ficasse comigo e, assim ela o fez.

Ela me deu forças para continuar minhas tarefas, apesar de não aceitar o que eu havia me tornado, ela entendeu as circunstâncias em que eu me encontrava e simplesmente me entendeu. E isso foi mais o que eu podia desejar.

Ela me ensinou o verdadeiro significado do amor e seu valor. Ela me ensinou a tolerância e o perdão. Veja bem, ainda sou aquele Malfoy que todos conhecem, frio e arrogante, mas mesmo assim aprendi a não ser egoísta, e isso sim, foi a maior transformação que um menino mimado poderia passar.

Se eu pudesse dividir minha vida em duas partes seria assim: antes e depois de Ginny.

Eu sou Draco Malfoy e essa é a história da minha vida, de como me apaixonei pela pessoa mais apaixonante que existe, de como minha vida mudou completamente depois disso e de como Ginny se foi, deixando para trás a melhor lembrança que eu poderia ter: nossos filhos.


Eu sei, eu matei a Ginny!

E peço que me perdoem por isso! rs

Mas a fic vai ser cheio de flashbacks, então vocês sempre a verão!

Bom, espero que gostem, me mandem reviews dizendo o que acharam, ok?

Beijos e até a próxima!