Rin nunca acreditou na frase "A virtude de uma mulher é a ignorância".

Trabalhando na Casa Shichinintai como uma reles serviçal, ela levava uma vida muito mais rica do que a maioria das mulheres.

Apesar de humilde, ela era uma mulher inteligente, mais que muitos homens sábios.

Embora Sesshoumaru fosse um general inimigo, ela sentia uma forte atração por esse homem, mesmo entre muitas mentiras e conspirações.

Mas entre amor e lealdade, ela deverá fazer uma escolha.

Ela só pode esperar que o amor do homem por ela não seja tão profundo quanto ela desejava.

Uma alma que, aparentemente, destrói a paz enquanto a outra aspira a ser a espada que salva. Entre eles, uma muralha de amor e ódio.

Quem das duas pessoas mais astutas da terra lançou a armadilha e quem capturou o outro?

A Fragância do Amor

1- De Serviçal a Escrava

Meados de Julho, País de TerraNorte.

O sol brilhava no alto do céu, tão feroz que as árvores de ambos os lados da estrada pareciam se abaixar pela vergonha.

Quatro ou cinco viajantes, que não aguentavam mais o calor abrasador, estavam aconchegados sob a sombra de uma árvore, tentando desesperadamente esfriarem-se. Por causa disto, um velho com uma pequena casa de chá pela estrada não pavimentada tinha mais alguns clientes do que o habitual.

- Uma xícara de chá.

Um viajante retirou cuidadosamente a carteira e puxou algumas moedas, colocando-as sobre a mesa, enquanto se abalava vigorosamente.

- Aqui, uma xícara de chá para você acalmar seu fígado e esfriar o calor - O velho trouxe o chá e sorriu para ele - É um dia caloroso. Para onde você está indo, senhor?

- Sim, esse demônio de um dia quente é realmente o suficiente para mandar um para a morte.

Apenas um sorvo de chá pareceu apaziguar sua garganta seca e esgotada. Ele pareceu um pouco mais feliz e disse:

- Estou apenas apressando-me para entregar um estoque para a fronteira. Suspiro, desde que o País de TerraOeste começou a mexer com a fronteira, os comerciantes conseguiram ganhar a vida. Felizmente, o Marquês de Shichinintai está empurrando o nome de um tal de Sessho-qual-seu-nome por ai. Caso contrário, eu nunca saberia quando ir lá.

- Sim, o marquês de Shichinintai é incrível!

- Eu sei de quem você está falando, ele é o filho do rei de TerraOeste. Ele também é forte.

As pessoas próximas riram.

- Quem se preocupa com a força? Ele ainda foi obrigado a voltar para casa quando ele se opôs ao Marquês de Shichinintai, eh? – Ele drenou o conteúdo restante de seu copo e colocou mais algumas moedas na mesa – Mais um copo, senhor!

Ouvindo isso, o vendedor de chá assentiu.

- Ouvi dizer que nunca perdeu uma batalha. Valeu totalmente o título de ser o comandante mais forte de TerraNorte.

De repente, uma voz interrompeu:

- Você ousa mencionar o marquês de Shichinintai? Ele atualmente é rotulado como o traidor de TerraNorte.

Isso atingiu a multidão de bebedores de chá como um raio. Suas bocas se abriram abertamente. O vendedor de chá quebrou o silêncio.

- O que você está dizendo? O Marquês de Shichinintai...

- Todos vocês não sabem? - O recém chegado sentou-se e usou as mangas para se abater - Acabei de sair da cidade ontem. Aparentemente ele tentou assassinar o rei e agora escapou da capital. No momento, o rei ordenou a todos que o capturem. Ouvi dizer que a recompensa também é muito boa.

- Mas ele não estabilizou a situação limítrofe e estava voltando para a capital para colecionar suas recompensas? – alguém perguntou.

- Eh, não é estranho. Na mesma noite que ele estava voltando para a capital, ele tentou assassinar o rei. Adivinha que arma ele usou?

O recém-chegado estava dramatizando a notícia, já que a maioria deles tinha sua atenção nele.

- Deve ser uma espada preciosa – adivinhou alguém.

