Olá queridos fãs de RWBY e, principalmente, fãs do Oscar! Eu fiz esse pequeno capitulo como uma OneShot, imaginando como seria o reencontro dele com sua tia e os acontecimentos que levaram o fim da guerra contra Salem. Eu pretendo ir adicionando novos com o tempo, mas ainda estou sem ideias de como exatamente eu vou desenvolver o relacionamento OscarxRuby nesse cenário. Até lá, me concentrarei em um leve slice of life de Oscar e sua tia se adaptando ao novo mundo com deuses e magia.
POR FAVOR, DEEM IDEIAS DE COMO VOCÊ DESEJARIA QUE OSCAR E RUBY SE REENCONTRASSEM E DESENVOLVESSEM SEU AMOR NESSE NOVO MUNDO./strong/div
Peço perdão pelos erros de antemão, essa história não uma BetaReader.
Beijos da kakah and STAY COMBAT READY!
Oscar respirou fundo e desmontou do cavalo que o trouxera boa parte do caminho de volta para casa. Era estranho estar de volta, depois de tanto tempo. Tudo parecia exatamente igual e, ao mesmo tempo, diferente. Os campos, o celeiro e até mesmo a casa pareciam menores do que ele se lembrava. Talvez por que ele estava tão mais alto agora. Talvez por que ele vira que o mundo era tão maior que esse pequeno pedaço de terra. A nostalgia o atingiu em cheio no peito, alimentando seu nervosismo. De repente, ele se sentia o mesmo menino de 14 anos que fora anos atrás, com medo de ser repreendido por sua tia por um deslize.
'Felizmente eu não sou mais um menino.' Oscar disse a si mesmo mentalmente e por uma fração de segundo ele se viu esperando uma resposta que não viria mais. Suas palmas suadas contrariavam sua afirmação, então Oscar as secou no tecido resistente das suas calças de combate antes de bater à porta. Ele pode ouvir uma voz feminina dolorosamente familiar responder ao fundo e passos apressados se aproximando. Oscar teve tempo apenas de puxar um ultimo fôlego de coragem antes da porta se abrir a sua frente.
Sua tia o encarou direto no peito, parecendo estar esperando alguém mais baixo, por isso ele viu todas as emoções nos rosto dela, quando a mesma levantou o olhar para encontrar seu rosto. Confusão. Reconhecimento. Alívio. Alegria e finalmente, fúria. Sua aura estava ativa antes do punho encontrar seu peito pela primeira vez, por puro instinto, mas ele não fez qualquer coisa para impedir que os golpes continuassem a atingi-lo.
- OSCAR PINE! COMO VOCÊ SE ATREVE A APARECER AQUI, COMO SE NADA TIVESSE ACONTECIDO, DEPOIS DE VOCÊ QUASE ME MATAR DO CORAÇÃO, SUMINDO DE CASA SEM DEIXAR MAIS DO QUE UM BILHETE, POR ANOS?! ANOS OSCAR?!
Ela gritou e esmurrou o peito dele, lagrimas cortando suas palavras com soluços até finalmente consumi-las em um choro continuo. Logo, as mãos que antes o agrediam agora se agarravam ao tecido da sua camisa como se ele fosse sumir se ela o soltasse. Oscar passou os braços ao redor dela e a abraçou apertado, sentindo suas próprias lagrimas escaparem de seus olhos. Ele a segurou junto a si por um longo tempo, até o choro cessar. Lentamente, com a respiração ainda meio trêmula, ela se afastou para olha-lo nos olhos.
- Você vai me contar tudo o que aconteceu. - Ela tentou parecer brava, sem sucesso. Ela parecia apenas cansada e aliviada por ele estar ali.
- Sim senhora. - Oscar concordou, com um sorriso.
Eles entraram e Oscar preparou chá. Ambos permaneceram em silêncio, assimilando a presença um do outro, até se sentarem frente a frente na mesa da cozinha, com as canecas cheias em mãos.
- Por que você fugiu sem dizer nada? - Ela falou primeiro. Sua voz era baixa e controlada agora, mas Oscar sentiu o ressentimento e tristeza em cada sílaba.
- Eu... Eu tive medo de que, se eu te contasse, eu acabaria convencendo a nós dois que eu estava enlouquecendo. Na pior das hipóteses eu estaria te livrando da responsabilidade de criar um órfão insano.
- E por que em nome dos deuses você estaria louco?! - Oscar engoliu em seco, encarando seu próprio reflexo do chá por um longo momento.
- Por que eu estava ouvindo a voz de um homem na minha cabeça, insistindo ser um mago milenar fadado a reencarnar no corpo de uma pessoa com alma compatível até que o mundo estivesse pronto para receber o julgamento dos deuses. - Ele levantou os olhos para encarar a expressão chocada de sua tia.
