Chuva de Brilhantes
-Consegui o emprego - Entrando tão apressada na pequena livraria que mal consegue respirar, Gina Weasley caminhou diretamente ate a proprietária,uma mulher de cabelos grisalhos que ajeitava nas estantes alguns livros em couro que haviam acabado de chegar do encadernador - Consegui o emprego ,eu consegui o emprego...Consegui !!
A entrada exuberante de Gina foi complementada com uma espécie de dança, do tipo que as chefes de torcida fazem quando o seu time está ganhando.
-Claro que conseguiu - Lily riu, ajeitando com a mão o penteado impecável – Nunca tive duvida de que isso aconteceria.
-Bem,não posso dizer que não tive dúvidas. Se não fosse por você, eu ainda estaria pensando em como pagar o aluguel do mês que vem. – Sem esconder o alívio, Gina encostou no balcão e respirou fundo para conter as lágrimas. Passara muito tempo desempregada e suas economias estavam chegando ao fim.
-Não sei como você conseguiu esse milagre ,mas sempre vou te dever um favor.Muito obrigada...mesmo.
Lily a segurou pela mão.
-Tolice,menina.É a Potter Arquitetura que deve me agradecer por ter mandado a melhor contadora que já conheci.Tenho certeza de que Martha ,minha amiga do departamento pessoal,vai concordar com isso.
-Existe alguém em Londres que você não conheça pessoalmente?
-Oh,isso é um exagero...Mas tenho que admitir que ser a proprietária da melhor livraria da cidade me permite conhecer muitas pessoas interessantes e inteligentes.Por falar nisso... – A mulher mais velha continuava arrumando os livros e seu tom de voz era casual. – Já teve a oportunidade de conhecer seu chefe pessoalmente?
-O Sr.Potter? – Gina meneou a cabeça, intimamente nervosa diante da perspectiva de encontrar alguém que fora tão elogiado pelos próprios funcionários. – Aparentemente um grupo de gerentes negociou um contrato bastante lucrativo ,por isso ele resolveu levar toda a equipe para almoçar como recompensa...
-Quanta gentileza.Mas por que seus olhos estão arregalados, querida ?
-Ele os levou para almoçar em Kent, Lily!Simplesmente alugou um avião e voou com os empregados até lá. – Gina encolheu os ombros – Pessoas ricas me deixam nervosa.
Lily parecia desaprova-la com um ar de censura no olhar.
-Ora,ora querida,não pode julgar toda uma classe de pessoas se baseando em um caso isolado. Além disso, se Harry Potter fosse tão rico como dizem, não teria que alugar um avião,concorda?
Gina não pode conter um sorriso.
-Não, acho que não.
Os lábios da outra mulher também se curvaram em um sorriso amplo. Lily era, para Gina, uma mistura em partes iguais de uma avó simpática e amiga conscienciosa. Gina a adorava.
Assim como Sophie.
Um ruído vindo do escritório chamou sua atenção, e ela caminhou ate lá rapidamente, retirando a criança do berço com carinho.
-Olá, amor. Dormiu bem?
Os cabelos ruivos da menina estavam revoltos e embaraçados. Seu rosto infantil era rosado, de aspecto bem saudável. Depois de bocejar, ela estendeu o braço para tocar o rosto da mãe.
-Vovó Lily me deu maçã.
-É mesmo?-Gina estreitou os olhos,fingindo um interesse exagerado diante da informação.-Foi muita gentileza dela,não foi?
Quando Sophie fez um gesto de assentimento com a cabeça, Gina olhou para a velha senhora, que se aproximara da porta.
-Desculpe as manias de uma velha. -Lily murmurou, parecendo inexplicavelmente embaraçada. -Mas já que meu filho parece determinado a se tornar um solteirão incorrigível ,essa é a única forma de ouvir uma criança me chamar de vovó.Espero que não se importe.
-Claro que não me importo.Toda criança merece ter uma avó, mesmo que seja postiça .Como você sabe, minha mãe morreu a alguns anos, e os avós paternos de Sophie vivem a mais de cinco mil quilômetros de distancia.
-Sim , isso é péssimo.
-Neste caso, tenho que discordar. Eles são boas pessoas, eu acho, mas nunca foram loucos por crianças.Tenho a impressão de que os dois se sentem aliviados por terem conseguido criar um filho e não tem a menor intenção de repetir a experiência.-Gina ajeitou a filha no colo,sentindo o aroma doce que exalava dos cabelos da menina.-Além disso,com o resultado patético de seus esforços paternais, creio que não posso culpa-los.
