Disclaimer: Nenhum dos personagens me pertence, são todos da Naoko Takeuchi. Nem mesmo o Kaitou/Saijou Ace que é personagem de Codiname wa Salior V. ^^
Nota da autora: É possível que note-se que as personagens estejam fora da caracterização original. Talvez seja apenas uma versão um pouco mais madura (ou falta de habilidade em manter uma linha de caracterização. xD), na verdade a idéia é a de fazer com que as personagens agissem de forma mais adulta, mas sem perderem a essência.
Os pensamentos que vão até você...
Era um lugar amplo e aberto. Não se via sinal de nada, nem um prédio nem planta... Nem uma pedra que fosse!! Era, realmente, um lugar estranho... Escuro! Havia pontos em que poderia desaparecer diante da escuridão... Definitivamente, não gosto daqui!!! Mas, por que eu estou aqui mesmo? Não me lembro nem como cheguei... Será esse um sinal de loucura irreversível não lembrar nem como chegou a algum lugar?! Ah, não é hora para ficar pensando se enlouqueci ou não! Só preciso arrumar um jeito de sair daqui! Mas, onde é aqui? Se eu soubesse isso ficaria bem mais fácil de encontrar uma saída. Quanto tempo eu ainda vou ter que andar?? E ver um pouco de luz?
"Eu contarei sua fortuna de amor final."
Oh! O verdadeiro sinal de insanidade: ouvir vozes!!! Vozes sem corpos... Engraçado como uma voz sempre é acompanhada por um corpo... Que pensamento mais estranho para se ter uma hora dessas e em lugar... Bom, um lugar mais estranho que o pensamento!!
"Seu amor estará perdido para toda a eternidade."
Eu... Já ouvi isso em algum lugar... Alguém já me disse essas palavras e... Lembro de não ser em uma situação feliz. Mas onde foi e quem me disse isso?
"O que está errado? Você deveria parecer mais feliz"
Ah! Claro... Como poderia me esquecer?! Ele... Mas por que lembrar agora? Depois de tudo... Não! Não quero continuar aqui e ouvir isso tudo! Já me basta uma vez, não quero ver ninguém morrendo de novo!! Não queroooo!! Será que é pedir muito??? Se eu tampar meus ouvidos com bastante força eu consigo? Não quero estar aqui! Não quero que ele termine...Não quero ouvir!
Um barulho alto se faz ouvir no quarto.
O gatinho branco acorda assustado e procura a origem do som. Fato que perdeu o interesse quando ele percebeu que a cama onde ele dormia estava vazia e no chão estava um bolo de cobertores, pernas, braços e cabelos loiros espalhados pelo chão. A garota se moveu com dificuldade, tentando se livrar da quantidade absurda de pano que a cercava.
- Hmm... É impressão minha ou caí da cama? - a garota se levanta passando a mão na cabeça e olhando o relógio – Mas nem são... AI MEU DEUUUUS!!! JÁ SÃO 8 HORAS!!!!
A garota corre desesperadamente pelo quarto se trocando. Naquela hora, ela já deveria estar na escola. Mas, qual seria a novidade? Ela sempre chegava atrasada mesmo!!
- Com o que você estava sonhando, Minako? - o gatinho branco pergunta calmamente olhando para a garota desesperada.
- Você acha mesmo que eu vou lembrar? - ela sai do banheiro, já vestida com o uniforme – Só sei que caí da cama e o senhor deveria ter me chamado! Custa me acordar mais cedo Ártemis? Agora vou chegar atrasada pela terceira vez na semana e hoje ainda é quarta-feira!!!!!
- Você disse que não queria que ele terminasse... Que não queria ouvir. - gato insiste no assunto.
- Qual parte do "eu estava dormindo" você não entendeu? - ela diz nervosa antes de bater a porta do quarto.
O gatinho fica observando a porta por alguns segundos com uma concentração absurda até desviar o olhar para janela aberta por onde, instantes depois, saltou para a rua a tempo de ver a garota correr pela calçada.
- Não entendi seu súbito nervosismo em relação a um sonho... - Ártemis não tinha dificuldade em acompanhar o ritmo rápido da garota
- Quem disse que estou nervosa por isso... - ela pega o gatinho do chão num movimento e o coloca no ombro – Eu vou chegar atrasada na escola.
