CAPÍTULO 1 – Sob a luz das estrelas, aquilo que não esperamos.
O que será que Ela quer comigo? – Se perguntava Marin enquanto terminava de limpar a carne de um coelho enquanto preparava o seu pequeno jantar.
Durante 13 anos o Santuário vivera sob os auspícios negros de Mestre Ares. – Mestre? Não, ele era apenas Saga de Gêmeos, mas que estragos Saga fora capaz de causar... – Pensava em meio a surpresa de ter sido chamada para uma audiência com Atena.
Deixando a carne de lado, começou a preparar o fogo que assaria a carne. Marin sentiu um cosmo bastante familiar.
- Seiya? – Disse ela em voz alta – Apareça, e venha comer, aproveite pois estou de bom humor hoje!
- Droga, Marin. Você não me deixa nem te fazer uma surpresa! – Sorriu ele enquanto saia de trás de uma frondosa oliveira. Largou a caixa com a armadura de Pegasus enquanto corria para abraçar sua Mestra.
- Contenha-se Seiya, o que as pessoas irão pensar se te verem me agarrando assim! – Sorriu enquanto, brincando, empurrava o jovem. Marin sabia que nada na vida de Seiya fora fácil... Relembrava-se dos passos dados por ele.
Marin sentiu seu coração ser tomando por aquele estranho sentimento, era algo quase maternal, uma necessidade constante de protege-lo e dar-lhe algum conforto.
- Não sei o que elas vão pensar, só sei que estou morrendo de fome! – Deixando o tom brincalhão de lado, Seiya fechou a expressão. - Marin, preciso ter uma conversa muito séria com você.
Espantada com aquela mudança tão repentina, Marin se indagou a respeito do que seu aprendiz desejara tanto lhe falar. Ficou em silêncio. A ausência de uma resposta direta, mostrava-lhe a inquietação na expressão de Seiya. – Nessas horas fico feliz em usar essa máscara – Pensou a brava amazona.
- Está preocupado com o chamado de Atena, Seiya? – Desconversou Marin.
- Como você sabe que Saor..., quero dizer, Atena me convocou? – Perguntou bastante surpreso o aprendiz.
- Digamos que é meu sexto sentido, Seiya. Sou uma mulher, esqueceu? – Por baixo da máscara, Marin sorriu.
- Marin, Marin! Você sempre me pega de surpresa, não? Mas acredite, não é sobre o chamado de Atena, quero dizer, não estou preocupado com o chamado de Atena e sim com alguns boatos que ouvi por aí. E acredite esses boatos tem tirado meu sono.
- São os boatos sobre você e Shina? – Perguntou rapidamente a Amazona.
Claramente impaciente, o cavaleiro de Pegasus, deixou-se cair sentado no chão enquanto olhava desesperadamente com ares de súplica para a esguia Amazona. – Marin, por favor, não é nada do que você está pensando! Eu só queria saber se é verdade o que falaram sobre eu e você... Bem, você sabe, não sabe?
- Como assim, o que falam sobre nós? – Perguntou, uma surpresa Marin que não estava acostumada a ser pega de surpresa.
- Você é minha irmã, não é? – Perguntou um ansioso e entristecido Seiya.
- Irmã? De onde você tirou essa idéia, Seiya? – Indagou a atônita Marin.
- Isso importa Marin? Responde o que te perguntei! Você é ou não é a minha irmã?
- Não faz sentido isso. Não, Seiya. Eu não sou sua irmã. Nunca o fui. Seja lá quem tenha dito isso a você se fez valer de minha busca pelo meu irmão e o fato de que tanto eu como você somos orientais. Como você pode cair em um boato tão...Sem sentido? – Perguntou, tentando não parecer triste.
- Desculpe, Marin... É que eu tinha esperanças... Esperança de encontrar minha irmã... Deixei-me cegar por esse boato... Caramba, estou me sentindo péssimo... Acho que eu quis acreditar por um momento que você fosse a minha irmã...
- Não fique assim, Seiya, você irá encontrá-la um dia... Quem te falou isso só queria te deixar confuso, afinal de contas, como eu poderia treiná-lo e ser sua irmã? Lembro-me que você disse uma vez, que ela desapareceu pouco antes de você vir pro Santuário, correto? Não faz sentindo eu ser sua irmã e no dia seguinte virar uma Amazona de Prata te treinando aqui no Santuário. – Ela tentou alegrar o tom de voz, para confortá-lo.
- Droga! – Seiya socou a terra sob seus pés. – Eu sempre faço papel de idiota. Eu queria ter esperanças, eu queria acreditar que você era minha irmã. Desculpe se eu te ofendi, Marin... – Levantou-se e caminhou em direção à caixa de sua armadura.
- Onde você vai, Seiya? Não vai comer? – Perguntou em tom levemente maternal.
- Vou andar por aí... Perdi a fome depois de fazer papel de palhaço. – Falou enquanto erguia com facilidade a caixa de bronze.
- Se mudar de idéia... Estarei aqui, Seiya. Tome cuidado, Shina ainda está irritada com você. – Ela se esforço para não acompanhar com os olhos o cavaleiro que partia.
Sim, tinha sido muito dura com ele. Não conseguira se controlar ao se lembrar de que em algum lugar seu irmão deveria estar, isso, se na melhor das hipóteses estivesse vivo... Sempre evitava pensar nesse assunto... Era tão dolorido pensar que existia alguém com o seu sangue perdido no mundo... E que algum dia, no passado ela tivera uma família.