Lily sorriu, embora seu olhar parecesse triste.
-O rapaz devia ter alguma boa qualidade ,ou uma mulher inteligente como você não teria se casado com ele...
Um arrepio gelado percorreu a espinha de Gina.O divorcio havia sido confuso, amargo, e intimamente ela ainda sentia que falhara de alguma maneira.
-Dan sempre foi um homem teimoso e infeliz.Achei que podia mudar isso, mas não consegui.
Fechando os olhos , ela apertou Sophie contra o peito com força.Se sentia insegura, pois sabia que suas escolhas influenciariam o futuro da filha com toda certeza.
Gina tinha crescido sem um pai.Ele abandonara a família quando ela era apenas uma criança .De certa forma, a perda fora irrecuperável.Agora o mesmo destino aguardava sua filha adorada, já que Dan nem sequer se preocupara em requerer ao juiz permissão para ver Sophie.Ele nunca desejara realmente uma criança.
A dura realidade era que ele tampouco havia desejado uma esposa. Na verdade, o que Dan queria era uma empregada capaz de realizar todas as tarefas domesticas, inclusive servi-lo na cama...
Os passos suaves de Lily encaminhando-se para seu lado fizeram-na voltar a realidade.
-As vezes temos de passar por experiências ruins para que saibamos valorizar tudo de bom que o destino nos reserva.
Gina soluçou, usando a mão livre para enxugar uma lágrima que não conseguira conter.
-Eu sei.Mas quando penso em minha filha crescendo sem pai, sabendo que ele não se importa com ela,fico com o coração partido.
Lily abriu a boca, fechou, e depois ficou em silencio um momento para escolher melhor as palavras.Quando finalmente falou, sua voz revelava o conhecido tom de calma e bom senso.
-Talvez demore um pouco para que certos homens compreendam o que é realmente importante na vida...Você vai encontrar a pessoa certa um dia. Basta ter paciência querida.
-Eu não quero um homem.Todos eles causam apenas sofrimento e frustração, e cedo ou tarde acabam indo embora.Qual é o sentido de se relacionar com seres tão desprezíveis?
-Ora, querida, nos relacionamos com eles por causa do amor...
-O amor é um mito.
A mulher mais velha riu , apesar de manter seria a expressão.
-E jovem demais para estar tão desencantada.
-Não acredito em contos de fadas, se é que me entende.
-Claro que não.-Os olhos profundamente verdes de Lily se estreitaram.-E por isso que passou tardes interiras em minha loja relendo as maiores historias de amor da literatura...
Se sentindo acuada, Gina abaixou-se para pegar no chão a bolsa com os brinquedos de Sophie.
-Muito obrigada por cuidar de Sophie.Obrigada por tudo.Sua amizade significa muito para mim.
Lily limitou-se a responder com um sorriso e, em seguida tocou no ombro da amiga com carinho.Mas quando viu Gina saindo pela porta uma voz interior lhe disse nitidamente:
Você não pode contar com ninguém,Gina querida.Se fizer isso, certamente será muito magoada por esse mundo cruel.
-Creio que você esta certa , querida – A velha senhora murmurou em voz baixa.-Absolutamente certa.
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-Por favor,não dificulte minha vida.Farei qualquer coisa que você quiser. – Impotente , Gina se ajoelhou diante daquela que a tinha nas mãos, fazendo uma caricia com o dedo indicador.- Qualquer coisa que quiser,tudo o que precisar,vou realizar suas fantasias mais loucas.Apenas me faça esse favor, e pagarei seu preço – Ela pressionou o rosto contra a superfície fria e plástica.- Seis miseras cópias antes da reunião das três horas.Seu manual de operação diz que você pode fazer isso.Por favor, estou implorando.Vou polir seu vidro, limpar seu mecanismo e checar seu funcionamento todos os dias pelo resto da minha vida. – Hesitando, ela apertou o botão outra vez.
Uma luz acendeu no painel da máquina, mas apesar disso nada aconteceu.
Gina respirou fundo.
-Tudo bem...eu também posso enche-la de graxa ,provocar um curto circuito e procurar outro equipamento .A escolha é sua parceira.Se cooperar, vivera.Caso contrario, saiba que eu tenho um cortador de papéis em minha mesa...e que pretendo usar em você,traidora.
