"DIÁRIOS DA NOSSA PRIMAVERA"
Uma fanficde Peacemaker Kurogane por Igarashi-Chan!
Okita Souji x OC (Yoshida Chiyo)
Disclaimer: Peacemaker Kurogane não me pertence e esta fanfic foi escrita apenas por diversão.
PRIMEIRA FANFIC EM PORTUGUÊS SOBRE OKITA SOUJI SEM CONTER YAOI.
AVISO:
A fanfic que se segue contém descrição de sexo, violência, linguagem imprópria, etc.
Se é sensível a algum destes tópicos, não leia.
I
Março, 1864 (Era Tokugawa) – Kyoto
A Primavera acabara de chegar ao Japão! Já se sentia o aroma a flores de cerejeira no ar fresco. Os habitantes de Kyoto pareciam realmente felizes ao passearem pelas ruas da cidade. Assim julgavam os olhos azuis-claros de uma bela moça de 18 anos. O mês que passara fechada naquele Inn estava a começar a maça-la! Necessitava de respirar um ar diferente e até de ver pessoas diferentes! Parara um mês a observar as vidas das lojas a que tinha campo de visão da sua janela.
Levantou-se e abandonou o quarto. Aquele, mais do que outro local qualquer, era neste momento a localização mais crucial de todo o Japão! Era o local onde a futura revolução, que iria ser conhecida mais tarde como Bakumatsu, estava a ser preparada pelos rebeldes do Chōshū em conjunto com o seu pai.
Sem pedir permissão, a bela jovem abriu a shoji dos aposentos do seu pai.
- Pai!
Uma voz feminina interrompeu a reunião de Yoshida Toshimaro com mais alguns membros do Chōshū.
Yoshida Toshimaro era um homem atraente! Tinha á volta de 30 anos, longos cabelos pretos atados atrás. Bastante alto e musculoso, de olhos frios. Usava uma yukata preta e andava sempre acompanhado pelo seu aprendiz e servo de 15 anos, Kitamura Suzu.
- Oh! Peço imensa desculpa pela interrupção! Não sabia que estavam em reunião.
- Espera, querida! – pediu Yoshida á filha – O que desejas?
- Com todo o respeito, Pai, mas estou um pouco cansada de ficar aqui na Casa de Ikeda-ya todo o dia. – começou, com a sua suave voz, a jovem – Pode-me dar permissão para dar um pequeno passeio por Kyoto?
Yoshida Chiyo era a mais bela jovem que os rebeldes do Chōshū já haviam visto. Era elegante e graciosa. O seu belo rosto de porcelana, branco com carnudos lábios vermelhos e penetrantes olhos azuis-claros. O longo cabelo preto atado no final da nuca com um ribbon lilás em forma de laço. Trajava um belo quimono de seda lilás com bordados preciosos a fio de ouro e fio roxo. Yoshida com certeza primava bem a filha que tinha!
- Não é seguro que andas sozinhas nas ruas de Kyoto! – alertou Yoshida, com a sua protecção paternal.
- Eu sei. – concordou Chiyo – Mas … já passei um mês aqui fechada! Por favor …
- Está bem, mas promete-me que vais ter cuidado!
- Irei! – a jovem sorriu, abrindo a shoji e retirando-se da sala.
- Tem uma filha belíssima, Yoshida-sama! – disse um dos rebeldes.
Yoshida riu. Ele sabia o quanto valiosa era a sua filha. Sempre a protegera mais do que qualquer coisa durante 18 anos. Já estava na sua idade de casar, mas Yoshida não a queria com nenhum homem, por entanto! Talvez quando aparecer o homem ideal para ela! Sempre a sua menina perfeita.
As ruas de Kyoto pareciam mais bonitas desde á um mês atrás. Chiyo sorriu sentindo a brisa fresca da manhã pentear os seus cabelos. A sua sombrinha lilás impedia que o sol queimasse a sua pele branca que parecia reluzir. Os homens olhavam para ela com sorrisos luxuosos. As mulheres admiravam o quanto elegante ela se vestia e invejavam-na! Querendo ser como ela.