- Não escute esse absurdo - outros argumentaram - Não há como acreditar que o Marquês de Shichinintai nos trairia. Ele é o oficial mais leal de TerraNorte, não há como quebrar a lei.

O recém chegado viu os olhares suspeitos dos outros e acariciou sua barba.

- Ele usou a alabarda preciosa de Banryu, que lhe foi pessoalmente concedida pelo rei. E você sabe, qualquer dano infligido por aquela alabarda preciosa, não importa quão pequena, deixará uma desagradável cicatriz negra que nunca desaparecerá.

- Mas…

No meio de seus debates, de repente ouviram cascos se aproximando.

Uma carruagem, provavelmente de um comerciante comum, chegou. Suas cortinas eram bem desenhadas. O cocheiro era um homem com músculos enormes. Ele jogou duas moedas, gritando:

- Você velho! Dá um pouco de chá!

- Chegando!

- Este dia maldito está muito quente!

- Isso mesmo, está certo. Sinta-se à vontade para esfriar sob a árvore antes de seguir seu caminho. Estamos discutindo sobre o marquês de Shichinintai.

- Tsc, tsc. Eu só estou interessado em negócios, não em assuntos da realeza ou de política - Ele engoliu o resto de sua xícara ruidosamente e trouxe um enorme recipiente de água - Encha isso, tenho que ir agora.

O vendedor apressadamente encheu o recipiente de água. O homem agarrou o recipiente, subiu na carruagem de uma vez, antes de avançar. Dentro da carruagem, Rin finalmente abriu os olhos, contra os solavancos sem fim da estrada esburacada. Era um dia úmido e o suor escorria pelo pescoço. Seus olhos estavam estreitados, enquanto tentavam se ajustar à luz. Sua cabeça estava realmente dolorida e as tonturas aumentavam, como ondas que ameaçavam consumi-la.

- "Onde estou?"

Rin olhou para si mesma distraída, depois em torno dela, e parecia estar completamente acordada agora. A lembrança de uma cena, cheia de fogo e gritos de batalha e luta voltou para ela.

"...

- Rin, espere na cidade. Nós iremos salvar meu pai!

- Então... Jovem mestre, nos encontraremos novamente no penhasco ao amanhecer!

..."

Onde estava o duque? E o mestre? E o que aconteceu com o malvado, sempre causador, do Kohaku?

Ela lembrou que depois de fazer a promessa, partiu para o penhasco. Em sua memória mais recente, ela definitivamente estava no penhasco. E de repente, a parte de trás de sua cabeça latejava dolorosamente uma vez antes que seus olhos se apagassem...

- Você acordou? - As cortinas foram afastadas, revelando o rosto de um olhar espantado - Você deveria ter acordado há anos. Por mais tempo, e Hakudoshi a teria batido até a morte.

- "Essas pessoas são traficantes de seres humanos? - Rin os estudou com cuidado - Pode ser que eu tenha sido pega por traficantes de seres humanos quando o mestre mais precisou de mim?"

O número de vezes que Rin deixou a Residência Shichinintai sozinha ao longo de sua vida era escasso e, durante esse momento exato, onde ela era urgentemente necessária, ela apenas tinha que ser pega pelos traficantes de seres humanos.

- Tudo bem, eu vou te fazer uma pergunta.

O homem sentou-se na carruagem e tirou a mordaça na boca de Rin. Eles devem tê-la colocado em sua boca para impedir que ela gritasse por ajuda no caso de ela acordar ao longo da jornada. Ele deu a ela um olhar intimidatório:

- Se você não disser a verdade, vou te jogar como comida aos lobos.

Rin quase riu dessa ameaça infantil. Por que ela ficaria com medo? Ela serviu o marquês de Shichinintai, Bankotsu, desde pequena e ela era a única mulher que podia segui-lo em suas saídas. Embora ela fosse jovem, já havia visto muitas batalhas. Rin não esperou que o homem fizesse sua pergunta, ela própria fez a sua pergunta.

- Você me capturou na cidade?

O homem parecia surpreso com sua expressão relaxada e riu, não com raiva.

- Sim.

- Por quanto tempo eu dormi?

- Dois dias e meio.

