As cinco figuras vestidas com robes olhavam a Terra pelo "espelho" brilhante. Seus robes eram cada um de uma cor, e eram adornados com linhas e desenhos antigos em ouro, além de um símbolo desenhado também em ouro. Cada robe tinha seu próprio símbolo.
— O Conselho dos Cinco caiu. — Falou o de robe roxo.
— Isso é um grave — Respondeu o de verde. — A ausência de uma força que controle os elementos na terra irá causar um desequilíbrio em todo o universo.
— Iremos intervir? — Pergunta o de azul.
— Infelizmente, o Conselho está fora de nosso controle. O fim do atual conselho já foi escrito por Yaveh. — Intervém o de robe vermelho.
— Haverá outro Conselho? — Pergunta o de robe amarelo.
— Não se sabe. E é perigoso confiar apenas nisso. — Respondeu o de robe verde
— Neste caso teremos que criar uma força que defenda os humanos. — Falou de robe roxo.
— Isso significa apenas uma coisa. — falou o de robe amarelo.
— Sim. Os humanos conhecidos como Guardiões do Ether andarão novamente pela Terra. — Conclui o de vermelho.
(...)
Canadá – 11:42 da manhã.
Pedro andava já há alguns minutos, desolado do resto do mundo. Ele gostava daquela floresta: Tinha várias trilhas perfeitas para correr sem se preocupar muito. As árvores deixavam uma brisa natural refrescante escapar pelas suas folhas, e alguns sulcos no chão denunciavam que ali alguns animais grandes viviam.
— Wolf, a floresta parece diferente, né?
Um pequeno lobinho saía da camisa de Pedro, indo para sua cabeça, dando um uivo que aparentemente foi entendido pelo seu dono.
— É, também notei, e agora que não tenho mais meus poderes de Mestre da Terra, sou presa… — Parou e pensou um pouco, recomeçando a andar — Ainda bem que tenho você!
Wolf assentiu, descendo para o chão.
— Ei, quer apostar corrida até o centro da floresta?
O pequeno lobo triplicou de tamanho, começando a correr descontrolado.
— Não vale!
Pedro começou a correr também, mas sua velocidade humana não se comparava a do seu companheiro lupino. Ele adentra a mata acirrada, pegando um atalho com menos obstáculos. Assim que chegou lá, o medo lhe consumiu. Um enorme urso o encurralou, lhe ameaçando com suas garras cortantes, balançando-as no ar. Pedro rolou para o lado e ficou de pé, estava quase que indefeso, e com certeza teria morrido se 'ele' não tivesse aparecido. Um vulto verde avançou, saindo das matas silvestres. O urso fugiu desesperado, com medo da nova aparição. Ele parou na frente de Pedro, ao mesmo tempo em que Wolf chegou e voltou a ser um inocente e pequeno lobinho, pulando nos braços de seu dono, que se abaixou para pegá-lo.
— Levante-se — Falou o vulto — Guardião da Terra.
(...)
A visão do alto do monte era belíssima. O Sol nascia lentamente no horizonte, com o sol fazendo seu show de luzes avermelhadas. No alto do monte, um homem estava sentado de olhos fechados. Ele vinha ali já fazia um ano. Apesar de não admitir, o fim do Conselho dos Cinco o afetara bastante, de forma negativa. Se antes ele já era bastante anti-social, agora ficara pior. Embora fosse bastante conhecido em seu meio, apenas seus três maiores amigos o suportavam. Mas ele não ligava para isso, sempre fora solitário, e isso nunca lhe fizera nenhum mal. Isso até agora.
— Você não cansa de meditar não? — Pergunta Arthas.
— Não. — Tyras responde sem nem abrir os olhos.
— Você vem aqui quase todo dia, desde que o Conselho se desfez. Ou seria... desde que terminou com Nanda?
Tyras ignorou a brincadeira do amigo.
— Tyras, vou ser sincero. Já faz mais de um ano que você não sai de Éden. Embora a Sede da Ordem de Yaveh seja quase um paraíso, Você nunca ficou aqui por mais de dois meses. Não sem sair pelo menos por um dia. Eu e Raynor estamos começando a ficar preocupados. Isso sem contar com Redwing, que já está nervoso há mais tempo.
A fênix que estava até agora quieta em silêncio do lado de Tyras bate as asas nervosamente enquanto grita concordando.
— Isso sem contar que agora só eu, Raynor e Redwing conseguimos extrair alguma palavra de você! Você sempre foi chato, mas acho que isso agora tá passando dos limites, amigo.
Nessa hora, Raynor chega.
— Arthas, os anciões estão lhe chamando. Tudo bem Ty?
— Tudo. — Respondeu seco, sem abrir os olhos.
Arthas respira fundo, desesperançado..
— Vamos. — Diz Arthas.
Os dois saem deixando Tyras e Redwing sozinhos.
— Que falta faz o Tyras da época da Myra...
— Imagino quando ele irá superar o fim do Cons...
Raynor não terminou a frase, pois o que viu na sua frente foi perturbador. Os dois param diante da figura de robe vermelho. Arthas olhava sério para a figura, o que era bastante incomum para ele.
— O que vocês querem aqui? — Pergunta Arthas curioso.
— Estou aqui para falar com o humano Tyras.
— O que o Testamento quer com ele? — Raynor pergunta.
— Saberão na hora certa. Mas lhes asseguro que ele não corre perigo.
— Mas o que... — Raynor ia repetir a pergunta, mas foi impedido por Arthas.
— Ele está no alto daquele monte. — Falou Arthas.