- Menina!
Chiyo ouviu uma idosa sorridente a acenar-lhe e a chamá-la.
- Venha cá! Venha cá!
Chiyo sorriu e graciosamente aproximou-se da senhora, que a olhava com um enorme sorriso. O rosto dela era marcado pelo tempo com rugas e o cabelo grisalho atado. O seu quimono era vermelho.
- Bom dia! – sorriu Chiyo, sempre com educação.
- Bom dia, Menina! – sorriu a Idosa, convidando-a a sentar-se numa cadeira em torno de uma mesa roxo arredondada. – Sente-se!
- Eu …
Mas antes que desse conta, a Idosa pegou na sua mão e percorreu-a com o seu dedo ossudo, fazendo a espinha de Chiyo arrepiar-se de medo.
- O seu destino não é favorável, Yoshida Chiyo!
- Como …?
- Cuidado! – interrompeu-a a Idosa – Felicidade nem sempre significa paz! O seu destino está traçado a sangue!
A Idosa largou a mão de Chiyo, deixando a rapariga atónica e sem perceber o que aquelas frases significavam. A mulher levantou-se e desapareceu no interior da loja. Chiyo queria segui-la mas achou que não era de bom tom fazê-lo!
A bela moça levantou-se, com toda a sua graciosidade e abandonou a pequena lojinha, dando pequenas olhadelas para verificar se a misteriosa Idosa voltara. Afastou-se então. Continuando o seu passeio pelas ruas ensolaradas da cidade japonesa.
Parou numa montra repleta de doces e deliciada com as especialidades entrou para comprar algumas. Nas vitrinas expostas existia uma enorme variedade de doçaria á escolha. Os olhos azuis-claros de Chiyo passaram pelos doces, escolhendo os que mais lhe agradavam, após uma breve reflexão, educadamente dirigiu-se ao vendedor e apontou os doces escolhidos.
- Muito obrigada pela sua compra, Menina! – sorriu, amavelmente, o senhor entregando-lhe uma saquinha com os doces. A jovem sorriu e abandonado a loja e fazendo as pessoas que passavam por ela exclamar o quanto graciosa ela era.
- PARÁ! Sakamoto Ryōma desta vez apanhamos-te!
Um grito fez a rua cair em silêncio e um homem que corria extremamente rápido empurrou Chiyo, fazendo a moça desequilibrar-se e cair no chão, espalhando os doces que nem tinha provado pelo chão, sendo destruídos pelos pés dos soldados dos Shinsengumi que perseguiam o homem.
- A menina está bem? – perguntou a voz preocupada de uma mulher com cerca de 40 anos, ajudando Chiyo a levantar-se – Aqueles homens …!
- Muito Obrigada! – agradeceu Chiyo, dando-lhe um sorriso, que se desvaneceu quando olhou para o chão e viu o seu lanche destruído – Os meus doces! Parece que gastei dinheiro para nada!
- Eu pagar-lhe-ei os doces que perdeu!
Uma voz doce e masculina veio por detrás dela, fazendo Chiyo virar-se e encarar um belo rapaz de longos cabelos pretos atados, num traje de Shinsengumi mas com um sorriso bastante simpático.
- Obrigado, mas não é necessário!
- Eu aceitaria! – comentou a mulher, afastando-se – Por todos os estragos que têm feito! Pff! Nem cuidado têm com uma mulher …!
- Mas eu insisto em pagar o que a Menina perdeu! – sorriu o rapaz na casa dos 20 – Afinal a culpa foi do meu esquadrão! Eu insisto!
- Não. – insistiu Chiyo – Não precisa de pagar nada!
- Como não preciso? Os seus doces ficaram arruinados por causa do meu esquadrão! Eu insisto e vou-lhe comprar novos doces! Venha comigo, por favor!
O rapaz pegou suavemente na mão da bela jovem e levou-a ao interior da loja de doces. O vendedor imediatamente reconheceu o seu cliente diário.