- Você sempre chega, Minako... -ele tinha um olhar irônico ao falar isso
- Mas hoje eu não queria! Não terminei o dever e ia pedir pra Ami me ajudar... Ou, pelo menos, pedir para copiar... - Minako fala despreocupada enquanto andava com rapidez entre as pessoas. Era fascinante a capacidade das pessoas de Tóquio em não notar uns aos outros. Independente do que se está fazendo, ninguém vai parar para te observar... Mesmo se estiver conversando com um gato e, mais absurdo ainda, sendo respondida por ele. Todos sempre tão concentrados em seu dia-a-dia cheio de problemas, tão alheios aos outros.
- Você não tem vergonha em falar isso? - a voz do gatinho era severa
- Posso superar isso... - ela murmura sem dar muita atenção para o olhar duro dele
Começou a ventar forte, coisa normal para a época do ano, e um panfleto veio em direção aos dois ficou colado ao rosto da menina.
- Afff!! - Minako arrancou o papel do rosto com violência – Hoje é o dia de "transformar a vida de Aino Minako em um inferno"?
Ártemis ri discretamente, até porque diante das circunstâncias não era bom enraivecer mais a garota, enquanto ela começa a ler o anúncio sem muito interesse.
- Show de talentos... Blá blá blá... - os olhos azuis corriam rapidamente sobre as letras sem se deter muito tempo em algo, até ver um nome me específico – Kaioh Michiru? A Michiru-san vai tocar?
- Err... - o gatinho se faz presente – A senhorita não estava atrasada?
Minako olha para o gato com surpresa e antes de sair correndo pela rua a fora, coloca o papel de qualquer jeito dentro da mochila.
Escola
- Atrasadas de novo! - Minako bufa nervosa.
- Sabe... Eu nem consegui dormir direito hoje... - Usagi choraminga olhando para o corredor vazio.
- Então, por que chegou atrasada, Usa-chan? - Minako pergunta sem dar muita atenção a outra.
- Porque estava com sono, ué! - Usagi responde como fosse a coisa mais obvia do mundo.
- O que você e o Mamoru-san ficaram fazendo ontem?? -Minako a olha pronta para começar uma conversa realmente constrangedora.
- Ai ai ai!! - Usagi tampa o rosto corado com as mãos – Nada não, 'tá!!
-Então 'tá! - Minako responde sem prestar atenção na outra.
- Você sabe, né? - Usagi diz sorrindo – Vai fazer 3 anos que nós nos conhecemos... 3 anos!! O tempo passa tão rápido...
- É verdade... - Minako responde tentando entender onde aquela conversa acabar.
- E a gente combinou um encontro romântico para comemorar!! - os olhos de quase eram do formato de corações.
- Vai ser ótimo, Usa-chan... - outra resposta sem emoção.
- Minako-chan, aconteceu alguma coisa? - Usagi pergunta preocupada – É que você está meio estranha...
- Está... Tudo bem!! - Minako forma um sorriso pouco convincente para Usagi
- Não precisa fingir... - Usagi fala olhando para ela com a mesma expressão – Pode falar para mim... Seja o que for!
- É que... Você tem alguém, alguém só seu... E, ás vezes, eu me sinto sozinha... Não que eu te inveje, mas eu só queria ter alguém como o Mamoru, entende? Não ele, mas alguém que seja para mim o que ele representa para você... E eu tive um sonho hoje... - Minako fala sem olhar para a outra – Me fez lembrar de alguém... De alguém que não vai voltar e que eu gostaria que nunca tivesse ido.
- Alguém que eu conheça?
- Não... - Minako dá um sorriso leve – Você não o conhece...
- Hmm... Um rapaz é? - Usagi ficou mais curiosa ainda
- Sim... - e completou num sussurro baixo demais para a outra ouvir - Tão capaz de me fazer perder a sanidade...
- Como? - Usagi pergunta, ela realmente não tinha ouvido.
- É o Ártemis... – Minako decidiu não repetir a última frase, era constrangedor demais – fica querendo saber qual é o sonho... Não é porque ele é meu guardião que tem o direito de saber de tudo...
