Todos os personagens pertencem a Masashi Kishimoto. A história é de autoria de Terri Brisbin e de seu livro Entre a honra e o desejo. Adaptação feita por Kali - sem fins lucrativos - para o grupo Adattare.

BoaLeitura.

"Sakura e Sasuke encontram-se presos entre a obrigação e o desejo. A inocente cereja de Konohagakure esconde um segredo e deve enfrentar uma perigosa viagem para as longínquas terras do país da Folha, e sua segurança depende de seu traje. Um hábito de freira.
Mas seu protetor, o último do clã Uchiha, portador do famoso Sharingan e antigo companheiro de equipe, faz com que o peso da necessidade de compartilhar seu segredo caía sobre seus ombros.
Uchiha Sasuke Havia prometido levá-la de volta para a vila sã e salva, e Haruno Sakura era uma mulher que havia prometido servir a Deus, por isso seu dever era cuidar e proteger. Não desejar.
Entretanto a ânsia de fazer sua aquela que um dia lhe jurou amor eterno sob o céu de Konoha cegou os olhos banhados de sangue do Uchiha."

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A Katana entoou sua canção mortífera. Uchiha Sasuke a sacudiu por cima da cabeça e se converteu no verdadeiro mercenário cruel que levava consigo. Só o domínio de si mesmo, que brotou no último instante, impediu que desse a estocada final ao homem a seus pés.

A afiada ponta da Katana que Takano tinha no pescoço foi, sem dúvida, um dos motivos para que não se movesse e esperasse que Sasuke voltasse a seu estado natural.

Quando todos os presentes irromperam em gritos, afastou a Katana e se agachou junto a seu adversário derrotado, seu senhor.

- Começava a acreditar que tinha chegado meu fim - disse Takano Matsumoto, ancião do Templo No Aki do campo esquecido da vila de Kusagakure. — Tinha uma expressão nos olhos que não conhecia, Sasuke.

O senhor sacudiu o pó de suas roupas e estendeu a mão para que lhe dessem a arma que Sasuke havia usado durante o treino.

- Não mato a quem sirvo. - Uma leve pontada atingiu o estomago do Uchiha trazendo lembranças de Orochimaru e seus antigos companheiros de Konoha.

Takano fez um gesto com a cabeça indicando a corrente de ouro que levava. Era um homem observador.

- A Katana... A corrente... Suponho que tem relação com os visitantes que lhe esperam no Templo...

- Visitantes? —perguntou Sasuke.

Seus olhos estudaram um dos rapazes que tinha estado observando durante a batalha e lhe dera algumas instruções antes de lhe entregar a Katana que nunca havia visto antes. Ele se lembrava do garoto anos atrás correndo pelas ruas atrás de um loiro cabeça oca. Logo, voltou-se para o senhor outra vez. Sabia que era inútil fingir surpresa.

- Vieram procurar Uchiha Sasuke. Trazem uma mensagem de Konohagakure... de Kakashi-Hokage.

Já conhecia as notícias. Havia recebido duas visitas prévias pelo mesmo motivo..

- Sei. — Sasuke encolheu os ombros e secou o suor da testa —. Não quero falar com eles.

O olhar de Takano indicou a Sasuke que os homens se aproximavam por detrás dele. Poderia derrubá-los com um golpe, mas entendeu que Takano os tinha recebido e não podia simplesmente mandá-los embora.

Também era impossível atacá-los, embora só fosse para ganhar tempo e fugir novamente sem que o povo de Matsumoto fosse declarado inimigo de Konoha por permitir que Uchiha Sasuke fugisse novamente. Além disso, cada vez tinha mais vontade de sair correndo e isso o desconcertava.

- Essa Katana que me pôs no pescoço diz outra coisa, Sasuke — Takano alisou o simbolo do clã Uchiha ao lado do simbolo da folha, que até então Sasuke não havia percebido —. Não pode fugir do seu passado pelo resto de sua vida. Aprendi essa lição e você deveria pensar nisso - Se aproximou dele e falou em voz baixa —. Não desejo que cometa os mesmo erros que cometi, entretanto aprendi com eles.

A Katana, os símbolos, o colar, o deixaram a beira de um colapso. Amaldiçoou sua debilidade por não te-los enterrados no momento em que foram entregues.

Suspirou pesadamente dando uma ordem silenciosa com a cabeça a Takano e se voltou para olhar os ninjas que há três meses havia despistado.