Tivera. Tais pensamentos a levavam a resgatar dores que Marin preferira deixar num passado bem distante, um passado que era apenas aquilo: passado. – Não adianta negar, Marin... Você sabe que deseja ter uma família, mas isso não é pra você. – Repetia mentalmente para reforçar uma segurança que, naquele momento, não sentia.
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Confuso, Seiya tentou conter algumas lágrimas que teimavam em cair. Onde, afinal de contas, estaria sua irmã? Não tivera tempo hábil para procurá-la, esperava que houvesse uma pausa entre as batalhas para dedicar-se a essa busca.
Sem perceber, viu-se nos arredores da Casa de Áries. Já era tarde da noite, será que Mú se incomodaria em dar-lhe abrigo? Subiu as escadas sendo o mais silencioso possível.
- Seja bem vindo, Seiya! Respondeu-lhe um nada sonolento Mú.
- Desculpe, Mú! Não queria te acordar! – Respondeu, após dar um pulo devido ao susto que Mú lhe dera.
- Não me acordou, quero dizer já me acordou, seja bem vindo – Respondeu entre bocejos nenhum pouco naturais, o cavaleiro de Áries. – O quê você faz aqui, tão tarde, Seiya?
- Posso passar a noite com você? Quero dizer, posso dormir na Casa de Áries, tenho que responder a uma convocação de Atena, daqui há algumas horas.
- Você também foi convocado? – Respondeu, um interessado Mú.
- Como assim... "Também"? Parece que estão todos sabendo que Atena me chamou! Mú, tem alguma coisa para comer aí?
Sorrindo, Mú fez um gesto pedindo a Seiya que o acompanhasse. – Shiryu, Hyoga e Shun também estão aqui, foram convocados por Atena. Estou vendo que a Casa de Áries será um albergue esta noite. – Caminhavam pelo interior da Casa de Áries em silêncio até que Mú, parou diante de um aposento, Seiya pode reconhecer alguém que dormia o décimo quinto sono.. Era Kiki. Enquanto pesava nisso, Mú insistia em sacudir o garoto!
- Ahhhhh! O que o senhor deseja, Mestre Mú? – Respondeu enquanto bocejava.
- Kiki, desculpe acordá-lo! Por favor, providencie algo para Seiya jantar, depois leve-o para um dos aposentos vazios. Amanhã seu dia será longo!
- Seiya? Nossa, que surpresa! – Respondeu o garoto, já animado embora levemente sonolento.
- Oi Kiki, como você está? – Sorriu Seiya enquanto Mú caminhava para fora do aposento. – Resolvam-se quanto ao jantar, eu tenho que dormir. – Sussurrou Mú enquanto se dirigia apressadamente para seu quarto.
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Essa foi por pouco! – Disse Mú, fechando a porta de seu
quarto atrás de si enquanto um atônito Shiryu olhava
para sua face, mais branco do que folha de papel. - Ele desconfiou de
algo, Mú?
- Espero que não, Shiryu... Quero dizer, aparentemente não desconfiou de nada. Posso até arriscar-me a dizer que ele estava tão faminto que só pensava em comida. Sorriu Mú para o belo cavaleiro semi nú em seu leito.
- Podemos retomar de onde paramos? Disse Mú, dirigindo-se lentamente na direção do Dragão enquanto apagava a vela que carregara consigo.
- Depois disso, eu acho melhor nós dormirmos, Mú. Não sei se é uma boa idéia continuarmos... Respondeu de forma lasciva, provocando arrepios no corpo de Mú.
- Shiryu, só de ouvir sua voz, eu quase perco o controle, olhe para mim... Por favor... Sussurrou, quase suplicante enquanto senta-se ao lado de Shiryu. Puxou a mão dele delicadamente colocada sobre o colo, levou-a até a boca. Mú beijou aquela mão com tanta leveza que Shiryu teve a impressão de ser tocado por uma brisa, mas não uma brisa refrescante, e sim, uma brisa que elevava a temperatura de seu corpo, dificultando seu raciocínio.
- Mú, você está apelando! – Fez uma expressão de zangado, mas na verdade, estava adorando aquele pequeno jogo de sedução.
- Posso me deitar com você, então? – Perguntou Mú, sem disfarçar a necessidade imediata que Shiryu despertava em seu corpo.
- Claro que sim, Mú! Você venceu! Vamos continuar de onde paramos... – Enquanto terminava de proferir essas palavras Shiryu encostou-se lentamente nos macios travesseiros da enorme cama de Mú. Quem diria que um dia poderia existir algo entre os dois? E não era apenas uma aventura, mas um sentimento tão grande que ficara oprimido tanto tempo em meio as lutas que eles haviam enfrentado... Agora, os dois buscaram descontar o tempo perdido. Shiryu não queria pensar nas conseqüências daquele reencontro, não naquele momento.
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Final
do primeiro capítulo da minha primeira fic. Estou completa e
absolutamente insegura, por isso agradeceria comentários para
saber se eu estou acertando a mão ao escrever essa história...
Queria agradecer à Virgo-chan cuja fic é tão maravilhosa que despertou em mim a vontade de também escrever uma história com os personagens de um dos meus animes do coração.