- Era sobre você que os deuses estavam falando, no 'dia do retorno'? Sobre o jovem garoto com duas almas? - Oscar concordou com a cabeça e sua tia apenas olhou para ele por um longo tempo, absorvendo o absurdo da situação. Respirando fundo, ela bebeu um longo gole de chá e continuou. - Me conte tudo. Quando isso começou?
- Logo após a queda de Beacon, quando a ultima encarnação de Ozma, Ozpin, faleceu. Ozma passou meses me convencendo de que eu não estava ficando louco. - Oscar bebeu um gole de chá, tentando lavar o amargor das memorias difíceis que se seguiriam. - Me dizendo que tínhamos pouco tempo. Salem, a bruxa que controlava os grimms já havia destruído Beacon e Haven era seu próximo alvo. Eu quase perdi minha mente, mas... Ele compartilhava as memórias dele comigo. Coisas que eu nunca teria como saber, mas eram verdade. E, como eu disse, se eu estivesse certo, eu não tinha outra escolha a não ser ajudar a salvar o mundo. Se eu estivesse errado... Eu estaria te livrando do fardo de lidar com um louco.
- Mas... Você partiu sem nada! Nenhum dinheiro! Por meses eu pensei que você havia morrido de fome, sozinho no frio! - Ela suspirou, se acalmando. - Isso, é claro, até o primeiro cheque chegar. - Ela franziu as sobrancelhas. - Você desaparece por meses e de repente eu estou recebendo liens sem nenhuma informação além de 'Oscar' nos cheques. Se eu não soubesse melhor eu teria imaginado que você caíra na mafia. - Oscar riu levemente.
- Eu parti sem dinheiro por que não consegui encontrar forçar em mim para roubar de você. Eu já a estava deixando para cuidar sozinha dessa fazenda inteira. Eu não fazia ideia se você conseguiria faze-lo ou não. Então eu apenas peguei o que pude de comida e parti. - Ele suspirou. - Quando eu finalmente encontrei Qrow e os outros caçadores, Qrow me deu acesso as contas e cartões de Ozpin. Eu perguntei a Ozma se eu poderia mandar algum dinheiro para casa, então programamos um depósito mensal no seu nome.
- Você foi ao encontro de um grupo de caçadores?
- Bem, com exceção de Qrow, nenhum deles ainda teve a chance de se formar em uma academia. Mas todos eles eram capazes e determinados a lutar. Veja...
Oscar calmamente explicou os eventos que levaram a queda de Beacon, seu caminho até Haven e depois até Atlas. Ele as vezes pausava em meio a descrição das batalhas, ou diante das revelações de Ozma, para acalar sua tia. Ela ouvia tudo, embasbacada.
- Houveram muitas outras batalhas. Tivemos que garantir a segurança das relíquias e, com a morte de Raven, Ruby se tornou a nova Dama da Primavera.
- Espera. - Ela pediu, ja mais de uma hora depois, enquanto esfregava as têmporas para afastar uma dor de cabeça. - Você não disse que esse poder passava para...
- A ultima pessoa que ela estivesse pensando, caso uma mulher jovem. Sim. Ruby foi capaz de convencer Raven a confiar nela o suficiente para isso, em seus últimos momentos.
- Pelo que você dizia, a mulher odiava a menina.
- Eu... Não acho que foi o caso. Havia questões familiares e laços fortes envolvidos.
- Então, Ruby se tornou a Dama da Primavera.
- Sim. Em resumo, entre muitos ataques e esquemas de Salem, terminamos com todo o time RWBY como damas. Nós colocamos Cynder em uma enorme máquina para transferir os poderes dela para Blake, que estava ferida e já não podia lutar. A magia foi a única coisa que deu forças a ela para sobreviver. Nós pensávamos ter perdido ela naquele dia...
A mulher estendeu a mão pela mesa e segurou uma das mãos do sobrinho, num gesto de conforto. Ele sorriu para ela e continuou.
- Perdemos ambas as damas do inverno e verão no mesmo incidente. Foi ataque surpresa e devastador. - Ele apertou levemente a mão de sua tia em retorno. - Nós nunca tivemos a chance de estabelecer um plano caso uma das damas morressem. Aparentemente elas decidiram por si em manter as meninas em seus pensamentos finais. A súbita magia que elas receberam naquele dia salvou nossas vidas.
- Por quantas experiências horríveis você passou Oscar? Eu ouvia no radio, dia após dia, as noticias de desastres e ataques, enquanto você estava la vivendo tudo isso...
- Eu não vivenciei nada comparado a Ozma tia. Ele viveu anos em corpos que não eram dele lutando uma luta impossível, vendo pessoas morrerem em vão. Eu ainda me lembro vividamente dos sentimentos dele quando Ruby finalmente derrotou Salem na 'guerra final'. Já faz um mês, não é? Eu levei muito tempo ate chegar aqui, com o caos que esta o mundo. Mesmo assim parece que foi ontem.
- Como ela fez isso? Derrotou a bruxa?