Reconheceu os dois amigos de infância, embora ainda permaneciam de capuzes, e se lembrou das confusões que causavam quando genins, principalmente um certo loiro imperativo e com a cabeça cheia de nada.

- Lee... Naruto...

A vacilação durou um instante, até que Lee lhe deu um abraço de amigo urso - do jeito meloso que Sasuke se lembrava - e gritou seu nome em seu ouvido.

Sasuke, resistente a reconhecer que tinha gostado, afastou-se. A reação de Naruto não deveria te-lo surpreendido, mas o golpe o pegou de surpresa. O campo ficou em
silêncio enquanto ele se levantava, tirando o pó das roupas e sorria maliciosamente com seu belo sorriso no canto da boca.

-Takano-sama, esses idiotas são antigos companheiros de equipe de Konoha.

Os dois avançaram sobre ele quando se virou para o senhor e não deixaram de rir quando caíram ao chão. Sasuke brigou por alguns minutos, até que escapou dos braços de Naruto e deu por terminada a luta e o recebimento tão incômodo.

- Continuam os mesmo idiotas de sempre. O dobe principalmente.

O senhor Takano se aproximou e se apresentou os convidando a entrar no Templo.

Sasuke sacudiu a cabeça. Não queria manter a conversa diante de tanta gente.

Enquanto ia com os outros dois para a pequena vila, Sasuke pensou em mandá-los embora agora que estavam sozinhos. Estaria cometendo um erro de aceitar a mensagem? Tinha mentido a Takano. Realmente temia a mensagem de Kakashi. Espantava-lhe as escolhas que teria que fazer. Estava muito bem onde estava, sem pensar em um retorno a vila, mas o que faria se Kakashi pedisse para que retornasse?

Lee e Naruto não disseram nada durante toda a caminhada em direção a pequena casa que Sasuke tinha ali. Uma mulher do vilarejo cuidava dela quando não estava..

Abriu a porta e entraram. Deixou a porta aberta para que entrasse ar, colocando alguns tamboretes e uma cadeira junto à mesa e os convidou a sentar-se e fez um gesto com a cabeça a Naruto, quem provavelmente lhe transmitiria a mensagem.

- Passamos três meses atrás de você, seu teme desgraçado. Por que fugiu de nós?

- Não estava interessado na mensagem de Kakashi.

- Então por que se interessa agora? - perguntou Lee.

Sasuke olhou ao redor e se perguntou por que, efetivamente, tinha fugido durante três meses e nesse momento os recebia em sua casa.

- Chegou o momento.

Naruto e Lee deixaram escapar um grunhido quase ao uníssono, encolheram os ombros e se entreolharam. A tensão se dissipou, como se não tivessem que
preocupar-se de que fosse sair correndo.

- Kakashi-sensei quer que você volte. Quer que a vila o reconheça como o novo sannin ao meu lado.

- Sannin? - Sasuke não pôde conter a pergunta. A saudade o invadiu. Tinha passado anos lutando contra ela e, de repente, uma só palavra a trazia de volta.

Ele, Uchiha Sasuke, aquele que havia traído Konoha, poderia finalmente retornar? E agora com um título tão importante?

- Somos os heróis da Guerra. Kakashi-sensei precisa de nós juntos, eu sozinho ainda não dou conta. E, bom, ele quer que você encontre alguém e restabeleça seu clã em Konoha.

Sasuke tentou conter um sorriso e conseguiu, como tinha conseguido manter-se afastado do que lhe tinham devotado.

- Ele quer que eu me case?

- Vamos, Sasuke-kun, você sabe muito bem que vários Senhores Feudais gostariam de esposar suas filhas com um dos grandes heróis de Konoha. Alianças valiosas nasceriam.

- O sobrancelhudo tem razão. Mesmo sendo um completo bastardo, ainda sim você é um bom partido, como disse Kakashi-sensei. Afinal é um Uchiha. O último.

A menção de seu clã doeu, mas sabia que - infelizmente - Naruto estava certo. Laços importantes nasceriam se ele ou Naruto aceitasse casar com uma filha de algum senhor Feudal importante. Não seria um impedimento para quem desejava um vínculo com o poder político ou social, ou com a fortuna. Konohagakure tinha tudo isso.

- Então. teme… Virá com a gente?

Sasuke não se deixou levar pela vontade imediata de arrumar suas coisas e partir. Ali havia muita gente que dependia dele e não queria decepcioná-los. O senhor Takano era um deles.

- Pensarei nisso, Naruto. Preciso de tempo.

Naruto e Lee olharam ao redor. O receio era claro aos olhos dos dois.