- Talvez ele esteja apenas preocupado... - Usagi responde – Mas mesmo assim é chato! Ás vezes a Luna me deixa irritada com essa preocupação exagerada...
Usagi observa o perfil da outra, ela ainda olhava para frente com um olhar vazio que nunca tinha observado na amiga. Algo que beirava a tristeza, apenas tristeza... Não conseguia ler mais nenhuma outra expressão no rosto dela e teve certeza que não era a preocupação demasiada de Ártemis que a incomodava. Se ela não queria dizer agora, tudo bem... Ela esperaria o momento certo para saber.
O tempo passou rápido. Usagi tagarelou a manhã inteira sobre o seu encontro de noite com Mamoru-san e Minako tinha certeza que não tinha ouvido meia frase que do foi dito. Por mais que fosse desconfortável não dar atenção à sua amiga, não conseguia se concentrar. A voz dele vinha quando estava distraída, inundando sua mente... Tinha mentido para Ártemis, se lembrava com perfeição do sonho e até o possível motivo do... Medo. Não que Ártemis soubesse que teve ela medo do sonho ou talvez, ele soubesse melhor do que ela o que acontecia. Não tinha certeza se era medo, podia ser uma forma de desespero por estar prestes a perder o controle sobre si mesma e não ter idéia de como impedir isso. Era injusto ter que pensar nisso agora... Fazia tanto tempo! O que teria acontecido se o final fosse outro? Qual parte do significado de "inimigo" ela não conseguia assimilar? Esse era o maior perigo de lembrar disso tudo: pensar no que poderia ter sido se... Bom, a única coisa que tinha que lembrar era que Usagi estava segura, a segurança dela era o que importava, o resto era resto!
Minako suspirou alto e olhou para os lados, pode notar o olhar de Makoto sobre si. Um olhar clínico de quem observa o outro como se estivesse doente ou fosse... Estranho!
- Hmm... Algum problema, Mako-chan? - Minako tentou sair do mundo abstrato dos seus pensamentos nada saudáveis
- Era o que ia te perguntar... - a menina alta e forte tinha a voz tão suave quanto uma brisa primaveril – Você parece... Distante hoje.
- É... Já me falaram isso. - o tom sarcástico saiu sem querer – Acho que é sono, não tive uma boa noite, sabe...
- Seria melhor, então, que você não fosse à casa de Rei hoje – Makoto sorria alegremente, talvez o sarcasmo da outra fosse uma nota de que "tudo estava bem mesmo" - Dormir um pouco a tarde.
- Não acho que seria seguro... - Minako lhe lança um olhar sombrio apesar do tom brincalhão – A Rei pode me perseguir até em casa e me derrubar da cama!!
As duas garotas começam a rir do comentário, o gênio de Rei sempre fora forte mais com a proximidade do vestibular estava ficando impossível conviver com ela sem algumas briguinhas. Mas no fim das contas tanto Minako quanto Usagi estavam tão acostumadas com as implicâncias gratuitas de Rei, que não se viam tão afetadas pela mudança de temperamento e acabavam dando apoio das outras duas que nunca tinham sido alvo dos rompantes.
- Tem certeza que agüenta o tranco? - Makoto ainda sorria divertida
- Sempre agüentei, né! - Minako respondeu no mesmo tom risonho
- Mas, se você estiver com algum problema pode contar comigo, 'tá? – Makoto diz delicadamente
- Claro que sim! – Minako lhe lança um dos seus melhores sorrisos. – E depois, a gente podia dar uma olhada nisso aqui!
Minako retira da sua mochila um papel todo amassado. O mesmo folheto que de manhã havia "voado" em direção ao seu rosto, só que agora em um estado lastimável, já que Minako fez questão de quase tritura-lo antes de colocar em um dos bolsos da mochila.
- A Michiru-san vai tocar! – Minako parecia radiante ao dizer isso, fato que não passou despercebido por Makoto.
- A gente pode chamar a Usa-chan né? – Makoto confirma – Claro, se isso não for atrapalhar o encontro dela!
- Vai ser de tarde... Acho que dá para a gente ir depois da casa de Rei... – Minako diz fazendo careta.
Templo Hikawa
Cinco garotas estavam sentadas em torno de uma mesa cheia de livros em cima.