Uma voz masculina a pegou completamente surpresa.
-Não sei quanto a máquina, mas eu fiquei muito impressionado.
Ela levantou-se de maneira abrupta, encarando com um sorriso absolutamente patético o recém-chegado,que vestia uma roupa esporte bem casual.
O homem deu um passo pra trás,erguendo as mãos a altura da cabeça.
-Não me machuque.-Um sorriso de brilho incomum e os olhos verdes curiosos a encaravam com bom humor.- Veja, estou desarmado.
Sob circunstancias normais,Gina teria se divertido com a situação bizarra .Mas naquele momento tudo parecia irreal.
Ela parecia tensa,sentindo-se ao mesmo tempo pressionada pelas expectativas em relação ao novo emprego e embaraçada por ter sido surpreendida ameaçando a máquina copiadora como se fosse uma lunática.
-Se não quer ser envolvido como cúmplice de um crime, sugiro que saia logo daqui.
O homem ergueu uma sobrancelha.
-Não há outra alternativa?Você não parece ser capaz de usar violência contra uma pobre máquina desprotegida.
-Desprotegida?Tá bem..-O rosto dela estava vermelho, queimando na verdade.-Você é que pensa .No começo até que ela coopera, funcionando exatamente como diz no manual,mas então resolve falhar justamente quando toda sua carreira depende disso.
-Toda a sua carreira?Uau,isso é sério!
-Se eu não entregar as cópias desse relatório na sala da presidência dentro de quinze minutos realmente vou ter sérios problemas.
-Hum...não podemos deixar que isso aconteça,não é?-Retorcendo os lábios,ele olhou para a máquina,fingindo preocupação.- Talvez eu possa ser útil.Tenho alguma experiência com equipamentos.
-É mesmo?
-Um dia consertei a máquina de café do escritório, pode acreditar.
-Que impressionante.-A atitude casual do estranho,fez Gina pensar que ele trabalhava para a administração do prédio,ou talvez para o departamento de engenharia.-Você trabalha aqui?
-Para ser franco,trabalho.Por que?
Exasperada demais com o olhar fixo do homem, ela se virou para olhar o relógio na parede.
-Porque duvido que meus superiores aprovariam se eu desse acesso aos equipamentos da companhia.Se você acabasse danificando ou destruindo essa maldita máquina,eu pessoalmente iria cumprimenta-lo mas provavelmente acabariam me descontando o prejuízo em meu pagamento, ou me demitindo.E não gosto de nenhuma das alternativas.
Ele bagunçou os cabelos em um gesto ao mesmo tempo seguro e arrogante.
-Então tentarei ser totalmente gentil.
Gina sorriu apesar da tensão.Havia um carisma naquele estranho que a deixava indefesa,um tipo de charme que parecia de tira-la do serio .Antes que pudesse deter, ela ouviu-se dizendo:
-Fale no ouvido dela,e talvez essa lata velha acabe seguindo-o até sua casa.
As pupilas dele dilataram-se.A sensualidade daquele olhar pegou-a desprevenida.
-Basta fazer isso?
Embaraçada e furiosa por estar se comportando cada vez mais como uma idiota,Gina desviou o olhar para a copiadora.
-Se conseguir fazer essa coisa funcionar, ficarei agradecida.Caso contrario, vai ter que me desculpar.Não tenho tempo a perder, se me entende...
O homem percebeu o esforço dela para voltar a conversa impessoal, e respeitou aquilo.
-Vamos ver o que posso fazer.
Ele abriu a porta de acesso e examinou o interior da máquina.Após alguns instantes, calmamente retirou uma bandeja plástica, desconectando-a do resto do equipamento.
Por um segundo, Gina não entendeu o que estava acontecendo, e então ficou mortificada.
-Por favor,não me diga que a bandeja de papel esteja vazia...
-Tudo bem,eu nãofalo.-Ele recarregou a máquina em silencio antes de voltar a encara-la.-Só sugiro que não volte a ameaçar a pobrezinha daquele jeito...Ela pode ficar sentida.
Diante do sorriso sarcástico do estranho, Gina desejou que um buraco abrisse no chão e a engolisse .
-Muito obrigada.
-De nada.
Ela não precisava nem olhar para o homem para saber que ele continuava sorrindo.Para piorar tudo, um aroma delicioso de colônia desprendia-se do estranho ,escurecendo seus sentidos.
