"É o meu primeiro dia aqui em Mystic Falls. Aliás, meu, da minha mãe e da minha melhor amiga que fez questão de se mudar comigo. Anyway, eu estou muito ansiosa. Vai ser muito legal. Duas meninas de 17 anos em uma casa com uma só adulta... Mas acho que não vai ter problema. Parece que tudo aqui é tão... normal."

Fecho o meu diário e vou tomar banho. Hoje é o nosso primeiro dia de aula, e a (FOLGADA!) da Amanda ainda está dormindo. Tomo banho, relaxo, jogo uma almofada nela e desço para tomar café com minha mãe. Minutos depois a pessoa desce com os cabelos molhados.

– E ai, meninas, ansiosas? – pergunta minha mãe, dando uma colherada no pote de cereal com leite.

– Muito! – Respondemos eu e a Amanda.

– Haha, eu acho que vai dar certo esse ano! – digo, pegando as torradas.

– Quase certo, né? – responde Amanda pegando sua mochila – se a gente não sair agora, nós vamos chegar atrasadas!

Olhei o relógio. Droga. Bom, mas lá vamos nós. Acho que ninguém vai reparar em duas meninas loucas que chegam no meio do ano, né?

Chegamos no colégio. Nós duas olhamos para ele abismadas.

– Tenho uma leve impressão que nosso ano vai ser ótimo! – grita Amanda.

– ótimo e normal, assim espero, né? Hahaha

Entramos então e fomos direto para a secretaria dar uma confirmada nas nossas matrículas. Checamos tudo e tal, quando me deparo com 3 pessoas, da nossa idade: Uma mais morena, com cabelos negros, conversando com um casal, uma menina de cabelos castanhos e lisos de mãos dadas com um cara com um topete no cabelo, meio pálido. Eu já vi aquele rosto em algum lugar...

–Ei – corta Amanda – acho que é bom nós nos enturmamos, hein? Que tal com aqueles 3? Parecem simpáticos...

Andamos então até as duas meninas e o garoto conversando. Eles pareciam meio... preocupados, mas parece que a minha (amada) Amanda não reparou.

– Oi! – fala Amanda, trazendo a atenção dos três para a gente. – Desculpa interromper, mas somos novas aqui e queríamos nos enturmar um pouco!

– Oi, sejam bem-vindas então! – fala a menina morena. – Eu sou Bonnie, prazer.

– Prazer, eu sou Amanda! – Amanda aperta a mão dela, feliz por terem nos aceito de primeira.

–Prazer. – falo para Bonnie, apertando sua mão. Mas quando a gente se toca, parece que algo "ligou" a gente, fazendo com que uma rajada de vento entrasse na escola e derrubando folhas e batendo portas de armários. Recolhi a minha mão depressa, com medo, e olhei para ela. Ela tinha a mesma expressão de duvida que eu tinha, e depois olhou para o garoto.

– Bom... – fala a outra garota de cabelos lisos. – Eu sou Elena, esse é o Stefan.

– Prazer! – fala Amanda, meio assustada também pelo que acabara de acontecer.

–Eu... Prazer – digo, meio incerta, olhando ainda para Bonnie. Aperto a mão de Elena, com um sorriso fraco, e olho para Stefan. Minha mão vai em direção à mão dele, que, receoso, encosta na minha. Quando nós nos tocamos, algo estranho também aconteceu. Mas não relacionado a paz, ou elementos, como aconteceu entre mim e Bonnie. Mas algo escuro. Gritos, um local escuro, sangue...

Tirei a mão rapidamente, com mais medo ainda. Ele me olhou com curiosidade, assim como Elena e Bonnie. Encaro os olhos castanhos dele. Um silencio pairou entre nós.

– Então, – fala Elena, passando uma das mãos no braço no Stefan, – você ainda não falou o seu nome. Como se chama?

– Erhn... Eu sou Julia.

