Tatsumi x Tsuzuki / Muraki x Tsuzuki
Ao investigar um crime brutal, Tsuzuki se vê cada vez mais envolvido com um de seus companheiros... Mas um certo doutor teima em continuar fazendo parte de sua vida.
Yaoi, Lemon, pessoas morrendo, pessoas sendo torturadas...
SPOILERS. Está fanfic se passa após os 13 episódios do anime e do oitavo volume do mangá (é melhor ter visto, pelo menos, o anime inteiro...). Existem várias citações de acontecimentos anteriores.
Esta fanfiction contém: Tatsumi e Tsuzuki interagindo de uma forma bem interessante. Muraki sendo muito malvado com Tsuzuki. Muraki sendo muito malvado com as pessoas em geral. Gente morrendo, gente morta, gente morrendo de forma trágica. Gente sendo torturada. Personagens olhando para Tsuzuki de uma forma mais que amistosa. Mais personagens olhando para Tsuzuki de uma forma mais que amistosa... Personagens servindo de modelos para roupas. Personagens sem... roupas...
Negrito: observações do autor.
Negrito e Itálico: acontecimentos anteriores ao que está se passando na história.
Itálico: pensamentos do personagem.
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Por Vovô (gosto de dormir e comer, não necessariamente nesta mesma ordem).
Batimentos Dissonantes
Capítulo 1
Ele soltou um alto gemido por entre seus lábios trêmulos ao sentir os dedos começarem a se mover dentro do seu corpo. O suor escorria sobre sua pele enquanto o homem que se assemelhava a um anjo praticava... atos não muito puros com ele. O rapaz de olhar violeta tentou lutar contra seus sentimentos, tentou escapar, mas ele estava preso por amarras invisíveis... que ele tinha medo de nomear. Medo de saber o que eram de verdade... Ele se contorceu e tentou fazer o outro homem parar, mas seu esforço era em vão.
- Shhhhhhh... Tsuzuki-san, não torne as coisas mais difíceis ainda... ou quer que eu machuque você...? – foi sussurrado ao ouvido do rapaz.
Tsuzuki gemia enquanto a ação causava uma sensação inebriante dentro dele.
- Ah, tão lindo... Tsuzuki-san... Seu corpo estremecendo com o meu toque, sua pele tão quente e ardendo... e os sons provocativos que você profere, fazem eu querer... – ele disse ao morder a pele do pescoço do rapaz. A cabeça de Tsuzuki estava inclinada para o lado e Muraki mordia toda a extensão daquela parte do corpo. Os dedos pálidos de sua mão esquerda acariciavam descuidadamente os fios escuros de cabelo.
Muraki deu um suspiro de contentamento ao imaginar a imagem que eles formavam. Eles estavam em uma enorme cama com lençóis brancos que se estendiam por toda a superfície. Seus corpos estavam deitados de lado e com uma proximidade indecente. As costas de Tsuzuki estavam voltadas para o tórax do médico, levemente pressionadas à pele alva.
Os movimentos de Muraki variavam de intensidade. Os dedos da mão esquerda tocavam levemente os cabelos castanhos, seus dentes pressionavam a pele do pescoço como se quisessem penetrar na carne e seus dedos da mão direita se movimentavam sensualmente dentro do corpo do shinigami.
De repente, o doutor retirou seus dedos, fez Tsuzuki se virar para ele e depois se deitar de costas para a cama. Ele olhou para o rosto ofegante e o olhar ametista que se escondia do seu. Ele encostou sua boca aos lábios do outro e falou:
- Por que está com medo de olhar para mim? Você ainda quer fugir? Não sabe, que estaremos ligados para sempre...?
Tsuzuki fechou seus olhos e sentiu as mãos de Muraki percorrerem seu corpo. Mesmo sem enxergar, ele podia sentir o olhar faminto tocando sua pele, condenando sua alma a prazeres que ele tinha medo de conhecer.
