Disclaimer: Os personagens de Inuyasha não me pertencem, e sim a Rumiko Takahashi.
Sinopse:Rin Robinson é uma órfã desamparada que cuida dos três filhos pequenos de sua prima Kagura em troca de casa e comida. Mas sua vida toma outros rumos quando ela conhece Sesshoumaru, o Lorde d´Arenville. Sesshoumaru deseja ter uma família. Por isso pede para Kagura apresentá-lo a debutantes que estivessem a altura de ser sua esposa, e principalmente, mãe de seus filhos e dona de seu coração. As coisas, porém, não acontecem de acordo com os planos da anfitriã. O Lorde ignora todas as convidadas, e, impressionado pelo modo amoroso com que Rin cuida dos filhos da prima, decide que ela é a única mulher com quem realmente deseja se casar...
Rate: T - Por conter cenas pesadas.
~O Cavaleiro e a Dama~
Prólogo
Yorkshire, fevereiro de 1803
— Meu senhor, eu... certamente Mr. Inuyasha...
— Mr. Inuyasha? — A voz crítica de lorde d'Arenville interrompeu a criada. Ela enrubesceu e ficou nervosa.
— Er... Reverendo Winstanley, eu quero dizer, senhor. Ele não o fará esperar muito, senhor, só que...
— Não precisa explicar — lorde d'Arenville disse-lhe friamente. — Eu não tenho dúvidas de que o reverendo Winstanley virá assim que puder. Eu esperarei.
Sesshoumaru, lorde d'Arenville, olhou à sua volta. Uma única janela estreita se abria para o cemitério, trazendo aos ocupantes da casa a sensação de morte.
Deus, quão insuportavelmente lúgubre, pensou Sesshoumaru, sentando-se em um sofá desconfortável. Será que todos os vigários vivem assim? Achava que não, mas não tinha certeza, pois o seu tipo de vida não o levava à intimidade com o clero. Bem ao contrário, na realidade. E se o seu mais antigo amigo, Inuyasha Winstanley, não tivesse vestido o colarinho clerical, Sesshoumaru ainda estaria na mais feliz ignorância.
Ele suspirou. Entediado e desassossegado, decidira em um ímpeto fazer a longa viagem até Yorkshire para visitar Inuyasha, a quem não via há anos. E agora, tendo chegado, se perguntava se fizera à coisa certa, visitando o apertado e miserável vicariato sem se anunciar.
— Quem está aí?
— Huooo, moço! — Quando olhou, as cortinas se abriram, e um rostinho travesso o espreitava.
Sesshoumaru piscou. Era uma criança bem pequena — uma menina o decidiu após um momento. Ele nunca tinha visto uma criança daquela idade. E apesar de estar totalmente desacostumado com a moda infantil, pareceu-lhe que esta parecia mais feminina que outra coisa. Tinha cabelos escuros e cacheados, e grandes olhos castanhos. E o olhava com o olhar ávido que tantas mulheres têm.
Ele fitou a porta, esperando que alguém chegasse e buscasse a criança para levá-la ao seu lugar.
— Huooo, moço! — a bonequinha repetia alto. Sesshoumaru arqueou uma sobrancelha. Ele pretendia responder. Mas como deveria se dirigir a uma criança?
— Como você vai? — disse, após um momento. Então, ela sorriu e se lançou para ele em uma corrida incerta. Horrorizado, Sesshoumaru ficou imóvel. Contrariamente a todas as suas expectativas, ela cruzou o cômodo sem cair, aterrissando em seus joelhos. Rindo para ele, acariciou suas calças de couro imaculadas com as mãos úmidas e imundas. Sesshoumaru recuou. Seu criado teria um ataque. Com certeza, as mãos da criança estavam imundas e grudentas. Sesshoumaru não sabia nada sobre crianças, mas tinha certeza daquilo.
— Colo, moço — a bonequinha levantou os braços, na clara expectativa de ser colocada no colo.