Ami escrevia obsessivamente em uma folha de papel, queria acabar com os exercícios de matemática o mais rápido possível para assim poder estudar biologia. Makoto olhava para a apostila na sua frente sem o menos interesse, enquanto Rei fazia anotações em um caderno a cada 20 segundos.
De repente, Usagi solta uma gargalhada sonora que faz Rei e Ami caírem para trás de susto enquanto Makoto apenas a olha sem entender nada.
- Enlouqueceu?? - Makoto pergunta
- SUA IDIIIIIIIIIIIIOTA!!!!!!!!! - Rei pula a mesa com uma disposição invejável e avança sobre Usagi pronta para lhe arrancar o pescoço.
- AHHHHHHHHHHHHH – Usagi começa a correr em torno da mesa com Rei em seu encalço – PÁRAAAAAAA COM ISSOOOOOOOO!!!
- O QUE VOCÊ PENSA QUE ESTÁ FAZEEENDOOOOOOO????????
- Vocês querem para com isso? - Ami diz num tom de voz normal, que por incrível que parece foi ouvido – Usagi-chan, por quê você estava rindo assim?
- É que... Eu estava lendo uma coisa muito engraçada... - Usagi tentando disfarçar
- No livro de química? - Makoto pergunta surpresa – Peraí! Também quero ver isso!!
- Ah, você não vai achar graça disso não! - Usagi responde rápido
- Ahá! - Rei puxa um revistinha de dentro do livro e aponta Usagi - Ela não estava estudando!!!
- E daí? - Minako fala monotonamente colocando o livro, que estava tampando seu rosto até o momento, na mesa – Ela tem direito de fazer o que quer com o tempo dela, não?
- Valeu Minako-chan! -Usagi praticamente pulou fazendo em cima da outra
- Mesmo que seja uma inutilidade... - Minako completa
-Que amiga da onça! - várias veias de ira explodem na cabeça de Usagi – TRAIIIIIIIIIIIDORA!
- Volte a dormir, Aino! - Rei dispara – Que eu sei bem que você estava era cochilando por trás desse livro!!
- Ahn? - Minako levanta uma sobrancelha – O que você está insinuando?
- Exatamente o que você entendeu! - automaticamente o alvo de Rei muda
- Eu...Não...Estava...Dormindo... - Minako sibila as palavras – Até porque se fosse para fazer isso, fazia em casa!
- Ainda confessa... - Ami resmunga com tristeza do outro lado
- Mas eu não estava, Ami-chan!! - Minako responde rápido – Ah, nem ela acredita em mim!
- Nem eu, sua amiga traidora! - Usagi completa mostrando a língua
- Valeu hein! - Minako diz irritada juntando os livros – 'Tô indo!
- Brincadeira, Minako-chan!- Usagi diz juntando as coisas – Vou com você!
- Arrumaram desculpa para não estudarem? - Rei diz cínica
- Você me deu! - Minako diz saindo enquanto Usagi mostra língua – Vamos, Mako-chan? A gente pode ir ao evento...
- Ah... É mesmo! - Makoto junto as coisa correndo e fala com as outras duas com um sorriso amarelo – Desculpe, meninas! A gente já tinha combinado!
- Tchau, Ami! Tchau, Rei! - Minako manda beijinho pra duas enquanto Usagi acena. Makoto se despede das garotas e as três saem juntas.
As três garotas andam despreocupadas pelas ruas da cidade. Depois de toda aquela bagunça, Rei acabou perdendo a pouca paciência que tinha e Ami decidiu que iria estudar em casa.
Usagi ainda tagarelava sobre o encontro que teria e Makoto sempre respondia solicita. Minako estava alheia à conversa, se repreendendo por dentro por estar perdendo a noção das coisas. Ela tinha que ter controle sobre os próprios pensamentos. Por mais que Rei tivesse afirmado que ela estava cochilando durante o estudo, essa não era a verdade e, para piorar, ela não havia desmentindo.
- Ahh, Minako-chan! – Usagi reclamou ruidosamente – Presta a atenção na gente!
- Desculpa, Usa... – Minako diz envergonhada – É que eu estava pensando nos desaforos da Rei... Eu não estava dormindo!!!