O shinigami sentiu lábios úmidos descendo sobre seu pescoço e indo até seu peito. A língua do doutor escorregou até seu abdômen e tracejou um caminho estranho sobre a pele. Ele sentiu um hálito quente alcançar uma parte muito sensível de seu corpo. Tsuzuki levantou a cabeça e olhou surpreso para Muraki entre suas pernas. O doutor olhou de volta com um sorriso malicioso em seus lábios. Seus olhos prateados brilhavam como se iluminados por uma força sobrenatural. Ele afastou mais as pernas de Tsuzuki e lambeu a parte interna da coxa dele, subindo devagar. Com um dedo ele tracejou todo o comprimento da ereção do shinigami. Sorrindo ele colocou os dedos de volta dentro do rapaz brevemente, para logo em seguida retirá-los.
Tsuzuki experimentou uma sensação intensa e sentiu sua garganta queimar ao gritar...
O rapaz abriu os olhos e foi surpreendido por olhos verdes que olhavam assustados. Seu cabelo estava desalinhado e o suor escorria sobre seu corpo. Os lençóis estavam revirados e sua camisa estava toda aberta, deixando à mostra boa parte de seu tórax, o tecido úmido grudava na pele de suas costas. Suas faces estavam coradas e sua respiração ofegante.
Hisoka estava em cima da cama, seu corpo muito perto do outro. Suas mãos estavam apoiadas no colchão, uma de cada lado do rosto de seu amigo. Os joelhos estavam quase encostados em suas pernas.
- O que está acontecendo...? – perguntou Tsuzuki desnorteado.
- O que está acontecendo? Eu é que pergunto! Eu estava lá no meu quarto e escutei você gritando...
Tatsumi, então, entra no quarto e se depara com a cena... lançando um estranho olhar para a dupla.
Watari entra logo em seguida e olha assustado. – Oh my god! O garoto está molestando Tsuzuki!!!!
Todos olham com um olhar de reprovação para o cientista.
- Baka!! Não é nada disso!! – diz Hisoka sem se importar por estar falando desse jeito com um shinigami mais velho... (afinal, ele fazia isso com Tsuzuki com freqüência...)
- Ahh não!? – suspira Watari aliviado. – É que parecia que você tinha rasgado as roupas dele com uma força brutal e jogado ele de maneira selvagem em cima da cama, então, você subiu em cima dele e fez com que ele implorasse e fez com que ele gritasse e fez com que ele gemesse com seus movimentos cruéis e calculados, suas mãos esfregando continuamente a pele maltratada, e...
Watari continuou em seus devaneios enquanto seus movimentos acompanhavam sua narrativa, fazendo os outros shinigamis olharem assustados para ele.
- O que ele anda lendo ultimamente...? – pergunta Hisoka.
-...Eu tenho medo de perguntar... – Tsuzuki estava muito assustado...
Tatsumi estava concentrado em seus pensamentos... Eu acho que eu poderia repensar naqueles exames psicológicos anuais nos shinigamis... Eu cancelei por achar que era um gasto desnecessário, mas...
-... E, então, os movimentos eram cada vez mais rápidos, cada vez mais urgentes...
Ignorando o que seu colega de imaginação fértil falava, Hisoka perguntou a Tsuzuki:
- Eu... Eu realmente fiquei preocupado... Está tudo bem? – o garoto lançou um longo olhar para o seu amigo.
Tsuzuki olhou para si mesmo, o estado em que estava... Embora ele estivesse um pouco transtornado com a situação... ele estava aparentemente bem... -...Não se preocupe comigo... – ele disse bem baixinho.
-...Como eu poderia não me preocupar... – ele disse ainda mais baixo.
- Podemos ir agora. – disse Tatsumi ao tentar dar um fim na situação. – Parece que ele está muito bem... – Ele puxou Watari pelo colarinho e o arrastou para fora do quarto.
