N/A¹: Não possuo Naruto nem Elfen Lied, muito menos a primeira parte dessa fanfic. Essa história é de uma autora americana, cuja autorização para a tradução foi feita. Outra coisa que vale a pena salientar é que ela escreveu essa história como um único capítulo, mas em minha opinião a história poderia ser bem mais explorada, e é isso que vou tentar fazer. Gostei muito da fanfic, então é de meu objetivo manter o foco inicial, mesmo com coisas acrescentadas. Outra coisa, os Diclonius representados aqui não serão iguais aos de Elfen Lied.

Créditos da beta: Débby-chan

Créditos da idéia: deathskeith

Créditos da tradução/continuação da história: Danie Alleen.

Número 72: Sasuke

Número 60: Itachi

Aviso: Yaoi, violência extrema, abuso e assassinato.

ItaXSasu OroXKabu

- Sussurros -

"Pensamentos"

- Fala -

"Telepatia do Itachi"

"Telepatia do Sasuke"


Cena 1 – Inferno


"Escuridão... silêncio... sono... onde... onde eu estou? Quanto tempo faz desde que... aquela voz... aquela voz tão familiar... a voz daquela pessoa preciosa..."

Ele abriu os olhos vermelhos, mas continuou encarando a escuridão. Era difícil respirar e não conseguia ver nada. Não conseguia mover nem seus braços nem suas pernas. Mal conseguia sentir seus dedos, exceto pela dor aguda neles. Essa mesma dor incômoda percorreu a espinha do garoto. Ela começava no pescoço e escorria por sua medula espinhal, até se dividir nos membros superiores e inferiores. Fechou os olhos e tentou deixar os ossos menos tensos, enquanto escutava sons abafados vindo de fora.

"Quem... quem está aí?"

- Você sabe o que são essas coisas? Perguntava uma voz desconhecida.

- Sim... Eles são chamados de Diclonius, eu acho. Como um inferno desse nasceu? – Indagava a outra voz.

- Eles dizem que é a próxima evolução, mas parecem apenas mutantes de fato. Mutantes que superam os seres humanos. Ao menos é isso que os cientistas dizem. – Respondeu a primeira voz, de maneira distraída.

- Em minha opinião, é mais como um monstro, se você me perguntar. Eu estou surpreso que eles estão tão dispostos a manter essa coisa viva. Graças a Deus este é o único.

- Esse não é o único não. – Era possível imaginar o dono da voz balançando o dedo indicador para o outro sujeito. - Existem mais. Eu ouvi dizer que esse daí tem um irmão.

X

"Otouto... otouto..."

"Otouto?"

Ele tentou se soltar de seus grilhões e começou a rosnar. Aquela espécie de capacete em seu rosto o deixou ainda mais irritado, e a falta de visão não ajudava. Ele tremia com o esforço de se livrar do que lhe prendia, quando o cabo nas costas começou a causar dor, muita dor em sua espinha. Seu sangue começou a pingar no chão.

- Ei, que barulho é esse? – A voz do guarda que fiscalizava a jaula soou desesperada.

- É aquela coisa. Mas não se preocupe. Essa sala foi feita com tecnologia especialmente preparada para lidar com essa raça.

- Devo confessar que isso é um alivio.

Itachi piscou várias vezes enquanto se soltava aos poucos.

"Ele está aqui... ele está aqui... e está vivo."

X

"Sem mais..."

O sangue começava a escorrer por seu rosto escondido pelo capacete, deixando um caminho vermelho em sua face pálida e delicada. A parede a qual ele estava preso machucava suas costas, e o corpo preso em X não era uma posição muito confortável.

- Parem, parem... por favor, dói demais... - Soluçava, sentindo as lágrimas mesclarem com o sangue em seu rosto. O liquido vazou para fora do capacete, escorrendo pelo corpo do garoto. Não importa o quanto ele gritava por ajuda, foi ignorado. O pior era que ele mal podia ver. O capacete cortava a sua visão. Ele ofegou e sentiu sua própria saliva pelo queixo. Suas pernas mal agüentavam a tensão daquele corpo de 12 anos de idade. Ele chorou e soluçou, de qualquer forma, para descarregar a imensa dor e tortura que ele estava passando. Acima dele, em uma sala de vidro, dois cientistas olhavam para ele sem nenhum sinal remoto de remorso ou piedade. Ao lado deles, Uchiha Fugaku olhava friamente para o garoto, pelo vidro.

- Senhor, nós temos visto isso nas últimas horas. Número 72 não melhorou durante esse tempo, nem por esses meses. Ele ainda é jovem demais para aprender a aplicar os seus vetores corretamente. Seria melhor trazer os indivíduos mais velhos para os testes. - Kabuto arriscou, falando com seu chefe.

Fugaku olhou de forma superior, e balançou a cabeça negativamente.

- Sim, Kabuto está certo. O número 72 acabou de chegar na idade para o inicio dos testes, mas temos feito isso com ele há anos. Iniciando um novo projeto como ele agora só seria demorado e caro. É melhor voltar ao projeto original que começou há um mês. 72 pode ser subdesenvolvido, mas ele ainda tem a capacidade de manter um campo de força muito mais forte ao contrário dos outros assuntos de teste. - Orochimaru disse suavemente. Ele bateu em algumas teclas e uma arma disparou na direção do 72. O grito do garoto pôde ser ouvido através dos auto-falantes.