Rin ficou pálida quando ouviu isso, atordoada e em estado de choque. Se ela estivesse dormindo nos últimos dois dias, então os soldados do rei teriam começado a procurar na capital, tornando muito difícil para o jovem mestre e os demais ficarem no lugar acordado, perto dos penhascos. Seu coração acelerou quando perguntou:

- Onde você está me levando?

- Para o... - o homem de repente parou, percebendo que algo estava errado – Ei! Você sabe que sou eu quem faz as perguntas, certo? – Ele lhe deu uma expressão feroz - Diga, de qual família rica você escapou, esposa fugitiva? Onde está sua casa?

- "Esposa fugitiva?Eu?"

Rin hesitou, baixando a cabeça e estudando a si mesma. Embora ela fosse apenas uma serva da Residência Shichinintai, seu jovem mestre sempre a acalentava e então lhe conseguia coisas que eram ainda mais caras do que as coisas das damas de famílias normais. Suas roupas pareciam caras e ela estava indo longe da cidade em uma hora estranha, de modo que o traficante naturalmente pensou que ela fugira de seu marido. Não era de admirar que o traficante não a tivesse jogado fora nos últimos dois dias, ele provavelmente tinha visto algum valor nela. Rin balançou a cabeça e riu:

- Eu sou apenas uma serva, não uma esposa fugitiva de uma família rica.

- Tsc, desde quando os servos adquiriram roupas de seda?

Rin pensou sobre o que dizer com cuidado. Era altamente provável que o rei já tivesse ordenado a todos os cidadãos que caçassem as pessoas da Residência Ducal Shichinintai, então ela decidiu não distribuir sua identidade real. Então, em vez disso, ela revirou os olhos e disse:

- Eu escapei da cidade para ver meu amante, mas porque eu queria parecer bonita, eu roubei algumas roupas da minha senhora.

TerraNorte era um lugar um tanto ruidoso e, portanto, muito das mulheres realmente se esgueirariam para ver seus amantes. O homem franziu a testa imediatamente e abriu as cortinas.

- Hakudoshi! Venha aqui!

- Estou indo!

Parecia haver mais de um traficante, na outra carruagem. Pouco depois, um rosto gordinho olhou pela janela.

- Byakuya, o que foi?

Então seu nome era Byakuya.

- O que foi uma ova! Você não disse que essa menina era uma esposa fugitiva de uma família rica e poderia ser trocada por um monte de dinheiro?

Byakuya olhou para Rin e apontou um dedo acusador para ela

- Você é apenas uma criada, caramba! E dormiu por dois dias!

Hakudoshi coçou a cabeça e a estudou cuidadosamente. Então ele riu.

- Byakuya, não fique com raiva. O que está feito está feito. Provavelmente terá algum valor de qualquer maneira.

- Oh, então, você pode vender esse lixo? - Ironizou o homem, pondo um dedo acusador no nariz de Rin.

É verdade que a aparência de Rin certamente não era nada bonita. Mesmo na Residência Ducal Shichinintai, sua aparência no máximo, tinha sido média, provavelmente ainda mais comum. Só podia dizer que ela estava "arrumada". Mas todos na Residência Ducal Shichinintai reconheceram o quão importante ela era.

No entanto, quando o estranho apontou um dedo para ela e afirmou que não valia a pena, não podia deixar de mexer os olhos.

Byakuya tossiu duas vezes e fingiu um tom deprimido.

- Nunca pensei, mas ela valeria no mínimo cerca de cinquenta moedas. Esta cadela roubante realmente me deu uma falsa esperança, até deixei-a ficar na minha carruagem privada por dois dias. Maldita seja, leve-a para a outra carruagem com os outros.

No momento em que ela entrou na outra carruagem, um odor terrível inundou seus sentidos e Rin percebeu por que Byakuya estava tão bravo.

Em comparação com a primeira carruagem, esta estava esfarrapada e lotada, suja e sufocante.

Duque:título nobiliárquico integrado ou não de uma casa soberana que se refere ao chefe de Estado de um ducado. A origem da palavra "duque" vem do grego biz, douka, e do latim duce, que significa chefe. A mulher de um duque ou a chefe de um ducado chama-se "duquesa"

Residência Ducal: a casa oficial onde o duque e sua família moram.