Sesshoumaru aprofundou a sua carranca em um olhar de raiva. A boneca retribuiu-lhe o olhar do mesmo modo.
— Colo, moço — repetiu. A pequena mão grudenta pegou em seu braço. — Colo! — exigiu novamente.
— Não, obrigado — disse Sesshoumaru, em seu tom mais frio e educado. Meu Deus, ninguém viria salvá-lo?
Fazendo um bico de choro, mostrou, aos olhos pessimistas de Sesshoumaru, todos os sinais evidentes de uma menina a ponto de explodir em lágrimas barulhentas de chantagem. Elas com certeza começavam cedo. Não era de se espantar que fossem tão hábeis nisso quando cresciam. O pequeno rosto se fechou. Ela estendeu um par de braços rechonchudos:
— Carinho!
Mais uma vez, sua exigência era bem clara. Cuidadosamente, ele a trouxe para mais perto de si, até que subitamente ela envolveu seu pescoço com os braços em um forte abraço que o surpreendeu. Em segundos, aninhou-se confortavelmente em seu colo, recostando-se em um de seus braços, ocupada em arruinar seu cachecol. Só levou meia hora para conseguir o que queria, Sesshoumaru disse a si mesmo, contrariado.
Ela conversava com ele sem parar em um fluxo confidente, uma mistura de inglês e linguagem de bebês, parando de vez em quando para fazer o que parecia ser uma pergunta. Sesshoumaru se viu respondendo. Senhor, se alguém o visse agora, ele nunca se conformaria. Mas não tinha escolha — não queria ver aquele rostinho se abater novamente.
Uma vez, ela se interrompeu no meio do que parecia ser uma história bem complicada e olhou para ele. Sesshoumaru se sentiu vagamente apreensivo, perguntando-se o que poderia fazer. Ela estendeu sua mão e traçou o vinco longo e vertical em sua face direita com um dedo pequeno e macio.
— "Que icho"? — Ele não sabia o que dizer. Uma ruga? Um vinco? Ninguém ousara referir-se a isso.
— Er... isso é minha bochecha.
Ela acompanhou o traçado do vinco mais uma vez, pensativa, depois pegou seu queixo em uma das mãos, virou sua cabeça, e fez o mesmo na outra face.
A tagarelice constante começou a diminuir e a cabecinha a oscilar. Subitamente, ela bocejou e se aconchegou melhor na curvatura de seus braços.
Por um momento Sesshoumaru se imobilizou, perguntando-se o que fazer, depois lentamente recomeçou a respirar. Sabia que era um homem poderoso — no sentido físico e social — mas nunca em sua vida fora subjugado pelo peso quente de uma criança adormecida. Era uma responsabilidade notável.
Sentou-se ali, imóvel, cerca de vinte minutos, até que uma vaga agitação soou no hall. Uma bela jovem olhou para dentro da sala, uma expressão arrasada em seu rosto. A mulher de Inuyasha, Kagome. Sesshoumaru estava quase certo de tê-la reconhecido. Ela viu a pequena forma adormecida em seus braços.
— Oh, graças a Deus! — exclamou — nós a procuramos por toda parte.
Voltou-se e chamou alguém na entrada.
— Martha, corra e diga a Mr. Inuyasha que a achamos - Ela se virou para Sesshoumaru. — Eu sinto tanto, lorde dArenville. Nós pensamos que ela havia ido para o jardim e todos estávamos lá fora, procurando. Ela lhe incomodou muito?
— Não, absolutamente. Foi um prazer. — E, para sua grande surpresa, descobriu que era verdade.
Continua...
Yo!! Espero que vocês gostem dessa fic, ela é uma adaptação original de uma obra de Anne Gracie. E alias é minha primeira fic que posto nesse site, então espero seus comentarios, sejam eles sugestões ou criticas ^^
Ja ne... Yami
