O Filho da Lua

Prólogo

Magena se aproximou das aguas claras do rio e fechou os olhos, enquanto mergulhava as mãos em forma de concha, para depois leva-las até o rosto, molhando-o enquanto sentia a natureza a sua volta.

Acariciou a barriga pouco acentuada e sorriu, imaginando o filho correndo por entre as outras crianças da aldeia, seu pensamento logo foi parar em Tala e ela suspirou. Ele estava muito orgulhoso, finalmente um filho, depois de terem perdido cinco crianças. Ainda acariciava a barriga quando de repente sentiu uma forte dor, sabia o que significava e chorou, logo vendo que o sangue já lhe escorria pelas pernas. Ajoelhou-se na terra úmida e abraçou a barriga fortemente, querendo que os espíritos lhe concedessem a benção de poder segurar a criança.

Ehawee sorria enquanto pegava mais mantimentos para levar à aldeia, estava prestes a pegar um pouco de agua no rio quando viu Magena curvada nas margens calmas. Correu até ela a tempo de ver que ela perdera a criança que carregava há tão pouco tempo no ventre.

_Magena... – sua voz saiu baixa e triste. – Magena. – chamou outra vez e os olhos negros da índia fixaram-se em sua face.

_Ehawee... Eu não consegui outra vez. – e as mãos cobriram a face, enquanto ela voltava a soluçar dolorosamente.

_Magena... – e então arregalou os olhos, recebendo uma visão dos grandes espíritos.

Magena levantou o rosto para olhá-la e viu Ehawee olhando para o alto, os olhos arregalados e brilhantes, o corpo reto e ela não parecia respirar. Mordeu os lábios, já tinha visto Ehawee receber várias visões, mas esta parecia realmente diferente.

_Você quer um filho, Lua Branca, mas esse filho você não vai gerar, ele virá até você em um pequeno pedaço de madeira flutuante, ele vai alegrar seu coração e vai trazer muito orgulho a Tala.

_Um filho que eu não vou gerar?

_Sim, um filho branco como a lua e com olhos azuis como o céu. Esse será seu filho, um forte guerreiro. Em tempos difíceis, ele trará a libertação do povo Sioux. – e então Ehawee caiu no chão.

Os olhos de Magena estavam presos no corpo robusto da mulher a sua frente, as palavras que tinham saído da boca dela se gravaram em seu coração. Ehawee levantou-se, lembrando-se vagamente do que tinha acontecido, mas não se ateve a ficar lembrando, tratou de ajudar a moça que ainda estava sentada a beira do rio.

Perder outro filho, seria mais um golpe para o poderoso Tala.


N/a: Oi, oi gente! Sim, eu sei, faz uma era que não posto long!fic's, mas aqui estou eu postando essa fic, totalmente diferente das que eu postei até agora. Sobre a cultura dos Sioux (índios norte-americanos), eu não conheço muito bem, mas juro que estou fazendo algumas pesquisas pra deixar o mais realista possível.

Espero que tenham gostado dessa introdução, e logo eu posto o primeiro capitulo. Beijos.