A cara preocupada e curiosa de Stefan ficou ainda mais escura. Seus lábios afinaram e sua cara transbordava preocupação.

– Stef? – falou Elena, tirando Stefan daquele... "estado".

–Desculpe falar – falo, com medo – mas... Elena, Stefan... A gente se conhece de algum lugar?

– Eu acho que nunca te vi – fala Elena, pensativa. Stefan não responde.

– Hum, Stefan? – Pergunto.

Ele fica (mais) pálido por alguns instantes e depois responde:

–Nunca te vi.

Acho estranho, pois eu acho que já vi eles em algum lugar. Ou foto, sei lá.

–Bom... vamos indo, né Amanda? – pergunto, puxando ela pelo braço. Ela nem relutou, parecia que ela queria se mandar dali também. Então saímos de lá, deixando os 3 com uma cara incompreensível. Só consigo ouvir duas frases:

– O que foi, Stef? – pergunta Elena.

– Eu... não sei. – responde Stefan sério.

Andamos pelo corredor, apreensivas, mas Amanda me para e pergunta:

– Ju... O que foi isso?

– Eu não sei, – respondo, marejada. – só sei que eu não quero que os outros tenham medo de mim por eu ser estranha. Eu não sei o que tem comigo, mas sempre acontece alguma coisa de estranha comigo e eu não sei explicar. Só peço para que esse ano nada disso interfira na minha vida.

– Calma, – fala ela, passando a mão no meu cabelo – eu estou aqui para te ajudar. Alem do mais, eu observei a tal Bonnie enquanto você e a Elena e o Stefan conversavam. Parecia que ela entendia o que estava acontecendo com você. Acho que ela consegue te ajudar.

Sorrio fraco. Enquanto entravamos na sala, ouço Stefan nos chamar.

– Amanda... Julia. Vocês podem ir na minha casa essa noite?

– Onde fica? – Pergunto, receosa.

– É a mansão Salvatore.

Fico tensa. Stefan. Salvatore. Onde eu já ouvi falar dele? Não é possível!

– Ju? – me chacoalha Amanda.

– Eu... acho que a gente não vai poder ir hoje, Stefan. Me desculpe.

– Mas... – começa Stefan

– Stefan. –falamos eu e Amanda juntas.

Ele fica nos olhando até que o sinal bata e nós nos viramos para ir para aula.

Voltamos para casa. Amanda não sei, mas eu ainda pensava no incidente que acontecera antes das aulas.

– E aí, meninas, como foi o primeiro dia de aula?

– Erhn... legal, mãe. – falo

– Já se enturmaram?

Amanda e eu nos entreolhamos.

–Já – fala com um tom de incerteza

Minha mãe nos olha com duvida, mas depois se preocupa mais com o jantar. Eu e Amanda subimos, tomamos banho e depois jantamos. Cansada, Amanda deitou na cama e dormiu na hora. Já eu, peguei meu diário e comecei a escrever.

"Como foi o seu primeiro dia de aula, Julia?

Aterrorizante, diria. Por que? Simples! Por que eu tive aqueles ataques de encostar em alguém e sentir algo. O que era em uma pessoa a cada, seilá, 2 anos, foi 2 pessoas em menos de 5 minutos! O que será que eu tenho? Não posso ser tão anormal assim, acho que esse mundo não aguentaria... Minto, essa cidade não agüentaria. Ela é tão calma, tão pacifica... Só espero não trazer nenhum rebuliço para a escola. Como eu sempre faço, aliás."

Paro de escrever e jogo meu diário na cadeira. Quando estou quase entrando nas cobertas, ouço algo na janela. Como, penso, se estamos no segundo andar e só tem uma arvore fraca perto? Abro a janela, e recebo uma rajada de vento. Só quando estou quase fechando a janela que eu percebo algo na arvore.

Algo tipo um pássaro... só que maior.

Algo tipo... um corvo.