Autor: misskrum
Título: Todas as Nossas Cores
Sinopse: Ali estavam elas, todas as cores da história de Hermione Granger e Draco Malfoy. Todas as cores das suas vidas, todas as cores da sua traição.
Ship: Draco Malfoy/Hermione Granger
Género: Angst/Romance
Classificação: M (linguagem e tal)
Spoiler: 7 com RA

N/A: Sabem o Jackson Pollock? É, é a pintura dele.

Spoilers? Pois, vamos supor que Ron e Hermione nunca se beijaram em DH (apesar disso eu gostei dessa cena mimimimimi) e que isto se passou entre o fim da guerra e os 19 anos depois.


Todas as Nossas Cores
por misskrum

Um dia Hermione falou-lhe de pintura muggle... Ou o que ela pensava ser pintura muggle. Foram inúmeros os grandes génios que tentavam passar por muggles naquele tempo, e ela sorria quando Draco lhe dizia já a habitual frase "mas tu achas que foi um muggle?", até que chegaram a Jackson Pollock e Draco não disse nada. Hermione folheava o grande livro que tinha nas mãos e disse-lhe que cada cor que ele jogava para a tela era um sentimento guardado dentro dele.
Nesse tempo tudo estava bem, não era?
Os pássaros cantavam e as flores cheiravam melhor só porque ela estava à sua beira. E o que mais doía naquela merda é que a culpa tinha sido toda dele.
Então, a primeira acção de Draco quando encarou a tela branca foi pintar o fundo de preto.

Astoria era bonita. E de o simples olá até aos encontros na sua sala, foi apenas um passinho. Não é que ele gostasse dela, ele amava Hermione. Mas ficar com Hermione era pesado demais, era doentio demais. Toda a moral dela, os olhares do Potter, as quase tentativas de assassinato do Weasley, todas essas coisas eram demais para ele... Então Astoria veio, e naquelas tardes não haviam quadros, nem estudos, nem debates, nem discussões.
E era tão mais simples, não era?
Mas então não se devia sentir tão doente e prestes a vomitar como estava. Draco encarou as latas de tinta no chão e soube automaticamente que tinha que começar pelo vermelho. A cor da sua paixão por Hermione, a cor do pecado com Astoria, um pouco da cor da sua traição. Pegou no pincel, submergiu-o na lata e atirou a tinta vermelha para a tela preta vezes sem conta até ela estar repleta de pontos vermelhos.

Quando o Potter abriu a porta da sua sala e viu Astoria no seu colo, sentiu-se o maior filho da puta do mundo. Depois de tudo o que o Potter disse a Hermione de "não confiar em Malfoys", depois de tudo o que Ron lhe disse sobre o "se ele te faz mal...!", ele acabou por a trair. Numa merda de um escritório. Porque achava que estar com Hermione era aprisionante demais.
E nesse momento ele desejou voltar atrás.
Pegou noutro pincel e dirigiu-se à lata de pinta branca, porque Hermione era uma luz ao fundo do túnel, um lugar feliz onde ele podia descansar... Mesmo que só agora soubesse isso. E é uma puta ironia só ter chegado a essa conclusão depois dela sair da sua vida.

Não tentou correr atrás do Potter, nada do que ele dissesse, muito menos aqueles clichés do "não é o que estás a pensar!", o impediria de contar naquele momento a Hermione o que tinha visto. E ninguém o culparia de salvar a amiga quando o noivo dela andava enrolado com qualquer uma no trabalho. Nem Draco o culpava. Mas não o culpar não significava que tivesse coragem para olhar Hermione nos olhos. Porque não tinha. Porque olhar nos olhos dela seria a confirmação que ele era o maior verme do mundo. E ela diria que ele a tinha usado. E ele não saberia o que dizer.
E então ele fugiu, como um cobarde.
Encarou o seu trabalho. Ainda estava no início, ainda não tinha muito dele, muito da história deles. Pegou no castanho dos olhos dela, dos olhos que ele não foi capaz de enfrentar e repetiu a operação. E cada pincelada no ar era menos um bocadinho do peso que ele sentia nas costas.

Hermione não quis acreditar nas palavras de Harry e esperou pacientemente por Draco durante sete dias. Sete dias. Sete miseráveis dias. Até que ele chegou, e ao olhar para o ar culpado dele, o semblante arrependido, a barba por fazer, ela soube que era verdade. E desta vez ela apenas foi embora, porque ela ainda era Hermione Granger e Draco Malfoy voltou a ser o seu inimigo de infância.
E quando ela foi embora o mundo dele ruiu.
Astoria tinha olhos verdes. Por cada beijo, por cada toque, por cada olhar, por cada vez que interagiram, Draco pegou noutro pincel e mergulhou-o na lata da pinta verde. E atirou-a com uma força quase sobre humana enquanto chorava, como uma pequena criança, como tinha chorado pelos seus pais, como tinha chorado quando Hermione se foi.

Algumas escolhas são relativamente simples. Deixar ir Hermione foi uma delas. E por incrível que parecesse, nunca fez qualquer tentativa para se explicar porque sabia que não havia perdão. E passados uns meses recebeu uma carta de Ron Weasley. E lá dentro estava um convite de casamento. Sentou-se e releu vezes sem conta os nomes que estavam no cabeçalho. E lá estava Ron Weasley e Hermione Granger. Ron Weasley. Hermione Granger. Não havia qualquer sentido naqueles nomes juntos com a palavra casamento por perto. Não podia haver.
Hermione desapareceu, e agora sim, sabia o que era estar sem ela.
Voltou a olhar o seu trabalho. O preto, o vermelho, o branco, o castanho, o verde. E ele precisava de mais. Precisava de mais sentimentos, de mais recordações, naquela tela. Foi aí que ele se dirigiu ao roxo, e essa foi a cor da sua mágoa. A cor das suas lágrimas, a cor da raiva que sentia por Ron, a cor do ódio que não conseguia sentir por Hermione. Porque a culpa era dele. A puta da culpa era só dele.

Depois disso, foi simples casar com Astoria, apesar da aversão que tinha pela mulher. Passava o máximo do tempo possível no trabalho e tudo o que queria era olhar para Hermione Weasley, tudo o que queria era que ela lhe dissesse que ele era o tal.
Mas isso não seria o suficiente agora.
Finalmente Draco pegou no último pincel e mergulhou-o na lata da tinta amarela, apatia da sua vida.

E depois disso ele soube que estava pronto. E tinha a noção que nunca ninguém saberia que o que ali estava, e que apenas iriam ver pinceladas coloridas, como um arco-íris de felicidade.
Já esgotado, Draco limpou o suor da sua testa e encarou o resultado final. Ali estavam elas, todas as cores da história de Hermione Granger e Draco Malfoy. Todas as cores das suas vidas, todas as cores da sua traição.


N/A: PRENDA DE NATAL PARA A FILHA MAIS LINDA DO MUNDO. TE AMO JUH DO MEU (L)

agradecimentos aos leuh por serviços prestados à comunidade... humm... ou coisa do género HAHAHAHA