- Com os olhos prateados dela. - A voz de Oscar se tornou quase reverente, ainda pasmo com a coragem da amiga. - Nós cobrimos a guarda dela, abrimos caminho e ela literalmente agarrou Salem pelo rosto, obrigando-a a encarar seus olhos, e disparou a energia da luz contra ela. Tudo que era grimm dentro de Salem se foi. Todo ódio e toda loucura, deixando apenas uma mulher que viveu demais para trás.
- Então ela aprendeu o valor da morte?
- Ela já o sabia a muito tempo, mas o veneno dos grimms era demais para sua mente. Por mais que ela tivesse suas memorias e inteligência, ela só desejava destruição como qualquer outro grimm. Sem isso, ela conseguiu pensar claramente e assumir o peso de seus milhares de pecados. Com isso, a maldição se quebrou.
- E os deuses?
- Como eu disse, nós juntamos um exército com guerreiros, soldados e caçadores de todos os reinos contra Salem. Como usamos todas as relíquias contra ela, foi um consenso que a humanidade estava o mais unida possível nesse momento. Então, nós arriscamos a sorte e invocamos os deuses.
- Eu me lembro... - A mulher estremeceu, lembrando do momento. - Eu estava escondida no porão da prefeitura, junto com os outros quando aconteceu. De repente estávamos todos no meio do nada, cercados por milhares de pessoas, em frente aos deuses. Foi aterrorizante, ver aqueles dragões sobre nós.
- Sim. Nós estávamos logo abaixo deles. Mas por sorte, fomos considerados dignos de uma segunda chance. Salem finalmente foi agraciada com seu descanso final, assim como Ozma.
- O que aconteceu com ele, exatamente? Ele... Não esta mais com você? - Oscar negou com a cabeça.
- Não. O deus da Luz deu a ele a oportunidade de viver uma ultima vida em Remnant, mas ele recusou. Ele disse que, diferente de muitas vidas passadas, eu era minha própria pessoa e nós nunca realmente nós fundimos completamente. Então ele... Ele simplesmente andou para fora de mim. Eu o senti deixar a minha mente e se materializar na minha frente. Você consegue imaginar o que é viver interligado com alguém por anos e nunca te-lo realmente olhado nos olhos?
Sua tia não disse nada, deixando que ele de perdesse em suas memórias.
- Ele partiu para o pós vida, como Salem. Mesmo assim, parte dele nunca me deixou. Eu tenho suas memórias, o conhecimento acumulado de vidas e, bem, alguns de seus maneirismos também. - Ele ri sem jeito, fazendo um gesto para como ele sentava na cadeira, reto, confiante e elegante. - O resto você e o resto do mundo presenciou, o anuncio do retorno dos deuses. - Tia Pine concordou com a cabeça e continuou, umedecendo os lábios.
- O irmão Negro... - Ela murmurou o titulo do deus com reverencia temerosa. - Ele... Disse que nos devolveu nosso presente mais uma vez. A... Magia.
- Sim. - Oscar estendeu ambas as mãos para frente e deixou pequenas bolinhas brilhantes dançarem em suas palmas. - Todos temos magia agora. Você também consegue fazer isso. Algumas pessoas, claro, descobrirão maior aptidão para diferentes usos da magia no futuro. E é por isso que eu estou a caminho de Vale.
- Vale? Por que?
- O time RWBY teve alguma experiência com magia, mas eu sou a unica pessoa que realmente possui conhecimento sobre o assunto. Então, eu estarei dando aulas a professores, pra que esse conhecimento possa ser repassado para todos os reinos. Então... Talvez você... Não gostaria de se mudar para Vale comigo? Eu vou receber um salário generoso- Para não dizer absurdo, Oscar pensou mentalmente. - do conselho. Posso comprar uma casa bonita na cidade, ou um chalé junto a floresta. Onde você se sentir mais a vontade...
Tia Pine olhou para o seu sobrinho por um longo momento. Ele realmente havia mudado. Estava alto e forte, endurecido por muitas batalhas num corpo tão jovem. Ele falava com segurança e confiança de uma pessoa com anos de experiência. Mas agora, pedindo a companhia dela tão timidamente, ela via com clareza o sobrinho de 19 anos que ele ainda era. Ele tinha medo que ela o rejeitasse, depois de tudo. Os olhos dela se encheram de lagrimas mais uma vez.
- Menino tolo. É claro que eu irei com você. Eu já te perdi uma vez e não irei deixa-lo sair da minha vista novamente tão cedo.
Ela se levantou para abraça-lo e ele a encontrou meio caminho ao redor da mesa, recebendo-a de braços abertos.
Na manhã seguinte, enquanto Oscar ainda dormia, ela montou um modesto altar para os deuses. Acendendo uma vela para cada um deles, ela juntou as mãos e agradeceu por sua misericórdia, e rezou para que sua vida fosse longa o suficiente para ver o rosto de seus netos. Ela e Oscar nunca admitiram um ao outro mas, no coração de ambos, eles eram mãe e filho.