Limpando a garganta , Gina finalmente olhou de relance , percebendo,que seu salvador agora olhava casualmente para as páginas do relatório financeiro da companhia que a copiadora estava produzindo.
Imediatamente, ela retirou os papéis da mão do homem .
-Você por acaso é membro da diretoria?
-Não exatamente.
-Então não posso permitir que veja isso.É um documento confidencial.
-Acho que ninguém iria se importar se eu desse uma olhada preliminar nessas projeções.
-Sinto muito, mas a política da companhia proíbe o acesso a documentos financeiros,a não ser pelo pessoal da contabilidade e os membros da diretoria.
-É mesmo ?
-Sim.
-Hum... Parece que preciso olhar novamente o manual de procedimentos da empresa.
-Isso seria prudente.-Ela deixou escapar um suspiro aliviado,juntando todos os papéis, cópias e originais, em um só maço. Afinal de contas,havia concluído o trabalho a tempo.A vida era boa.-Acho que agora preciso levar isso até a sala de conferencias.
-Sim, eu acho que deva.
Mesmo sem saber por que,Gina hesitou.
-E...bem,muito obrigada, outra vez.
-De nada..outra vez.-Havia um magnetismo inacreditável no sorriso daquele homem.
Mais um momento se passou,e só então ela respirou,se esforçando para sorrir ao mesmo tempo que girava de forma desajeitada para sair da sala, carregando os papéis e quase colidindo com um homem de cabelos grisalhos que acabara de entrar.Ao reconhecer o recém chegado,Gina sentiu um arrepio na espinha.Aquele homem era o diretor financeiro da empresa,seu chefe.
O homem ignorou-a por um instante, e depois virou o rosto para encara-la.
-Conheceu Harry?
-Que Harry?
Ele piscou algumas vezes, e então começou a rir como se tivesse ouvido uma piada.
-Essa é boa...-Dizendo aquilo, voltou a olhar para o jovem que continuava parado ao lado da máquina copiadora.-Tudo bem,Harry?Escute, os advogados da prefeitura estão em seu escritório, e eu preciso de sua assinatura nos novos contratos.
Quando afinal percebeu que tinha feito papel de boba diante do dono da empresa, Gina sentiu a espinha congelar.
-Nosso departamento legal já revisou isso?-Harry Potter perguntou.
-Sim,só precisamos de sua assinatura,e então o negocio estará fechado.
-Deixe-me ler tudo rapidamente antes.Mandarei Marge entregar os documentos em seu escritório assim que tiver feito.
Gina encostou-se em um arquivo metálico.Suas pernas estavam bambas, era melhor se acalmar e respirar fundo ou acabaria desmaiando na frente dos dois e ficaria em uma situação ainda mais embaraçosa.
Harry ergueu os olhos do contrato o suficiente para ver que toda a cor havia desaparecido do rosto daquela jovem mulher.Percebera que ela não o reconhecera poucos instantes antes, o que não o incomodara nem um pouco.
Conhecer pessoalmente cada um de seus funcionários sempre fora uma regra aquela jovem podia ter lhe passado despercebida?
A expressão embaraçada da jovem foi rapidamente substituída pela de raiva.
Caminhando ao lado de Harry,o diretor financeiro continuava a esclarecer detalhes do contrato.Depois de esperar que a jovem se afastasse,ele interrompeu o outro homem de forma incisiva.
-Quem é aquela mulher?
-Que mulher?-Frank Glasglow piscou,obviamente tentando reorganizar os pensamentos –Oh...é nossa nova assistente contábil.Weasley,se não me engano...Tina,Dina..algo assim.
-Descubra.
-Descobrir o que ?
-O nome dela.Quero saber o nome completo.
-Por que ?
-Porque e rude se referir a um funcionário como... Ei,você.
-Oh...-Frank arqueou as sobrancelhas,em seguida pigarreou-Bem,mas voltando ao contrato,acho que as cláusulas referentes aos prazos podem ser mais flexíveis,precisamos pensar em um possível atraso de fornecedores e ...
-Sim,sim você esta certo - Harry murmurou ao ver a linda srta.Weasley aparecer outra vez na porta da sala de conferencias.
Ela hesitou por um segundo,olhando com irritação para o lado da sala onde se sentavam os diretores e o presidente da empresa,depois sentou-se em uma das mesas laterais reservadas aos assistentes.Ficara deliberadamente de costas para Harry,em um sinal que não estava interessada nas atenções do chefe.