- Okita-kun! – sorriu o homem – Que doces vai desejar hoje?
- Quero uma saca daquelas bolachas e … três bombons daqueles! E … ah! Aqueles! Aqueles!
Chiyo reparou a euforia do rapaz a escolher os doces com a gulosice de uma criança de 5 anos. Sorriu mas não de gozo, de felicidade que aquela cena caricata lhe estava a proporcionar.
O vendedor deu duas sacas a Okita, com os pedidos. Ele agradeceu e ao chegarem ao exterior da loja, o rapaz deu a saca azul á jovem.
- Obrigado, mas eu disse-lhe que não era necessário!
- E eu insisti em pagar-lhe! – sorriu o rapaz – Venha! Vamos comer os doces para um sítio agradável!
Chiyo ponderou se devia confiar no jovem ou não, mas ele era bastante simpático! Mas seu pai sempre lhe precavera acerca de homens que apenas desejavam abusar de jovens mulheres! Deu alguns passos em frente, parando depois.
Okita olhou para ela, com surpreso. Ela estava cabisbaixa e petrificada.
- Que se passa? – perguntou amavelmente Okita.
- O meu pai sempre me disse para eu não confiar em estranhos!
O rapaz sorriu e percebeu a situação, aproximou-se dela com o mesmo sorriso gentil.
- A menina não precisa de se preocupar! Eu não tenho intenções de lhe fazer mal. Apenas estarmos um pouco a conversar e a partilhar doces!
O sorriso de Okita Souji era realmente confortante. A jovem acabou por concordar em acompanhar o belo jovem, que começara a caminhar. Chiyo nunca percorrera aquele caminho, apenas até a ponte de madeira sob a água, mas ele não parecia ter segundas intenções. Reparou então nele. O longo cabelo preto atado chegava-lhe ao meio das costas. Os olhos doces violeta-escuro e o sorriso sempre presente. Observou o uniforme e a espada atada á cintura, devia com certeza pertencer a algum exército!
Olhou ao local onde haviam chegado. Era um rio calmo e fresco. O acompanhante sentou-se na relva verdejante e fresca, olhando para os doces como uma criança.
- Sente-se também … err?
- Chiyo! – respondeu a bela moça.
- Chiyo-san! – Okita sorriu.
A jovem graciosamente sentou-se ao lado dele, apoiando o peso do seu leve corpo nas ancas. Abriu o seu pacote com doces e tirou uma bolachinha do seu interior. Trincou-o e sentiu o agradável sabor derreter na sua boca.
- Aconselhava-a a experimentar este doce! – sorriu Okita, estendendo um doce redondo coberto com açúcar em pó. – É o melhor!
Chiyo agradeceu e recebeu o doce. Olhou-o e deu uma trinca na superfície mole. Tinha um sabor intenso a framboesa. Era realmente bom!
- Obrigado por tudo, Okita-san! – agradeceu Chiyo – Foi muito simpático da sua parte ter-me proporcionado esta tarde!
- Ora, Chiyo-san! – corou Okita - Quem está a ser muito simpático é você! Eu apenas fiz o que devia fazer!
- Se fosse outra pessoa teria ignorado. – continuou Chiyo – Você não! Você foi extremamente querido.
- Chiyo-san pare com os elogios! – Okita coçou a parte de trás do pescoço, corando.
- Não precisa de corar! – Chiyo escondeu o riso com a mão.
Os risos mantiveram até as sacas recheadas com doces acabarem com o seu conteúdo. Chiyo começara a pensar que se havia enganado em relação ao jovem rapaz. Estava a ficar tarde e Okita ofereceu-se para levar a moça a casa. Ela, sorrindo, aceitou a proposta do rapaz.
Chegando a Casa de Ikeda-ya, despediram-se e entre risos e faces coradas partilharam um beijo na face. Okita ficou a observar a rapariga desaparecer na escuridão do hall do Inn. O rapaz sorriu e desvaneceu no meio da confusão das ruas de Kyoto.
CONTINUA ...