- Eu acho que também estou indo... – disse Hisoka.
- Fique tranqüilo, eu estou bem... tudo foi apenas... um sonho estranho...
Hisoka se levantou devagar e caminhou em direção à porta, parando uma última vez para ter certeza de que tudo estava bem.
Não precisam se preocupar comigo... Eu não sei nem por que vocês ainda se importam... Sempre causando tumulto... Sempre dando trabalho para todos... Eu... eu estou cansado disso... Estou cansado de ser assim...
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Tatsumi andava pelos corredores vazios da hospedaria. Só havia os quatro shinigamis como hóspedes, porque o lugar não era bem visto para as outras pessoas... Diziam que se escutavam os passos dos mortos andando pela noite e poucos se aventuravam a passar uma estada lá. É claro, que isso não era um problema para o grupo... afinal... gente morta não os assustava... Por causa do boato, os preços eram bem mais em conta que outros lugares...
O shinigami não conseguia dormir... Ficara preocupado com Tsuzuki... Já era esperado que fosse difícil para ele encarar a missão que eles tinham... Tatsumi queria tanto conversar com ele... mas ainda era complicado... Por mais que eles tenham convivido juntos... era sempre difícil dizer algo que o fizesse sentir melhor... Ele tinha muito medo de piorar a situação... Na verdade, ele se sentia tão mal por não saber o que fazer... Toda vez que o via triste, ele não sabia como agir... Era como se ele ficasse paralisado... As lágrimas escorrendo por aquele rosto faziam seu coração se apertar. Era insuportável. E ainda, como conviver com a culpa de saber que ele próprio já causara muitas delas...
Mas com o garoto era diferente... Parecia que ele conseguia acalmar aquela alma perturbada... Parecia que quando eles estavam juntos, ficava tudo bem. Era o que ele mais queria, que Tsuzuki ficasse bem... Se Hisoka conseguisse que aquelas lágrimas nunca mais precisassem aparecer, ele ficaria extremamente grato... Ele não se importaria de ver os dois cada vez mais e mais próximos... Mas... Mas por que ao lembrar de como eles estavam, de como eles se falavam... Por que aquela lembrança doía tanto?
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- Obrigado, doutor. – disse o rapaz meio sem jeito.
- Agora se sente melhor?
- Eu... realmente... cometi um erro muito grave...
- Não precisa se sentir culpado, há momentos em que nos desesperamos... – disse o médico tentando reconfortar o rapaz.
-... Eu não sei se fico feliz ou triste... por um lado, fico feliz por saber que ainda existe uma pessoa que se importa tanto comigo... mas... eu... eu a magoei tanto pelo que fiz... ainda nem sei como encará-la...
- Eu tenho certeza que ela vai querer vê-lo. – disse o doutor dando um sorriso e se encaminhando para a porta do quarto de hospital.
- Doutor! – o rapaz chamou a atenção do médico de volta para si. -...Mais uma vez, obrigado... – ele disse antes de olhar para a cicatriz em seu pulso direito.
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Foi recebida a informação de que um terrível assassinato foi cometido. Se fosse um caso comum, não haveria necessidade de ser investigado por tantos funcionários, mas não era um caso comum...
O cadáver foi encontrado em uma velha casa abandonada, com um buraco no lugar do coração, irreconhecível e em estado de putrefação. Contrastando com a imagem horrenda, o corpo jazia em lençóis muito brancos, cercados por rosas vermelhas que estranhamente não murchavam. A polícia havia encontrado um fio de cabelo que não era branco, mas prateado e perto da vítima havia uma mensagem:
"Em breve nos veremos de novo. Venha se encontrar comigo logo. Estarei esperando por você".
Era o que o bilhete que estava nas mãos de Tsuzuki dizia.
Havia outro fato que o incomodava. A única parte do corpo da vítima que estava em um estado melhor de conservação era o antebraço direito, que possuía uma cicatriz antiga no pulso...