-Harry,você tem um momento?
Uma voz feminina vagamente familiar chamou a atenção dele,que virou-se de imediato para encarar uma simpática mulher de meia-idade que se aproximava com passos rápidos.
-Boa tarde,Minerva.Fiquei sabendo que o time de futebol de seu filho foi campeão da liga amadora.Parabéns.
-Muito abrigada.Isso vai garantir uma bolsa de estudos para ele na Oxford.
-Verdade?Isso é ótimo.Você deve estar orgulhosa.
-E como ..
-Fez alguma coisa diferente em seus cabelos,não fez?
-Há...Ah,sim.-A mulher ajeitou o penteado com um sorriso agradecido.-Nem mesmo meu marido notou.Você gostou?
Harry Potter também sorriu.Era o tipo de sorriso que costumava deixar as mulheres loucas.
-Muito atraente.Realça o formato de seus olhos e valoriza seu sorriso,que é adorável.
-Mas que exagero!
-Se acha que a verdade e exagero,tudo bem.
Minerva corou e deixou escapar uma risada,depois encolheu os ombros e respirou fundo,como que para recuperar um pouquinho de dignidade.
-Quando finalmente se casar,você vai partir centenas de corações,sabia seu danado?
-Por que faria isso?Não posso me casar sabendo que a mulher mais perfeita do mundo já e comprometida.-Ao dizer aquilo,Harry tomou a mão da mulher e beijou-a ,ao mesmo tempo em que piscava com ar conspiratório.-Espero que seu marido saiba que e um homem de sorte.
-Vou contar a ele que disse isso.
-Conte mesmo.
Com o rosto ainda mais corado,Minerva respirou fundo e fez menção de se afastar ,mas acabou detendo-se abruptamente.
-Eu quase me esqueci .O pessoal do departamento de projetos me pediu para agradecer o premio extra que você pagou a todos na semana passada.Foi muita generosidade.
-Sou eu quem devo seus colegas mais uma vez pelo trabalho bem feito.Por causa dos esforços deles a companhia conseguiu renovar um contrato muito lucrativo, o que beneficiara a todos nós.
A expressão de Minerva era de puro prazer .
-Vou dar o recado.
-Faça isso.-Harry continuou dando total atenção a mulher até que se afastasse.Em seguida, seu olhar se voltou imediatamente para a fascinante srta.Weasley,pegando-a desprevenida.Ele sentiu um estranho prazer ao constatar que estivera sendo observado pela nove funcionaria,que imediatamente voltou a lhe dar as costas.-Parece que comecei com o pé esquerdo com a nossa nova funcionária.-ele murmurou a ninguém em particular.
-O que ?-Sentado ao seu lado,Frank seguiu o olhar do chefe e meneou a cabeça.- Ah ,ela provavelmente só esta preocupada em manter o emprego.O departamento financeiro e um dos mais completos e importantes da companhia.
-Podemos terminar a revisão daqueles contratos agora,se você quiser.Estou livre até as quatro e meia...
Mas o lembrete do funcionário não foi ouvido,já que naquele momento Harry já estava caminhando para a pequena mesa na qual a srta.Weasley estava instalada.
Um súbito movimento de ombros foi a única reação dela diante da chegada do presidente da empresa.
-Acho que fomos interrompidos antes que pudéssemos nos apresentar corretamente.-ele disse com jovialidade.-Sou Harry Potter.
-Eu já sabia.-Ela olhava para tela do computador como se estivesse hipnotizada.Seus dedos deslizavam sobre o teclado com velocidade.-Prazer em conhece-lo ,sr.Potter.
Apesar de cumprimenta-lo com palavras,Gina não lhe deu o beneficio de um olhar.
-E você é ...
Ela se inclinou para frente,corrigindo a digitação de uma palavra ,sem tirar os olhos do computador.
-Ginevra Weasley.
-Ginevra.Que nome forte,lindo.-Sua mãe devia ser uma fã entusiasmada da rainha Guinevere.
-Não.Ela quis fazer uma homenagem a minha bisavó.-Gina consultou o bloco de anotações por um instante e então voltou a digitar o teclado sem fazer qualquer outro comentário.