O homem de robe passou pelos dois lentamente, em silêncio. Após a figura se distanciar um pouco, Raynor olha preocupado para o monte.
— O que o Testamento quer com ele? Será que Tyras fez algo que os incomodou? — Pergunta.
— Não creio. Até porque ele não fez praticamente NADA nos últimos 12 meses. Mas se foi o caso, e aquele membro do Testamento veio pegar o Tyras, melhor ele ter cuidado.
— Mas o Tyras nunca foi muito cuidadoso... — Ponderou Raynor.
— Não falei do Tyras. Do jeito que ele está, é melhor o cara de robe ter cuidado... — Falou Arthas irônico.
Enquanto isso, no alto do monte, a figura de robe vermelho se aproxima silenciosamente atrás de Tyras. Redwing se vira para a figura, um pouco nervoso
— O que vocês querem comigo? — Pergunta Tyras sem abrir os olhos.
— Queremos que nos ajude.
Tyras abre os olhos.
— E como eu posso ajudar os sábios imortais conhecidos como Testamento?
— Sendo o Guardião das Chamas.
(...)
Enquanto isso em uma pequena ponte, perto de um riacho, uma jovem garota estava pescando enquanto escutava música:
— Ma Ia Hii, Ma Ia Huu, Ma Ia Hoo, Ma Ia Há-há... Adoro essa música, apesar de quase não entender "lhufas" de romeno. Ai ai... Se eu pudesse, aprenderia todas a línguas pra entender o que todo mundo diz.
O vento fica mais forte e água começa a correr mais rápido
— Engraçado... A água ficou... Ops! Minha vara pescou alguma coisa — Puxa a vara — Tá difícil!!
— Não faça muito esforço, ou você ficará sem o que precisa. — Fala uma voz atrás dela.
— Estou tentando. Hey! Tem alguém aí? — Fala enquanto puxa a rede e consegue um peixe.
Uma figura de robe azul aparece dentre as árvores.
— Você realmente tem experiência com os peixes, garota. Quem lhe ensinou a pescar?
— Na verdade, é apenas um hobby. Aprendi a pescar quando era mais nova mas...O que eu realmente quero é ser desenhista. Hoje é a minha folga na escola.
— Entendo... Mas...
— Mas...
— ...Seu potencial pode ser maior. E vejo que gosta daquilo que faz, principalmente quando está nessa ponte.
— Essa ponte é... Meu lugarzinho pra liberar minha mente de tudo e todos.
— Todos?
— Todos. — Olha para uma foto que tira do bolso
— Bem... Mas nesse momento, é impossível querer se esquecer de todos. Você terá de se lembrar de um por um.
— UM POR UM!? É REALMENTE IMPOSSÍVEL!!
— Não exatamente. Como posso lhe dizer... Gosta de histórias sobre elementos?
— Gosto.
— Bem, a história em que você está metida é mais ou menos parecida com aquilo que você terá de fazer no futuro. Caso contrário, o equilíbrio da humanidade será transformado em caos.
— Vixi... Se a coisa está feia... Eu topo em fazer de tudo pro mundo não acabar "em trevas". Se for preciso, eu até escuto pagode pra poder salvar alguém.
— Não será preciso "suicídio". Basta apenas você seguir os conselhos certos daqueles que irão aparecer ao seu redor.
— Meu redor?
— Sim. Eles irão aparecer qualquer dia desses e são como você. Também possuem semelhanças. Mas existe um deles que tem um coração endurecido... E, como uma pequena missão própria, terá de tentar fazer esse coração ser animado.
— Não existe nada impossível. Se existe algum coração endurecido... Pode ter certeza que eu vou fazer de tudo pra transformar. — Ela faz pose de "Nice Guy".
— Então boa sorte, jovem. Suas missão com o mundo, e sua "missão própria" estão lançadas. — Diz e some passando por uma das árvores.
Ela olha pros lados.
— To achando que isso tá com cara daquelas histórias de "salve o mundo" ou "a Terra vai explodir"... ADORO ISSO!!
(...)
O vento soprava lentamente, os pássaros voavam sobre a campina verde, era um harmônico local onde a sensação era de pura paz e a harmonia do vento com uma garota era incrivelmente única. Uma jovem de longos cabelos escuros permanecia de olhos fechados mentalizando, a garota tinha uma expressão calma e aparentava estar concentrada em seus pensamentos. vestia uma linda yukata branca com pequenos detalhes róseos.
— hum... — Os olhos amarelados da jovem se abriram ao sentir que havia um energia no local.
— Com sua licença senhorita...
— Pois não! Sorriu meigamente a jovem se virando.
— Poderia me dar um pouco de sua atenção? — Pediu um homem de robe amarelo.
— Claro diga! — continuou a sorrir a jovem.
— Vou ser direto. Precisamos da sua ajuda para manter o equilíbrio. Caso esse equilíbrio seja quebrado o mundo se tornará um caos.
A garota permaneceu a observar o homem atentamente enquanto ele dizia.
— Você precisa cumprir com essa missão!
— Mas...
A garota estava meia preocupada com a situação. Jurou que iria proteger todos que ama, e se o equilíbrio fosse realmente quebrado iria prejudicar muitas pessoas e isso ela não desejava.
— Está bem, eu aceito! Disse séria a jovem pela primeira vez.
— Seja bem vinda, Guardiã do ar!
— Guardiã... do Ar? — A garota perguntou enquanto um forte vento passava pelos dois corpos. Mal sabia Galala que seu destino estava sendo selado com aquelas palavras...