- A gente sabe... – Makoto diz olhando para os lados – Se estivesse, daria para ouvir os roncos!
As duas outras desataram a rir descontroladas no meio da multidão.
- Há! Muito engraçado! – Minako diz fingindo estar brava – Que amigas leais eu tenho!
Quando perceberam estavam em um lugar bastante movimentado e, como Minako confirmou instantes depois, era o mesmo lugar do endereço do panfleto.
- Onde será que está a Michiru-san? – Usagi pergunta tentando olhar nas pontas do pé
- Ah, procura Haruka-san que você a acha! – Makoto diz risonha – Onde uma está, a outra também está!
Minako e Usagi sorriem com o comentário. De repente um aglomerado de meninas surge de um dos lados.
- Hmm, o que será isso? – Usagi olha com curiosidade – Será que é um novo cantor??
- Como assim "um novo cantor"? – surge do nada, quase com brotando do chão, uma menina entre Minako e Usagi – Como você é desinformada!!!
- Um absurdo!! – surge outra garota
- Mas... Quem é? – Makoto já estava com os olhos do tamanho de laranjas e uma gota gigantesca caia pelo rosto de Minako
- Saijou Ace!!!! – a garota 1 responde, no que todas as meninas suspirando apaixonadas
- Ah... – Usagi responde sem saber do quem se trata
- É um cantor antigo não é...- Makoto diz, o que assusta Minako e Usagi – Faz um tempo que ele não aparecia na mídia.
- Mas agora ele voltou! – uma terceira menina surge do lado de Usagi que, literalmente, cai no chão de susto.
As outras meninas concordavam com ênfase, soltando gritinhos de emoção ou suspiros apaixonados. Makoto suspendeu Usagi do chão sem esforço e pegou Minako, que parecia amedrontada demais para reagir, pelo braço e as arrastou para longe.
- Tietes! – Makoto suspirou enquanto ainda ajudava Usagi a andar – Faz tanto tempo que esse cara sumiu... Está bem que ele era bem bonito... E deve continuar né!
- Eu não lembro disso! – Usagi reclama tentando acompanhar o ritmo de Makoto – Faz quanto tempo?
- Uns 4 anos... Eu acho! – Makoto responde.
- Mako-chan, meu tornozelo dói! – Usagi resmunga quase sem aumentar o volume da voz.
- Por isso a gente tem que arrumar um lugar mais vazio né? – Makoto responde com aquela calma que se usa com criancinhas birrentas. – Pronto, achei!
- Ai ai! Meu tornozelinho dói!!!! – Usagi choraminga abraçando a perna
- Mas também, precisa cair que nem mamão maduro! – Minako comenta deliberadamente.
- Calúúúúúnia! – Usagi reclama.
- Larga de drama, Usagi! – Makoto diz num tom quase materno – E me deixa ver o seu tornozelo!
- 'Tá... – Usagi solta a perna delicadamente – Eu 'tô com sede...
- Ah não! – Makoto resmunga enquanto Minako começa a rir com vontade – Usa, você praticamente nos fez perder o dia!
- Não fiz não! – Agora assim, Usagi parecia uma criancinha.
- Pode... Deixar que eu pego água pra você! – Minako diz ainda rindo.
- Você é um anjo!!!!! – Usagi pula em cima de Minako e lembra do machucado – AIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII!
-USA!! – Makoto a puxa de volta, forçando a sentar. – Minako-chan, eu tenho que ficar com ela aqui. Se não, daqui a pouco vai querer dançar a macarena!
- EI! Não vou não! – Usagi resmunga e olha para Minako com olhinhos suplicantes – Você vai pegar água para mim?
- Vou sim! – Minako sorri e se vira para Makoto - Mantém-a viva, 'tá?
Minako sai correndo antes de ouvir algum desaforo de Usagi e segue pela multidão, tentando se desviar dos esbarrões acidentais. Definitivamente, hoje seria um dia divertido. Claro, que se a fratura de Usagi fosse muito séria, talvez ela não pudesse ir ao encontro com o Mamoru-san e, isso sim, seria muito ruim!