- Takano-san os acolherá no castelo. Não poderão se queixar da comida. - Os olhos de Águia se direcionaram ao Uzumaki que sorria abertamente.

Algumas mulheres vagavam perto a casa de Sasuke quando saíram. O Uchiha sorriu e Naruto e Lee encaram-nas espantados.

- Não se aproximem das virgens. Katano-san tomaria como uma ofensa que se deitassem com elas e depois partissem. Existem outras — disse Sasuke. — As mulheres daqui acreditam cegamente que todos os ninjas são como eu, já sabem o que quero dizer... - comentou em voz baixa.

Já não era mais um menino inocente que só pensara em vingança por anos a fio de sua vida. O tempo que havia passado no templo, no campo, junto a homens e mulheres diferentes do que estava acostumado, havia lhe mostrado outro lado que, até depois de sua redenção, não conheceria.

- Lee pode até aproveitar, mas eu estou muito bem com a minha Hina-chan.

Sasuke conhecia Naruto o suficiente e sabia que o Uzumaki nunca desonraria uma daquelas mulheres, principalmente estando comprometido. Algo que ele não sabia.

Em dez minutos os ninjas entraram no pequeno castelo, onde Takano-san e sua esposa os acomodaram.

*8*

Haviam passado cinco dias desde que Sasuke recebera a mensagem de seu antigo - agora Hokage - sensei, mas ainda não tinha tomado nenhuma decisão. O senhor do Templo nada havia dito, embora estivera seguro do assunto da mensagem.

O ancião nunca havia questionado a Sasuke sobre o que realmente acontecera com o grande clã dos Uchihas. E também não estranhou quando o mesmo chegou em seu vilarejo dizendo que somente estava de passagem. Takano o reconhecera no momento em que seus olhos caíram sobre o menino; Um Uchiha. E o afeto o tomou do mesmo jeito que fora quando Itachi o procurou.

Sabia que Sasuke estava em conflito consigo mesmo e precisava de um o conselheiro.

Naquela noite, depois de jantar, buscou-o em seu canto favorito do vilarejo; O Grande Templo.

- Então, quando parte? - perguntou o senhor.

- Ainda não decidi se realmente vou atender ao pedido.

- Ora, Sasuke, você decidiu assim que o pedido chegou a seus ouvidos.

- Eu... - Sasuke começou a falar, mas não pôde continuar negando-o.

- Não precisa negar a verdade. Minha esposa também entende.

Sasuke não tinha palavras para expressar sua gratidão e sua surpresa pela compreensão das duas pessoas que o recebera tão bem.

Takano estendeu a mão em direção a Katana que descansava ao lado de Sasuke

- Posso ver a Katana?

- Acreditava que já a havia visto muito de perto quando estava no chão. – Eram raros - muito raros - os momentos que Sasuke se permitia extravagar, e naquele momento realmente pedia um pouco de piada.

- Soube que tinha tomado a decisão quando olhei em seus olhos e me dei conta de que o homem que tinha sobre mim, com a morte contra minha garganta, não era o Sasuke que conheço.

Sasuke suspirou.

- Encantadora. Era de seu clã?

- Hai. Enfeitava a parede da sala principal de minha casa. Esta Katana foi usada em cinco gerações de ninjas de meu clã, não sei como chegaram nas mãos daquele moleque.

Takano retrocedeu, agarrou o punho com as duas mãos e a brandiu por cima da cabeça. Sasuke sabia que estava perfeitamente equilibrada e que era tão mortífera quanto bonita.

Olhou para o velho senhor em silêncio.

Só outro ninja podia apreciar uma arma assim e Takano o fez.

- Agora é sua? —perguntou o velho.

- Hai.

- Pretende conversar com Azami?

Sasuke balançou a cabeça negativamente.

- Covarde! - exclamou Takano, que era uma das poucas pessoas que podiam acusá-lo disso e viver para contar historia —. Muito bem, direi a minha esposa quando já tiver partido.

Sasuke voltou a embainhar a espada e assentiu com a cabeça. Havia muito que o dizer, mas nunca fora bom com as palavras. Por isso agarrou o braço do senhor e o encarou fixamente.

- Takano-san ...

- Filho amigo… Sempre terá um lar entre nós. Não se esqueça dos ensinamentos Sasuke. Sentiremos sua falta.

Sasuke sentiu um incomodo no estomago quando Takano se afastou. Fez um gesto brusco com a cabeça e se levantou, partindo. O destino o chamava.