- Não se preocupe Tsuzuki-san, nós o encontraremos e ele vai pagar pelos crimes que cometeu.
Era o começo de uma manhã nublada. O céu possuía traços acinzentados por toda a sua extensão. O ar estava úmido e frio. Tsuzuki vestindo um kimono branco, sentava-se ao chão da varanda que estava cercada por um jardim antigo. As ruas da cidade mal podiam ser vistas por causa dos altos muros.
- Não é que eu não esperasse que algo como isso acontecesse... Mas... Mas mesmo assim, ainda é difícil...
- Não pense muito sobre isso. Nós iremos investigar e tudo irá se resolver. – disse Tatsumi tentando passar segurança.
O outro shinigami apertou o papel em suas mãos com força e sua expressão se modificou. – Não é só isso!!! Não é simples assim...!! Ele... Ele está matando outra vez por minha causa!! Você entende...? Entende como é sentir que mais pessoas estão morrendo porque eu existo? Somente porque eu existo... Só o simples fato de eu existir já causa o sofrimento para tantas pessoas... – Tsuzuki colocou suas mãos em seu rosto e abaixou a cabeça.
Ah, aquilo outra vez. Mais uma vez Tatsumi sentiu-se incapaz de... Por que sua presença não o acalmava...? Parecia piorar a situação... – Com licença... é melhor que eu me retire...
Tsuzuki se virou e viu seu amigo indo embora. -...Espere!! – ele disse em uma voz trêmula.
O homem parou, mas não olhou para trás.
- Fique comigo...
Tatsumi respirou fundo e se encaminhou até Tsuzuki, sentando-se ao seu lado. Seu braço direito envolveu os ombros do seu amigo enquanto ele passava sua mão esquerda pelos cabelos macios e levemente úmidos. Tsuzuki encostou sua cabeça no peito do outro shinigami e colocou seus braços em volta da cintura dele. Os dois permaneceram em silêncio por um longo tempo, apenas sentindo o movimento de suas respirações e o calor do corpo um do outro. A mão esquerda de Tatsumi desceu até a nuca de Tsuzuki acariciando de leve para depois seguir até o rosto dele.
Tsuzuki levantou sua cabeça, olhou nos olhos de Tatsumi e perguntou:
- Muraki está escondendo sua presença... o que vamos fazer?
- Vamos ter que investigar muito... Iremos mais uma vez até a cena do crime... Veremos se descobrimos algo novo... Mas primeiro... Vamos tomar um bom café da manhã. Afinal, é difícil pensar de barriga vazia, não é Tsuzuki-san?
- Mas... temos tão poucas coisas para comer... –disse o rapaz choramingando.
- Ah, mas isso não é problema, vamos comprar mais e o Ju-Oh-cho vai pagar todas as nossas despesas. Afinal, este é um caso importante, porque se trata de alguém que invadiu Meifu e isso é assunto relacionado com a segurança do mundo espiritual. Eles não quiseram mandar mais gente para nos ajudar no caso para economizar dinheiro... então, a gente gasta o que não foi utilizado para pagar os funcionários em comida.
Os olhos de Tsuzuki brilharam. - Ah! Eu vou querer bolos recheados, tortas de limão, mousses de chocolate e... e podemos comprar sorvetes de pistache??
- Ah, eu acho que está muito frio para isso... - respondeu Tatsumi preocupado.
- Então... vamos pedir biscoitos amanteigados e muitos cookies!!
- Isso, isso, peça o que quiser... – disse Tatsumi dando um tímido sorriso.
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Eu não gostei muito do título desta fic... mas eu pensei, pensei... e não consegui outro melhor... Talvez eu mude depois. É uma pena, porque eu me importo muito com os títulos...
Mas mesmo assim, continuem lendo!!! E me deixem reviews!!! Podem ser críticas, mas eu gostaria de saber como eu ando escrevendo...