Ela bem que queria ver o motivo de todos aqueles suspiros... O rapaz devia ser muito bonito, apesar de ela não lembrar de quem era. Foi até uma das lanchonetes, que por milagre não estava abarrotada de pessoas, e comprou uma garrafa de água. A idéia inicial era seguir direto para onde as meninas estavam, mas um barulho composto de gritinhos histéricos a fez mudar de idéia. Quem sabe, ela não via o tal cantor?
Tentou se aproximar, sem correr o risco de morrer por isso, e acabou desistindo de fazer isso. No final da contas ia acabar vendo esse cara mais cedo ou mais tarde. E a Usagi estava com sede. Foi quando teve um vislumbre dotal cantor. Por um momento pensou que estava no meio de uma alucinação e devia ser uma das bem pesadas. Ela tinha certeza que já tinha visto aquele rosto em algum lugar... Mas é claro, não? Não era um cantor famoso? Estava preste a concluir isso, mas algo no fundo da mente dela a fez mudar de idéia. Não era isso, não era simples, muito menos uma coisa tão... Indireta! De onde, então?
Por alguma razão, pareceu que o rapaz tinha olhado para seu lado. Olhos azuis. Azuis tão claros... E ela conhecia esses olhos, só não sabia de onde! Uma vontade incontrolável passou pela mente da garota e ela seguiu para uma das ruas perpendiculares à que ela estava. Não sabia ao certo o que estava fazendo e andava pelas pessoas no zigue-zague enlouquecido. Passou quase como um furacão por Haruka, que estava sentada em um banco de uma cafeteria. Em qualquer outra circunstância Haruka acharia normal ver a outra correndo dessa forma, até porque tinha tanta gente famosa ali que não seria estranho. Mas algo no olhar da garota a deixou preocupada, parecia febril demais. Nem mesmo no meio das maiores batalhas que já tiveram pode vislumbrar um olhar como aquele. Tinha quase certeza que Minako estava perturbada e de uma forma que não era normal. Já que Michiru estava nos camarins, se concentrando para a apresentação e praticamente a expulsou do lugar, achou que não teria problema em averiguar qual era o problema da loirinha.
Minako virou uma das ruas seguintes, sem nem ter noção de onde ia, até chegar a um beco levemente iluminado. Realmente, não sabia o que estava fazendo. Não tinha ninguém ali e por um momento ela agradeceu este fato, caso tivesse alguém ali à situação poderia ficar complicada para ela.
De repente, Minako ouviu o som leve se passos atrás dela. Virou-se para a origem do som, com uma calma que ela mesma definiu como anormal. Mas se fosse pensar melhor, ela era uma sailor! Que tipo de perigo ela não podia enfrentar?? Quando consegui visualizar quem estava se aproximando sentiu o ar fugindo dos pulmões. Era o mesmo rapaz, o tão famoso cantor. Ele se aproximava calmamente e a expressão do seu rosto era indecifrável. O rosto dele era extremamente bonito, os traços eram harmônicos, os cabelos eram loiros e meio rebeldes, caindo sobre os olhos... Os olhos eram realmente claros como tinha visto de longe e por alguma razão o perfume dele estava a deixando zonza. Foi nesse momento que ela se lembrou de onde o conhecia, vendo o se aproximar felinamente até ela. Fez se um estalo na sua cabeça e a conexão com o sonho foi inevitável.
Quando ela pensou em dar um passo para trás e dar meia-volta, o que era a coisa mais sensata de se fazer diante de quem ele era, ele já estava na sua frente. A diferença de altura entre eles ainda continuava grande, a cabeça da garota batia um pouco abaixo dos ombros dele. Ele inclinava a cabeça de leve para baixo, encarando os olhos de Minako com intensidade. Nenhuma palavra saiu da boca dela, por mais que essa fosse a sua vontade ela não conseguia dizer nada e ele não parecia querer falar algo. Ele levantou um dos braços, com a clara intenção de tocar o rosto da garota. Antes mesmo de sentir o toque dele em sua pele, Minako sentiu uma onda elétrica correndo pelo seu corpo e foi impossível impedir que o mesmo estremecesse.
O rapaz notou a reação dela e apenas sorriu levemente ao mesmo tempo em que aproximou seus lábios de um ouvido dela e sussurrou:
- Pensei que você ia demorar mais...