- Tudo bem, 72 foi um fracasso, pra começar. Ele nunca foi suficientemente forte como outros mutantes. – Disse o Uchiha de maneira indiferente. - Termine o seu teste e siga em frente com o projeto original. Quero resultados até o final da semana.

Com isso, Fugaku saiu da sala, deixando os dois sozinhos. Orochimaru suspirou e virou-se para outra tela. Kabuto se aproximou e colocou a mão sobre um mostrador.

- Orochimaru-Sensei, o 72 resistiu a última prova por centímetros antes da explosão atingir seu torso. Parece que ele não sabe proteger o rosto. Devemos começar a partir dessa observação?

O adolescente de cabelos de prata olhou para o seu sensei e viu o homem perdido em seus pensamentos. Orochimaru levantou e caminhou para a janela de vidro, olhando para a sala de testes. O piso estava coberto de sangue e lágrimas, sem dúvida das experiências do passado dia e assuntos. Seus olhos percorreram o caminho em direção ao sangrento de 12 anos acorrentado à parede. Ele estava tremendo um pouco e provavelmente ainda choramingando. Kabuto olhou para ele e suspirou, virando a cabeça e esfregando as têmporas.

- Triste, não é? - O homem mais velho perguntou de repente. A cabeça de Kabuto virou para ele, arqueando uma sobrancelha.

- Um pouco. 72 não melhorou muito... – Ele parou sua frase no ato, sendo interrompido por Orochimaru.

- Não é isso, Kabuto. Estou dizendo que é triste uma criança dessa idade ser submetida a isso, só porque é diferente. Não é triste? - Ele perguntou mais uma vez, virando-se para o adolescente. Kabuto estreitou os olhos e piscou. Ele sinceramente não sabia como responder a isso. Ele empurrou os óculos e olhou por cima das folhas de dados.

- Se fosse humano, aí sim seria triste. Mas nesse caso especial, é apenas... discutível. – Orochimaru riu.

- Pensar que nós, os inferiores, estamos torturando os superiores. Estamos ansiosos para saber como eles agem, enquanto os seres humanos são ainda totalmente feitos com seus próprios estudos da raça humana. É tudo muito engraçado e irônico... você não acha, Kabuto? – O adolescente fechou os olhos e pensou no assunto.

- Os seres humanos são fracos por natureza, sensei. Essa fraqueza provoca medo em nós, o que nos leva a necessidade de intimidar os outros, os fortes, somente para obter o controle. – Disse, lenta e pausadamente. - Acreditamos que vamos mostrar nossa superioridade sobre a força mais forte, que somos capazes de manter essas forças sob o nosso controle. Somos também muito... estúpidos e fracos por natureza. Mas essas criaturas...

Kabuto olhou para 72 pelo vidro.

- Não são de forma alguma humanas, mesmo se eles tomem a nossa forma. Eles são mutantes. - Orochimaru ouviu atentamente e sorriu para o subordinado. Ele amava como Kabuto levava tudo muito a sério e misturado com um pouco de raciocínio filosófico. O moreno deixou a mão correr para baixo da janela de vidro na frente dele antes de virar para Kabuto, sorrindo.

- Meu filho... Você leva tudo a sério demais. - Kabuto encolheu os ombros.

- E isso é uma coisa ruim? – O adolescente perguntou. Orochimaru caminhou até a outra tela e se sentou.

- Não, não realmente. Acho que é charmoso. Agora vamos terminar aqui e almoçar. O diretor vai querer resultados em outros projetos na próxima semana. - Kabuto assentiu e pôs a mão para trás na marcação.

- Mudar a velocidade para 150 joules.

Ele gravou o disco em movimento. Orochimaru tocou algumas teclas e movimentos mais foram registrados. Ele cruzou as pernas e virou a cadeira para a janela e laboratório de teste abaixo.

- Pobre 72, eu quase sinto pena dele... Quase. - Orochimaru sorriu.

X

72 escutou a máquina voltar à vida, e entrou em pânico ao perceber o que o esperava.

- Não! Pare! - Ele implorou.

A máquina disparou contra ele, que mal conseguia desviar desta vez. Sua cabeça doía quando ele percebeu que a máquina disparava cada vez mais rápido.

"Ajude-me ..."

"Alguém, alguém ..."

"Ajuda!"

A máquina disparou contra ele e quase não conseguiu deter a bala antes que o pregaram na lateral do seu peito. Ele tossiu, e o sangue jorrou do lugar onde a bala atingiu. Ele conseguia sentir o buraco em seu peito e chorou ainda mais.

"Por favor... Faça parar... Ajude-me..."

Ele gritou mais quando mais tiros foram disparados contra ele.

"Ajuda!"

"Aniki!"


N/A²: Sério, eu adoro essa história.

Tentei manter ao máximo da forma original, mas alterei umas coisinhas aí.

Próximo capítulo já está pronto ~ Só postarei com reviews. Até mesmo porque não tem finalidade alguma traduzir isso se ninguém ler.