-Entendo.-Harry sentia-se como um colegial,tentando convidar a rainha da escola para sair.-Minha mãe era um grande fã de Richard Harris.-Ele deu seu melhor sorriso,presumindo que aquilo provocaria alguma reação na nova funcionaria.
O que teria acontecido, se Gina ao menos houvesse erguido os olhos.
-Ele era um ótimo ator.
Harry respirou fundo ,contemplando um suspiro frustrado.
-Ela me deu esse nome por causa do personagem dele num filme.
-Que interessante-ela murmurou gelidamente deixando bem claro que não queria aquela conversa se estendesse muito.
-Olha,quero me desculpar pelo que aconteceu há pouco.Não pretendia te deixar embaraçada,saiba que não existe motivo para isso.Essa é uma empresa pouco formal.Todos nos tratamos pelo primeiro nome por aqui.Não quero que fique intimidada só porque meu nome está no topo da lista.
Os dedos de Gina congelaram sobre o teclado.Ela então respirou fundo e finalmente o encarou.
-Não me senti intimidada,sr.Potter,e também não estou interessada em um flerte casual com o chefe,ou qualquer outra pessoa dessa agencia.Levo meu trabalho muito a sério,e sou boa no que faço.Preciso desse emprego.Serei uma funcionaria útil para a empresa ,mas apenas isso.
Se Harry tivesse sido atingido por uma punhalada,não teria ficado tão chocado.
-Que tipo de reputação,exatamente, eu tenho entre meus funcionários?
A pergunta a desarmou completamente.
-Todos o tem em alta conta-ela confessou.-Para ser franca,falam maravilhosas a seu respeito.
-Quer dizer que ninguém acha que sou o dom- Juan do escritório?
O rosto de Gina subitamente corou, o que na opinião de Harry a deixou ainda mais bonita.
-Pelo contrario,você é conhecido como um homem generoso e justo com todos.
-E você obviamente discorda de todos não é ?
A pergunta irônica a fez morder o lábio inferior.
-Me desculpe por minha rudeza.Na verdade,você estava certo,eu estava embaraçada porque não o conhecia e também fiz papel de boba na sua frente.Achei que estava zombando de mim.Talvez tenha me enganado.
-Talvez?.-um sorriso jovial apareceu nos lábios de Harry.-Tudo bem,vamos começar tudo de novo,certo?.-Ele estendeu a mão.-Meu nome é Potter,Harry Potter,eu trabalho aqui.
Gina hesitou por um momento,então ofereceu a mão.
-Sou Gina Weasley.Também trabalho aqui.
Contrastando com o comportamento frio,Harry notou que a pele dela era muito quente.Quente e convidativa.
-Espero que possamos ser amigos , Gina.
Tais palavras aparentemente a espantaram, pois ela afastou a mão de imediato.
-Tenho certeza de que seremos,sr.Potter.
-Harry.
-Tudo bem.Harry.-E dizendo aquilo,ela voltou a olhar para a tela de computador.
Se sentindo profundamente desprezado,Harry voltou a seu lugar da mesa de reuniões,sentando ao lado de Frank Glasgow,que obviamente assistira toda aquela cena patética.
-Sei que não é da minha conta -Frank começou.-Mas pensei que você tivesse normas rígidas sobre...há,sobre misturar negócios e prazer,por assim dizer.
-Foi tão obvio assim?
-Temo que sim.
Contendo um suspiro,Harry massageou a própria nuca e girou a cabeça devagar.Sabia que Frank estava certo.Regras eram regras,e nenhum negocio eficiente funcionaria se os empregados começassem a se envolver em relacionamentos românticos.
Mas havia algo em Gina Weasley que lhe chamava a atenção,por isso olhou em sua direção mais uma vez.
Frank Glasgow meneou a cabeça lentamente.
-Espero que saiba o que esta fazendo.
-Eu também -Harry replicou num sussurro.-Eu também...
Olá pessoas,tudo bem com vcs??
Obrigada por terem lido, e espero que tenham gostado do primeiro capitulo da fic.
Se gostaram,comentem,se não gostaram comentem também.. To um pouco nervosa..
Vampira Black:Brigada pelo incentivo,e pela ajuda hsuahshuhas :D beijaumm
Jubs:Brigada por comentar,tomara que goste da fic:D Beijuam
Miss Zabine:Anitaaaaa continue comentando, vc não gosta de H/G mas irá ler né,amiga??beijaum
Então é isso e até o capitulo 2
Paz..
